Programa do espetáculo que estreou no Teatro Benjamim Constant, em 1989


(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

Consultor Produções apresenta

O DIA EM QUE O MICO-LEÃO CHOROU

Um livro de Arnaldo Niskier
Bloch Editores

Com Grande Otelo

Hela di Castro
Adriana Cunha
Edson Cabral
Fabiano D’Valle
Ivaney Marttins
Paulo Lontra
Marco Ortiz

Adaptação Teatral: Ilcemar Nunes
Assistente de Direção: Zeka Bittencourt
Cenário e Figurinos: Mirella Nocera
Coreografia: Roberto Guarabyra
Direção Musical: Casaverde
Programação Visual: Joselito
Produção Executiva: Selene Marinho
Direção: José Roberto Mendes

Teatro Benjamin Constant
Av. Pasteur, 350, Urca
Sábados e domingos 17:30h
Reservas: Tel. 295.3448

Iniciativa

(Logos) Instituto Manchete de Cultura,

Patrocínio

(Logo) White Martins

(Verso da Capa)

Grande Otelo, Hela di Castro, Adriana Cunha, Edson Cabral, Fabiano D’Valle, Ivaney Marttins, Paulo Lontra, Marco Ortiz

Um livro de Arnaldo Niskier (Bloch Editores)
Adaptação Teatral: Ilclemar Nunes
Direção: José Roberto Mendes
Assistente de Direção: Zeka Bittencourt
Cenário e Figurinos: Mirella Nocera
Coreografia: Roberto Guarabyra
Direção Musical: Casaverde
Programação Visual: Joselito
Divulgação: Hela di Castro
Produção Executiva: Selene Marinho
Músicas: Casaverde
Letras das Músicas: Arnaldo Niskier e Ilclemar Nunes
Operador de Luz: Edílson Rodrigues
Operador de Som: Gilberto Salles
Iluminador: David Israel
Contrarregra: Zé Mauro
Administradora do Teatro: Filomena Mancuzo
Patrocínio: White Martins

Programa da Peça

Editor: Luis Paulo Silva
Diagramador: Reinaldo Jardim
Redação: Ana Bittencourt e Taís Mendes
Fotografia: Fernando Cussate e Margareth Lippel

(Página 01 – Foto: Joselito: Nossa homenagem póstuma ao grande ilustrador brasileiro)

Ao serem retirados das florestas brasileiras, os mico-leões-de-cara-dourada passaram a viver com tristeza nos locais para onde foram transportados, de modo ilegal, como a França, Bélgica, Japão e Hong Kong. O contrabando de 60 animais foi feito quando caçadores clandestinos os capturaram nas vizinhanças do seu habitat, nas florestas do sul da Bahia ( Reserva Biológica de Una), e os enviaram para o exterior, via Bolívia, alcançando um preço altíssimo, pois a espécie se encontra em adiantada fase de extinção, juntamente com o mico-leão-preto, o mico-leão-dourado e o mono-carvoeiro.

Estima-se que hoje existam somente 300 mico-leões-de-cara-dourada vivendo em estado selvagem nas florestas do sul da Bahia e outros 170 em cativeiro, dos quais 60 fora do brasil. Com o apoio do Itamarati e do IBDF, alertados pelo Wildlife World Found (Fundo Mundial para a Preservação da Vida Selvagem), alguns deles foram repatriados, a fim de serem reintroduzidos em seu ambiente natural. Da odisseia que isso representa nasceu esta fábula.

Até chegar à Reserva Biológica de Una, o nosso simpático personagem sofreu as agruras do cativeiro, onde a reprodução naturalmente se faz de modo muito mais difícil. Embora dócil, por natureza, ele se tornou arisco no contato com os homens. Afinal, como confiar nessa espécie cada vez mais desumana?
Esta história representa o nosso empenho na defesa da vida do simpático mico-leão-de-cara-dourada, símbolo da luta conservacionista.

Esta é mais uma peça que encenamos. Antes, tivemos A Constituinte da Nova Floresta, O Saruê Astronauta e O Boto e o Raio de Sol. Atualmente estamos encenando, também no mesmo teatro, A Misteriosa Volta dos Dinossauros.

Gostaria de prestar uma homenagem ao grande artista Joselito, recentemente falecido, que ilustrou o livro e colaborou na programação visual do folheto e do cartaz da peça. A sua presença, na arte brasileira, será permanente, graças ao extraordinário valor de todos os seus inesquecíveis trabalhos.

