Roberto Lage

Primeiras lembranças

Nasci em São Paulo e minha mãe, Clarice Blat, sempre foi uma pessoa muito ligada ao meio teatral. Acredito mesmo que ela fosse tivesse vontade de ter uma atividade mais artística, no placo, mas a família do meu pai, os Lage, era muito tradicional e não permitiria isso de jeito nenhum. Então ela se aproxima do pessoal de teatro, que sempre ia lá em casa. Ela gostava de dar festas nas estreias dos amigos.

Eu me lembro de ir ao teatro desde muito pequeno. Ela me levava para ver tudo e eu sempre tive uma intimidade muito grande com o pessoal de teatro. Sempre fui um frequentador de teatro desde pequeno, mas o meu sonho de adolescência era fazer carreira naval. Eu queria fazer ou colégio naval ou odontologia que é uma tradição da minha família por parte de mãe.

Mas um dia, na minha adolescência, um diretor chileno, George Ovalle, chegou lá em casa muito preocupado, pois ela tinha uma apresentação dali poucos dias e tinha um garoto no espetáculo que fazia uma participação e não poderia fazer. Como eu já tinha visto a peça muitas vezes eu disse a ele, que se ele quisesse, eu faria, porque eu já conhecia de cor o texto. O texto chamava- se O Circo Bim Bom Bum, que era do próprio diretor. Estávamos em 1962, e eu tinha 15 anos.

Fui, fiz, e a vaidade tocou mais alto naquele momento. Na hora que me vi no palco, sendo aplaudido por um monte de gente, o “vírus” me contaminou e eu acabei me mantendo na temporada desse espetáculo. Acabei entrando para o grupo de teatro do George Ovalle, que se chamava Teatro para Infância e Juventude e comecei como ator, fazendo teatro infantil.

Fiz vários espetáculos na companhia do George Ovalle e como ator ainda eu continuei numa companhia de teatro, de um diretor que está meio esquecido, que é o João Rius. Em seguida trabalhei em outra companhia de teatro do Alessandro Memo e que funcionava no TBC – Teatro Brasileiro de Comédia.

Trabalhei em muitos espetáculos para crianças e também como ator fiz algumas coisas de teatro adulto também. Trabalhei com ator até 1972. Só que antes disso, em 1968, um grupo de teatro amador da Lapa, do qual vários integrantes faziam o segundo grau comigo, que na época chamava-se Curso Clássico, dentre eles a Stella Freitas, Paulo Caruso, Chico Caruso, Jacques Lagôa, resolveram montar um texto que eu tinha escrito quando estava no curso clássico. Era uma turma muito interessante e tínhamos uma militância estudantil e política. Acabei dirigindo o espetáculo e gostei da ideia de direção. Descobri naquele momento que eu era muito mais diretor do que ator, porque quando eu era ator, eu nunca conseguia me desligar se a luz estava certa, se estava tudo funcionando corretamente. Nunca fui um ator absolutamente entregue ao personagem, que perdesse a noção do conjunto e se dedicasse a cena.

Esse espetáculo chamava-se Ontem, Hoje pelo Manhã, que era um texto de militância, como o próprio nome diz. Esse texto acabou sendo proibido pela censura, mas por convite do Guarnieri e do Boal resolvemos fazer uma apresentação a revelia da censura no Teatro de Arena, mas os lideres do grupo que eram o João Ritter e eu, fomos presos.

Ficamos um período preso porque a gente tinha também uma militância junto ao VPR e como éramos fichados. Mas ao sairmos, demos continuidade a esse grupo. Só que todos os textos que mandávamos para censura eram proibidos. Então resolvemos começar a trabalhar com teatro infantil, cujos textos eram liberados, para poder manter o grupo unido, e fazíamos os textos adultos de uma forma mais marginal.

Apaixonado por teatro infantil

Em paralelo comecei a fazer a Faculdade de Pedagogia, me apaixonei por educação, e me apaixonei mais ainda pelo teatro infantil. Durante muitos anos, praticamente até o final dos anos 80 eu era muito atuante nessa área de teatro infantil. Acho que mesmo depois e o teatro para crianças foi muito importante na minha vida.

A escolha dos textos passava, é claro, por uma discussão política. De que forma a gente podia subverter a política educacional vigente, a partir do que o MEC impunha no período da ditadura militar. De que forma nós poderíamos desenvolver um projeto de teatro que levasse a uma reflexão e que fosse à contramão de uma política educacional que estava sendo usada, uma educação não reflexiva, uma educação sem uma discussão crítica sobre as coisas. Queríamos textos que estivessem na contramão de um processo de educação que estava se instalando no país.

O Oscar Wolf que era do Partido Comunista e era um dramaturgo exclusivamente de teatro infantil, produzia textos que propiciavam essa discussão. Fizemos uma boa parceria com ele e montamos vários de seus textos.

