Gabriela Rabelo

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Vendo O Tablado pela primeira vez

A primeira vez que vi teatro foi com O Tablado, de Maria Clara Machado. Foi numa apresentação de O Cavalinho Azul, em Belo Horizonte. Eu era bem novinha, devia ter uns doze anos e lembro que estava sentada na escada. Eu nunca tinha ido ao teatro e fiquei apaixonadíssima. Senti que era ali que eu queria viver, naquele mundo. Nessa época eu já ia muito a cinema, com minha turma de rua.

Era uma turma grande, que tinha time de futebol, com hino, camisa e tudo, time de vôlei e sempre íamos ao cinema. Assistíamos muitos filmes da Atlântida. Naquela época tinha um projeto que se chamava Cine Grátis, que eram projeções de filmes numa praça grande e entupia de gente vendo os filmes do Chaplin, Pica-pau Amarelo, filmes brasileiros e faroestes.

Eu sou a mais nova de uma família muito grande e íamos todos para a praça. Na verdade, minhas irmãs me levavam e enquanto eu ficava assistindo o filme, ela ficavam dando voltinhas na praça, fazendo “footing”: os rapazes ficavam parados nas laterais, fazendo um corredor, e as moças passavam pelo meio, lançando olhares. Era um primeiro contato homem-mulher, e apenas de olhar – chamava-se flertar. E a intensidade dos olhares indicava se poderia haver aproximação, conversa… e depois namoro.

Depois o dono de uma padaria perto de casa, colocou também uma tela na rua, na frente da padaria. Lotava de gente e nós  ficávamos entre os filmes, os sorvetes e a pipoca. Lá vi clássicos de faroeste americano.

Escolhendo a profissão

O cinema americano entrava como o terreno dos sonhos, do mundo encantado, e nós colecionávamos fotos de artistas, fazendo álbuns. Cada uma da turma tinha os seus prediletos.  E foi nesse momento que veio O Tablado. E era algo tão mágico! Porque tinha cortina, que é algo que eu adoro até hoje. Eu adoro esse momento mágico em que a cortina se abre. Ou quando a luz se acende devagar… Enfim, o clique em que o Teatro se instala.

Era a minha primeira experiência de ver teatro e  me apaixonei de cara. Eu já lia muito e comecei a ler teatro também. Os textos tinham a vantagem de ser uma leitura ágil. Tudo acontece rapidamente num texto teatral, não tem descrição, não tem muita especulação, é uma sucessão de ações.

Minhas amigas mais chegadas e eu tínhamos o hábito de ler. Nós nos juntávamos para ler e líamos muito. Passávamos livros de uns pra outros. Era uma época de muitas Coleções e fomos passando por todas: Coleção Pequeno Polegar, Coleção Menina e Moça, Biblioteca das Moças, Coleção Cinzenta, Coleção Amarela e outras.  Também inventávamos e escrevíamos histórias juntas. Colocávamos no papel nossos sonhos, criávamos nossos heróis, inspirados, é claro, nos filmes americanos e nos romances adocicados. E interpretávamos as cenas criadas nas histórias. Usávamos as escadas bonitas de uma escola pública, perto de nossas casas, para fazermos descidas gloriosas, nos imaginando com roupas de montaria e chicotes na mão, ou roupas de baile, ou espiãs investigando coisas…  Os livros policiais nos fascinavam e aprendemos código Morse para poder transmitir mensagens em situações de alto risco – presas num camarote de um navio, nos subterrâneos de um castelo, coisas assim. Seguíamos pessoas “suspeitas” na rua, criávamos histórias mirabolantes!… E tínhamos a liberdade de andar pela cidade, percorrer longas distâncias perseguindo os “suspeitos”… Eram tempos mais amenos…

Éramos três amigas mais chegadas, duas estudavam piano e eu estudava violão. Ficávamos nos perguntando o que íamos fazer da vida. Queríamos ser tantas coisas! Um dia escrevemos em papeizinhos as profissões prediletas e fizemos um sorteio para ver o que cada uma seria por ela e pelas outras – já que não dava pra ser tudo. A mim coube ser atriz, a minha amiga que tocava piano muito bem – ser pianista, e, à terceira, coube ser detetive. E realmente eu virei atriz, minha amiga, pianista e que a deveria ser detetive virou juíza.

Quando eu tinha dezoito  anos, uma das minhas amigas me disse ter lido no Diário Oficial, que  chegava na casa dela, que ia ter exame de admissão para um curso de formação de atores no Teatro Universitário. Ela me disse: “Você tem que ir lá fazer”, pois minha missão era ser atriz. E lá fui eu fazer o exame. Não tinha experiência nenhuma, tinha feito uma peça na Igreja, só isto. Não sabia nada de nada, só tinha lido muito teatro porque minha irmã mais velha tinha uma boa biblioteca com os clássicos da dramaturgia e eu era frequentadora assídua da Biblioteca Pública também. Escolhi “Maria Stuart”, do Schiller, para prestar exame. Um vizinho que fazia teatro me ajudou a me preparar.

