Programa, 1988

Convite do espetáculo que estreou no Teatro da Cidade, de Janeiro,  em 20.08.1988



(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

O BOTO E O RAIO DE SOL

Um livro de Arnaldo Niskier
Adaptação Anamaria Nunes
Direção: José Roberto Mendes

Teatro da Cidade
Av. Epitácio Pessoa, nº 1.664 – Lagoa
Reservas: 247.3292

(Verso da Capa)

Glossário

Amuleto: Objeto usado pelos supersticiosos para evitar desgraças, moléstias ou acidentes. Dizem que olho do boto dá sorte.

Apacanim: Nome tupi de uma ave do tipo do gavião

Ariranha: Mamífero semelhante à lontra que se encontra nos rios da Amazônia.

Biguá: Ave que vive nos rios e lagos da Amazônia. É preta e amarela. Nome também de um ex-craque do C. R. Flamengo.

Boto: Mamífero. Na Amazônia há duas espécies: Tucuxi ou Boto-preto, espécie menor, de no máximo 2 metros e cerca de 60 kg; Uira ou Boto-vermelho ou Boto-branco ou Boto-molhado, de 3 metros e cerca de 130 kg. Sobre eles há muitas lendas.

Cervo; o mesmo que veado; está ameaçado de extinção no Brasil.

Educação Ambiental: Educação que leva os alunos à descoberta e defesa e defesa do meio ambiente.

Garça: Ave Aquática de grande porte e formas alongadas.

Javaé: Tribo indígena que habita especialmente o interior da ilha do Bananal.

Pajé: Feiticeiro, curandeiro, sacerdote e médico entre os índios.

Piranha: Peixe de grande ferocidade; em tupi significa “o que corta a pele”. Ela corta dedos e pode até matar.
Pirarucu: Grande peixe de água doce que habita os rios da bacia amazônica. Conhecido como “o bacalhau brasileiro”.

Socó: Nome tupi de uma ave muito comum na região do rio Formoso do Araguaia.

Talismã: o mesmo que amuleto.

Tapiti: Nome tupi de um mamífero que corresponde ao coelho do mato.

Tucunaré: Peixe da região amazônica; é também o nome de uma planta trepadeira da família das leguminosas.

O Boto e o Raio de Sol

Autor do livro: Arnaldo Niskier
Adaptação Teatral: Anamaria Nunes
Direção: José Roberto Mendes
Cenografia: Jaime Figueiredo
Coreografia: Cláudia Araújo
Figurinos: Márcia Lávia
Músicas: Tom da Bahia
Letras das Músicas: Tânia Machado
Assistente de Produção: Valéria Meirelles
Divulgação: Eneida Andrade
Confecção de Figurinos: Ana de Almeida
Aderecistas: Carlos Nery e Hélia Frazão
Cenotécnica e Iluminação: Aluísio Peçanha, Francisco Magalhães e Antônio Torquato
Pinto Artístico: Cícero Santos
Diretor do Teatro: Prof. José Marcelino Resende

(Páginas 01 e 02 – Anúncios: Móveis Tradição e Natania Edições e Jogos Criativos)

Suzane Seixas
(Atriz)

Bailarina e manequim, fez vários comerciais, a abertura da novela Brega e Chique e participou das novelas Amor com Amor se Paga, Sassaricando e Vale Tudo. Estreou em teatro em 1980 com A Menina Loira, sob direção de Maria de Garcia. No ano seguinte atuou em Pluft, o Fantasminha, sob a mesma direção. E, 1983, participou de dois espetáculos do teatro-vida – Drogas e Divórcio, dirigidos por Paulo Mag e Márcio. Em cinema trabalhou como atriz em Si tu Vás à Rio, Tu Meures, no ano passado, dirigido por Philype Clair.

