Rogério Blat. Foto: Antonio Carlos Bernardes

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Projeto Encontros e Oficinas

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Lembranças 

Minha primeira lembrança do teatro infantil é quando eu ia para a casa dos meus primos eu sou paulista e devia ter uns oito ou nove anos e minha família morava na Rua Santo Antonio no Bexiga, então eu ia passar o final de semana na casa de meus primos. Nós saíamos para ir ao TBC – Teatro Brasileiro de Comédia assistir os infantis. Meu primo Roberto Lage, que era mais velho, já dirigia teatro em São Paulo. Ele deveria ter uns vinte e poucos anos, e eu e meu primo, uns nove ou dez. Era um momento incrível, bárbaro, porque a gente saia da Rua Santo Antonio, e eu e meu primo, Ronaldo íamos sozinhos para o TBC. Nos dava uma sensação de independência.

Isso me marcou muito. Eu sentado nas primeiras filas do TBC vendo um desses infantis que o Roberto dirigiu. Mais tarde, meu irmão Ricardo começa também a fazer teatro – deu pra notar que lá em casa, todos começam com R.

Outra lembrança forte que eu também tenho é a da peça O Rapto das Cebolinhas. Eu era muito novo quando comecei a ver teatro e quando eu comecei a frequentar os bastidores, entender a mecânica do teatro e a desvendar aquela ilusão de você olhar a possibilidade do sonho da criança, isso me chamou muito a atenção. Acho que isso até tenha me dado força no meu imaginário. Da diferença entre o sonho que eu assistia da plateia e de como era feito esse mecanismo do imaginário. Essa foi determinante na minha vida.

Multifacetário

E sempre fiz um pouco de tudo. Tenho forte tendência a ser geminiano, só que não sou de gêmeos, sou touro com ascendente em escorpião. Só que tem uma dessas luas em gêmeos que me jogava para todos os lados. Meu pai era músico e tocava bandoneon – eu tenho o bandoneon dele até hoje. Quando meu pai não pode mais tocar por problemas de visão, ele abriu uma loja de consertos de brinquedos, chamava Pronto Socorro de Bonecas, que eu ajudava. Minha tia fazia desenho e pintava, outra parte da família estava ligado ao teatro. Minha tia Clarisse era produtora e trabalhava na Casa do Espectador. Era uma salinha na Galeria Sete de Abril, que vendia ingressos de espetáculos e a gente ia sempre lá. Então, estávamos sempre ligados nesses assuntos.

Além disso, eu sempre fui estimulado estudar música, a desenhar, a escrever e a brincar de teatro. Lembro-me que eu e meus irmãos tínhamos um teatro de fantoche imenso. Morávamos em casa espaçosa e sempre teve um ambiente assim.

Na minha adolescência fiquei louco por desenho e comecei a me arriscar nas artes plásticas e artes gráficas. Fui trabalhar como estagiário em uma agência de propaganda e fiquei encantado com isso. Comecei a fazer história em quadrinhos – que sou apaixonado até hoje e faço coleções de gibis e revistas – e criei uma história chamada Os Germens da Discórdia.

Além disso, estudava música, montei uma banda de rock, comecei a escrever letras de música para a minha banda. Isso foi nos anos 80 e naquela época em São Paulo, era a explosão do movimento Punk. Nós tocávamos no Madame Satan, que era uma conhecida casa de rock. Foi uma experiência muito interessante.

Experiência Profissional

Eu tinha 19 para 20 anos, quando me mudei para o Rio. Estava procurando trabalho e a Guta que era diretora de elenco da TV Globo me colocou como contrarregra no espetáculo Brecht Segundo Brecht dirigido pelo Ademar Guerra. De uma hora para outra, estava no meio de um elenco de estrelas numa peça política e complexa. Fiz luz, montei cenário, fiz contrarregragem. Enfim, cuidava do espetáculo, que começou em Porto Alegre e terminou em Manaus. Foi um ‘intensivão’ de teatro.

Na verdade, essa coisa fragmentada de desenhar, fazer música, escrever letras, fazer produção, teatro acabou dando um resultado no meu trabalho de dramaturgo e foi uma experiência muito marcante para mim.

Acabei trabalhando com a banda do Alceu Valença, fazendo também a produção de palco. Fizemos muitos shows em estádios. Lembro que em Brasília tinham três mil pessoas. Depois, por um período comecei a fazer luz para o Ivan Lins. Também para a Lucinha Lins fiz a luz do infantil Sapatinho de Cristal. Como ela sabia que eu desenhava, também fiz a capa do disco dela. Era tudo misturado, eu fazia de tudo e a coisa foi fluindo. Não teve uma passagem definitiva, as coisas foram caminhando, consequências de fatos e necessidades artísticas e até financeiras.