Além de inexperiente eu era muito ingênua. Para a inscrição eles pediam um Atestado de Antecedentes. Não sabia o que era, então fui à igreja que minha família frequentava e pedi ao padre. O padre, mais tonto que eu, me deu um atestado falando que eu era uma pessoa de bons princípios e boa família. Cheguei à secretaria do Teatro Universitário apresentei o atestado do padre. O Júlio Varela, grande figura do teatro mineiro, estava recebendo a documentação. Quando eu, com uma cara de menininha, perguntei se a carta do padre valia, ele me disse: “Vale sim, a do padre é ótima.” E aceitou, para minha alegria. Tempos depois, ele me explicou que Atestado de Antecedentes se tirava na Secretaria de Segurança Pública. Sou eternamente grata a ele por isto. Fiz o exame sem falar nada pros meus pais. Passei e escondida do meu pai, comecei a fazer o curso de Formação de Atores, no Teatro Universitário de Belo Horizonte que era dirigido pela Haydée Bittencourt, grande mestra. Tive a sorte de começar Teatro sob sua orientação.

Lá, no T.U., conheci um pessoal que já fazia teatro há um tempo: o Jota d’Ângelo, que era médico e professor de Anatomia, na Faculdade de Medicina, mas fazia e faz teatro até hoje; sua mulher, Memélia Dorneles, o Rodrigo Santiago, o Ezequiel Neves, Neuza Rocha, entre outros. E tive aulas com o Paula Lima (tradutor do Stanislavski), o João Etienne Filho, poeta… professores fantásticos.

Os primeiros trabalhos

O primeiro trabalho de palco que fizemos na escola de Teatro foi uma cena de  Leonor  de Mendonça, de Gonçalves Dias. Foi uma bênção, porque começamos a trabalhar com o texto, com o aspecto material da palavra, o ritmo aliado ao sentido. É um texto de poeta e foi muito bom ter começado por ele. Depois fizemos O Noviço, de Martins Pena. Depois, O Pagador de Promessas, O Telescópio, Vestido de Noiva…

Fora da escola, com o Marco Antônio Menezes e o Ezequiel Neves, montamos A Voz da Chuva, um texto curto do Tennessee Williams. E também Cena a Quatro, do Ionesco.

Meu pai não podia saber que eu estava fazendo teatro então eu cortava o jornal onde havia anúncio, fotos e notícias dos espetáculos, e aí ele ficava intrigado e não entendia porque o jornal estava vindo cortado. Ele só soube tempos depois. Minhas irmãs mais velhas e mamãe me davam apoio. Na época, fazer teatro ainda era mal visto. Quando decidi que realmente era isso que queria fazer, resolvi vir pra São Paulo, em 1964, para fazer a EAD – Escola de Arte Dramática e comecei tudo de novo. Em Belo Horizonte  fiz dois anos e meio e em São Paulo foram mais três anos de escola. Na E.A.D. tive a sorte de ter aulas com Anatol Rosenfeld, Maria José de Carvalho, Antunes Filho, Alfredo Mesquita, Silney Siqueira, Sábato Magaldi, Renata Pallottini, Paulo Mendonça, mestre Hugo (de esgrima)… um bando de gente boa, de grandes mestres. E na Faculdade de Filosofia, que fazia ao mesmo tempo, tive aulas com Antônio Cândido e Gilda de Mello e Souza, um presente para a jovem sedenta de saber que eu era.

Anos de muito trabalho

Cheguei em São Paulo em fevereiro de 1964 e em março teve o golpe militar. O curso da E.A.D. era muito rigoroso e não se podia fazer nada de teatro fora da escola. Minha turma era muito boa, séria e disposta ao trabalho. Estavam nela, a Sônia Guedes, Zanoni Ferrite, Luiz Carlos Arutin, Alberto Guzik, Dionísio Amadi, Francisco Solano, entre outros. Uma vez fizemos doze peças num ano.  Éramos muito apaixonados e cdf.

Passagem para o profissional

Logo que me formei, em 1967, o Leo Lopes me chamou para fazer O Processo, de Kafka – adaptação de André Gide, no Teatro de Arena. Depois fiz, lá mesmo, Escola de Mulheres e o Boal me chamou para fazer Arena conta Tiradentes e outras peças. Foi no Arena que conheci José Rubens Siqueira, meu amigo-irmão e parceiro até hoje. Com ele fiz, naquela época, um filme, chamado Ocorrência n° 642/67, e ganhei o prêmio de atriz no Festival JB-Mesbla, no Rio. Era um festival de cinema amador, mas de muito prestígio. E recebi convites para fazer outros filmes. Fiz O Pecado de Marta, Amor e Medo, João Tem Medo.. No meio disto fiquei grávida e tive meu primeiro filho.

Fui então para a França, encontrar meu primeiro marido, que havia ganhado uma bolsa para estudar Teatro. Durante um bom tempo fiquei entre a França e o Brasil.