Adriana Cunha
(Atriz)

Começou a carreira aos oito anos de idade como modelo. Cantora, entrou para o teatro aos 14 anos, atuando nas peças O Tesouro da Rainha, A Bruxinha de Mini-Saia, Branca de Neve e os Sete Anões, O Espantalhinho Glum-glum, Alice no País das Maravilhas e Pinóquio, o Boneco de Madeira, todas sob direção de Roberto de Castro, entre 1979 e 81. Em 88 trabalhou em Os Sete Gatinhos, de Nélson Rodrigues, e Os Três Porquinhos contra o Lobo Mau. No ano seguinte participou de Palhaço Submarino, como atriz e assistente de cenografia. Neste mesmo ano encenou Virando Era uma Vez.

Anco Valle
(Ator)

Pianista, estreou em teatro com a peça O Ateneu de Raul Pompeia, dirigida por Carlos Wilson (Damião), em 87. Ao mesmo tempo encenava Artimanhas, infanto-juvenil dirigido por Ancelmo Vasconcelos. Antes de se profissionalizar, participou de diversas apresentações em teatro amador. Está se formando em teatro pela Casa das Artes de Laranjeiras. Participou do filme Leila Diniz.

Jefferson Wingert
(Ator)

Começou em teatro aos sete anos com a peça O Cravo Azul. É dramaturgo e poeta, formado pela Faculdade Rio-grandense. Em 72 participou do espetáculo A Formiguinha foi à Lua, em Porto Alegre e em Verde como o Céu, em 74. No Rio de Janeiro encenou A Megera Domada, primeiro no Teatro Gláucio Gill e depois no SESC de São João do Meriti. Este ano participou da comédia Chi… Estourou a Camisinha.

Leonardo Sttil
(Ator)

Estreou em teatro infantil em Curitiba e São Paulo. Atuou ainda junto ao corpo de baile do Teatro Guaíra no Paraná. Já trabalhou em diversas peças teatrais, principalmente infanto-juvenis, como Alice no País das Maravilhas, dirigida por Roberto Frota, e O Planeta Lilás, de Ziraldo. Também participou de espetáculos para adultos como Horóscopos para os que Estão Vivos, de Thiago de Mello, e Cabaré Literário. Recentemente encenou As Aventuras de Tom Sawer, no Teatro Vanucci, onde fez o papel principal. Atualmente faz parte da Escola Nacional de Dança do Teatro Municipal.

Ivaney Martins
(Ator)

Sua primeira experiência com teatro foi em 1975 com a peça infantil O Diabinho Maluco, sob a direção de Ivo de Paula Linhares. Outros espetáculos em trabalhou foram A Milionária, em 83, Via Sacra, em 84, Verde que te Quero Verde, musical infanto-juvenil; O Guarda-chuva Mágico e Um Amante para Quatro em 86; Natal Azul ou Encarnado, em 87; e na comédia Chi… Estourou a Camisinha, em cartaz neste ano. Em TV participou da minissérie Grande Sertão Veredas, em 85, e em diversos programas da Rede Manchete, como o infantil Lupu Limpim Clapá Topô, em 86 e nas novelas Corpo Santo e Carmen, ambas em 87.

Paulo Lontra
(Ator)

Descobriu a vocação para o teatro no final de 86, quando participou de um curso ministrado por professores do Tablado. Seu primeiro trabalho foi na peça infantil A Constituinte da Nova Floresta, de Arnaldo Niskier, no mesmo ano. Depois trabalhou em Natal Azul ou Encarnado de  José Roberto Mendes,e em Performance, espetáculo para adultos. Além disso, é cantor e compositor e cursa atualmente a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

José Roberto Mendes
(Diretor)

Adaptou para o teatro e dirigiu duas peças de Arnaldo Niskier – A Constituinte da Nova Floresta, em 86 e O Saruê Astronauta, no ano passado. Dirigiu também outras peças infantis como Peteleco-Eco e Natal Azul ou Encarnado, ambas de sua autoria; Flicts, de Ziraldo; No País dos Prequetés, de Anamaria Machado; A Revolução dos Patos, de Walter Quaglia. Atualmente é diretor da TV Educativa e está dirigindo a peça O Menino Mágico, de Raquel de Queiroz, na qual também fez a adaptação teatral.

