Primeiras Lembranças
Tenho duas lembranças que se alternam em minha memória, a primeira foi Pluft, o Fantasminha. Quando remontamos aquela mega produção, Pluft, o Musical, com direção do Antônio Pedro, no Teatro João Caetano, eu comentei com a Maria Clara que fui assistir a primeira versão em 1955 e tinha uns cinco anos. Ela me perguntou o que mais me marcou e respondi que foi a inversão do fantasma ter medo de gente e, principalmente, o exército do tio Gerúndio, quando eles caíam do teto. Era a mágica do teatro.
Curiosamente, voltei a fazer a última montagem de Pluft, o Fantasminha com direção da Cacá Mourthé e com a Claudia Abreu e Louíse Cardoso no elenco.
A segunda lembrança que eu tenho e esta me pegou mais pela musicalidade foi quando meus pais me levaram para ver Suíte Quebra Nozes, no Municipal. Ali eu entendi que Deus era artista.
Esses dois espetáculos foram o pilar de fundação, não só da magia, mas da importância que eles têm na transformação na vida das pessoas. O que eu não sabia é que juntaria as duas coisas no futuro.
Surge o Caíque
Eu tenho três irmãs e a Mônica que é a mais velha não conseguia falar Carlos Henrique, que é o meu nome de batismo. Acabou juntando a primeira silaba do primeiro nome e a última do segundo. Virou Caíque e nunca mais consegui me desvencilhar desse nome. Assim, eu já comecei profissionalmente como Caíque.
Do Clássico à MPB
Fui criado ouvindo Schubert, Mozart. Diariamente, só ouvia música clássica. Digamos que eu não tinha muito critério sobre o que eu estava ouvindo, mas entrava aquela avalanche de harmonias na minha cabeça, tanto que eu não sei nome da maioria das músicas clássicas. Meu pai vinha de uma família húngara, muito formal, e era Cavaleiro da Ordem de Malta. Morava na Vieira Souto e a família tinha um esquema fabuloso. Quando cheguei aos dezessete ou dezoito anos, pegou a questão ideológica. Foi nesse período que fui assistir Roda Viva e comecei a ver e me interessar por teatro.
Eu já tocava violão, mas não sabia o que eu queria, não tinha a menor ideia, era um carioca típico. Fiz faculdade de sociologia por questões familiares. Mas sempre no caminho da ideologia, do pensamento social. Quando meu pai morreu, eu tinha dezessete anos, tranquei a matrícula e comecei então a fazer o curso de Musicoterapia. Descobri um folheto anunciando um Curso de Musicoterapia, e achei que as duas coisas que me interessavam, a música que eu gostava, tocava e cantava com amigos, e a terapia por que eu certamente precisava seria o caminho.
No final dos anos sessenta, o planeta estava se modificando. A juventude vinha com novos conceitos e novas alternativas. Ouviam-se Beatles, Rolling Stones; a gente já tinha o Tom, Caetano, Chico Buarque. Começava a revolução do tropicalismo, e aquilo tudo estava me acertando diretamente. Eu estava na idade perfeita em que as informações entram e você quer fazer alguma coisa, mesmo que ainda não saiba o que é.
Foi no curso de musicoterapia, em 1972, que meu anjo da guarda me colocou na mão de uma mulher chamada Cecília Conde. Foi ela que fez a entrevista comigo de admissão e me falou que eu tinha o perfil para o curso. Então eu entrei no Conservatório Brasileiro de Música.
O Primeiro Espetáculo
Estava no segundo ano do curso, em 1973, quando a Cecília me chamou e disse que tinha chegado um amigo argentino (veja a matéria). Ele vinha exilado do Chile e já tinha passado pela Bolívia, mas com o golpe dos militares, ele veio pra cá. Disse: “Ele se chamava Ilo Krugli é um grande artista plástico e bonequeiro. Ele quer montar uma peça e seria interessante você ter uma experiência de música e teatro. Você nunca fez isso”.
Como eu não estava fazendo nada além do curso aceitei. A reunião foi no próprio Conservatório. Tinha uma roda no chão e lá estavam Ilo Krugli, Beto Coimbra, Alice Reis e Bebel – que depois foi para Portugal e nunca mais a vi. Foi assim que começou História de Lenços e Ventos: um convite para o Festival de Curitiba, cinco pessoas e tudo foi realizado em duas semanas, do texto aos bonecos, do cenário às músicas. Lembro que o Ilo perguntou se nós queríamos fazer uma história que ele já tinha – A História de Um Barquinho, ou começar alguma coisa nova.
Ninguém ali tinha feito teatro, e resolvemos fazer começar do zero. Eu e Beto fizemos as músicas. Em duas semanas estava pronta e é o mesmo espetáculo até hoje: mesmo texto, mesma música, mesmo cenário. Colocamos tudo num carro Variante que eu tinha e fomos para Curitiba. Fizemos o espetáculo e pediram que a gente repetisse de noite. Logo após a segunda apresentação, pediram que fizéssemos mais duas apresentações no dia seguinte. A imprensa deu boa divulgação.
Voltamos para o Rio e nos apresentamos no Museu de Arte Moderna. A Sala Corpo e Som estavam sendo inaugurados e ficamos seis meses em cartaz, lotando todos os dias. Tivemos uma excelente crítica do Yan Michalski, aconselhando as companhias de teatro adulto a se espelharem naquele exemplo para fazerem seus espetáculos. Ana Maria Machado era nossa grande aliada nas discussões dos caminhos do teatro para jovens.
