Programa do espetáculo que reestreou em São Paulo, SP, em 2009

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Ligia Bojunga

Gabriela Rabelo

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Núcleo Zirkus
Cooperativa Paulista de Teatro
apresenta

ANA PAZ

Nome, para o palco, do livro de Lygia Bojunga

Fazendo Ana Paz

que recebeu os seguintes prêmios:

Jabuti, 1993;
White Ravens, Biblioteca Internacional da Juventude – Munique, 1993;
Altamente Recomendável para o Jovem – FNLIJ,1992

Com Gabriela Rabelo
Direção: Vladimir Capella

(Interior)

Todos Somos Muitas Ana Paz

Fazendo Ana Paz não é apenas a história de Ana Paz, mas é a história da construção do personagem Ana Paz, ou seja, é um texto que fala da luta de uma escritora para construir o seu personagem. É a história de uma escritura. Sem deixar de ser a história de Ana Paz.

Lygia Bojunga já afirmara que o Teatro fora um componente forte em sua formação (em livro, um encontro com Lygia Bojunga). Foi após ter decidido não levar ao palco as narrativas dos episódios ligados ao seu desejo de escrever que sentiu a “necessidade de falar mais dramaticamente do ato de escrever” levando-a a “levantar uma personagem chamada Ana Paz”.

A história de Ana Paz só se esclarece a parti do contato que a autora vai tendo com o personagem por ela criado, ou, invertendo os termos, a escritora é criada pelo personagem que demanda existência.

O dilaceramento da escritora para construir suas personagens, sendo que é este processo que dá o rumo de seus enredos, lembra a descrição que Stanislavski faz ao relatar a experiência de um ator em formação: deveria escolher um traje que lhe sugerisse uma imagem atraente. O jovem ator relata ter escolhido um fraque velho e seus acessório, quando “algo” põe-se a agir dentro dele, e que não era ele. Como Ana Paz. que procura a escritora e a escritora que procura Ana Paz. O ator relata dias angustiantes, dias de “estado de divisão interior”. Quando decidiu não se apresentar e começou a passar o creme para tirar a maquiagem, as cores se esfumaram. O jovem ator conta: … “quase como se estivesse delirando, pus-me a tremer, meu coração batia. É ele, ele, exclamei…” Encontrou seu personagem, o crítico catador de defeitos que morava nele, e pôde encarnar a personagem que também era ele.

Lygia Bojunga conta a história destes vários personagens que existem em todos nós, adultos ou crianças. Não teme a angústia que o contato com nossa história pode trazer. Nem todas suas histórias são alegres, pois não acredita na criança inocente, sem fantasias, sem destrutividade. Ajuda a todos nós, crianças e adultos, a enfrentarmos nossos múltiplos tempos e fantasmas.

                                       Míriam Chnaidermn, Psicanalista, ensaísta, Dra, em Artes Cênicas, ECA-USP

A Autora

Lygia Bojunga é uma dos maiores nomes da moderna literatura brasileira. Ela foi a primeira escritora latino-americana a receber, pelo conjunto de seus livros. Em 1982, o prêmio Hans Chrstian Andersen, considerado o Nobel do gênero infanto-juvenil, Pela primeira vez esse prêmio era dado a um escritor da Europa ou Estados Unidos. No Brasil, todos os seus livros foram premiados, algumas vezes com todas as láureas do ano (Jaboti, FNLIJ, etc. ). Já recebeu também o prêmio Molière e Mambembe de teatro, por sua peça O pintor. Seus livros já foram traduzidos em mais de vinte idiomas. Em 2004, recebeu o prêmio Alma – Astrid Lindgren Memorial Award ( pelo conjunto de sua obra ) – o maior prêmio internacional jamais instituído em prol da literatura para crianças e jovens, criado pelo governo da Suécia.

Vladimir Capella fala de Ana Paz

Certa vez um amigo me disse: “Preciso ta apresentar uma pessoa.” Colocou um livro nas minhas mãos:

“Tem tudo a ver com você. “ E saiu apressado, tava de viagem marcada: “Você vai adorar!”