A primeira montagem infantil

Depois do Ontem, Hoje, Pelo Amanhã, que foi a peça proibida pela censura e que eu considero de teatro amador. Logo que saímos da prisão, nós nos reagrupamos e resolvemos montar outro espetáculo adulto do Cesar Vieira, que também sempre foi uma pessoa muito ligada ao Partido Comunista. Chamava-se Corinthians, Meu Amor. Esse texto foi liberado pela censura e por ingenuidade nossa, fizemos um espetáculo muito grande. Isso em 1968, com quase 20 atores, com tinha musica ao vivo, tocada pelos Gaviões da Fiel. Estreamos num teatro da prefeitura, o Arthur Azevedo, na Moca, que é um bairro tradicional de Italianos e Palmeirenses. Conclusão: fracassamos maravilhosamente (risos) e ficamos com uma divida muito grande.

A Nídia Licia que tinha uma companhia de teatro infantil resolveu nos ajudar. Como ela não iria mais montar um espetáculo chamado Pinóquio nos deu o figurino e o cenário que já estavam prontos e nos disse que isso ajudaria a pagar as dividas.

Essa foi a razão de montarmos um infantil e a escolha do Pinóquio. A partir da gentileza, da parceria e cumplicidade da Nídia é que nós começamos fazer espetáculos para crianças. Em seguida, conhecemos o Oscar Von Pfuhl e montamos A Árvore que Andava, que foi o primeiro espetáculo infantil que inaugurou o Teatro Sesc Anchieta.

Nós percebemos que na época em que nós nos considerávamos como um grupo de teatro amador era muito difícil conseguir pauta nos teatros. Tínhamos muito pouco espaço para circulação dos espetáculos. Então, a partir de A Árvore que Andava, resolvemos nos profissionalizar.

Na verdade, começamos a nos comportar como profissionais, pois ainda não existia a legislação, a profissão ainda não era reconhecida, embora já existisse o Sindicato. Foi uma mudança de atitude. Então viramos um grupo de teatro profissional voltado quase que exclusivamente para produção de teatro infantil. Fazíamos um ou outro espetáculo adulto.

Foi a época em que o SESC foi o pioneiro na criação do projeto Escola Vai ao Teatro. Tinha uma equipe do SESC Consolação que visitava as escolas, e as trazia para nossos espetáculos. Foi uma grande parceria que fizemos com SESC.

Naquela época, em São Paulo, existiam dois grupos de teatro infantil que eram muito fortes no sentido da seriedade como faziam seus espetáculos. Com uma preocupação ideológica e pedagógica com relação ao trabalho. Um era o grupo do Carlos Meceni e o outro era o meu, que incialmente se chamou Grupo Teatro Amanhã e depois mudamos para Grupo Caracol.

Outro profissional muito sério era o Ronaldo Ciambroni, autor, que era um grande parceiro do Meceni. Acabei ficando muito amigo dele na época e anos depois acabei montando dois textos dele. Em 1974, O Palhaço Imaginador, que foi um espetáculo que a gente não conseguia se livrar dele. Montávamos outros espetáculos, e quando ia vender a nova produção para instituições, prefeituras, escolas, todos queriam O Palhaço Imaginador. Acho que essa produção ficou pelo menos três anos sendo apresentada. Bem mais tarde, dirigi outro espetáculo dele que se chamava Menino não Entra, Menina não Entra, que era uma troca de animosidade entre um grupo de meninos e um grupo de meninas, coisa típica da pré-adolescência. A história passava num acampamento de meninos que não queriam que as meninas entrassem.

Teatro infantil com qualidade

A maior parte dos espetáculos dessa época era montado puramente em busca de um resultado de bilheteria. Todos os contos clássicos Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, O Gato de Botas, etc. O objetivo era puramente comercial. Eram espetáculos feitos, na grande maioria das vezes, com sucata do teatro adulto, com restos de outras peças. O grupo do TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, que tinham um acervo de figurinos muito grande, eram os pioneiros na reutilização desse material, sem a mínima criatividade. Pegava e usava.

Nossa preocupação era sempre de dar a melhor qualidade ao espetáculo, de ter um cuidado maior, do ponto de vista da ludicidade, da estética, na composição de cenário e figurinos.

Era uma época também em que Ministério Educação dava orientações de que os alunos recebessem o conteúdo das matérias no absoluto e não no relativo. Que eles se sentissem sempre minimizados e impossibilitados de transformar aquilo que lhes era oferecido. Acredito que o resultado desse processo de educação ocorre até hoje. Então do ponto de vista de conceito estético, do conceito de ludicidade no nosso trabalho, a gente procurava sempre nos nossos espetáculos montar de uma forma em que o espectador infantil percebesse que aquilo que ele estava vendo também podia ser feito por ele.

Começamos então a trabalhar com a transformação de materiais, com sucata, com panos que viravam coisas. Isso vem coincidir com o que o Ilo Krugli fazia em História de Ventos e Lenços.

Logo que o Ilo veio pra São Paulo, então formamos um tripé, que era o Ilo, o Meceni e eu. Nós praticamente conduzíamos a revolução no teatro infantil nos anos 70. Tem um livro da Maria Lucia Pupo, que ela trata muito bem dessa questão, fazendo todo um inventário do nosso trabalho nessa época.

Então nós tínhamos sempre essa preocupação de estar inovando, de fazer espetáculos em que a gente pudesse levar uma reflexão ou um aprendizado sem ser didático ou chato. Levando uma mensagem nós somos agentes da nossa própria história, de que as coisas são possíveis de serem transformadas a qualquer momento, e tudo aquilo que é visto poderia ser pode ser feito por qualquer um.