Como o menos duro da turma era eu, acabei produzindo o espetáculo. Eu devia ter o equivalente a mil reais hoje. Coloquei minha guitarra, meu amplificador, meu violão, minha flauta, e compramos uns barbantes, uma escada e foi o que se gastou na montagem.
No mesmo período, à noite no MAM, iam apresentar um espetáculo chamado Avatar, direção do Grisolli, cenários do Ripper, músicas da Cecília Conde e com Isabel Ribeiro no elenco. Era uma tremenda peça. A Cecília me perguntou se eu não queria tocar, porque faltava alguém na percussão e foi então que eu continuei descobrindo o mundo.
Recebendo pelo Trabalho
No final do primeiro mês me trouxeram um cheque polpudo. Foi uma temporada de casas lotadas com seiscentas pessoas por dia e éramos cinco pessoas no elenco. Olhei para o cheque e disse: “e ainda me pagam para fazer isso”. Foi paixão para todo o sempre.
Depois veio o segundo espetáculos do Ilo, Da Metade do Caminho ao País do Último Círculo, e as pessoas começaram a me ver compor e tocar. Não tinha muita gente que fazia música em teatro, que se dedicava a isso. A verdade é que a Cecília era a grande compositora da época e fazia as peças do Teatro Ipanema, do Rubens Correia, do Ivan, do Wilker. Ela era a referência e foi quem me ensinou. Eu digo isso até hoje e ela fica nervosa quando eu falo: “que sou sua criatura”. Tenho uma admiração e uma amizade imensa por ela.
E então fiz o terceiro espetáculo do Ilo, que era um adulto, Pequenas Histórias de Lorca. Daí em diante foi um roldão que não acabou mais. Outra grande coincidência da história, é que nos anos 70, por volta de 76/ 77, a grande moda da época foram os grupos de análise. Eu tinha as minhas “aranhas no sótão” e fiz parte de um grupo de análise, onde estava Maria Pompeu e Lúcia Coelho. A Lúcia ainda não tinha feito teatro profissionalmente e era professora do Bennett. Lá ela tinha um grupo de alunos há anos e fazia trabalhos incríveis. Era uma mega profissional de teatro sem saber disso e formou uma geração brilhante de atores e atrizes que estão aí. Nós fizemos uma amizade imensa neste grupo e saímos para criar o “Navegando”. Quanto a Maria Pompeu, ela também fazia muito teatro infantil em escolas, com muita música, poesia e eu cheguei a acompanhá-la.
Trabalhei também com Fernando Lébeis, Lourenço Baeta e David Tygel. Fizemos A Nau Catarineta, que era espetáculo adulto dirigido pela Cecilia. Um auto popular que a gente apresentava em qualquer lugar. Bom, isso aconteceu nos anos setenta e para você ver a dimensão de tudo isso, acabei caindo no teatro ideológico. Montamos um grupo de resistência. Fazíamos teatro político. Deste grupo participavam Gilda Guilhon, Daniel Dantas, Julita Sampaio entre outros. Apresentávamos espetáculos nas favelas. Demos curso de teatro político na Rocinha. Fomos para Bonsucesso, fizemos manifestações pela anistia, contra a tortura, contra a ditadura na Cinelândia. E tudo começou a rodar em torno da questão da música no teatro.
Experiências como Ator
Nesta época eu ainda tinha a tolice de achar que poderia também ser ator. Hoje eu sei com muita clareza a dimensão do canastrão que eu sou.
O primeiro espetáculo que eu fiz foi Tá na Hora, Tá na Hora de Lúcia Coelho, depois fiz As Bacantes, do Zeca Ligiero. Eu tocava em cena e falava uns textos. Mas a experiência mais séria foi Ralé de Gorki, dirigido pelo Marcos Fayad, em 77/78. Na época o país estava pegando fogo e a gente fazia debates com os estudantes. Eu fazia Vássia, um personagem complicadíssimo, que é o marginal da história. Eu sempre fui grande e tive barba, o que ajudava na composição do personagem. Fiz ideologicamente, mas eu sabia que não era bom. As pessoas me davam um apoio carinhoso e até tive uma crítica favorável que eu ponho sob suspeita, pois foi escrita por uma amiga. Quando eu fiz essa peça, sem ter o violão na mão e que eu vi a dimensão do trabalho e que eu não sabia o que fazer com esse monte de dedos. Mesmo assim fiz cinco ou seis meses e depois parei com essa história de ator. Só voltei recentemente para fazer uma participação num Festival em Cabo Verde, mas isso é outra história, foi puro divertimento.
Navegando
O mais importante de tudo isso pra mim, foi ter começado para o teatro infantil. Não sei se as pessoas têm a dimensão dessa diferença, talvez seja meio sutil. Quando se faz teatro pra criança se tem uma liberdade emocional completamente diferente. Teu compromisso é com a tua liberdade, e não só com teu pensamento. Para fazer um bom teatro pra criança, você deve ter uma honestidade vital muito clara, porque, a crítica, o comportamento da criança, aquilo que você está falando você não esta utilizando a tua linguagem do dia a dia, do teu corriqueiro, da tua formulação mental do universo adulto. Você tem que recodificar aquela tua emoção, aquela tua fala que você usa na batalha do dia a dia, nas batalhas sociais e artísticas, pra entrar num outro universo que você também conhece bem, mas que passou há um tempo atrás. Isso te dá alguma dimensão e eu acho que te enriquece. Dá mais liberdade pro futuro, pra vida, pra trabalhar com seriedade pra crianças. Isso me abriu a porta para as demais coisas.