Primeira Experiência em Teatro

Conheci o Gilberto Gawronski, quando ele fazia a peça Uma História de Borboletas, do Caio Fernando Abreu, com meu irmão Ricardo. Nessa época eu ainda estava com a banda. O Gilberto adorou a história dos germens e disse que tínhamos que a transformar em peça de teatro. Foi em uma época que estava começando a aparecer o projeto do Teatro Jovem. Então, comecei a escrever e ele montou o espetáculo que ficou bem radical.

Meu falecido irmão o Ruy, me deu mil dólares e foi com essa grana que produzimos. Conseguimos juntar um elenco muito bacana, com o Ancelmo Vasconcelos, a Scarlet Moon, a Cláudia Lira, o Rodrigo Penna. Era uma história muito doida, com um casal de cientistas gays do subúrbio e rejeitados pela comunidade cientifica. A trilha sonora era feita com músicas do Lulu Santos. Ele estava para lançar o CD e cedeu as músicas para a montagem.

Fizemos uma chamada na rádio e colocamos como fundo musical, uma das composições do Lulu. Ele era contratado pela Poligran e as músicas que colocamos no espetáculo, ele ainda não tinha lançado. A gravadora ficou louca com ele, mas ele segurou a barra. Estreamos no Teatro da Cidade, na Lagoa e embora a peça tenha ficado um ano em cartaz, não tinha público.

Depois, nos apresentamos no SESC Tijuca e em Niterói. Fomos insistentes com a peça. Depois de alguns anos, acho que em 99, o Ricardo dirigiu uma versão para uma turma de formandos da CAL.

Começando Projetos para Crianças

Depois de Os Germes, a Eveli Ficher me chamou para fazer um projeto chamado Andersen, o Contador de Histórias e fizemos três espetáculos. O primeiro foi O Soldadinho de Chumbo. Eu achava que essa história era muito completa, pois tinha falhas trágicas e viradas dramáticas. Os contos do Andersen, embora sejam cruéis, fazem pensar sobre a perda.

Fiz um formato que era o Andersen contando histórias para as crianças. Em O Soldadinho de Chumbo experimentamos a linguagem de transpor não só para o mundo de miniaturas e de brinquedos. O Andersen fazia essas passagens e as crianças representavam os personagens.

O segundo projeto foi A Roupa Nova do Imperador. A proposta foi fazer uma comédia menos pesada e mais acessível para as crianças, visto que na montagem do Soldadinho tinha criança que saia até chorando do teatro. O resultado não foi esperado, mas acabou sendo um sucesso. Mesmo não tendo o impacto que a montagem do Soldadinho gerou, nós chegamos a ser indicados para vários prêmios.

E por último, para a terceira montagem nós escolhemos a história do Patinho Feio. O mais difícil foi pensar numa alternativa para fazer um espetáculo diferente, porque essa é a mais conhecida e a mais montada de todas as histórias do Andersen. Por outro lado, as crianças que trabalharam conosco nas montagens anteriores, o Fabrício Bittar, a Fernanda Rodrigues e a Débora Secco, tinham crescido, e não dava mais para serem crianças.

Minha solução foi fazer um monólogo onde Ricardo Blat interpretaria o patinho. Todo mundo ficou apreensivo com essa ideia de fazer um monólogo para crianças, mas acabou dando certo e foi o melhor dos três espetáculos, que teve direção do Gilberto Gawronski. Ficou ainda mais dramática que O Soldadinho de Chumbo e peça começava com a frase: “Onde foram parar minhas ideias?”.

Eu sabia que o risco era grande devido ao formato e apesar de muitas crianças aceitarem o espetáculo, muitas outras o rejeitavam, porque estavam acostumadas verem atores vestidos de patinho. Na nossa peça não havia essa linguagem óbvia. A proposta era trabalhar o imaginário dos espectadores, que eram também instigados através de recursos cenográficos. O diferencial dessa montagem é que quando as crianças saíam no meio do espetáculo, o Ricardo interagia com esse momento, representando a rejeição que o patinho sofria. E quem ficava na plateia mergulhava completamente na cena e aí não tinha mais jeito, porque o jogo estava armado. Essa linguagem repercutiu muito e acabamos viajando para muitas cidades e chegamos até apresentar o espetáculo no Festival Internacional de Lyon.Por se tratar de um tema universal, a peça também fez muito sucesso entre o público adulto. Afinal, todos nós, já passamos pela rejeição do Patinho Ceio.

Crianças e Adultos: Públicos Igualmente Importantes

Eu não vejo diferença do público adulto e infantil. Na verdade a diferença está no espetáculo: ou ele comunica, ou não comunica. Seja com o público adulto ou crianças. Quando a plateia não reage é porque o espetáculo não comunica. E essa bagagem de interação eu tenho da época em que eu trabalhei com shows de música. Como é que eu vou ao Show do Lulu Santos e todo mundo está participando e vou ao teatro e a plateia esta mórbida? Eu preciso dessa mesma energia na plateia de teatro, e para isso a gente precisa comunicar. A comunicação deve partir do palco e não da plateia. Tanto é que, quando o artista faz isso no palco, a plateia enlouquece e responde com a mesma intensidade.