Os espetáculos mais marcantes

Dirigi muitos espetáculos, mas acredito que os mais significativos para mim, do ponto de vista da direção ou de discussão ideológica sobre trabalho, foi o Reino do Contrário, de Maria Helena Walsh, em 1975. Nessa época, o grupo já se chamava Caracol, e resolvemos fazer uma experiência de criar espetáculos infantis setorizados por idade. Classificados por faixa etária. Tínhamos espetáculos para crianças de um ano a cinco anos e para crianças de cinco a doze. O Reino ao Contrário foi o primeiro espetáculo musical que a gente fez para a primeira infância, com composições da Maria Helena Walsh, que era uruguaia. Ao mesmo tempo tínhamos outro espetáculo, para crianças maiores, chamado Capitão Vagalhão, de Maria Cristina Diederichsen, que falava sobre fraternidade e cumplicidade.

O curioso é que a Maria Cristina, que era uma integrante do grupo nessa época, só escreveu esse texto. Mandou para um concurso do SNT – Serviço Nacional de Teatro, e acabou sendo premiada.

Depois tem outro espetáculo Clotilde com Brisa, Ventania e Cerração, de Rodrigo Paz, que foi feito de uma forma muito carinhosa, muito gostosa principalmente pela afetividade dos participantes, entre eles a Claudia Alencar, Gilda Valderbande e Sérvulo Augusto, mas tem uma historinha bastante engraçada.

Toda criança tem um amigo invisível, ou a maioria delas tem. A Clotilde era a amiga invisível, e era muito namoradeira, mas como ela não consegue namorar porque não é palpável, então os namorados dela eram a Brisa, o Ventania e a Serração. A historia acontece entre ela e esses namorados, que são muito mais sensitivos do que qualquer outra coisa.

Eu considerava um trabalho difícil devido a sua temática e estávamos nos esforçando ao máximo para conseguir um ótimo resultado. O Meceni estava fazendo outro espetáculo que se chamava Praça de Retalhos, e teve quer operado de urgência por causa de um cálculo renal. Ele teve que se afastar da direção e como os nossos grupos eram muito amigos, ele me pediu para que eu continuasse a dirigir o espetáculo. Fui lá, dei umas sugestões para o espetáculo. Levei o processo meio aos trancos e barrancos, porque estava dando prioridade ao Clotilde com Brisa, Ventania, e Serração, que era do meu grupo. Conclusão: eu ganhei todos os prêmios com A Praça de Retalhos e o espetáculo do meu grupo não ganhou nada.

Um dos espetáculos mais bonitos que já fiz foi Sonhos de uma Noite de Verão.

Em 1977, montei Souzalândia que foi um rompimento com tudo. Em primeiro lugar resolvemos acabar com a nomenclatura do “teatro infantil”, decidimos trabalhar com uma linha que a gente chamava de “teatro censura-livre” e começar a produzir espetáculos que fossem mais instigantes, abrindo mão inclusive de certos aspectos didáticos pedagógicos.

Começamos criando coisas mais teatrais, jogos mais interessantes, e que fossem espetáculos que pudessem ser assistidos pela criança, mas que também vistos com prazer pela criança que existe no adulto. Era uma adaptação do livro do Júlio Cortázar que se chamava Silvalandia, que tinha ilustrações de Júlio Silva que eu acho que é mexicano. A partir do livro, o Augusto Francisco fez uma adaptação, e começamos a fazer essa esquete, pouco a pouco, indo na linha do realisto fantástico, um pouco na linha do absurdo.

Outro espetáculo muito interessante também foi o Super Etc. Contra a Seita do Dragão Vermelho. Eu fui morar um tempo em Paris, e por estar lá, acabei representando o Brasil num Congresso da ASSITEJ – Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude, que ia acontecer em Madrid. Neste encontro, acabei conhecendo o autor Josep Benet e vi um espetáculo infantil dele, que era falado em catalão, que eu adorei. Acabei ficando amigo dele, consegui os direitos, traduzi e montei no Brasil, aqui alterando o nome para Super Etc. Contra a Seita do Dragão Vermelho. O espetáculo trazia a estética da história em quadrinho para o teatro, tanto na cenografia quanto na gestualidade.

Sonho de Uma Noite de Verão foi uma grande montagem. Um espetáculo belíssimo, que inaugurou o Teatro Monte Líbano. Foi um espetáculo concebido para todas as idades. Não fizemos o texto na integra. Pegamos só a parte da floresta, a história dos casais. Foi uma adaptação que cuidava só do lado fantasioso, do lado fantástico do texto. A cenografia era do Cerrone, que na época trabalho com meu grupo na época.

Depois, nós voltamos com o trabalho de pesquisa nos textos de Júlio, nos apropriamos dos personagens dele e outra história chamada Ufa! que Perigo. Esse espetáculo tratava exatamente do medo da classe média tem de correr riscos. Era a história de um casal sempre tentando proibir as crianças de correr riscos. A história também ia para o fantástico. A ideia do espetáculo era estimular as crianças a correr riscos.