O primeiro trabalho no Navegando foi o Tá na Hora, Tá na Hora que foi uma criação coletiva. A Lúcia construiu o texto através de nossas improvisações. Eu fazia o Bamboline. Outro dia eu estava comentando pra Lucia que a gente devia remontar o espetáculo com o elenco original, assim como fez o Hombu com o Fala Palhaço, na comemoração de seus trinta anos e que foi uma emoção boa. Ouvir minhas músicas, os arranjos de trinta anos atrás, me emocionou demais.
Depois do Tá na Hora, eu escrevi uma série de textos em parceria com a Lúcia: Duvi-de-ó-dó, Passa Passa Tempo e Cara ou Coroa. Essa trilogia de espetáculos deu bastante certa e recebemos até um prêmio Mambembe para melhor texto. Entre nós, chamávamos a dupla de “Dr. Botelho”, Botkay e Coelho. Aí começaram as solicitações, bastante trabalho, e acabamos passando a bola para a Marília, irmã da Lúcia, e que até hoje continua escrevendo. Desnecessário dizer que ela é muito melhor que nós dois juntos.
Anos 80
Começa então a demanda para espetáculos adultos. Como te disse quase não tinha ninguém na área de música e isso me dava muito trabalho.
Mais no início dos anos 80 tive um encontro com a Bia Lessa, que, aliás, já tinha participado do Navegando como atriz em Cara ou Coroa e do grupo de resistência à ditadura, e fizemos o espetáculo A Tragédia Brasileira com texto de Sergio Sant’Ana. Era um espetáculo que tinha seu humor, mas era bem pesado, mais adulto que jovem. Depois veio O Pintor que era para crianças pensantes. A Bia, não tinha essa fronteira de teatro pra criança ou pra gente grande e foi com esse espetáculo que ela ganhou o prêmio Mambembe. Também fui indicado este ano.
Foi de uma grande coragem Bia fazer esse espetáculo, pois a peça tratava de pais separados, abandono e suicídio. Foi um belíssimo espetáculo, apresentado no SESC Tijuca.
Depois teve um período que trabalhei com o Antônio Pedro e foi muito rico. Começou com Cabaré S.A., um musical em que trabalharam Grande Otelo e Ângela Leal. Era uma super-revista que estreou no Teatro Rival. Acho que ficaram uns oito meses em temporada. Em paralelo, eu estava fazendo com o Buza Ferraz os espetáculos Cabaré Valentin, Mistério Bufo, Poleiro dos Anjos e Beijo no Asfalto.
Eu sempre trabalhei com diretores, pelo qual eu me apaixonava pelos trabalhos. A gente virava uma equipe muito sólida. Eu não ia lá pra fazer apenas as músicas, ia pros ensaios pra somar com aquele grupo de pessoas que estava no espetáculo. Ninguém era mais ou menos importante. Ninguém ganhava mais ou menos dinheiro e desde a primeira leitura estávamos juntos. Ensaiávamos cinco ou seis meses, o tempo que era preciso. Eu confesso que eu tenho uma grande saudade e é o que eu sinto falta nos espetáculos de hoje.
É por isso que hoje eu tenho uma ligação especial com o Grupo de Campos dos Goitacazes, que tem esse processo de trabalho. Eu faço música lá pro grupo do Sisneiro e a gente passa cinco, seis meses trabalhando até o espetáculo ficar pronto.
Pluft, o Musical
Um dia, Antonio Pedro trouxe a novidade. A montagem ia ser grandiosa: Lucélia Santos, Claudia Gimenez, Pedro Paulo Rangel, Candido Damm, Intrépida Troupe, uma constelação.
Estreamos no João Caetano, e foi uma superprodução. Fiz quatro músicas das doze músicas apresentadas. Tinha também música do Jonh Neschling, do Francis Hime, do Erasmo Carlos, do Pepeu Gomes, da Baby Consuelo. Foi um supermusical mesmo.
Estreou muito bem, lotando por semanas. Tinha até cambista no Teatro João Caetano. Isso era uma raridade em espetáculo infantil. Lucélia estava deslumbrante de Pluft, e tínhamos recursos tecnológicos incríveis. Foi bem produzido.
Logo depois da estreia, Bia Lessa e eu fomos convidados para levar uma de nossas peças para o Festival de Cadiz, Espanha. Estava sem grana pra viajar e fui até a SBAT pra ver se tinha algum pra receber. Como eu estava na folha do Pluft, me adiantaram bem, fui pra Espanha, e depois do Festival de Cádiz, fui para o Festival de Outono de Madri. Fiquei lá duas ou três semanas. Voltei todo contente e fui à SBAT acertar minhas contas, quando descobri que devia mil dólares. Teve uma briga na produção e acabaram com o Pluft.
Mesmo assim, foi uma grande montagem e foi meu primeiro mergulho no universo da Maria Clara. Neste período fiquei muito ligado ao Yan Michalski e depois que ele terminou sua fase de crítico teatral, ele me chamou pra trabalhar na CAL, com o Gustavo Ariani e o Eric Nielsen.
Aliás, fui eu quem colocou o Gustavo pra trabalhar em teatro, no Pedro Malasartes, texto de Maria Helena Künher e direção do Eric Nielsen.
