Fátima Café

Família e primeiros passos

Sou gaúcha, meu pai é mineiro de Juiz de Fora e minha mãe também é gaúcha de Uruguaiana, interior do Rio Grande do Sul. Minha mãe era do lar e meu pai militar, veterinário do exército.

Em Uruguaiana e também em Porto Alegre nunca assisti teatro infantil. Meus pais não tinham o hábito de ir ao teatro, muito menos levar a filha. No entanto, eles me levavam para assistir recitais de música clássica, eram os “Concertos para a Juventude”. Todo fim de semana íamos assistir esses concertos.

Só quando nos mudamos para o Rio de Janeiro é que tive a oportunidade de assistir a uma peça de teatro pela primeira vez, fui levada pela escola. Na época do vestibular fiquei entre Arquitetura e Educação Física. Minha mãe insistia para eu ter um diploma, segundo ela: “Teatro não era uma profissão digna.” Acabei optando por Licenciatura em Educação Física. Sempre gostei muito de esportes e minha estatura ajudava bastante nisso. O Colégio Farroupilha, em Porto Alegre, onde estudei, incentivava muito os alunos a praticarem esporte. Nesse período eu já praticava natação, vôlei e atletismo. Mas, na verdade, acho que eu deveria ter optado por Arquitetura, tem mais haver comigo.  Acabei me formando em Educação Física, em 1982, na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro.

Em 1969, meu pai saiu do Exército e como ele tinha contatos de trabalho no Rio, veio para cá e logo após trouxe a família.

Primeiro contato com o teatro

A primeira vez que vi um espetáculo teatral foi em 1972. Tinha 12 anos. Fui assistir uma peça adulta Missa Leiga, num evento da escola. A apresentação foi no Teatro Tereza Rachel, em Copacabana. Fiquei fascinada, principalmente pela iluminação.

Teatro para crianças só tive contato muito tempo depois, e já atuando. Foi no Teatro Princesa Isabel e a peça se chamava A Árvore que Queria ser Gente. É a minha primeira lembrança de um espetáculo infantil.

Chegou um momento em que comecei a fazer muitas oficinas de teatro. Fiz oficinas no Circo Voador, com o Jaime Barcelos, com o Amir Haddad, entre outros.  Fui fazendo um monte de cursos, nas mais diferentes áreas. Eu me interessava por tudo na área artística. Até que em 1983 resolvi entrar para a Cal – Casa de Artes Laranjeiras.

Quando eu entrei na Cal, com 22 anos, eu já tinha o DRT de atriz e era sindicalizada. Nossa profissão foi regulamentada em 1978 e eu tinha uma série de comprovantes de cursos e apresentações de teatro como atriz amadora. Enviei esse material para o SATED e pelo conjunto de atividades no palco e cursos, consegui a profissionalização. Minha vontade de entrar na CAL foi realmente para estudar. Fui da primeira turma da CAL.

Lá também fiz cursos livres e depois fiz o curso regular. Foram mais dois anos. Estudei com o Sergio Brito, Alcione Araújo, João das Neves, Nara Keiserman, Juliana Carneiro da Cunha, Ian Michalski, Glorinha Beutmuler, entre outros profissionais maravilhosos. O espetáculo de encerramento foi dirigido pelo Eduardo Tolentino, do TAPA, foi Lisístrata e foi apresentado no Teatro Villa-Lobos.

Tarô-Bequê estreou no Teatro Posto 6, em 1990. Na foto: Claudia Netto, Augusto Pereira da Rocha,  Fátima Café, Carlos Café, Fernando Rabello, (agachados) Pedro Limaverde, Waldez Ludwig e Valéria Pimentel

Espetáculos profissionais

Depois da CAL, o primeiro espetáculo que fiz foi Laços, adaptação do livro de Ronald Laing de mesmo nome, no Teatro Cacilda Becker, em 1985, com direção de Odvlas Petti. E o primeiro espetáculo infantil profissional que fiz foi em 1989, Tarô-Bequê, de Marcio de Souza e com direção de Waldez Ludwig. No elenco também estavam Augusto Pereira da Rocha, Claudia Neto, Fernando Rebello, Pedro Limaverde e Andrea Avancini. Tive indicação de atriz coadjuvante para o Prêmio Mambembe, concorrendo com Claudia Neto e Marcia do Valle. Márcia foi a premiada.