Em 1981 montei A Lenda do Piuí, de Sérvulo Augusto foi também um espetáculo muito interessante. O texto ganhou premio no Concurso de Dramaturgia para Crianças do SNT – Serviço Nacional de Teatro. Contava a historia de uma tribo de índios, em que no momento que o filho do cacique esta nascendo, o cacique esta na floresta caçando. Ele ouve um apito “puiii”, achando que aquilo é um aviso dos deuses e da o nome para o filho de Piuí. Quando o menino chega numa certa idade, ele acha que o menino tem que ir atrás do Piuí, seguindo aquela grande estrada que ele não sabe aonde dá. Na verdade é uma estrada de ferro e o menino passa por uma série de experiências na cidade grande. Quando ele volta pra tribo, todos se reúnem e perguntam o que foi que ele aprendeu de mais interessante. O menino diz que foi o “Atchin”. Termina o espetáculo com a tribo inteira morta de gripe.

Como pode se notar foi um espetáculo bastante polêmico na, porque se tratando com uma historia de índios com índios, eu resolvi fazer com o elenco nu, cobrindo apenas a genitália. A censura acabou proibindo o espetáculo porque tinha nudez e os espetáculos infantis não podia mostrar bunda e seios. Foi uma polêmica e acabei indo para Brasília, discutir o caso.

Coincidentemente, na época teve uma matéria do Fantástico, que acidentalmente eu vi. Era sobre um parto dentro d’água. Voltei na censura e perguntei porque um parto dentro d’água podia ser exibido na TV, e atores vivendo índios, que é da cultura brasileira, que é um comportamento natural não podiam? Daí eu consegui convencê-los e estreamos A Lenda do Piuí, ficou um espetáculo lindíssimo.

Boi Bonifácio foi o meu maior fracasso em teatro infantil e tive nessa produção a minha maior lição de vida. Esse espetáculo é um texto escrito em cima do Bumba meu Boi. Devo confessar, sem nenhuma culpa, que eu sou paulista, paulistano do asfalto, roqueiro. Então as manifestações de cultura popular não me pegam muito, não me seduzem muito. Posso até achar bonito, mas elas não me mobilizam, e eu oportunisticamente, resolvi dirigir esse espetáculo que era em cima do Bumba meu Boi. Como disse, foi o maior fracasso que eu já fiz na minha vida. O espetáculo não tinha nenhuma identidade. Foi bem complicado, mas valeu como experiência.

O Rei Mateuzinho I também foi bem interessante. È uma adaptação de um autor húngaro, que Ricardo Gouveia, filho da Tatiana Belinky fez. Ele, além de autor e educador, é considero um dos sete pilares que sustentam a cultura judaica no mundo. Mesmo não sendo judeu, durante a Segunda Guerra Mundial, salvou milhares de crianças judias. Também foi uma produção grande, com mais de quinze atores, que eu gostei muito de ter feito.

Agora um espetáculo que foi um sucesso e me deu muito dinheiro foi Namoro, de Ilder Miranda Costa. Não tinha nada de mais, mas me deu prazer em fazer, pois era um espetáculo típico para adolescentes e que precedeu o da Maria Mariana, Confissões de Uma Adolescente. Acho que Namoro foi o primeiro espetáculo para adolescentes aqui em São Paulo, Foi a estreia da Gabriela Duarte, filha da Regina Duarte. Também estavam no elenco a Vanessa Goulart, filha da Barbara Bruna, e a Geraldine Qualglia.

Na sequência teve muitos espetáculos, Canção dos Direitos das Crianças do Elias Andreatto e Toquinho que era um musicalzão; Clips e Clops que adorei ter feito, embora tenha sido um espetáculo de encomenda; Foi Ele que Começou, Foi Ela que Começou de Tony Brandão, que é um querido parceiro meu e um dos autores de literatura infantil mais adotados em escolas; A Flauta Mágica que era um infanto-juvenil que eu fiz a partir do Mozart, mas com texto do Vladimir Capella e produção da Cintia Abravanel.

No ano passado, eu fui convidado pela cantora Fortuna, que produz espetáculos para crianças, para dirigir um, com contos da Tatiana Belinky, que se chamou Tic-Tic-Tac. Continua em cartaz e está viajando. Aliás, eu e a Tatiana tínhamos uma amizade muito grande, muito antiga. Brigamos muito no passado, porque eu criei um manifesto chamado “Adeus Bruxas e Fadas”, que propunha trabalhar com a realidade. Ela ficou danada comigo, brigamos muito, mas éramos muito próximos. Ela  foi uma mestra pra mim e eu tive o maior prazer o ano passado de ter dirigido o espetáculo a partir de seus contos. Fizemos uma visita pra ela um pouco antes de começar os ensaios, queria apresentar o elenco para ela, mas ela já estava quietinha em sua cadeira, já não conseguia se mexer muito. Tatiana era maravilhosa, num determinado momento ela me disse: “Lage eu estou muito feliz que você vai dirigir o espetáculo. Não sei se você mudou muito, mas tem uma coisa que eu quero que você faça. Não seja politicamente correto” (risos).