Volto a Trabalhar com Lúcia Coelho
Mas como o mundo dá viravoltas, em 1989, Lúcia me chama para fazer Copélia, uma adaptação da Marília Monteiro a partir do balé. Era uma ousadia montar uma história que tinha muitos elementos de um universo soturno. Não era um espetáculo pra cima, mas a Lucia sempre foi muito corajosa neste sentido. Os diretores são sempre muito corajosos, quando eles abordam um universo, que nem sempre é óbvio para a ótica das crianças, mas que discutem temas como a morte, o abandono, a perda, a sexualidade. Acho que as crianças merecem ser tratadas como iguais só que com outra dimensão de pensamentos. A emoção deve ser igualzinha, só que a linguagem tem que ser outra.
Copélia foi uma ousadia e um espetáculo bem realizado, que me deu um prêmio Coca-Cola. Depois comecei a trabalhar como jurado e quase não fiz mais músicas para infantis, mas eu nunca abandonei o teatro para crianças.
Outro espetáculo que também me marcou foi O Conquistador, dirigido por André Monteiro. Também era um espetáculo difícil e foi um dos mais bonitos em que trabalhei baseado em Paul Klee. Não lembro quem eram os jurados da época, nem os críticos, mas acho que ninguém entendeu direito a proposta. Para mim era um espetáculo muito feliz, tanto plasticamente quanto de ideia, quanto de conceito. Tenho muita saudade da música desse espetáculo. Assim como tenho saudades de alguns grandes músicos e amigos que me acompanhavam de perto, belos parceiros como Alexandre Negreiros e Mario Ferraro, este em Londres atualmente.
Sem Razão para se Realizar certas Montagens
A vida é assim. Com o tempo – já tenho trinta e quatro anos de teatro e fazendo uma média de quatro ou cinco peças por ano – você vai guardando flashs, afetos e imagens dos espetáculos. Você não se lembra de tudo, mas você guarda determinadas coisas em determinadas épocas que elas aconteceram.
Determinados espetáculos são muito importantes. Tem-se muita clareza dos motivos por que foram feitos. Outros simplesmente passam. Isso é algo que questiono muito, desde que comecei a ser jurado. Desde o prêmio Coca-Cola, até hoje quando sou do Shell entrando no quinto ano. Vejo espetáculos que eu me pergunto por quê? O que estão fazendo, será que eles não chamaram pessoas pra conversar? Será que não tem mais essa ideia de se discutir o que está sendo feito antes de fazer. Porque a gente vê coisas lamentáveis. Que tem energia, tem disposição, tem dinheiro envolvido – muitas vezes dinheiro público envolvido naquilo e eu me pergunto: pra quê? Pra quem?
Acho que se deveria fazer um grupo itinerante para debater com os grupos da cidade, da baixada e do interior – eu tenho o maior carinho e participo inclusive de vários festivais – para debater com os grupos, a dramaturgia, qual o conceito da montagem, o que se pensa, etc. digo interior, mas acho que não faria nada mal essa discussão com muita gente da capital. As montagens de teatro nunca foram tão ruins no Rio de Janeiro, como ultimamente.
A Mulher que Matou os Peixes
Trabalhar com a Lúcia é uma coisa cíclica. Em 1994, ela me Chamou para fazer A Mulher que Matou os Peixes, um espetáculo que teve uma repercussão extraordinária. Zezé Polessa era prata da casa e nesta época já tinha uma projeção pelas coisas que ela já estava fazendo televisão. Agora o grande prazer que eu tive neste espetáculo foi ver o João Dantas e o Bernardo Botkay, revezando na personagem, filho da Zezé.
Os dois tinham a mesma idade, mais ou menos onze anos. Para mim era uma emoção ver aqueles meninos adoráveis começando uma trajetória. Meu filho mais velho foi para o lado da música e da literatura e o meu menor está fazendo a CAL.
Muitos Espetáculos, Muitos Diretores
Acabei circulando por todos os grupos e de vez em quando tenho recaídas e volto a trabalhar com esses grupos. Depois de ficar quase uns dez anos sem trabalhar com o Ilo Krugli, estou na terceira peça seguida. Estou fazendo as músicas para A Pena e a Lei. Mesmo depois de vinte anos sem fazer músicas juntos, eu e o Ronaldo Mota, que é do Hombu, fizemos uma parceria para uma música do espetáculo do Ilo. E com o aniversário de trinta anos do Hombu, voltamos a conversar sobre futuras parcerias. Também com o Beto Coimbra, já estamos voltando a falar em compor. Ele só me chama de parceirinho. Na verdade não há rompimentos, os trabalhos são como ondas, vêm, vão, e voltam.
Cada novo diretor que eu vou trabalhar é para mim, um aprendizado. Tenho sempre um respeito profundo. Fiz em janeiro cinquenta e sete anos e mesmo quando volto a trabalhar com ícones como Ítalo Rossi, Jaqueline Laurence, Sérgio Brito, eu me ajoelho e penso: “essas pessoas sabem tudo e eu sou ainda um aprendiz” – e não falo isso da boca pra fora não.
Eu tenho uma história com Ítalo, que vale a pena citar. Quando estávamos montando Bodas de Fígaro, de Mozart, eu já tinha, certo status como diretor musical. Teve uma cena que discordei do encaminhamento dado pelo Ítalo. Eu achava que era para um lado e o Ítalo achando que era para o outro. Começamos a discutir na boca de cena e como o ítalo viu que estava empacado, falou: “vamos para outra cena, amanhã a gente volta essa”. Eu queria resolver a questão no momento, mas acabei concordando com o ítalo. No dia seguinte, quando a gente retomou o ensaio, e vimos as duas e falamos, ficou claro o que era melhor para o espetáculo. Nem lembro qual cena estava correta, certamente a dele, não lembro. Conclusão: temos que estar abertos para aprender com essa gente. Ouvir e ler muito. Saber que essas pessoas têm uma trajetória, e eles já passaram por tudo que você ainda vai passar.