A autora

A primeira peça que escrevi foi Sou Deus ou A torneira tá pingando, era adulta. Algum tempo depois escrevi minha primeira peça pra crianças Fadas Bruxas e Madrastas, a partir de pesquisas ao universo dos contos de fadas, realizada juntamente com a Alice Koënow, que também dirigiu o espetáculo. Eram três contos de fadas que se entrelaçavam: Cinderela, Bela Adormecida e Branca de Neve. Foi também o primeiro espetáculo que atuei sozinha em cena. Estreamos no Teatro Cândido Mendes, em 1994.

Entre os anos de 1989 e 1994, fiz alguns espetáculos adultos, como Salomé, com direção de Waldez Ludwig, em 1992, Chaves e Fendas, de Pedro Limaverde com direção de Alice Koënow, em 1993, entre outras.

Nasce a Bonequeira e Diretora

Comecei fazendo bonecos de forma amadora. O embrião ocorreu quando montamos Fadas Bruxas e Madrastas. Não tínhamos patrocínio e por necessidade, saí criando os bonecos e aí, tomei gosto. A partir daí fiz algumas oficinas de bonecos na ARTB – Associação Rio de Teatro de Bonecos, com o Alexandre Pring (bonecos de espuma) e com Celso Ohi (modelagem em argila e papietagem), teatro Catibrum e outros.

Em 1997, realizei minha primeira direção em um texto escrito por mim: O Príncipe dos Sete Mantos e a Princesa das Sete Rosas, e estreamos no Teatro Gláucio Gill. Acho que a direção surgiu de forma natural, eu sempre tive dificuldade em ser dirigida. Eu sempre tive uma visão muito forte sobre os textos que encenei, do caminho que eu deveria seguir na interpretação. Mas sempre tive que adaptar essa minha visão a visão da direção, o que sempre me deu a sensação de que minha interpretação ficava abaixo do que poderia.

Joãozinho Cabeça de Piolho estreou no no Teatro Cândido Mendes em 13.01.2001

Sempre fui muito atenta as orientações da direção, talvez por conta da minha formação muito rígida e disciplinada (talvez por meu pai ter sido militar). Mas o fato é nessa época não me sentia plena em cena, me sentia frustrada em relação ao resultado que alcançava. Acho que foi por isso comecei a dirigir e, posteriormente seguir o caminho da narração direta, contando histórias pra crianças. Na contação de história, a gente fala diretamente com a plateia. Tem uma troca direta, que numa apresentação teatral não se estabelece tão claramente. Há, é claro, muita troca entre platéia e ator numa peça teatral, mas na contação de histórias eu sinto isso acontecer mais claramente. Talvez por estarmos mais soltos no palco, sem necessitar de dar as “deixas” e ficar nos locais exatos para se entrar no foco de luz, etc. Meus colegas sempre brincavam comigo dizendo que eu nunca dava a “deixa” certa, na hora certa… e não dava mesmo…rs! Não consigo, acaba sempre saindo um sinônimo, ou uma pausa maior… alguma coisa sempre acontecia. Na contação a gente tem liberdade de trilhar outros caminhos e depois voltar. Teve um tempo que fiz muitas apresentações de contador de histórias em teatros, bibliotecas, escolas, eventos e até em Shoppings Centers. Praça de alimentação é um lugar totalmente impossível de se fazer teatro. No teatro temos uma caixa preta que ajuda o espectador a se concentrar, ele está predisposto a assistir a peça, ele foi ao teatro pra isso. Aí, a condução da peça se torna mais fácil. Numa praça de alimentação não é assim, a atenção da criança está na batata frita que ela está comendo. Aí, tudo se torna muito mais difícil para o ator.  Em apresentações em locais inadequados você “tem que dar tratos a bola”, necessita perceber rapidamente a dinâmica do público e a partir do respeito a essa dinâmica direcionar a narração da história. É, sem dúvida, um grande desafio, mas é extremamente gratificante quando se consegue estabelecer um diálogo direto com essa platéia.