(Página 03 – Apoio Cultural: IESA Internacional de Engenharia)

Cláudia Araújo
(Coreógrafa)

Iniciou os estudos de dança aos sete anos de idade, e a partir dos quinze anos frequentou diversas escolas como a Royal Academy of Dancing e American Ballet Theater, nos Estados Unidos. Entre as companhias de dança de que participou destacam-se a Associação de Ballet do Rio de Janeiro, de 75 a 79, como solista, e o Grupo Clama, de 80 a 87, como diretora e solista. Os trabalhos mais recentes que realizou como coreógrafa foram O Mágico de Oz, Pirlim-Pipim e A Viagem Encantada, em 85.

Valéria Meirelles
(Assistente de Produção)

Iniciou sua carreira no teatro em 87 com a peça O
Saruê Astronauta. Com o sucesso no primeiro trabalho não parou mais, participando de Natal Azul ou Encarnado, de José Roberto Mendes. O Beco, dirigido por Leonardo Sttil, e este ano está participando do espetáculo infantil O Menino Mágico, de Rachel de Queiroz, também sob a direção de José Roberto Mendes.

Jaime Figueiredo
(Cenógrafo)

Formado em cenografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Organizou os cenários de programas como Cassino do Chacrinha, Vídeo Show, Os Trapalhões, além de diversos comerciais. Atualmente é cenógrafo da Rede manchete, onde já participou da novela A Marquesa de Santos, dos programas Mulher de Hoje, De Mulher para Mulher, Verso e Reverso, Jornal do Professor, Debate em Manchete, Lupu, Limpim Clapá Topô, entre outros, ale de musicais e telejornais. Seu mais recente trabalho foi a cenografia do programa Sem Limite. Em teatro participou das peças Eu Sou uma Mulher, de Neila Tavares, o infanto-juvenil O Gato Mingau e o Cachorro Bacalhau, em 81.

Márcia Lávia
(Figurinista)

Formada em Artes Cênicas pela Faculdade de Belas Artes, em 1981, começou a carreira participando na série O Tempo e o Vento. Sua estreia em teatro como figurinista foi na apresentação do espetáculo Carisma, produzido pela Tabacow no ano passado. Este ano seu trabalho aparece na peça infantil O Aladim. Atua também junto a diversas escolas de samba, como Portela, Império Serrano e Estácio de Sá. Trabalhou na Rede Manchete, de janeiro de 86 a julho de 87 na área de cenografia em programas como Lupu Limpim Clapá Topô, Manchete Rural e Nave da Fantasia. Atualmente é cenógrafa na TV Educativa.

(Página 05)

Tom da Bahia
(Músicas)

Iniciou a carreira como cantor e compositor com a dupla Tom e Dito, que durou onze anos e se desfez em 1984. Dessa época, lançou diversos sucessos na MPB como A Grande Família, Tamanco Malandrinho, Malandragem Dela e Pra que Chorar, entre outros. Estudou composição e regência na Universidade Federal do Rio de Janeiro e formou-se em violão erudito em 86. Sua primeira experiência em teatro foi no ano passado com a peça infantil O Saruê Astronauta, de Arnaldo Niskier, e agora prepara-se para lançar um novo disco.

Tânia Machado
(Direção Musical)

Formada em piano clássico pela Escola Nacional de Música, em 1976, e em Arte e Educação pela Une-Rio, em 1980. Trabalhou em diversas peças como atriz: O Coração, em 76; O Jardim de Dona Abelha e Anjo Negro, em 78; e A Tragédia do Rei Christophe, em 81. É também cantora e professora de dança. Como diretora musical atuou em muitos espetáculos, como Dzi Croquetes em 74; Luz nas Trevas, em 80; Teatro Expresso – O Fumo é Fogo, em 85, e neste mesmo ano, até 86, na peça A Árvore que Queria Ser Gente, trabalhando também como sonoplasta, produtora executiva, coreógrafa e iluminadora. Atualmente dirige o Projeto Trocarte.