Por outro lado eu também adoro trabalhar com jovens, que você nunca ouviu falar. É uma mudança de linguagem. Agora é muito importante que o texto me interesse e que eu conheça o esquema do grupo. Acho que eu nunca fiz um espetáculo que me “maculasse”. Nunca fiz concessão em algum espetáculo que eu não gostasse. É claro que eu podia me dar ao luxo de fazer isso, pois eu trabalhava na UERJ. Estou sempre fazendo coisas paralelas, para poder me preservar e ter essa autonomia em relação ao teatro, que é minha profissão, mas é o meu hobbie, eterno. E vou ser franco. Acredito que de todos os prêmios que ganhei, é certo que foram todos os espetáculos não empresariais. Espetáculo de pesquisa de linguagem.
Um dos espetáculos mais bonitos que eu fiz foi O Castelo das Sete Torres, infantil do Luiz Mendonça, com Elke Maravilha, Zezé Mota e várias apresentações do coral infantil do Teatro Municipal, do qual eu era diretor cênico, até uma ópera no Municipal fizemos.
A Experiência de Ser Jurado
A coisa boa é que você não analisa só a música. Isso já dá um alívio. Você não está ali de algoz, de julgador da música. Minha frase mais importante é: “Eu não sou um músico que faz teatro, eu sou um homem de teatro que faz música”. Eu gosto muito de me definir assim, tanto que eu não faço shows, lanço CDs. Não tenho projetos nessas áreas e nem pretendo ter. Minha casa é o teatro.
Então você tem que analisar o todo. Você não tem essa pecha de ser “o especialista”. É claro que no quesito música, as pessoas me ouvem, pois eu tenho uma experiência maior nessa área. Mas eu tenho uma intimidade muito grande em todas as áreas. O interessante de ser júri é que você conhece todo o painel de espetáculos. Dá para analisar o que está se pensando na cidade sobre a arte cênica.
O que acontece nos palcos é o retrato de sua cidade. Você vê a moda, a dança, junta literatura, música, artes plásticas. Teatro é arte de todas as artes e tudo está ali, naquela caixa e ao vivo. Você não regrava, não repinta, não tem truque. Está tudo ali.
Trocando as Aulas pela Composição
Dei aulas na CAL durante um tempo. Depois no TUERJ, no Teatro da UERJ, onde fiquei quase quatro anos com Antonio Pedro e mais um bando de talentos. A sensação de dar aula é muito boa, porque eu não sou uma pessoa de música e sim de musicalidades Acho que é assim que eu posso me intitular. Eu trabalho muito mais com jogos musicais, com conceitos de músicas do que com graves, escalas, tons, semitons. Essa teoria nem me interessa.
Tem muita troca, mas é desgastante dar aulas, além de dar um trabalho danado. Mas é muito bom também, quando se está na lua certa. Eu sou movido por períodos, por ciclos, já faz anos que não dou aulas. Na verdade, eu há pouco tempo eu dei uma master class na Universidade de Uberlândia. Passei doze horas seguidas, com turmas de música e teatro. Fiz questão que juntassem as turmas para ter uma experiência em conjunto. O resultado foi ótimo. Foi um dia estafante, mas feliz da vida. Mas no momento eu não tenho vontade de dar um curso de dois anos, como cheguei a fazer na CAL e na UERJ. Estou num momento de compor e estou gostando muito.
Agora se você me perguntar quando é que uma trilha é boa num espetáculo, posso dizer que tem duas respostas. Já me aconteceu, até mais de uma vez, que a música por uma soma de fatores vira um grande atrativo do espetáculo e tem boas críticas, mas o espetáculo não é elogiado e isso causa um mal estar muito grande. Claro que você fica feliz que tua música foi boa, e tem o reconhecimento todo. Mas a música não casou com o espetáculo e isso não adiantou muita coisa. O espetáculo foi para o espaço e é chato até na relação com o grupo. O pessoal foi mal criticado enquanto a música foi bem criticada. Gera um mal estar, e não tem muita solução.
Mas quando as pessoas vão e gostam do todo, eu fico muito, muito feliz, pois a música se somou ao espetáculo.
Outro aprendizado na vida é saber lidar com as críticas. Todo mundo fala mal da crítica, mas adora quando ela fala bem do espetáculo, da gente. Tem um paradoxo aí, que a gente tem que parar analisar, desenvolver e crescer. Tem que discutir até porque são pessoas que tem experiência no ramo. Não são pessoas que caíram de paraquedas, embora haja exceções.
A Emoção de Ver um Trabalho se Desenvolver
Em O Conquistador tinha uma palavra chave que era plenitude. Lembro-me dessa palavra quando o personagem se apaixonava. É esse o sentimento – plenitude. É por isso que o teatro é eterno e nenhuma arte pode substituí-lo. A gente sabe também que é transitório. Teatro é igualzinho a vida da gente, sabe que vai morrer logo adiante. E que a gente vai fazer outra coisa, diferente daquela que a gente fez. Que vai estar incorporado na gente, para seguir adiante e não cometer os mesmos erros. A gente comete outros e depois lá adiante, outros ainda. Você voltará a ter uma ligação com uma pessoa interessante que passou há dez anos por você e por acaso cruzam novamente os seus caminho ou então nunca mais vão se ver.