Dirigindo Adultos e Infantis

Quando me perguntam se dirigir um espetáculo adulto é diferente de dirigir um infantil, e já me fizeram essa pergunta várias vezes, eu sempre respondo com certo cuidado. Acho que não. Acho que é a mesma responsabilidade. Na medida em que a gente resolve atuar como artista, como agente cultural e interferir no comportamento de uma sociedade, isso é uma responsabilidade muito significativa e que eu levo muito em consideração.

Então mais difícil não é, mais fácil também não. Do ponto de vista da responsabilidade, o que talvez as vezes torne a direção de um espetáculo infantil um pouco mais “difícil” é que a gente tem que soltar a nossa criança nesse trabalho. Nossa criança tem que estar a flor da pele. Eu pelo menos atuo assim, e quando a gente começa a ficar mais velho, você começa a se censurar, se criticar e isso restringe nossa liberdade de criar. Nesse último espetáculo, o Tic-Tic-Tac , eu precisava brigar um pouco comigo mesmo, pra soltar a minha criança e realizar aquele trabalho.

Em relação ao espetáculo adulto, eu gosto muito de um teatro investigativo, de um teatro experimental, de um teatro que discuta linguagem, que experimente melhor o sentido da palavra – coisa que está cada vez mais está difícil de ser feita, porque temos muito pouco apoio de verba publica para esse tipo de teatro. Estamos amarrados na questão dos modelos de captação de recurso da iniciativa privada, que não tem nenhum interesse em apoiar esse tipo de atividade. Estou no momento com um espetáculo desse tipo em cartaz que não tem patrocínio nenhum chamado Coração Bandoleiro.  Agora, quando trabalhamos no teatro adulto, numa produção mais comercial, não podemos correr grandes riscos. A gente tem um volume de recursos na mão pra você realizar um espetáculo e aquilo se não pretende dar lucro, não pretende dar prejuízo. Não pode ser uma “viagem”.

Como diretor eu tento perceber qual é o segmento de publico que se pretende atingir com esse espetáculo. Então eu trabalho muito em função de atingir um determinado segmento de público. Teatro não tem receita e a gente sabe disso, mas você trabalha com algumas cartas que você já tem na manga, experimentadas. Assim não se corre grandes riscos. O maior prazer que eu tenho, tanto no teatro investigativo, como no teatro infantil é poder correr mais riscos, seja no sentido de como posso liberar minha criança, que tem que estar sempre viva, como também experimentar linguagem porque a criança é muito mais solta, o publico jovem é muito mais aberto a receber aquilo que surpreenda a sua expectativa. O publico adulto é mais rigoroso a ser surpreendido, apesar de que eu acho que teatro é a arte da surpresa

Escritor com pseudônimo

Eu gosto de escrever, mas tenho um pseudônimo que eu não vou revelar. Devo dizer que já fiz várias montagens que são de minha autoria – mas não são minhas – são do fulano. Hoje em dia eu mais traduzo com esse pseudônimo, do que escrevo. Por outro lado, quando dirijo, eu sempre gosto de estabelecer uma parceria com o autor. Em geral, eu sou muito respeitoso ao autor, eu não subverto a ideia do autor nunca, e se eu discordo da tese que ele esta defendendo com o texto dele ou da temática que ele esta abordando eu não dirijo. Mas acho que foi o Brecht que dizia que a maneira de ser mais fiel é, às vezes, traindo. Então às vezes eu subverto alguns fragmentos do texto, algumas situações do texto.

Por exemplo, esse que está em cartaz agora, se chama Coração Bandoleiro, é um texto que foi escrito em 1985, pelo José Antonio de Souza, e tem dois personagens que são bandidos de periferia, não são nem malandros, são bandidinhos mesmo. O autor colocou uma gíria no texto que era de 1985 e que não corresponde mais a realidade. Trouxe uma “assessoria” da zona leste de São Paulo para me ajudar, e subvertemos toda a gíria, o que acabou mudando muito a construção das falas desses dois personagens. Eu também não concordava muito com o autor em relação ao final que ele propunha, mas com a autorização dele, eu mudei o final da peça, escrevendo uma cena a mais. Assim não digo que sou respeitoso, mas sou muito parceiro do autor.

Tem situações engraçadas. Eu dirigi uma peça da Maria Adelaide Amaral chamada Para tão Longo Amor e nossa briga era justamente ao contrario porque ela queria que eu cortasse e eu falava “não, é muito bonito, eu não vou cortar o seu texto” e ela “corta isso é excessivo, eu não quero mais isso”.

Quase parando de fazer teatro infantil

Durante toda a minha militância politico-cultural no meio artístico nós conseguimos na década de 70, o Ilo Krugli, o Carlos Meceni eu, mudar o panorama de teatro infantil do que existia até então. Outros grupos sérios se agregaram na época, como o Teatro Ciranda, do Plínio Rigon, o grupo do Zé Mart. Nós conseguimos quebrar paradigmas que existia no teatro infantil nessa época. Conseguimos fazer um movimento em São Paulo que nós não tínhamos mais que adaptar nosso espetáculo ao espetáculo adulto. Conseguimos estabelecer parcerias no sentido de que o adulto desmontasse seu cenário para que o espetáculo infantil ocupasse o palco na sua totalidade, inclusive de luz. Uma das grandes pessoas que ajudaram muito nessa época foi o Paulo Autran. Ele foi o primeiro que topou desmontar o cenário inteiro, um Pirandelo, que ele fazia Teatro SESC Consolação. Nós estávamos com a montagem de um espetáculo chamado Romão e Julinha, uma versão do Romeu e Julieta por gatos do Oscar Von Pful. Estavam no elenco o Edwin Luigi, o Ricardinho Blat e muitos outros que continuam atuar até hoje.

