José Roberto Mendes. Foto: Paulo Rodrigues

A primeira vez

Não vi teatro para criança quando era pequeno. A primeira vez que fui ao teatro já era adolescente. Alem disso, na região onde morava, pela Tijuca quase não existiam teatros. Teatro infantil, acho que só tinha O Tablado e as peças da Maria Clara Machado.
Eu fui criado em Vila Isabel e meus pais não tinham tradição teatral e hábito de ir ao teatro. Meu pai era arquiteto e minha mãe dona de casa. Estudei primeiro numa escola pública, o Benedito Ottoni e depois no Colégio Pedro II, onde fiz o ginásio e o científico.

Mas a primeira vez que vi uma peça de teatro,fui com alguns amigos. Devia ter uns 16 anos. Foi com um grupo de teatro amador, numa teatrinho de uma escola em Vila Isabel. Não lembro o nome do espetáculo, mas sei que era um texto muito conhecido na época. Lembro que fiquei muito impressionado. Depois fui ver sozinho o Grupo Oficina, no Teatro João Caetano, que apresentava Na Selva da Cidade, onde a Ítala Nandi ficava pelada. Depois fui ver Galileu Galilei, também com o Grupo Oficina, onde o Claudio Correa e Castro fazia o Galileu e também fiquei muito impressionado. Mas acho que o que virou minha cabeça e me fez ir para a escola de teatro foi Diário de um Louco, com o Rubens Correa, no Teatro Ipanema.

Assim mesmo fazendo arquitetura, um pouco influenciado pelo meu pai, resolvi prestar o vestibular para a Escola de Teatro, a FEFIERG, hoje UNIRIO. Mas, fui me dedicando muito mais a Escola de Teatro. Cheguei mesmo a terminar o curso de arquitetura, mas não peguei CREA.

Assim, desde o primeiro ano da Escola de Teatro, que era no Flamengo, onde depois virou a UNE (União Nacional de Estudantes), comecei a fazer testes para espetáculos profissionais. Fazia tudo quanto era teste, e quando passava, ia ganhando um dinheirinho.

Trabalhando como profissional

O primeiro espetáculo profissional que fiz foi Flicts, em 1972, com o Aderbal Jr. (agora Freire-Filho). Lembro que a Yara Amaral e a Lea Garcia também faziam. Entrei na segunda temporada no Teatro Santa Rosa Rosa, em Ipanema, substituindo um ator. Depois ainda fizemos uma temporada na Tijuca.

O Aderbal tempos depois ainda me chamou para fazer uma substituição em Apareceu a Margarida, com a Beth Erthal, com a qual me casei e tenho um filho. E com esse espetáculo viajamos muito pelo sul do Brasil. Foi uma ótima viagem pelas capitais do sul.

Em 1973, resolvi me aventurar como autor e escrevi Peteleco-Eco, uma história de dois garotos, o Peteleco e o Eco, que entram num teatro pela primeira vez, e ficam totalmente envolvidos por uma peça que acontece naquele momento.

Pedimos uma verba para o SNT – Serviço Nacional do Teatro e nos apresentamos no Teatro Glauce Rocha. Faziam parte do elenco, o Perfeito Fortuna, Nina de Pádua, Beth Erthal, Toninho Gonçalves e Alby Ramos e eu dirigia. A peça fez sucesso e tivemos críticas boas, pois era original e contava como era o teatro por dentro. Foi com essa peça que comecei a me destacar no meio do teatro para crianças.

Em seguida, em 1974, fiz outro infantil, como ator Gran Circo Gonzaga, que o Rodrigo Farias Lima produziu.

Também foi mais ou menos por essa época, em 1974, que eu e o Perfeito, estávamos no segundo ano da Escola de Teatro, resolvemos fazer o teste para um super musical do Chico Buarque de Holanda, chamado Calabar ou o Elogio da Traição. Chegamos à porta do teatro e tinha uma fila descomunal de atores para fazerem também o teste. Esperamos horas, mas fizemos o teste com o Fernando Peixoto, que gostou muito das minhas improvisações. Acabamos passando.