Eu acredito que a gente vai incorporando essas experiências de vida dentro do teatro. Para se ter mais critério ao fazer um trabalho adiante, menos ego envolvido, porque chega um ponto que você já cresceu um pouco e não precisa tanto dessa coisa chamada reconhecimento embora seja bom e todo mundo goste.
Uma opção
Fazer teatro adulto me fascina, talvez pelo lado social e intelectual. Mas nada é mais emocional e emocionante do que um espetáculo para crianças.
Quando você vê as crianças entrarem com suas mães, quando ouve aquele barulho na plateia e depois quando você ouve o silêncio, eu fico tocado.
Bergman quando fez o filme A Flauta Mágica começa com um plano de crianças olhando para o teatro. Aquilo é o ideal pra nossa vida. Ver as crianças de olhos arregalados, vendo o cenário da plateia e saber que aquilo vai mexer sempre com elas. Nunca mais serão as mesmas. Como nós também não somos os mesmos depois de cada espetáculo que a gente faz. Com o que a gente vê todo poder é o teatro.
1997 – Boca a Boca, Teatro do Planetário
1984 – O Limpador de Chaminés, (Ópera), Teatro Municipal
1974 – História de Lenços e Ventos, direção Ilo Krugli, MAM/RJ
1975 – Da Metade do Caminhos ao País do Último Círculo, direção Ilo Krugli
1976 – Estória de Lenços e Ventos, direção: Ilo Krugli
1978 – Tá na Hora, Tá na Hora, direção Lúcia Coelho
1979 – As Tranças de Ibaê, direção Luiz Ernesto Embassahy
1979 – O Castelo das 7 Torres, direção Luiz Mendonça, Teatro Gláucio Gill
1979 – Duvi-de-o-dó, direção Lúcia Coelho, estreia Teatro Amazonas, reestreia em janeiro Teatro Villa-Lobos
1979 – Fala Palhaço, direção Grupo Hombu, Teatro Villa-Lobos
1980 – Passa Passa Tempo, direção de Lúcia Coelho
1981 – Ensaio nº 1 – A Tragédia Brasileira, direção Bia Lessa, Teatro SESC Tijuca
1981 – História de Lenços e Ventos, direção Ilo Krugli
1982 – Cara ou Coroa, direção Lúcia Coelho, Teatro Cacilda Becker
1983 – A Incrível Viagem, direção Júlio Braga, Teatro Villa-Lobos
1983 – A História do Capitão Boloteiro que Queria Casar com a Rosinha Chorona, mas Seu Pai não Deixava, direção José Mário Tamas, Teatro de Bolso Aurimar Rocha
1984 – Tá na Hora, Tá na Hora, direção Fábio Pilar , Teatro Villa-Lobos
1984 – Dito e Feito, direção Lúcia Coelho, Teatro Villa-Lobos
1984 – Ensaio nº 1 – A Tragédia Brasileira, direção Bia Lessa, Teatro Delfin
1984 – O Limpador de Chaminés, (Ópera) direção:Caíque Botkay, Teatro Municipal
1985 – Ensaio nº 2 – O Pintor, direção Bia Lessa, Teatro SESC Tijuca
1985 – Os Monstrengos do Rei, direção Lúcia Coelho, Teatro Villa-Lobos
1985 – O Gato Pardo de Patrícia e Leonardo, direção Lúcia Coelho, Teatro Cândido Mendes
1986 – Ideias e Repetições – Um Musical de Gestos, direção Bia Lessa, Teatro Villa-Lobos
1986 – O Rei Mago, direção Lúcia Coelho, Teatro Gláucio Gill
1986 – História de Lenços e Ventos, direção Maria Luísa Prates, Teatro Isa Prates
1987 – Pluft, O Musical, direção Antonio Pedro, Teatro João Caetano
1987 – Fada Menina, direção Lúcia Coelho, Teatro Casa Grande
1987 – Sete Quedas – A Lenda e o Sonho, direção Lúcia Coelho, Centro Cultural Banco do Brasil
1988 – O Menino Mágico, direção José Roberto Mendes, Teatro Villa-Lobos
1989 – Cecília, direção Alice Koënow, Teatro da Galeria
1989 – Copélia, direção Lúcia Coelho, Espaço Versátil, Shopping Fashion Mall
1990 – Cinderela, direção Eduardo Martini, Teatro Clara Nunes
1990 – Fala Palhaço, direção Grupo Hombu, Teatro Cacilda Becker
1991 – As Cinco Pontas de uma Estrela, direção Grupo Hombu, Casa de Cultura Laura Alvim
1991 – História de Lenços e Ventos (Catálogo), direção Ilo Krugli
1991 – História de Lenços e Ventos, direção Ilo Krugli
1993 – História de Lenços e Ventos, direção Ilo Krugli
1993 – Tartufo, direção Carmen Leonora, Museu da República
1993 – O Conquistador, direção André Monteiro, Teatro Villa-Lobos
1994 – A Mulher que Matou os Peixes, direção Lúcia Coelho, Centro Cultural Banco do Brasil
1994 – História de Lenços e Ventos, direção Ilo Krugli
1994 – Tá na Hora, Tá na Hora, direção Lúcia Coelho, Teatro Vannucci
1994 – Viravez, o Cortês, direção Henri Pagnoncelli, Teatro Gláucio Gill
1995 – Cinderela, direção Eduardo Martini, Teatro Clara Nunes
1995 – Petruska, direção Carlos Augusto Nazareth, Teatro Delfin