Mas, voltando aos bonecos. O primeiro espetáculo que criei e confeccionei todos os bonecos foi A Cozinheira de Histórias, que estreei no teatro do Museu da República, em 1999. Mas antes desse espetáculo escrevi e dirigi A Rainha Fiandeira, que era uma contação de histórias, que fiz em parceria com Ricardo Romão. Inclusive, Ricardo Romão tem sido um parceiro muito importante e frequente, com certeza um grande companheiro de boas viagens! Anos depois de A Rainha Fiandeira reestruturei o texto e dirigi o espetáculo O Duende e a Moça Rainha, com um elenco maior. Estreamos também nos jardins do Museu da República e recebi indicação para melhor texto e Ricardo Romão para melhor ator no Prêmio Maria Clara Machado.

Eu gosto muito de contos populares. Leio muito e pesquiso muito, tanto contos brasileiros como estrangeiros. Também sou apaixonada pelos contos de Oscar Wilde. Adoro a estrutura simbólica e ágil dos contos.

Sem dúvida muitas situações curiosas já me aconteceram. Vou contar uma situação que a improvisação foi de extrema necessidade e foi salvadora. Nós tínhamos uma apresentação no teatro do Parque das Ruínas, e aproveitaríamos para fazer uma gravação do espetáculo, era O Príncipe Cachorrão. Depois de alguns ensaios, no próprio palco, deixamos o material guardado numa sala para utilizarmos no dia da apresentação, em torno de uma semana depois. Só que nesse intervalo caiu uma chuva horrorosa no Rio de Janeiro. Eu fiquei preocupadíssima com a situação do nosso material que havia sido deixado numa salinha, ao lado do palco. Liguei para o teatro pra saber se havia entrado água na salinha. Eles informaram que estava tudo certo com o nosso material e me falaram que, apesar da chuva muito forte, não tinha acontecido nenhuma alteração nas dependências do Parque das Ruínas, me tranqüilizei. No dia da apresentação fui organizar o material de cena para a apresentação. Foi quando vi que, no local onde estava uma sacola havia uma pequena poça d’água. Essa sacola estava por baixo de tudo o material. Somente ela molhou um pouco e por azar a cabeça da rainha, um dos personagens centrais do espetáculo, estava molhada.  A cabeça ficou totalmente deformada. Os outros bonecos que também estavam nessa sacola não sofreram nenhum problema. Fiquei desesperada. Pensei em correr em casa e pegar a cabeça de outro boneco e colocar no corpo da Rainha e assim resolver a situação, mas não havia tempo para isso. A solução, veio do Café (criador da trilha sonora e parceiro de vida e de teatro), que frente ao meu desespero, simplesmente sugeriu que eu tirasse a cabeça deformada da Rainha e colocasse a minha própria. Então, retirei a cabeça do boneco, coloquei em frente ao meu e interpretei a rainha. Resultado: recebi vários comentários dizendo que a rainha estava ótima, era um dos melhores personagens! A partir desse dia, a rainha mudou de rosto definitivamente. Obra do acaso. Foram os deuses do teatro que nos ajudaram.