Este espetáculo foi um marco. Ensaiamos por mais de dois meses e fizemos ensaios gerais por uma semana, enquanto esperávamos a resposta do Departamento de Censura, onde estava sendo negociada a liberação com cortes. A produção era do Fernando Torres e do Chico e o elenco era de uns 25 a 30 atores.

Nessa semana de ensaios gerais, enquanto aguardávamos a resposta da censura, a produção mandava levar os amigos e assim o Teatro João Caetano lotava. E no final a peça foi proibida. Apesar da frustração muito grande, foi um marco para todos nós.

Em 1976, fizemos Ambrósio, o Boneco, no Teatro Cacilda Becker. Foi neste espetáculo que o Aurélio de Simoni, começou a fazer teatro. Ele levava a mulher, que era atriz do espetáculo e eu o ensinei a operar a luz. Depois chamei o Aurélio para operar numa segunda temporada no SESC Tijuca.

Depois veio O Mago das Cores, espetáculo que ficou de dois a três anos em cartaz. Também uma produção do Rodrigo Farias Lima e direção dos franceses Serge Ruest e Pato. Começamos no Gláucio Gill e depois nos apresentamos em todos os teatros do Rio, inclusive do circuito SESC.

Em seguida veio A Revolução dos Patos, também produção do Rodrigo Farias Lima, que eu dirigi. Lembro que nessa época, eu estava com quatro espetáculos em cartaz, atuando no Mago e tendo dirigido os outros. Este texto eu consegui com Walter Quaglia, um autor paulista, que não se destacou muito, mas era um texto muito interessante, baseado em O Patinho Feio. E chamamos para fazer o patinho feio o Grande Otelo. Também participavam a Ruth de Souza, Beth Erthal, Alby Ramos entre outros. Este foi o primeiro infantil montado no Teatro dos Quatro.

O Rodrigo não parava de produzir e em seguida, em 1979, veio a A Estória do Boi Tungão, de Alexandre Marques, que estreamos no Teatro Casa Grande. O texto era baseado na história do Bumba me Boi.

Hoje não temos a visibilidade que tínhamos naquela época para o teatro infantil. Os pais levavam as crianças ao teatro e sempre tínhamos o teatro lotado e quando tínhamos alguém do elenco muito conhecido, aí o sucesso era garantido.

O Rodrigo e a Elvira Rocha se uniram e para realizar super produção e me chamaram para dirigir, No País dos Prequetés, texto de Anamaria Machado, para o João Caetano, um teatro com dois mil lugares. Tínhamos uma orquestra no fosso do teatro. Chamamos a Sonia Braga, que fazia Dancing Days, uma novela que tinha altos índices de popularidade. Além da Sonia, o elenco era ótimo: Lígia Diniz – irmã da Leia, Sérgio Fonta, José Prata – filho do Grande Otelo,
Fernando Wellington, Cacá Silveira, José Luis Rodi e Fátima Rezende O espetáculo foi um sucesso estrondoso. Fizemos também uma temporada no Villa-Lobos.

Várias vezes Flicts

Como já disse, entrei substituindo na segunda temporada de Flicts, dirigido por Aderbal. Mas em além dessa participação como ator, fiz mais três montagens como diretor. A primeira foi em 1977, com o elenco qwue já havia feito antes: Perfeito, Beth Erthal, Alby… Foi com o texto do Aderbal e nos apresentamos no Museu de Arte Moderna, Glaucio Gill, no SESC Tijuca e depois viajamos muito. A segunda vez, acho que em 1978, o Ziraldo me chamou para montar a peça com a filha dele Fabrícia e a galera dela, da qual fazia parte a Andréa Beltrão, que foi a primeira peça que ela fez na vida. Era uma montagem semi profissional, mas que chegou a viajar e fez muitas apresentações. Em 1980, A Elvira e o Rodrigo resolveram produzir de novo o espetáculo, mas agora com o lançamento de um disco do MPB-4 e Sérgio Ricardo, com as músicas do espetáculo. Estreamos no Teatro Princesa Isabel e também fez muito sucesso. No elenco Carla Camuratti, que até então era secretária do Rodrigo. Ela acabou fazendo o teste e entrou para o elenco, sendo seu primeiro trabalho em teatro.