Nós brigamos com o prêmio Molière para termos uma premiação para Teatro Infantil. Brigamos com a APCA – Associação Paulista de Críticos para também termos prêmios. O SNT – Serviço Nacional de Teatro comprou essa briga, criou os prêmios para Teatro Infantil, que até então não existia. Conseguimos mudar muito e dar um peso maior, uma qualidade artística maior ao movimento.

Com o passar do tempo, eu acho que o teatro infantil foi invadido por um bando de oportunistas. Com os projetos de Teatro vai à Escola ou A Escola vai ao Teatro, começam a aparecer espetáculos caça-níqueis. Eu acabei cansando um pouco dessa militância, dessa briga por causa disso. Também por causa de uma competição econômica, sendo os meus trabalhos mais caros, tínhamos dificuldades de vender os espetáculos.

De outro lado, as casas de teatro, por algumas razões passaram a ser “motéis culturais”. Espaços de alta rotatividade em que você tem um espetáculo segunda e terça, outro quarta e quinta, outro de sexta a domingo, o infantil às 16h, outro as 17h, e assim por diante.

Acredito que isso fez com que a gente perdesse espaço e perdesse a possibilidade de uma qualidade artística mais aprimorada para o teatro infantil. Então eu parei de produzir teatro para crianças, porque na maioria dos espetáculos, eu era o diretor e também produtor. Passei apenas a atender alguns convites que me davam o espaço para fazer um espetáculo de qualidade.

1968 – Pinóquio, de Alceu Nunes, Teatro Manuel Durães
1968 – A Árvore que Andava, de Oscar Von Pfuhl, Teatro Anchieta
1969 – O Mágico de Oz, de Jorge Ovalle, Teatro Anchieta
1969 – Um Lobo na Cartola, de Oscar Von Pfuhl, Teatros de Bairros
1969 – As Beterrabas do Sr. Duque, de Oscar Von Pfuhl, Teatro Paiol
1970 – Menino não Entra, de Ronaldo Ciambroni, Teatro Aquarius
1970 – Chico Rey, de Waldir Ayala, Teatro Sedes
1971 – Romão e Julinha, de Oscar Von Pfuhl, Teatro Anchieta
1971 – As Beterrabas do Sr. Duque, de Oscar Von Pfuhl, Teatro Sedes
1971 – O Pequeno Príncipe do Castelo do Bruxo, Teatro Vereda
1973 – Amigos de Verdade, de Alceu Nunes, Teatro Nídia Lícia
1974 – O Palhaço Imaginador, de Ronaldo Ciambroni, Auditório do MASP
1975 – Reino do Contrário, de Maria Elena Walsh, Teatro Oficina
1975 – Capitão Vagalhão, de Maria Cristina Diederichsen, Teatro Oficina
1976 – Clotilde com Brisa, Ventania e Cerração, de Rodrigo Paz, Teatro São Pedro
1976 – A Praça de Retalhos, de Carlos Meceni, Teatro da Praça
1977 – Souzalândia, de Augusto Francisco, Teatro Oficina
1977 – Pulando Corda, de Carlos Meceni, Teatro João Caetano
1979 – Super Etc. Contra A Seita do Dragão Vermelho, de Josep P. Benet, Teatro Anchieta
1979 – Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, Teatro Anchieta
1980 – Ufa! Que Perigo…, de Augusto Francisco, excursão pelo interior do Est.de São Paulo
1980 – Quem Conta um Conto Aumenta um Ponto, de Raimundo Matos, Teatro Anchieta
1981 – A Lenda do Piuí, de Sérvulo Augusto e J. R. Chasseraux, Teatro Anchieta
1982 – Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque de Holanda, Teatro Maksoud Plaza
1982 – Boi Bonifácio, de Priscila Barrak, Teatro Maksoud Plaza
1982 – Assim ou Assado, de Silvio Haas, excursão pelo país
1984 – Escola de Mulheres, de Molière, Teatro João Caetano e Auditório Augusta
1985 – O Segredo das Sete Chaves, de Marco Apolinário Santana, Centro de Convivência de Campinas, Teatro Brigadeiro
1985 – Malazartes, de Maria Helena Kühner, Centro de Convivência de Campinas
1985 – Tanzi – Uma Mulher no Ringue, de Clara Luckhan, Teatro Auditório Augusta
1985 – O Gosto da Própria Carne, de Albert Inaurato, Teatro Bixiga
1987 – Calibã, de Marilu Alvarez, excursão pelo Estado de São Paulo
1988 – Rei Matheuzinho I, de Ricardo Gouveia, Teatro Anchieta
1989 – Em Busca dos Bons Momentos, de Paulo Pélico, Teatro Dias Gomes
1990 – Peer Gynt, de Henrik Ibsen
1991 – Namoro, de Ilder Miranda da Costa, Auditório Augusta
1997 – Canção dos Direitos das Crianças, de Elias Andreatto e Toquinho, Teatro Gazeta
1998 – Clips e Clops, esquetes circenses Studium
1999 – Foi Ela Que Começou… Foi Ele Que Começou…, de Toni Brandão, T. Bibi Ferreira
2002 – Ufa, Que Perigo, de Augusto Francisco
2011 – Francesca, de Luis Alberto de Abreu, Espaço Parlapatões