A música entra em cena

Comecei a tocar piano em Porto Alegre. Na verdade, eu queria era cantar. Quando eu tinha 8 para 9 anos, já cantava e tocava um pianinho. Até participei de um programa de calouros infantis numa TV em Porto Alegre. Cheguei até a ser premiada. Passei de fase e fiquei entre os finalistas. Fiquei orgulhosa, mas acabei não continuando com as aulas. Muitos anos depois, já no Rio de Janeiro, descobri o teatro na escola com um professor de literatura brasileira, montamos Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, me encantei. Paralelamente, fui me aprofundando um pouco em cursos de música. Cheguei a entrar na Escola de Música Villa-Lobos, mas fiquei pouco tempo. Depois cursei aulas de canto e de percussão, mas essas atividades não duravam muito tempo. Em 2003, o Carlos Café, sugeriu que eu me aprofundasse um pouco mais na música. Ele é professor de música e foi me ensinando. No início não participava dos shows da banda dela. Depois, com o tempo passei a participar. E assim, já se passaram 20 anos que participo da banda tocando teclado e percussão.

A participação do Café nos espetáculos teatrais tem em torno de 30 anos e foi acontecendo naturalmente. Ele ficou responsável pela trilha sonora original dos espetáculos, criando todas as músicas. Com o tempo, isso foi progredindo e às vezes ele também participa das peças tocando ao vivo. Ganhou indicação pra prêmio Coca Cola de teatro infantil, em 1989, no espetáculo Tarô-Bequê. No espetáculo Galera – um Musical em Quadrinhos ele teve uma participação fundamental e muito importante inclusive no roteiro da peça, pois era um musical infanto-juvenil. Ele tem uma excelente formação em Cursos no Brasil e no exterior e durante muito tempo se dedicou a dar aulas de música e fazer trilhas sonoras. Após esse período passou a se dedicar mais intensamente a composições e a shows ao vivo.

O Duende e a Moça Rainha estreou nos Jardins do Museu da República, em 2003

Dedicação ao Teatro para a Infância e Juventude

A partir de 1994 não fiz mais teatro adulto. Me apaixonei, paixão mesmo, pelo universo simbólico, figurativo que as histórias infantis têm. Você fala com a força de elementos que fazem parte do nosso imaginário coletivo. Por que um conto permanece igualmente impactante para crianças de agora como para crianças de outros séculos? O conto tem uma comunicação tão intensa que não necessariamente passa consciência. Sou completamente apaixonada por isso. É uma comunicação sensorial. E isso acontecem com as artes de um modo geral. Acontece com a música, não precisa de palavras, pode ser cantada em qualquer idioma, a pessoa entende, sente e pronto. Faço também um paralelo com as artes plásticas, a forma se expressa sem a necessitar da lógica racional. Ultimamente, tenho estado focada no estudo estrutura escultórica. Acho que o meu gosto pela confecção de bonecos está se expandindo, está procurando outros conhecimentos.

Reciclando

Anos atrás, um pouco depois de começar a narrar histórias, tive um convite do projeto Proler, de incentivo à leitura, de ministrar oficinas de contação de histórias. Era um projeto da Biblioteca Nacional e eu viajava bastante pelo país ministrando essas oficinas. No início eu só dava aula para professores, bibliotecários, agentes de leitura, etc. Nunca ministrei aulas pra crianças. Quando depois de um tempo me convidaram para ministrar oficina pra crianças, comecei a me questionar sobre isso e, sobretudo sobre a forma adequada para fazer isso. A escola tradicional costuma trabalhar a literatura a partir da interpretação de textos. Indagando sobre a interpretação de texto. Acho que deve haver um espaço na escola onde a criança não seja indagada sobre o que ela achou da história.

Era preciso apreender a história e interpretá-la da sua forma não necessitando de um professor que aprove ou não. Eu posso apreender emocionalmente uma história e ser muito importante pra mim e ao mesmo tempo não querer ou até saber explicá-la de explicar através de palavras.