Adaptando Arnaldo Niskier e Raquel de Queiroz

José Roberto Mendes, 1985

Em 1985, na efervescência da constituinte brasileira, o Arnaldo Niskier, escreveu um livro para criança falando sobre o tema e chamou o Rodrigo para saber da possibilidade de transformar em teatro seu livro. Eu fiz a adaptação e fiz a supervisão na direção que era do Rodrigo.Os personagens eram bichos baseados em políticos conhecidos da época. Estreamos no Teatro Vannucci e fizemos muitas apresentações em escolas públicas. O Arnaldo tinha esse contato e alugamos um ônibus e íamos nos apresentando. Foi um espetáculo que deu muito certo, pois era muito atual para a época.

O Arnaldo gostou tanto dessa experiência que continuou a escrever livros infantis. Em 1987, montamos outro livro, O Saruê Astronauta, que também fiz a adaptação. Estreamos no Teatro Tereza Raquel e a seguir, em 1988, O Boto e o Raio do Sol, com adaptação de Ana Maria Nunes, estreamos no Teatro da Cidade.

Acabei ficando amigo do Arnaldo e ele me apresenta a Raquel de Queiroz. A Raquel me mostra um de seus livros e pergunta se daria uma adaptação para teatro. Chamava O Menino Mágico. Fiz a adaptação e a direção e a produção foi do Arnaldo Niskier. Estreamos no Teatro Villa Lobos e depois fomos para o João Caetano. Era também uma super produção, tinha várias mágicas, truques e precisava de teatros com urdimento, tinha uma cama que voava.

Ainda do Arnaldo, dirigi em 1988, O Boto e o Raio do Sol, com adaptação da Anamaria Dias, que estreamos no Teatro da Cidade e em 1989, O Dia que o Mico-Leão Chorou, adaptação de Ilclemar Nunes, que estreamos no Teatro Benjamim Constant. Neste último, o Grande Otelo fazia o Mico Leão Dourado. O espetáculo era bem ecológico e falava sobre a extinção do mico leão.

Ida para a Televisão

Eu fui para a TV Educativa, gravar um especial com o espetáculo O Mágica das Cores. Logo em seguida, no início do anos 80 me chamaram para fazer um programa infantil. Chama “Catavento” e era só com bonecos criados pelo Manoel Kubachulk e esposa e manipulados por eles e Jorge Crespo. Era bastante ousado, com três horas e meia de duração diária e uma produção enlouquecida. O Paulo Dionisio era o diretor geral e eu dirigia alguns quadros, inclusive um jornal bem irreverente para crianças, que eu apresentava, chamado “Jornaleco”. O programa era gravado em quadruplex. Chegávamos as 9 da manhã e saíamos as 10 da noite. Fez tanto sucesso, que acabou. Aliás era uma praxe da TV Educativa. Bastava fazer sucesso, que acabavam com o programa.

Hoje não se vê mais produções para crianças. Tudo é enlatado e só nas TVs a cabo.

Teatro adulto

A maior parte dos espetáculos que participei foi para crianças, mas também me aventurei no teatro adulto. Em 1974, depois que Calabar foi proibido, o Fernando Peixoto, pegou quase todo o elenco e montou uma peça do Joaquim Manoel de Macedo, chamada A Torre em Concurso. Ele escolheu este texto justamente para não ter problemas com a censura.

Ainda com o Fernando Peixoto, logo depois de A Torre em Concurso, em 1976, participei de um espetáculo, produzido pela Maria Pompeu, do Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, Arena conta Zumbi, que estreamos no Teatro Tereza Rachel e depois viajamos muito.