Em Espetáculos de Grupos de Teatro Amador

1968 – Ontem, Hoje Pelo Amanhã, de Roberto Lage, Festival de Teatro Amador da Zona Oeste
1972 – É Tempo de Gente, de New Cobra Merhej, Teatro do MASP
1973 – Sganarello, o Traído Imaginário, de Molière, Grupo Teatral Monte Líbano
1974 – A Cantora Careca, de Ionesco, Grupo Teatral Monte Líbano
1974 – A Revolução dos Objetos, de Maiakowisky, Faculdade Getúlio Vargas
1974 – A Cantora Careca, de Ionesco, Teatro Experimental Sorocabano
1975 – Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, Grupo Teatral Monte Líbano
1975 – Frank Sinatra 4815, de João Betencourt, Grupo Teatral Monte Líbano
1975 – O Jumento e o Capataz, de Marco Antonio de Oliveira, Faculdade Getúlio Vargas
1976 – Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, Grupo Teatral Monte Líbano
1976 – Um Gosto de Mel, de Sheila Delaney, Grupo Teatral Monte Líbano
1976 – A Guerra Mais ou Menos Santa, de Mário Brasini, Grupo Teatral Monte Líbano
1977 – Em Família, de Oduvaldo Viana Filho, Grupo Teatral Monte Líbano
1977 – Soraia, Posto 2, de Pedro Bloch, Grupo Teatral Monte Líbano
1981 – Loucuras de Mamãe, de Jota Gama, Grupo Teatral Monte Líbano
1981 – O Pão Nosso de Cada Dia, de Djair Cardoso da Silva, Grupo de Teatro do Centro Municipal de Cultura do Guarujá
1986 – Tem Banana na Banda, Revista Musical, Grupo Teatral Clube Sírio
1987 – Parentes Entre Parênteses, de Flávio de Souza, Grupo Teatral Clube Sírio