Foi aí que comecei a pensar na criação dos personagens da história através da criação de bonecos. Dessa forma, a criança poderia exprimir aprendeu da história, sem precisar verbalizar. Comecei então a dar oficinas de bonecos com material reaproveitável. Eu narro uma história e as crianças escolhem um personagem ou criam outros personagens a partir da história e os confecciona. Lógico que para isso eu necessito de dar algumas técnicas de confecção: como cortar as garrafas de plástico, colar materiais e outros detalhes. Pra isso o material mais prático e accessível é a sucata.  Neste processo, comecei dando oficinas em escolas públicas e participei de projetos diversos onde dava aula de criação de bonecos. Mas as oficinas eram sempre apoiadas na contação de histórias que servia de mote para e as crianças desenvolviam os bonecos. Também trabalhei com argila e espuma, mas nas escolas públicas optei reaproveitamento de sucata o que foi muito util.

Rumos do Teatro Infantil Contemporâneo

Tudo que sei é que nada sei! Partindo desse princípio acredito que os rumos do teatro devam passar pela delicadeza que vimos no teatro pra Infância. Acho que a necessidade do artista de sobreviver de sua arte, (sabemos que é uma tarefa muito árdua) muitas vezes pode endurecer o artista e, conseqüentemente, endurecer sua forma de fazer teatro. No teatro infantil, e acho que por isso me aproximei tanto por essa área, o fazer teatral necessita encontrar e pesquisar a melhor forma de se comunicar com a platéia. É na sutileza e no respeito ao público que o teatro pra crianças se torna profundo e essencial.

Acredito que toda forma de fazer teatro seja ele adulto, infantil, juvenil ou o que mais vier deve passar pela delicadeza na sua fundamentação.

2019 – O Príncipe Cachorrão, Teatro do Parque das Ruínas, SESC Teresópolis
2013 – Amorosa – Uma Pequena Cidade no Coração do Brasil, Teatro Maria Clara Machado (17.08 à 15.09.2013, XVIII Festival Nacional de Teatro Infantil, Circuito SESC de Teatro Infantil (Caxias, Barra Mansa, São João de Meriti, Madureira, Engenho de Dentro, Niterói, Ramos) Teatro de Marionetes Carlos Werneck, Casa de Pascoal Carlos Magno, Parque das Ruinas  (03.09 a 24.09.2017)
2008 – As Aventuras de Chiquinha Maluca, Teatro Candido Mendes (19.04 à 29.06.2008) a , Circuito Ciranda de Espetáculo da Prefeitura do Rio de Janeiro, FENATB
2006 – O Palhacinho Feio, Teatro Candido Mendes (26.08 a 08.10.2006), Casa de Cultura Laura Alvim (20.10 a nov 2007), Circuito Ciranda de Espetáculo da Prefeitura do Rio de Janeiro
2005 – Galera – Um Musical em Quadrinhos, (em parceria com Carlos Café), Espaço III do Teatro Villa-Lobos (18.06 à 31.07.2005)
2004 – O Guardião das Histórias das 1001 Noites, (inspirado nos Contos das 1001 Noites, Teatro Candido Mendes, Centro Cultural Suassuna (06 a 28.11), Espaço III do Teatro Villa-Lobos (19.06 à 31.07.2004) e XI Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau
2002 – O Menino que Botou um Ovo, Teatro Candido Mendes (12.01 a 07.04.2002), 3ª Mostra SESC CBTIJ de Teatro para Crianças (2003), Teatro Carlos Werneck (abr 2003)
2001 – Joãozinho Cabeça de Piolho, Teatros Candido Mendes (13.01 a 01.04.2001), Museu da República, Teatro da UFF (09.06 a 01.07.2001), Teatro Carlos Werneck
2001 – Maria Bicuda, Teatros Candido Mendes (maio/junho 2001), Museu da República, Teatro da UFF (02 a 24.03.2002), Teatro Carlos Werneck
1999 – A Cozinheira de Estórias, Teatro do Museu da República (03.07 a 26.09.1999), Parque da Cidade (11 à  30.03. 2000), em eventos alternativos como praças e shopping centers
1998 – A Rainha Fiandeira, Parque das Ruínas (estreia 08.08.1998) e eventos alternativos como Universidade Estácio de Sá, Bay Market
1997 – O Príncipe dos 7 Mantos e a Princesa das 7 Rosas, (em parceria com Fernando Rebello), direção Fátima Café, Teatro Gláucio Gill (estreia 26.06.1997), I Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau – SC