Arnaldo Niskier

(Páginas 02 a 05 – Fotos: Grande Otelo, Ator convidado; Arnaldo Niskier, Autor do livro; José Roberto Mendes, Direção; Ilclemar Nunes, Adaptação Teatral; Casaverde, Direção Musical; Zeka Bittencourt, Assistente de Direção; Roberto Guarabyra, Coreografia; Mirella Nocera, Cenário e Figurinos; Selene Marinho, Produção Executiva; Hela di Castro, Atriz; Adriana Cunha, Atriz; Edson Cabral, Ator; Fabiano D’Valle, Ator; José Roberto Mendes e Grande Otelo; ,Ivaney Marttins, Ator; Marco Ortiz, Ator; Paulo Lontra, Ator

(Páginas 06 e 07 – Músicas)

Abertura (Arnaldo Niskier / Casaverde)

Salto, pulo, grito, cisco
Sou mesmo um mico agitado
Todos sabem sou arisco
Um bicho mesmo levado.
O homem perto de mim
Me deixa muito confuso
Escondo logo o “miquim”
Por ter medo de abuso.
Falo por meio de grito
Com a vida ameaçada
E se grito e me agito
É por causa da caçada.
O que mais preciso e quero
Falando com o coração
É o fim do lero-lero
Liberdade, por que não?

As Feras (Casaverde / Ilclemar Nunes)

Somos pequeninos
Mas somos bons de briga
Não temos medo de careta
E nem gostamos de intriga.
Viola não é guitarra
Guitarra não é viola
Com mico-leão não se brinca
E nem se prende na gaiola!
E se você quer se dar bem
É melhor ir dando o fora!
Porque mico-leão quando
Se zanga
Morde, arrebenta e esfola!

Dragão da Maldade (Arnaldo Niskier / Casaverde)

Se o homem conduz
O dragão da maldade
Hoje o que me seduz
É achar felicidade.
Fui preso e enjaulado
Sem o menor respeito
Meu tempo foi roubado
Não havia outro jeito.
Conheci terra estranha
Senti fundo a saudade
Garanto, eu não fiz manha
Eu chorei de verdade.
A lágrima desceu
No meu pelo dourado
Aos demais comoveu
Assim fui encontrado.

Sol, Sol (Casaverde / Ilclemar Nunes)

Protegei-nos
Oh Grande Sol!
Salve os rios, as matas,
os animais!
Antes que seja tarde demais!

De Galho em Galho (Arnaldo Niskier / Casaverde)

Aqui dentro da mata
Vibrante e colorida
Tenho a ideia exata
Do sentido da vida.
O que mais valorizo
Pra isso não há idade
Falo alto e friso:
É minha liberdade.
Corro daqui pra ali
Pulo de galho em galho
Onde sempre vivi
Brinco, salto e não falho.
Só do homem receio
Pois não respeita nada
Com isso faz do meio
Permanente jogada.

Truques e Magias (Arnaldo Niskier / Casaverde)

Se por motivos fatais
O mico está por um triz
Na magia há truques tais
Bem perto do seu nariz.
De início vamos juntar
Um pó mesmo infernal
Tem rabo de saruê
E tem dente de ariranha
Ele vai barbarizar
Do seu poder ninguém ganha.
No alto ou mesmo na terra
O mico se salvará
Sua vida não se encerra
Quem viver, logo verá!

Muito Prazer (Arnaldo Niskier / Casaverde)

Muito prazer!
Sou o famoso mico
Forte como um leão
Se grito e faço bico
Não é frescura não.
Tenho a cara dourada
E um pelo macio
A minha vida
Está por um fio.
O homem nos dá medo
Com a sua queimada
Eu aprendo bem cedo
A temer a empreitada.
Aqui é que eu fico
Pois essa é a minha mata
Pra isso sou mico
E não sou gata!

Tantos e Tantos (Casaverde / Ilclemar Nunes)

Quantos? Quantos? Quantos?
Que boletim é capaz de prever
O que vai nos acontecer,
Quantos bichos vão morrer,
Desaparecer por causa
do bicho-homem!
Que nos caçam, nos prendem
E nos tiram o nome!

Encerramento (Casaverde / Ilclemar Nunes)

Viva! E deixe o animal
viver feliz!
Viva! E deixe o animal
viver em paz!
Amar não é proibido!
Respeitar nunca é demais!
Ame e respeite o direito
dos animais!

(Páginas 08 a 12 e verso da última Capa- Jogos: Palavras Cruzadas, 5 Erros, Labirinto Colorir )

(Logo) Natania

(Última Capa)

Não deixem de ler
Arnaldo Niskier
O Dia em que o Mico-Leão Chorou

Ilustrações de Joselito
À venda em todas as livrarias e em Bloch Educação
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