1996 – Conversinha Mineira, direção Candido Damm, Teatro Museu da República
1996 – Coisas do Gato da Velha, direção Daniel Lobo, Teatro Leblon
1996 – História de Lenços e Ventos, direção Ilo Krugli, Teatro da Cidade – BH
1997 – Boca a Boca, direção Caíque Botkay, Teatro do Planetário, reestreia em 1998, no Teatro SESC Tijuca
1998 – A Águia e A Galinha, direção Lúcia Coelho, caminhãozinho Centro Cultural Gama Filho
2000 – Jovem Drummond, direção André Monteiro, Teatro do Planetário
2001 – Isto não É, direção Alice Koënow, Centro Cultural Laurinda Santos Lobo
2002 – Carinhas de Mão, direção Alice Koënow, 2ª Mostra SESC CBTIJ de Teatro para Crianças
2003 – O Menino Maluquinho, direção Felipe Camargo, Teatro Vannucci
2003 – Pluft, O Fantasminha, direção de Cacá Mourthé, Teatro O Tablado
2003 – Aprendiz de Feiticeiro, direção Lionel Fischer, Teatro Planetário
2004 – Tistu, o Menino do Dedo Verde, direção Kiko Mascarenhas, Teatro dos Quatro
2004 – História de Lenços e Ventos, direção: Ilo Krugli, Teatro Ventoforte
2004 – História de Lenços e Ventos – 30 Anos, direção Ilo Krugli
2006 – Os Cigarras e os Formigas, direção Bernardo Jablonski e Fabiana Valor, T. Nelson Rodrigues e T. Clara Nunes
2011 – Antes que o Galo Cante (15 Anos de Os Ciclomáticos), direção Carla Meirelles
2012 – Macunaíma, Uma História de Amor, direção de Lúcia Coelho, Teatro do Jockey
2012 – Histórias que o Eco Canta, direção Ilo Krugli, Teatro do Jóckey
1974 – Pequenas Histórias de Lorca, direção Ilo Krugli, (músicas em parceira com Beto Coimbra)
1974 – Avatar, direção Paulo Afonso Grisolli, (músicas de Cecília Conde)
1976 – A Rainha Morta, direção Luiz Carlos Ripper (em parceria com Cecília Conde), Teatro Gláucio Gill
1976 – A Nau Catarineta, direção Paulo Afonso Grisolli, (Com Cecília Conde), Teatro Cacilda Becker
1978 – Ralé, direção Marcos Fayad, Teatro Cacilda Becker
1978 – Do Pau Brasil ao Nescafé, direção José Luis Ligiéro Coelho, Teatro Cacilda Becker
1979 – Troupe Caíque, Cité Cornil, Marseille e Teatro Raniére, Paris
1979 – Mistério Buffo, direção Buza Ferraz, (em parceria com Beto Coimbra), Teatro Glauce Rocha
1980 – Cabaré Valentin, direção Buza Ferraz, Teatro Candido Mendes
1981 – Poleiro dos Anjos, direção Buza Ferraz, (letras com Buza Ferraz), Teatro Cândido Mendes
1981 – Cabaré S.A., direção Antonio Pedro, Teatro Rival
1982 – O Bravo Soldado Schweik, direção Antonio Pedro, Teatro Cândido Mendes
1982 – Réquiem para uma Negra, direção, Luiz Carlos Maciel, Teatro Cândido Mendes
1983 – La Conquista, direção Alejandro Buenaventura, Teatro Experimental Cacilda Becker
1983 – Com a Boca (Em Alto Mar), direção Henri Pagnoncelli, Teatro Cândido Mendes
1984 – Saudades do Villa-Lobos, direção Caíque Botkay, Teatro Villa-Lobos
1984 – O Beijo no Asfalto, direção Buza Ferraz, Teatro Gláucio Gill
1984 – As Três Moças do Sabonete, direção Milton Gonçalves, Teatro Delfin
1985 – A Mãe, direção João das Neves, Teatro de Arena
1986 – Viva Lorca, (Balé) de Lourdes Bastos e Rubens Correa, Teatro Nelson Rodrigues
1986 – D. Rosita, a Solteira, direção Ary Coslov, Teatro Dulcina
1990 – Jardim das Cerejeiras, Direção de Paulo Mamede, Teatro do Quatro
1990 – Yerma, Direção de Clovis Levi, Teatro Cacilda Becker
1991 – O Vampiro, Direção Lúcia Coelho, Teatro Ipanema
1991 – O Palco Aberto (cenas de diversos autores), direção Gillray Coutinho e Marcos Vogel, Teatro Gláucio Gill
1992 – Corações Desesperados, direção Jorge Fernando, Teatro de Arena
1992 – Odeio Hamlet, direção José Wilker
1993 – Um Sábado em 30, direção Luiz Mendonça, Teatro Dulcina
1993 – Companheiros, direção Luiz Fernando Lobo, Teatro Glauce Rocha
1993 – O Ururau, direção Caíque Botkay, Casa de Cultura de Vila Maia, Campos
1993 – Mephisto, Teatro dos Quatro
1995 – Fumanchu, o Estrangulador de P…, Criação Coletiva TUERJ, Teatro de Concha da UERJ
1995 – Impressões Transitórias, direção Maria Helena Lopes, Teatro Delfin
1995 – Vira & Virgínia – Momentos de Amor, direção Ítalo Rossi, Teatro dos Quatro
1996 – Macbeth, Direção Coletiva TUERJ, Teatro Nelson Rodrigues
1996 – Boca a Boca, Direção Caíque Botkay, estreia Manaus; Teatro Museu do Telephone Rio