2003 – O Duende e a Moça Rainha, (inspirado no conto registrado pelos Irmãos Grimm), Jardins do Museu da República, Candido Mendes, Teatro da UFF, Teatro Ziembinski (julho 2004), 6ª Mostra SESC CBTIJ de Teatro para Crianças (2006)

1994 – Fadas, Bruxas e Madrastas, (em parceira com Alice Koënow), direção Alice Koënow, Teatro Cândido Mendes (agosto 1994), Casa da Gávea (abril 1995)
1995 – Mitos, Mundos e Lendas, direção Alice Koënow, Teatro Ipanema
2011 – O Príncipe Lagartão, A Princesa do Sono Sem Fim, A Bela e a Fera, Princesa de Latão. Adaptação de diversos contos folclóricos para a narrativa de histórias

1989 – Tarô Bequê, direção Waldez Ludwig, Teatro Posto 6 (21.10 a 23.12.1989 e de 06.01 a 27.05.1990), Teatro Leopoldo Fróes (agosto 1990)
1987 – Eros e Psiquê, direção Renato Icaray, Teatro da Casa de Cultural Laura Alvim (13.10 a 22.12.1987 e de 11.01 a 22.03.1988)
1986 – O Alienista, direção Renato Icaray, Teatro Villa-Lobos (28.04 a 07.10.1986
1985 – Lisistrata, direção Eduardo Tolentino, Teatro Villa-Lobos

1995 – É Tempo de Infância, direção: Alice Koënow (fantasia musical composta e produzida pelo Grupo Educart), Projeto Teatro é Vida, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro
2014 – A Velha da Pracinha, inédita
Asas de Anjo
, inédita
O Príncipe Feliz, adaptação do conto de Oscar Wilde para a narrativa de histórias

Natal em Contos, adaptação de quatro contos de natal para o Canal Futura
Futura na Sala de Aula, adaptação de quatro contos folclóricos brasileiros para o Canal Futura.

Prêmio Zilka Salaberry

2013 – Amorosa – Uma Pequena Cidade no Coração do Brasil
Menção Honrosa

Prêmio Mambembe

1990 – Tarô Beque, direção Waldez Ludwig, Teatro Posto 6
Indicação como Atriz



2014 – Rock’n Lixo – Uma História para Reciclar o Brasil, direção Adriana Maia, Centro cultural Justiça Federal (09.08 a 14.09)
2004 – Dois Cavalheiros de Verona, direção Nadege Jardim, SESC Tijuca

Participou de incontáveis projetos como palestrante, professora de teatro, oficina de bonecos e recicláveis, contadora de histórias, em seminários, encontros, congressos e festivais.

Participações como Contadora de História, no Programa ABZ, comandado por Ziraldo
https://www.youtube.com/watch?v=Xhlt_NZMS-U
https://www.youtube.com/watch?v=TiTA3aYNiIM

1988 – Sou Deus ou A Torneira tá Pingando, direção César Armando, Teatro de Bolso Aurimar Rocha.

1985 – Laços, direção Odavillas Petti, Teatro Cacilda Becker
1988 – A Torneira tá Pingando, direção César Augusto, Teatro de Bolso Aurimar Rocha (com Marcos Waimberg e Fátima Café), Teatro Posto 6

Seis
1991 – Chaves e Fendas, direção Alice Koënow, Teatro Posto Seis
1992 – Salomé, direção Waldez Ludwig, Teatro Ipanema
1992 – Uma Faca de Dois Legumes, direção Alice Koenow

Depoimento dado à Antonio Carlos Bernardes, em 07.02.2021, via plataforma Zoom.