Em 1978, dirigi Você se Lembra Daquele Vizinho que ficou de Cueca na Sala de Jantar?, uma comédia de um autor de Macaé chamado Ricardo Meireles. Estreamos no SESC Tijuca. E no ano seguinte dirigi Canteiro de Obra, de Pedro Porfírio, no Teatro Gláucio Rocha.

Ainda no teatro adulto, como ator fiz em 1980, um texto do Ziraldo, com direção de Paulo Araújo chamado Esse Banheiro é Pequeno demais para nós Dois. Ainda no elenco Stenio Garcia, Vanda Lacerda, Telma Reston, Martin Francisco entre outros. Estreou no Teatro Princesa Isabel, mas também viajamos muito, inclusive para Brasília, onde nos apresentamos no Teatro Dulcina de Moraes, onde a conheci.

Em 1982 atuei em Parto da Búfalo, de Monah Delacy, com direção Roberto Frota, produção do Geraldo Matheus e tinha como companheiros de elenco José Mayer, Ângela Vieira, Nádia Nardine e Alice Viveiros de Castro. Estreamos no Teatro Gláucio. Gill.

Depois, em 2001, o Paulo Reis me chamou para ajudar na montagem de Sonhos de uma Noite de Verão, e mais recentemente, em 2011, Shakesparke, com texto de Shakespeare, e realizada no Parque Lage. Era uma produção da Prefeitura, com entrada grátis.

Do Teatro para a Televisão

Cartaz (22,5 x 33 cm) do espetáculo Canteiro de Obra, que estreou no Teatro Gláucio Rocha, em 10.05.1979

Depois que fiz meu primeiro trabalho na televisão, pouco a pouco, fui me inserindo nesta nova função. Mas não deixava o teatro de lado. Adaptei inúmeras peças de teatro para criança para a TV. Pegava as peças que estavam em cartaz, transformava para a televisão, ensaiava no teatro como se tivessem as câmeras e depois ia para o estúdio. Cada semana fazíamos uma peça diferente.

E por falar nisso, acabo de me lembrar de uma coisa me marcou muito minha infância, que foi o Teatrinho Troll, na TV Tupi, que eu via sempre, aos domingos, na casa do meu avô. A diferença era que eles pegavam o texto e faziam para a TV, e eu adaptava de espetáculos que estavam em cartaz.

Depois ainda dirigi o programa do Daniel Azulay, o da Bia Bedran, Canta Conto, Plim-Plin, com o Alvaro Peçanha e outros. Como você vê, fui parando com o teatro, mas nunca abandonei as crianças.

Sem luz no fim do túnel

Um dia, encontrei por acaso com o Orlando Miranda, e ele me disse que o negócio agora é voltar para o teatro amador. Podia até ser em tom jocoso, mas para alguém que tem a experiência que tem, brincar com isso, é por que as coisas não estão fáceis não.

A Lei Rouanet que devia ser uma lei para ajudar o teatro ficou voltado para as grandes companhias e sob o domínio dos diretores de marketing. Ou você tem um conhecido dentro da companhia ou não consegue nada. Ou ter um captador que só se interessa por grandes cifras, para grandes espetáculos. Antigamente as pessoas perdiam apartamentos fazendo teatro. Agora, quem tem a Lei Rouanet, compra apartamentos.

Produtor que investe do seu bolso, não existe mais. Produtores como o Rodrigo, a Elvira Rocha, e alguns outros não existem mais. Agora só se produz quem tem o dinheiro da captação. Além disso, está muito caro, fazer teatro, não existe mais expectativa de retorno financeiro e isso desanima. Então o que resta, são os grande musicais, com atores famosos, que o público quer ver, como se tivesse vendo televisão. São quase inexistentes espetáculos sem patrocínio que conseguem se pagar ou ao menos zerar suas contas.

E nem vamos falar dos problemas do Estado e da Prefeitura, e ainda a questão da segurança. Tá difícil.

Agora, projetos a gente sempre tem. Mas acho que no momento é melhor escrever um livro.