1997 – Macbeth, Direção TUERJ, Teatro João Caetano
1999 – Adorável Hamlet, direção Dinho Valladares, Teatro Glaucio Gill
1999 – Os Companheiros, direção Luís Fernando Lobo, Teatro Glauce Rocha
2000 – Ai Ai Brasil, direção Sergio Britto, Teatro UniverCidade
2002 – Coração Inquieto – Memórias de Santo Agostinho, direção Sérgio Modena, Espaço Cultural Sérgio Porto
2003 – Memórias da Lua Cheia, dir. Paulo Marcos de Carvalho, T. Procópio Ferreira – Campos; Teatro Gláucio Gill
2003 – Bodas de Fígaro, direção Ítalo Rossi, Centro Cultural Banco do Brasil
2003 – Vida Dupla, direção Cadú Fávero, Teatro Cândido Mendes
2004 – Ricardo III, direção Antonio Pedro, CETE, Teatro João Caetano
2004 – Bodas de Sangue, direção Ilo Krugli, (com Wanderley Martins), Teatro Ventoforte e SESC Belém
2004 – Victor Hugo, Onde está Você?, direção Ilo Krugli, (em parceria com Evandro Palma, Wanderley Martins e Gustavo Holanda), Teatro Ventoforte
2005 – Mãos (Show), direção Caíque Botkay, Teatro do SESI
2005 – José, e Agora?, direção Leonardo Brício, Teatro Casa da Gávea
2005 – Auto de Ururau, direção Sisneiros, (música em parceira com Sisneiros), Teatro Gláucio Gill
2007 – Virgolino Ferreira e Maria de Déa – Auto de Angicos, direção Haddad, Espaço SESC
2008 – A Pena e a Lei, direção de Ilo Krugli (em parceria com Ronaldo Motta), Teatro Ventoforte
2008 – Alzira Power, direção Gustavo Paso, Casa da Gávea
2008 – Plural, direção Giselle Tápias, Espaço SESC
2009 – Santa Maria do Circo, direção de Ivo Fernandes, Centro Cultural Banco do Brasil
2009 – Decameron, direção Otávio Müller, Teatro das Artes
2009 – Memórias de um Rato, direção César Augusto, Teatro da CAL
2010 – Bodas de Sangue, direção de Amir Haddad, Teatro Tom Jobim
2011 – Gimba, o Presidente dos Valentes, direção Caíque Botkay e Silvio Guidane, Teatro SESC Ginástico
2011 – Cabaré Lebrão, direção Paulo Reis, Teatro Municipal Café Pequeno
2011 – Sobre Mentira e Segredos (15 Anos de Os Ciclomáticos), direção Ribamar Riobeiro
2012 – Pandemos! O Começo ou o Fim, roteiro e direção de Caíque Botkay, em parceira com Marcelo de alvarenga e Maria Gândara, Teatro Municipal Café Pequeno
1979 – Molière RJ, pelo conjunto da obra
1979 – Mambembe RJ, melhor produção pelo Navegando
1980 – Mambembe RJ, pela música e direção musical de Cabaré Valentin
1981 – Mambembe RJ, com Lúcia Coelho, pelo texto de Passa Passa Tempo
1981 – Mambembe RJ, pela direção musical de Poleiro dos Anjos e Cabaré S.A.
1984 – Mambembe RJ, melhor Grupo pelo Navegando
1989 – Coca-Cola RJ, pela música de Copélia
1996 – Prêmio Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, pelo livro Histórias de Mágicos e Meninos
2000 – Shell RJ, pela direção musical de Ai Ai Brasil
2004 – Shell SP, em parceria com Wanderley Martins e João Poletto por Bodas de Sangue
2005 – Shell RJ, em parceira com Sisneiros por Auto de Ururau
2007 – Prêmio Puri, do Festival Nacional de Resende, pelas músicas de Auto do Ururau
Indicações
1976 – Golfinho de Ouro, pelas músicas de Zona do Agrião
1978 – Molière, pelas músicas de Do Pau-Brasil ao Nescafé
1979 – Mambembe, com Beto Coimbra, pelas Músicas de As Tranças de Ibaê
1985 – Mambembe, pela música de Ensaio nº 2 – O Pintor
1991 – Coca-Cola RJ, em parceria com Bia Bedran e Beto Coimbra por As Cinco Pontas de Estrela
1994 – Coca-Cola RJ, pelas músicas de A Mulher que Matou os Peixes
1996 – Shell RJ, pela direção de Boca a Boca
2000 – Prêmio Governador do Estado do Rio de Janeiro, na Categoria Especial pela direção musical de Ai Ai Brasil
1976 – Feminino Plural, direção Vera Figueiredo
1980 – Os Anos JK, direção Silvio Tendler
2002 – O Menino que Sonhou o Brasil, Direção Silvio Tendler
2005 – Glauber Rocha, Labirintos do Brasil, de Silvio Tendler
2007 – Entrevista com Milton Santos, Silvio Tendler
1996 – Histórias de Mágicos e Meninos, Editora 34
2002 – Achados, Editora Nova Fronteira
Também fez direção cênica de canto-coral. Compôs trilhas sonoras para balés, programas de TV. Foi professor e participou em diversos momentos de cargos públicos nos governos federal, estadual e municipal.
Depoimento dado à Antonio Carlos Bernardes, na residência do artista, em 22 de janeiro de 2008. Fotos e material impresso: Acervo Caíque Botkay e CEDC/FUNARTE