Começando a fazer Teatro para Crianças

Na França, para ganhar um dinheirinho, trabalhei num teatro como bilheteira e tive oportunidade de ver grandes espetáculos. Participei também, entre idas e vindas para o Brasil, de alguns grupos de teatro, escrevi uma peça para crianças que foi apresentada numa entidade para estrangeiros, onde eu morava, estudei teatro em Vincennes, tive um texto meu traduzido e apresentado por um grupo de ingleses e irlandeses – a peça falava sobre a harmonia e solidariedade necessária para a sobrevivência do Homem e, na época, o conflito entre Irlanda e Inglaterra estava acirrado. Eles apresentaram a peça em escolas parisienses onde o inglês era a língua principal. Trabalhei como voluntária numa escola pública, fazendo teatro com crianças.

No Brasil, nos tempos que fiquei por aqui, voltei a trabalhar com o Grupo Teatro da Cidade, de Santo André, onde estavam ex-colegas da EAD e que faziam um teatro muito bom. Eu havia participado do Grupo desde sua fundação, em 1968, não tendo podido entrar na primeira montagem porque estava grávida e já ia ter meu primeiro filho.

Numa das vindas para o Brasil comecei também a dar aula de Teatro. Muito no início da minha carreira, quando ainda trabalhava no Arena, fizemos um espetáculo em Batatais onde conheci um projeto educacional  fantástico. Chamava-se Rede Vocacional de Ensino e era um projeto de ensino público que era feito em várias cidades do interior e na capital. Fiquei apaixonadíssima pelo trabalho que a pedagoga responsável, Maria Nilde, desenvolvia. Quis largar tudo, ir para o interior e virar professora de Teatro. Fui falar com o Nagib Elchmer que era o responsável pela contratação de professores de teatro. O Jorge Andrade, que era professor na unidade do Brooklin, em São Paulo, estava na sala com ele. Sabiamente, ambos me disseram que eu era muito jovem, que deveria ter mais experiência na área para poder dar aula. Se depois de alguns anos, eu ainda quisesse dar aulas que voltasse a procurá-los. Anos depois, numa das voltas de Paris, por coincidência, uma amiga que tinha substituído o Jorge Andrade, me chamou para substitui-la. Infelizmente a ditadura militar havia desmantelado o projeto e restavam apenas algumas brasas da grande fogueira que ele havia sido. Mesmo assim foi lindo trabalhar lá. Aprendi muito. Os professores eram fantásticos e foram colegas generosos. Mas pouco a pouco a ditadura ia tirando o que havia ficado do grande projeto, até acabar com ele.

Foi dando aulas para adolescentes da 5ª a 7ª séries que comecei a escrever. As aulas eram uma vez por semana e para que não perdêssemos tudo o que os alunos haviam criado comecei a registrar e, ao fazê-lo, ia contribuindo para o texto que eles iam criando. Isso me levou a escrever com assiduidade. Paralelamente comecei a fazer traduções para a revista Planeta, da Editora Três. Foi com os alunos que nasceu a dramaturga.

Com o Grupo Teatro da Cidade, de Santo André, participei da montagem de Pop, A Garota Legal, do Ronaldo Ciambroni, isso em 1970. Ficamos muito tempo em cartaz, fomos para o Festival de Inverno de Ouro Preto e outras cidades. Era uma época em que se trabalhava muito. Junto com o infantil fazíamos espetáculos adultos de terça a domingo e no final de semana eram duas sessões no sábado, duas no domingo e às vezes, duas na quinta.

Um dos adultos que montamos foi O Evangelho Segundo Zebedeu, do César Vieira, direção do Silney Siqueira. Era um elenco grande, de dezesseis atores e mais cinco músicos. Naquela época, era possível montar espetáculos desse porte e sobreviver com a bilheteria. O Antônio Fagundes estava nessa montagem e foi nesta peça que eu – que já estava separada do meu primeiro marido –  conheci o Gésio Amadeu  que também estava no elenco. Fazíamos um par romântico e acabamos levando a história a sério. Resultado: quarenta anos depois, com quatro filhos, continuamos juntos.

Com esse espetáculo nos apresentamos no Festival Internacional de Manizales, na Colômbia. Lá ficamos conhecendo o grupo do Henrique Buenaventura, o Teatro de Cali, onde fomos fazer uma temporada. Eles faziam um teatro que usava criação coletiva, coisa nova na época. Ficamos apaixonados pela forma que eles trabalhavam e resolvemos adotá-la, quando voltamos pro Brasil.

Era o ano de 1973. Um grupo grande se reuniu e começamos a estudar o movimento conhecido como Revolução Constitucionalista de 1932, que aconteceu aqui em São Paulo. O Silney Siqueira dirigia o trabalho, o Murilo Alvarenga fazia as músicas e o Carlos Queiroz Telles ia escrevendo a peça que era construída com o material que todos trazíamos. Nós ficamos entusiasmados com o trabalho que resultou no texto A Heroica Pancada, nome que vem daquela música  “quando se sente bater no peito heroica pancada”. O texto foi enviado para a censura, como era exigido na época. Foi proibido integralmente. Estávamos esperando cortes, mas ter o texto totalmente proibido foi uma paulada no grupo.