1971 – Baal, de Bertold Brecht, Teatro Sedes
1972 – Sarapalha, de Guimarães Rosa, Teatro Sedes
1972 – A Morta, de Oswald de Andrade, Teatro Sedes
1972 – Eu Sou Vida e Não Sou Morte, e Certa Entidade em Busca de Outra, de Qorpo Santo, Teatro Sedes
1973 – Corinthians, Meu Amor, de César Vieira, Teatro Artur de Azevedo
1974 – Mrozek – Strip-Tease e Em Alto Mar, de Slamowir Mrozek, Teatro Ruth Escobar
1975 – O Processo de Joana D’Arc, de Carlos Queiroz Telles, Teatro Ruth Escobar
1976 – A Flor da Pele, de Consuelo de Castro, Teatro São Pedro
1977 – Gente Fina É Outra Coisa, de Antonio Bivar, excursão pelo Sul e Norte do País
1977 – O Pecado de João Agonia, de Bernardo Santareno, Escola de Arte Dramática
1978 – Circular Prá não Dançar, Teatro do Bixiga
1979 – O Dragão, de Eugéne Schwartz, Teatro Studio São Pedro
1980 – Mãos ao Alto, São Paulo!, de Paulo Goulart, Teatro Paiol
1981 – Mal Secreto, de José Antonio de Souza, Teatro Studio São Pedro
1982 – Besame Mucho, de Mário Prata, Auditório Augusta
1983 – Viúva Porém Honesta, de Nelson Rodrigues, Teatro Itália
1983 – O Infalível Dr. Brochard, de Paulo Goulart, Teatro Paiol
1983 – Bank que se Splanck, coletânea de textos, Teatro João Caetano, Esc. Arte Dramática
1984 – Purgatório, uma Comédia Divina, de Mário Prata, Teatro Cultura Artística
1984 – Abre as Urnas, Coração, de Luís Fernando Veríssimo, Teatro Domus
1986 – Divina Increnca, de Geraldo Carneiro, Teatro Paiol
1986 – Hello Boy, de Roberto Gil Camargo, Teatro Domus
1986 – O Colecionador, de John Fowles, Teatro Brasileiro de Comédia
1986 – Meu tio Iauaretê, de Guimarães Rosa, Teatro Paiol
1987 – Bias-Fêmeas, coletânea de vários autores, Espaço Off
1987 – Fora do Ar, de Rodolfo Santana, Teatro do Bixiga
1987 – A Cantora Careca, de Eugéne Ionesco, Formatura dos Alunos da escola Macunaíma, Casa de Cultura Mazzaropi
1987 – Lets Play That, textos de Torquato Neto, Evento Tropicália 20 Anos, Teatro SESC-Fábrica Pompéia
1988 – Quem Casa quer Caso?, de Walter Quaglia, Leitura Dramatizada, Casa de Cultura Mazzaropi
1988 – As Meninas, de Lígia Fagundes Telles, Teatro Nelson Rodrigues RJ
1988 – Diálogo Noturno de um Homem Vil, de Friedrich Durenmah, Teatro do Bixiga
1988 – Tango, de Slawomir Mrozek, TUSP e Teatro Anchieta, Escola de Arte Dramática
1989 – Dores de Amores, de Léo Lama, Teatro Bibi Ferreira
1989 – Corpo Baldio, de Patrícia Noronha, Espaço Off
1989 – Decifra-me ou Devoro-te, de José Rubens Siqueira e Renato Borghi, Teatro Antonio Abujamra
1990 – Peer Gynt, de Henrick Ibsen, Teatro Sérgio Cardoso
1991 – Bomba-Relógio, de Ilder Miranda da Costa, Teatro Crowne Plaza
1991 – Dores de Amores (remontagem), de Léo Lama, excursão São Paulo e Minas Gerais
1991 – Hora Marcada, show musical de Luciana Dechamps, Ópera Room
1992 – Tamara, de John Krizank, Casa Porto Seguro
1992 – Se Você Me Ama…, de Miriam Bevilacqua, Teatro Bibi Ferreira
1992 – Diana, de Celso Frateschi, Teatro do Bixiga
1992 – Os Amores Abandonados de Jennifer R., de Randy Buck, TUSP, Esc. Arte Dramática
1993 – Dindinho do Coração da Mamãe, de Ilder Miranda da Costa, Teatro FAAP
1993 – Tietê Menino, de Carlos Queiroz Telles, Teatro Mars
1993 – Atrás do Muro, criação coletiva, Teatro Escola Célia Helena, Formatura dos Alunos
1993 – Para Tão Longo Amor, de Maria Adelaide Amaral, Teatro da Cooperativa Portuense, Porto e Teatro D. Maria II, Lisboa (Portugal)
1993 – Putz, de Murray Schsqal, Teatro Paiol
1994 – Para Tão Longo Amor, de Maria Adelaide do Amaral, Teatro Ruth Escobar
1995 – Uma Noite e Tanto, Estripulia Circense, Teatro Mars
1995 – Jennifer – O Amor é Mais Frio que a Morte, de Randy Buck, Fest. Internacional Teatro Londrina
1995 – Gorgolinda, de Helena Bastos, Piccolo Studio, Festival de Lion, França, Teatro Sérgio Cardoso
1995 – Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, Teatro Carlos Alberto, Porto, Portugal
1996 – Ópera do Malandro, de Chico Buarque de Holanda, Teatro Carlos Alberto, Porto, Portugal
1996 – A História do Homem, de João Falcão, Teatro Bibi Ferreira
1997 – Cheque ou Mate, de Ricardo Semler, Sala São Luís
1997 – Baal, de Bertold Brecht, Teatro Laboratório Escola de Arte Dramática
1997 – Anchieta 400 Anos, de Arrigo Barnabé, Pátio do Colégio
1998 – Anjo na Contramão, de Gianfrancesco e Cacau Guarnieri, Salão São Luís
1998 – Você Tem Medo do Ridículo Clark Gable, de Analy Alvarez, Teatro Ruth Escobar, Sala Dina Sfat
1998 – Tributo a Bertold Brecht, Teatro Popular do Sesi
1998 – Agatha, de Marguerite Duras, Centro Cultural de São Paulo, excursão interior do Estado, Festival Internacional de Londrina
1999 – Putas, de Leo Lamakashmir
2000 – Diana, de Celso Frateschi, excursão pelo interior do Estado
2000 – Brasili – Outros 500, de Millôr Fernandes, Teatro Municipal
2001 – Vida Privada, de Mara Carvalho, Teatro Renaissance, Teatro Brasileiro de Comédia
2001 – Mancha Roxa, de Plinio Marcos, Centro Cultural São Paulo
2001 – Eu Falo o que Elas Querem Ouvir, de Mario Prata, Teatro Imprensa
2002 – A Mandrágora, de Maquiavel, Teatro João Caetano
2002 – Pássaro da Noite, de José Antonio de Souza, Galpão do Folias
2002 – Pai, de Isaías Almada, Ágora Mostra de Dramaturgias
2002 – Ato Sem História, de Luiz Alberto Abreu, Ágora Mostra de Dramaturgias
2002 – Roberto Zucco, de Bernard-Marie Koltès, Escola de Arte Dramática
2003 – Orgia, de Pier Paolo Pasolini, Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo e Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
2003 – Um Merlim, de Luiz Alberto Abreu, Teatro Municipal de Santo André, Teatro Aliança Francesa
2003 – Quase Nada, de Marcos Barbosa, Distante de Carryl Churchill, Teatro do Sesi
2003 – Os Justos, de Albert Camus, Ágora Centro para Desenvolvimento Teatral
2004 – Quarto 77, de Leonardo Alckmin, Centro Cultural São Paulo


1986 – Festa do Prêmio APETESP, Teatro Cultura Artística
1986 – Festa do Prêmio Mambembe, Teatro Cultura Artística
1997 – Prêmio Criança 97, Memorial da América Latina, Fundação ABRINQ pelos Direitos da Criança

Depoimento dado à Antonio Carlos Bernardes, na cidade de São Paulo, em 11 de Setembro de 2013.