O ano era 1981. O amigo, Marcos Frota. E o Livro era Angélica, de Lygia Bojunga Nunes.

Mal ele podia supor que a partir daquele momento aquela “pessoa” entraria na minha vida de uma maneira tão definitiva, tão assim como coisa-que-a-gente-precisa, afluente que engrossa as águas de um rio: feito uma bússola que vira-e-mexe se consulta pra saber pra onde ir.

Desde então li todos os livros, todas as histórias, todas as frases, palavra por palavra, tudo que Lygia Bujunga Nunes pensou e, generosamente, escreveu.

Li e reli várias vezes. E ainda releio quando me entristeço, quando tento entender o mundo, quando procuro autenticidade, quando preciso de cúmplice.

E apresento-a sempre (necessidade que virou hábito) para cada novo amigo que faço. Ora com A casa da madrinha, ora com Corda bamba, outras vezes com O sofá estampado, meio conforme me da na telha.

Bom… ai, num belo dia, aliás, belíssimo dia, a Gabi (Gabriela Rabelo, excelente atriz e companheira) me convidou para dirigi-la num espetáculo solo baseado no livro Fazendo Ana Paz, de Lygia Bojunga.

Foi o tipo de convite que não precisou de resposta; encontro que já tava marcado mesmo sem eu saber; coisa que tava marcado mesmo sem eu saber; coisa que tava esperando sem pressa o momento certo pra acontecer.

Ficou chamando Ana Paz, virou teatro e me deu a chance – que eu chamei de bênção…- de poder espalhar a palavra de Lygia Bojunga pra uma quantidade enorme de corações. Feito uma luz!

Era uma vez Ana Paz

Um dia há tempos – , em Santo André, na Escola Municipal de Iniciação Artística, Lygia Bojunga de apresentou com o espetáculo Ana Paz. Numa pequena sala, o público se ajeitou pelo chão e algumas cadeiras. Vladimir Capella e eu estávamos lá.

Já na primeira cena fomos transportados para o mundo da Ana Paz. E depois… um clima de absoluta suspensão e magia. No final, estávamos todos em estado de graça.

O tempo passou. Um dia me veio à lembrança a emoção daquele espetáculo e perguntei pro Vladimir se ele topava encarar a aventura Ana Paz. Ele topou. Lygia Bojunga autorizou a partida. E nós fomos e estamos indo estrada afora.

Já fizemos o espetáculo em inúmeros espaços: num altar de um igreja católica, num presídio, numa sala de de uma casa de família, em palcos  convencionais de teatro, salas de escolas…

Ana  Paz só exige “quatro paredes brancas, uns poucos amigos ligados por uma harmonia de amizade e um doce silêncio onmde soe a voz do poeta”, como diz Garcia Lorca da poesia.

Espero sempre servir bem ao belo texto de Lygia Bojunga e corresponder à direção sensível e primorosa de Vladimir Capella; que nosso espetáculo possa propiciar os encantamentos que a boa obra de arte provoca.

Gabriela Rabelo

Elenco

Interpretado por: Gabriela Rabelo

Ficha Técnica

Autor: Lygia Bojunga
Direção: Vladimir Capela
Iluminação: Davi de Brito
Trilha Sonora: Vladimir Capella
Gravação da Trilha: Raul Teixeira
Operador de Luz: Vitória Angela
Operador de som: Ricardo Corrêa
Fotos: João Caldas
Gravação de Vídeo: ZYB Video
Produção: Núcleo Zirkus, Cooperativa Paulista de Teatro

Contato para espetáculos:
Gabriela Rabello: (011) 3825.0470 / 9653.4375/
E-mail: garabelo@gmail.com

Paulo de Almeida: (011)2276.4501 / 9646.2485
e-mail: paulodealmeida@yahoo.com.br

Apoio Institucional

(Logos) Oficinas Culturais, PROAC, Governo de São Paulo, Piolin, Luna di Capri, Planeta’s

Projeto realizado com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura Programa de Ação Cultural – 2009.