Não sabíamos o que fazer. Algumas pessoas resolveram parar, não queriam mais fazer teatro, de tão decepcionadas que estavam. Outras queriam brigar pela liberação do texto – mas era impossível, ele havia sido proibido. Outros queriam montar alguma coisa, pra manter o grupo unido.

Falou-se em teatro infantil. Foi então que tive a ideia de apresentar o argumento de um texto que eu havia feito com os alunos e contei a história do País Azul.

Nem Tudo Está Azul no País Azul

Foi uma resposta ao ato da censura de proibir A Heroica Pancada. Partindo da ideia da peça que havia feito com os alunos, desandei a escrever o texto e começamos a nos reorganizar, chamar outras pessoas. O Antônio Petrin ficou com a direção, pois o Silney não quis continuar. O Naum Alves de Souza veio fazer cenário e figurino, o Amilson Godoy contribuiu com as músicas.

Nessa época aconteceu uma coisa muito chata comigo. Eu militava numa organização política – e clandestina, claro. Meu primeiro marido também era militante dessa organização. Ele havia ido com um grupo de companheiros para um encontro político na Argentina. Foi com meu carro e, contra a orientação que tínhamos, veio da Argentina com muitos documentos políticos do encontro. Eles foram detidos na fronteira entre a Argentina e o Brasil e os policiais pegaram os documentos. Era uma época em que não se falava para os amigos que a gente tinha essa atividade. Já estávamos em 1974. O carro estava em meu nome e comecei a ser seguida acintosamente, até quando ia levar meu filho para a escola. Era uma forma aberta de ameaça. Então o pessoal da organização política em que eu militava decidiu que eu deveria ir embora do país, que não havia segurança para continuar aqui. Eu não queria, mas fui voto vencido.

A montagem de Nem Tudo Está Azul no País Azul estava a pleno vapor, e eu tinha que me afastar sem poder dizer a razão. Inventei que estava em crise e que queria sair do país. Era uma punhalada cada vez que falava sobre isso, porque era nossa resposta à censura do outro texto. Me lembro que o Silney Siqueira, que mesmo não dirigindo o espetáculo seguia o trabalho do grupo, me disse que não dava pra entender minha atitude, que ela não combinava com meu jeito de ser. Comecei a chorar e disse que às vezes as pessoas são diferentes do que parecem ser.

O fato é que eu não podia continuar aqui, por uma questão de segurança, minha, de meus filhos e de meus companheiros. Assisti apenas à estreia da peça e viajei para a França. Fui embora, mas o grupo continuou se apresentando. Era um espetáculo lindo e foi minha primeira peça montada profissionalmente e  que nasceu como um gesto de resistência.

Em Paris aproveitei para fazer alguns cursos de teatro. Quando voltei para o Brasil retomei minha vida de teatro e voltei a escrever. Na verdade eu sempre escrevi, sempre gostei de escrever. Junto com isto me casei e tive meus filhos.

Novas peças

Em 1981 – esse ano me lembro bem porque tinha nascido minha filha caçula – escrevi Tronodocrono com Zé Rubens Siqueira. O Antônio Abujamra nos pediu para escrever uma peça infantil para um grupo de atores negros. Zé Rubens e eu já havíamos feito vários trabalhos juntos. Resolvemos escrever uma peça para atores – sem que o texto justificasse que eles fossem negros ou tocasse no assunto racial. Uma peça para bons atores, simplesmente. Quando concluímos a peça e a apresentamos ao grupo, a reação não foi muito animada. Não quiseram montá-la. Nós gostávamos muito do texto e o mostramos para outras pessoas. O Francisco Medeiros gostou dele e montou,  com cenário do Zé Rubens. Ganhamos vários prêmios com o texto. É uma peça que até hoje é muito montada. É um texto muito interessante. Zé Rubens e eu tínhamos feito filosofia também – que aliás nem ele nem eu completamos, mas conversávamos muito sobre as ideias que vinham na nossa cabeça. Quando fomos escrever a peça nos lembramos das faculdades cognoscitivas da mente segundo São Tomás de Aquino, que são a razão, a memória, os sentidos, a imaginação e o instinto e resolvemos escrever uma história inspirada nisso. Resultou num espetáculo muito bonito, com música do Oswaldo Sperandio e um elenco formado por Bri Fiocca, Beto Magnani,  Adilson Barros, Dulci Muniz. Depois, as pessoas começaram a me pedir textos e comecei a escrever por encomenda.