1972 – Flicts – Era uma Vez uma Cor, direção Aderbal Jr., Teatro Tereza Raquel, Teatro Santa Rosa
1974 – Gran Circo Gonzagade Paulo Afonso Gregório, direção Vera Rizer, Teatro Armando Gonzaga,  Teatro Artur Azevedo, Circo Godspell, Teatro Opinião
1978 – O Mago das Cores, direção Serge Ruest e Pato, Teatro Gláucio Gill

 

1981 – Peteleco-Eco, direção Sérgio Dionísio, Teatro da Praia
1985 – A Constituinte da Nova Floresta, de Arnaldo Niskier, direção Rodrigo Farias Lima, Teatro Vannucci
1987 – O Saruê Astronauta, de Arnaldo Niskier, (também direção), Teatro Tereza Raquel
1988 – O Menino Mágico, de Raquel de Queiroz, (também direção), Teatro Villa Lobos

1975 – Peteleco-Eco, de José Roberto Mendes, Teatro Nacional de Comédia
1976 – Ambrósio, o Boneco, de José Luiz Rodi, Teatro Cacilda Becker, Teatro SESC Tijuca
1977 – Flicts, de Ziraldo, adaptação Aderbal Jr., Teatro Museu de Arte Moderna, SESC Tijuca
1978 – A Revolução dos Patos, de Walter Quaglia, Teatro dos Quatro
1979 – A Estória do Boi Tungão, de Alexandre Marques,Teatro Casa Grande
1979 – No País dos Prequetés, Teatro João Caetano
1980 – Flicts, de Ziraldo, adaptação Aderbal Jr., Teatro Princesa Isabel, Teatro Gláucio Gill e SESC Tijuca
1981 – Peteleco-Eco, de José Roberto Mendes, Teatro da Praia
1987 – Natal Azul ou Encarnado, de José Roberto Mendes, Teatro Nelson Rodrigues
1987 – O Saruê Astronauta, de Arnaldo Niskier, adaptação José Roberto Mendes, Teatro Tereza Raquel
1988 – O Menino Mágico, de Raquel de Queiroz, adaptação José Roberto Mendes, Teatro Villa Lobos
1988 – O Boto e o Raio do Sol, de Arnaldo Niskier, adaptação Ana Maria Nunes, Teatro da Cidade
1989 – O Dia que o Mico-Leão Chorou, de Arnaldo Niskier, Teatro Benjamim Constant
2001 – Sonho de uma Noite de Verão, de Willian Shakespeare, direção Paulo Reis (em parceria), Teatro Ziembinski
2011 – Shakesparque, textos de Willian Shakespeare, direção Paulo Reis (em parceria), Parque de Laje

1979 – O Castelo das 7 Torres, direção Luiz Mendonça, Teatro Gláucio Gill

1972 – Apareceu a Margarida, de Roberto Atahayde, direção Aderbal Jr. (em viagens)
1974 – Calabar ou o Elogio a Traição, de Chico Buarque de Holanda, direção Fernando Peixoto (espetáculo censurado, não estreou)
1974 – A Torre em Concurso, de Joaquim Manoel de Macedo, direção Fernando Peixoto, Teatro Gláucio Gill
1976 – Arena conta Zumbi, de Augusto Boal e Jean Francisco Guarniéri, direção Fernando Peixoto, Teatro Tereza Rachel
1980 – Esse Banheiro é Pequeno demais para nós Dois, de Ziraldo, direção Paulo Araujo, Teatro Princesa Isabel
1982 – Parto da Búfalo, de Monah Delacy, direção Roberto Frota, Teatro Gláucio Gill

1978 – Você se Lembra Daquele Vizinho que ficou de Cueca na Sala de Jantar?, de Ricardo Meireles, SESC Tijuca
1979 – Canteiro de Obra, de Pedro Porfírio, Teatro Gláucio Rocha
1979 – O Homem em Pó, de Carlos Eduardo Novaes e João Carlos Rodrigues, Teatro Opinião

Depoimento dado à Antonio Carlos Bernardes, em 07 de julho de 2017.