Lia Silva Mendes
(Letras das Músicas)

Seu primeiro trabalho em teatro foi a peça O Menino Mágico, de Rachel de Queiroz, que estreou em maio deste ano. É também poeta, professora e escritora com vários livros didáticos publicados. Foi consultora em assuntos educacionais na Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Dedica-se atualmente à literatura infantil e à musica. É diretora pedagógica da Bloch Educação.

Anamaria Nunes
(Adaptação Teatral)

Cursou a Faculdade de Letras (Português – Literatura) na Universidade Federal Fluminense, onde em 79, dirigiu A Resistência, de Maria Adelaide Amaral. Em 81, comemorando o centenário de nascimento de Lima Barreto, adaptou e dirigiu O Homem que Sabia Javanês, peça que voltou a encenar em 86. Adaptou também, João e Maria, dos Irmãos Grimm, obtendo sete indicações para o Mambembe (inclusive direção), e conquistando o prêmio de melhor espetáculo. Há dois anos é dramaturga do grupo TAPA. Ano passado dirigiu O Tambor e o Anjo, de sua autoria, e escreveu Geração Trianon, ainda em cartaz. No momento está fazendo uma adaptação de Pássaro Azul.

(Verso da última Capa – Agora é Hora de Colorir)

(Última Capa – Anúncio: Coletânea de livros A Magia do Teatro Infantil

Este espetáculo é uma bonita mistura de realidade e ficção. A História foi adaptada do livro O Boto e o Raio de Sol, de minha autoria, editado pela Melhoramentos. A obra faz parte da Coleção Biguá, que nasceu da preocupação minha e de Isis Valéria com a Educação Ambiental.

O boto Tucuxi, primo do boto Uiara, luta desesperadamente contra o caçador, para não sair do local em que vive. E aí se desenvolve a trama, num cenário de incrível beleza natural que cabe ao homem preservar com todas as suas forças.

 

O que acontece como o boto? É verdade que ele vira príncipe? Por que o nome Raio de Sol? Mas o boto, na verdade, merece quem, o defenda, para além das muitas lendas que cercam sua existência. Uma delas, envolvendo os índios javaés, fala no olho do boto com o um poderoso amuleto, para dar sorte. E dá mesmo? Só mesmo assistindo à peça para saber. Esperam,os que o espetáculo lhe proporcione tanto prazer quanto tive ao escrevê-lo.

Este é o meu terceiro livro adaptado para o teatro. E, 86, fiz A Constituinte da Nova Floresta, que recebeu três indicações para o Mambembe infantil, e O Saruê Astronauta, no ano passado, que também agradou o público infanto-juvenil. O Saruê foi encenado também em Belo Horizonte pelo grupo Reticências onde ganhou o prêmio João Ceschiatti. Todas as peças e livros representam uma homenagem reiterada à criança brasileira, razão maior do nosso empenho.

Arnaldo Niskier (*)

(*) É escritor, jornalista, professor e membro da Academia Brasileira de Letras. Exerceu o cargo de Secretário de Cultura do Rio de Janeiro. De 1979 a 1983. Foi presidente da FUNARJ – Fundação de Artes do RJ. Atualmente é membro do Conselho Federal de Educação e do Conselho Estadual de Cultura do RJ. Autor de vários livros na área educacional, seus mais recentes trabalhos foram Educação entre o Coração e a Máquina e Educação para o Futuro. Entrando também na área de literatura infanto-juvenil, publicou este ano A Volta dos Dinossauros, pela Editora Nórdica.

Produção: Núcleo Unificado de Artes e Consultor Assessoria de Planejamento
Programa da Peça: Luiz Paulo Silva
Redação: Ana Bittencourt
Diagramação: Regina Ribeiro
Fotografia: Paula Johas