Começando a trabalhar na Televisão

Continuava a desenvolver as atividades de atriz e professora. E a escrever peças. Uma vez fiz uma adaptação de um roteiro do Fellini para a disciplina de Interpretação que eu dava num curso de formação de atores: O Sheik Branco. Ficou um texto lindo. Depois um pessoal queria montar. Mandei o texto pro Fellini, pedindo autorização,  e ele me respondeu dizendo que não tinha ressalvas quanto à adaptação e que eu podia montar o texto. Fiquei muito comovida por receber uma carta tendo Federico Fellini como remetente. Mas acabou não sendo montada, não se conseguiu produção suficiente.

Um dia me chamaram pra trabalhar como redatora na TV Cultura, para o programa Bambalalão. Acabei trabalhando lá de 84 a 87.

Não lembro bem a ordem das coisas, tudo aconteceu mais ou menos ao mesmo tempo, mas eu já tinha trabalhado com Zé Rubens Siqueira, num seriado chamado Joana. Foi uma tentativa da Regina Duarte de fazer um trabalho fora da TV Globo, mas não me lembro em que canal o seriado foi veiculado. Depois também escrevi um episódio para um programa infantil que a Lucinha Lins e o Claudio Tovar faziam para a TV Manchete chamado Lupu Limpim Claplá Topô, isso nos anos 80. Mas como disse antes, não me lembro da ordem das coisas. E com o José Rubens e a Maria Helena Grembecki escrevi O Brilho Inútil das Estrelas,  uma peça inspirada em quatro contos de Mário de Andrade que são nitidamente autobiográficos.

Quando escrevia para o Bambalalão muitas professoras escreviam para a TV pedindo os textos para que elas os usassem em sala de aula. Uma amiga minha, Theresa Casasanta, autora mineira com vasta publicação, me dizia que eu deveria publicar meus textos. Eu queria publicar, mas o tempo ia passando e nada de eu correr atrás. Acabou que a própria Teresa mandou um texto meu pra Ione Nassar, editora da FTD na época, e ela se interessou pelo meu trabalho.

Foram publicados  Uma História pelo Avesso e Outras Histórias, dois volumes com sete peças curtas em cada um deles. Pensei no professor quando publiquei esses livros. O tamanho das peças é o ideal para ser trabalhado no período da hora aula. Deu muito certo. Os livros chegaram a mais de cem mil exemplares vendidos, o que é bastante no universo editorial brasileiro. E eles foram selecionados para vários projetos governamentais de bibliotecas escolares. Acabei publicando outros livros, sempre para crianças.

Começando a Dirigir Espetáculos

Interessante que nunca atuei nas peças que escrevi. Já dirigi muitas, principalmente as que escrevi para os alunos, mas nunca participei como atriz em textos meus. Escrevi  e dirigi também textos institucionais que eram apresentados em fábricas, empresas, às vezes com funcionários da própria empresa. E sempre que ministrava uma oficina, acabava escrevendo o texto  a partir do trabalho dos alunos. Recentemente  dirigi uma peça curta, chamada Nosso Filho, adaptação de um conto do Alfredo Mesquita. Fazia parte do espetáculo  As Três Casas. Eram três textos curtos de autores diferentes, a partir de contos do Alfredo Mesquita. Cada adaptador dirigia seu texto. Os outros dois autores/diretores eram o Calixto de Inhamuns e o Paulo Faria.

Também fui assistente de direção do José Renato Pécora no espetáculo O Grande Grito, texto que escrevi sobre um período da vida do Mário de Andrade. O Décio Pinto, que era o assistente de direção e também estava no elenco, teve um problema cardíaco e teve que sair, temporariamente, do trabalho. Acabei ficando como assistente de direção. Foi uma honra e uma maravilha trabalhar com o Zé Renato porque ele sabia tudo de teatro. Me comportei direitinho, não dando palpites. Só sugeri que ele cortasse algumas coisas que, na encenação, me pareciam redundantes e ele me disse que nunca tinha visto autor pedir para cortar. Eu lhe disse que a decisão era dele e ele acabou aceitando a sugestão. Era um diretor que respeitava muito o autor. Este foi seu último trabalho como diretor.

Uma pessoa que foi também muito importante na minha vida foi o Fauzi Arap. Trabalhei com ele em várias peças e tudo o que escrevia mostrava para ele. Fauzi foi uma das pessoas que mais sabia de teatro, de Arte e do ser humano que eu conheci. Ele me faz uma falta enorme. Em nosso primeiro trabalho juntos, Uma Lição Longe Demais, texto do meu compadre Zeno Wilde e direção do Fauzi Arap, ganhamos muitos prêmios. Ganhei vários como atriz. Quando eu dirigia também pedia que o Fauzi fosse ver o ensaio, quando as coisas já estavam encaminhadas. Todos os palpites dele eram preciosos.

Outro parceiro com quem trabalhei e com quem converso muito é o Vladimir Capella. Ele me dirigiu em Ana Paz, texto da Lygia Bojunga. Ficou um espetáculo muito lindo que foi feito em muitos lugares e que provocou reações muito comoventes. Soube de pessoas que começaram a escrever depois que viram o espetáculo – porque ele é sobre o processo de criação de uma escritora.

Como atriz tenho feito alguns filmes, e conhecido pessoas encantadoras no meio do cinema: Ugo Giorgetti, Matias Mariani, Maíra Buhler, Ricardo Elias, Kity Féo, e tantas outras. Tive também a oportunidade de participar, como atriz, de um trabalho do Théâtre du Soleil em 2012, quando ele se apresentou no Brasil em São Paulo, no Rio e no Rio Grande do Sul, com o espetáculo Os Náufragos do Louca Esperança – foram alguns meses de convivência abençoada com esse maravilhoso  grupo de teatro francês. Eles vivem, diariamente, aquilo que o teatro tem de mais sagrado e mais bonito.

Um projeto que virou realidade

Recentemente recebi o Prêmio Luso-brasileiro de dramaturgia de 2013 pelo texto Luiz Gama ou o Diabo Coxo. É um texto que nasceu do acaso. Um dia fui  ao Museu Afro-brasileiro ver uma exposição muito bonita que fazia homenagem à grande atriz Ruth de Souza. Estava com meu marido e depois de vermos a exposição, resolvemos dar uma volta no museu, que já tinha um tempo que a gente não visitava e sempre tem coisa nova.

Exposto no museu estava um banner que reproduzia uma carta do Luiz Gama para o filho dele. Uma carta que era um testamento moral, escrita sob ameaça de morte. Eu não sabia nada sobre Luiz Gama – ele era só um nome de rua, nada mais. Li a carta e fiquei muito impressionada. Peguei meu celular e tirei uma foto. Veio o segurança e me disse que não podia fotografar. Pedi desculpas, pois no entusiasmo da leitura havia me esquecido. Quando cheguei  em casa reli a carta e fui pro Google saber quem era esse homem. Me apaixonei por sua história. Decidi que ela tinha que ser escrita, tinha que virar uma peça.

Candidatei-me ao Edital do PROAC, aqui em São Paulo, na categoria de dramaturgia inédita. Fui contemplada e escrevi. Tudo isso foi obra do acaso e provavelmente se eu não tivesse ido ao Museu ou entrado no edital esse texto não teria ido até o fim, porque foi muito difícil, muito trabalhoso. Luiz Gama foi uma figura gigantesca, extraordinária. Ele nasceu em 1830 e morreu em 1882. Negro, de mãe negra africana e pai branco, português, nasceu na Bahia, onde aconteceram diversos movimentos insurrecionais. A mãe envolvida provavelmente nesses movimentos, desapareceu quando ele tinha uns sete anos e ele ficou com o pai, que o vendeu como escravo – o que ele não era – para pagar dívidas de jogo, quando ele tinha dez anos.

Daí em diante é uma vida inacreditável a desse homem. Com esse passado ele se torna figura fundamental na nossa História da República, da Abolição, no jornalismo, em Direito… Foi um homem que deixou marcas profundas por onde passou.

Sou grata à Ruth de Souza por me ter levado ao Museu Afro-brasileiro e me apresentado a Luiz Gama. Esse homem é um vulcão que desperta paixões. Comprei uma enormidade de livros e fiquei mergulhada no trabalho, estudando bastante, depois escrevendo, jogando fora, escrevendo, jogando fora… nunca joguei tanto fora, foi muito trabalho. Fico feliz por ter ganhado o prêmio. Acredito que isto ajudará a captar recursos para montar o espetáculo.

Novos projetos

Agora, no território da escrita, estou com um novo projeto que é uma novela para jovens. É uma história que nasceu de outra que fiz para o programa Bambalalão. Mas quero contá-la, agora, a partir de um trabalho com jovens. Quero ouvir muito, saber dos seus sonhos, dos seus desejos…  Vou trabalhar com um grupo de adolescentes de uma ONG, na qual eu já fiz um trabalho chamado O Que É Meu, O Que É Seu, O Que É Nosso, que foi um trabalho lindo. Esse será o mais novo projeto de muitos que ainda virão. Espero.

E, como atriz, participarei do espetáculo A Última Sessão, texto e direção de Odilon Wagner, que tem um elenco maravilhoso: Laura Cardoso, Etty Fraser, Gésio Amadeu, Sônia Guedes, e outros grandes atores.

É uma sorte trabalharmos naquilo que gostamos, não é? O trabalho, para nós, é fonte de vida.

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Participação em Espetáculos para Crianças e Jovens

Como Atriz

2009 – A Sopa de Pedra, de Tatiana Belinky, direção Antônio de Andrade (Mostra Tatiana Belinky)
2009 – A Sopa de Pedra, de Tatiana Belinky, direção Antônio de Andrade
1998 – A Sopa de Pedra, de Tatiana Belinky, direção Antônio de Andrade
1996 – Ana Paz, de Lygia Bojunga, direção Vladimir Capella
1993 – Ato de Natal, texto e direção Naum Alves de Souza
1992 – Escola de Maridos, de Molière, tradução e direção José Rubens Siqueira
1991 – A Prevenção de Acidentes Começa na Infância, direção Francisco Medeiros
1985 – O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, direção Calixto de Inhamuns
1978 – O Unicórnio, texto e direção José Rubens Siqueira
1974 – Aleijadinho, Aqui e Agora, de Lafaiette Galvão, direção Antônio Pedro
1970 – Pop, Garota Legal, texto e direção de Ronaldo Ciambroni
1970 – Antonica da Silva, de Joaquim Manuel de Macedo, direção Roberto Vignati
1967 – Escola de Mulheres, de Molière, direção Isaias Almada
1967 – Arena Conta Tiradentes, de Boal e Guarnieri, direção Augusto Boal
1963 – O Noviço, de Martins Pena, direção Haydée Bittencourt
1962 – O Noviço, de Martins Pena, direção Haydée Bittencourt
1962 – O Telescópio, de Jorge Andrade, direção Haydée Bittencourt
1961 – Leonor Mendonça, de Gonçalves Dias, Teatro Universitário UFMG

Como Autor

2005 – Mané Pipoca, sobre prevenção de acidentes na infância, direção Flávia Pucci, CCSP
1992 – Pra Início de Conversa, texto sobre Molière, prólogo na montagem de Escola de Maridos pelo Teatro Pop. SESI
1989 – Viagem ao País dos Sonhos, estreou em São Paulo, direção Luzia Carmela
1988 – Mais que Nunca é Preciso Contar, direção da autora, montado em Botucatu, com crianças e adolescentes
1988 – Nem Tudo Está Azul no País Azul, direção F. E. Kokochit e Noemia Scaravelli
1983 – Tronodocrono, texto com parceria com José Rubens Siqueira. Estreou em São Paulo, direção Francisco Medeiros
1980 – Nem Tudo Está Azul no País Azul, direção Paulo Cardoso
1976 – Nem Tudo Está Azul no País Azul, direção Pedro Paulo Cava (Belo Horizonte)
1974 – Nem Tudo Está Azul no País Azul, direção Antônio Petrin (São Paulo)

Como Diretor

2010 – O Macaco Juiz, texto de Tatiana Belinky, produção do Grupo Luz e Ribalta
2008 – A Ver Estrelas, de João Albano
2006 – Beijo, Não!, de Tatiana Belinky, produção do Grupo Luz e Ribalta
2005 – O Poeta e o Vento, de Calixto de Inhamuns
2005 – Beijo, Não!, de Tatiana Belinky, produção do Grupo Luz e Ribalta
2000 – A Estrela da Manhã, de Calixto de Inhamuns
2000 – O Homem que Enganou a Morte no Reino da Mocidade, baseado em literatura de cordel
1991 – O Teatro das Maravilhas, de Miguel de Cervantes

Participação em Espetáculos Adultos

Como Atriz

2014 – A Última Sessão, texto e direção Odilon Wagner
2011 – Os Náufragos do Louca Esperança – Théâtre du Soleil, direção Ariane Mnouchkine
2004 – História de Todas as Coisas, de Nery Gomide, direção Antônio de Andrade
2001 – Passatempo, texto e direção Renata Mello e José Rubens Siqueira
1999 – Interrogações, texto e direção de Yoshi Oida
1996 – Frida, de Ricardo Halac, direção Fauzi Arap
1990 – Quaff, de Peter Schaffer, direção José Renato
1988 – Andaluz, texto e direção José Rubens Siqueira
1986 – Uma Lição Longe Demais, de Zeno Wilde, direção Fauzi Arap
1984 – Artaud, o Espírito do Teatro, de José Rubens Siqueira, direção Francisco Medeiros
1983 – As Desventuras de Benedito, de Calixto de Inhamuns, (mamulengo), direção Ednaldo Freire
1982 – Bella Ciao, de Luís Alberto de Abreu, direção Roberto Vignatti,
1978 – Bocas da Cidade, cinco peças curtas, de autores e diretores diferentes
1975 – Mockinpott, de Peter Weiss, direção Jairo de Andrade
1974 – O Evangelho Segundo Zebedeu, de César Vieira, direção Silney Siqueira
1967 – O Processo, de Kafka, adaptação André Gide e J. L. Barrault, direção Leo Lopes
1965 – Os Reencontros, de Arthur Adamov, direção Celso Nunes
1962 – Cena a Quatro, de Ionesco, tradução e direção Marco Antônio Menezes
1962 – Voz da Chuva, de Tennessee Williams, direção Ezequiel Neves

Como Autor

2012 – Luiz Gama ou o Diabo Coxo, texto inédito
2011 – Nosso Filho,  baseado em conto de Alfredo Mesquita, que fez parte do espetáculo As Três Casas, com duas outras peças também inspiradas em contos do mesmo autor, e escritas por outros dois dramaturgos: Calixto de Inhamuns e Paulo Faria. Dirigidas pelos autores.
2011 – O Grande Grito, estreou no Centro Cultural São Paulo, com direção de José Renato
1999 – A Intrusa, texto criado a partir de improvisações dos alunos do 2º ano do Curso de Interpretação da UNICAMP, inspirado no conto A Intrusa de Jorge L. Borges
1997 – Num Bar, pequena peça que faz parte de Boteco, texto composto por obras de diferentes autores, encenada pela Escola de Arte Dramática de São Paulo, com direção de Renata Melo.
1987 – O Xeique Branco, adaptação do roteiro homônimo de Federico Fellini, apresentado pelos alunos do Curso de Interpretação do Teatro Escola Macunaíma, com direção da autora.
1987 – O Brilho Inútil das Estrelas, escrita em parceria com José Rubens Siqueira e Maria Helena Grembecki, sob os auspícios da Fundação Vitae para Bolsas de Arte.
1987 – Mr. X no Mundo da SEMCO, peça escrita para ser apresentada por um grupo de gerentes da empresa Semco do Brasil S/A, em 1987, direção da autora

Como Diretor

2011 – Nosso Filho,  baseado em conto de Alfredo Mesquita
1999 – A Intrusa, de Gabriela Rabelo a partir do conto A Intrusa, de Jorge Luís Borges
1999 – Vila das Cascatas, escrito pelos alunos da Oficina da 3° idade do SESC Vila Mariana
1987 – O Xeique Branco, adaptação do roteiro homônimo de Federico Fellini

Livros Publicados

2007 – O Jovem Lê e Faz Teatro, 10 peças curtas para jovens, publicado pela Ed. Mercuryo Jovem
2001 – Ais, Enter, Inis, Omber, Uft, pela Quinteto Editorial
2001 – Nem Tudo Está Azul No País Azul, Ed. Mercuryo Jovem – Reeditado em 2004
1999 – Tronodocrono, pela Companhia das Letras. publicado em conjunto com Sherazade de autoria de José Rubens Siqueira
1995 – Tronodocrono, em parceria com José Rubens Siqueira, publicado pela revista Teatro da Juventude, n° 4, da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo
1989 – A Obra-Prima, Editora F.T.D., história para crianças, atualmente na 3ª edição
1989 – A Flor Maior, Editora F.T.D., história para crianças, atualmente na 2ª edição
1986 – Uma História pelo Avesso e Outras Histórias, Vol. I e II, Editora F.T.D., coletâneas de sete peças curtas em cada volume, atualmente na 9ª edição
1982 – Nem Tudo Está Azul no País Azul, em coletânea de diversos autores, Editora Zero Hora

Prêmios de Teatro

2013 – Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia por Luiz Gama ou o Diabo Coxo
2010 – Prêmio de Melhor Atriz pelo voto popular – Festival Art Deco de Curtas por  O Próximo
1999 – Troféu Mambembe de Melhor Atriz por Sopa de Pedra
1999 – Prêmio  APETESP de Melhor Atriz por Sopa de Pedra
1999 – Indicação de Melhor Atriz ao Prêmio COCA-COLA
1999 – Indicação de Melhor Atriz ao Prêmio APETESP por Uma Lição Longe Demais
1986 – Prêmio Molière de Melhor Atriz por Uma Lição Longe Demais
1986 – Indicação de Melhor Atriz ao Trof´weu mambembe por Uma Lição Longe Demais
1983 – Troféu Mambembe, Prêmio de Melhor Texto Infantil por Tronodocrono
1983 – Prêmio INACEN de os cinco melhores espetáculos infantis por Tronodocrono
1983 – Prêmio APETESP de Melhor Texto Infantil por Tronodocrono
1983 – Prêmio APCA de Melhor Texto Infantil por Tronodocrono
1983 – Prêmio de Melhor Atriz APCA por Bella Ciao
1967 – Melhor Atriz do Festival Cinema Jornal do Brasil/Mesbla, do Rio de Janeiro, por Ocorrência n° 642/67

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Gabriela Coelho Rabelo Amadeu obteve em 2002, o título de Doutora em Artes Cênicas  pela ECA/USP, com a defesa pública da tese intitulada Mário de Andrade e o Valor do Passado; em 1994 foi aprovada em primeiro lugar no Concurso Público de Provas e Títulos para Admissão de Docentes na área de Artes Cênicas – Encenação e Interpretação, do Departamento de Música e Artes Cênicas pertencente ao Centro de Ciências Humanas  e Artes da Universidade Federal de Uberlândia; trabalhou alguns anos para a Editora Três como tradutora e para a Editora Abril Cultural como redatora final; também trabalhou como professora, monitora e coordenadora em diversas oficinas de interpretação, direção, dramaturgia. Escreveu para o programa Bambalalão (de 1984 a 1987) da TV Cultura e participou de inúmeras novelas, filmes e series como atriz, preparadora de elencos, autora e diretora.

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Depoimento dado à Antonio Carlos Bernardes, no dia 10 de Setembro de 2013.