É horrível quando você vai numa peça e o artista que está no palco não consegue fazer essa comunicação com público. A sensação que dá é como se a gente nem estivesse na plateia. E isso deve ser revertido, inclusive para reforçar esse processo de aproximar os jovens e as crianças ao teatro. Porque a pessoa sai de sua casa e se dispõe a receber alguma coisa de você.

Sempre em Busca da mesma Hesitação

É essa cumplicidade em que a plateia participa, vive e vira cúmplice do espetáculo, tanto quanto os que estão no palco. É o que buscamos nas montagens da Oficina de Criação de Espetáculos, projeto que Ernesto (Neco) Piccolo e eu realizamos com a ONG Palco Social. Já estamos no décimo quinto espetáculo da companhia. Essa é uma parceria que surgiu em 1992 quando eu ainda estava fazendo Os Germes da Discórdia e a produtora Dada Maia me indicou para trabalhar com o Neco num curso de teatro para atores.

Aos poucos nós fomos aprimorando essa comunicação para aproximar cada vez mais o público do espetáculo, principalmente aqueles que nunca tinham ido ao teatro. Também, por eu ter essa vontade de passar essa energia de aproximação que o público de um show recebe. Não só o show de rock, mas também com o samba e o baião que tiram você de um estado de normalidade do cotidiano e te levam para uma condição melhor de pensamento e de emoção. O público sai do espaço e leva isso para a vida.

Nós conseguimos isso em vários espetáculos. O primeiro foi Funk-se. Foi uma catarse, porque só de falar a palavra funk, aparece gente de todos os lugares, aqui no Rio. Fizemos apresentações com uma plateia de cento e quarenta pessoas, que era mais que a lotação do teatro, e todos participavam, gritavam, davam opiniões e conversavam com os personagens. Era uma interação fantástica.

Cacos: Liberdade para os Atores até Certo Ponto

Eu sou muito rígido com o processo de criação. Da pré-produção ao período das apresentações sempre prezo pela disciplina. Você só consegue algum resultado bacana se você tiver disciplina e concentração. Não tem essa de chegar cinco minutos antes do espetáculo e dizer que vai arrebentar em cena, porque não vai mesmo. As pessoas brincam que eu era tão rígido na companhia, que fazia o papel de madre superiora. Hoje em dia, eu sou menos autoritário. Mas isso foi muito importante porque era preciso encaminhar o elenco com regras e disciplinas.

O Processo de Criação de Espetáculos

Muitas das peças que escrevi, tiveram histórias que realmente aconteceram. De alguém que contou algum caso ou de uma memória de infância. Uma das coisas que eu fazia muito com os alunos era montar uma pesquisa e distribuí-la entre os atores para que eles respondessem com seus vizinhos de comunidade, pais ou colegas de trabalho. Esse material era quase jornalístico, rico, verídico e com histórias, uma mais doida e incrível que a outra. Desse material, fazíamos exercícios e algumas situações eram colocadas em cena.

Normalmente, eu começo a trabalhar a ideia de um espetáculo, um ano antes, e só conto para o Neco e para alguém da equipe de criação, para que eles também já comecem a pensar a respeito. Quando a gente reúne o pessoal para fazer a oficina, eu lanço uma discussão e à medida que vão surgindo as ideias, o Neco vai trabalhando improvisação com os alunos. Nesse estágio, eu já estou escrevendo os diálogos e ao mesmo tempo vou conversando com a turma, sempre aberto a sugestões e ideias, porque se me trouxerem um dado ou uma referência que eu desconheço, eu repenso no que escrevi e analiso o texto com a nova ideia. Quando o trabalho fica pronto, começa o processo de coreografias, de músicas e de encenação do Neco. É um processo longo que dura de um a dois anos.

O legal é estrear e ver a maturidade das ideias, da concepção cênica e artística. Como eu disse, é um processo que gera muita concentração, disciplina e foco no objetivo. Mas também tem que acreditar bastante. Um exemplo disso foi com o Diferente Igual a Gente, que teve uma gestação supercomplicada, mas gerou um resultado tão bom que ficou mais de um ano em cartaz e teve uma resposta de público inacreditável.

Funk-se e Outras Histórias do Palco Social

Na mesma época em que estava fazendo Os Germes da Discórdia aconteceu aquele arrastão na praia de Ipanema, que acabou sendo associado ao movimento funk, e eu acabei ficando com aquilo na cabeça. Foi no momento que conheci o Neco e contei essa ideia para ele. Começamos a trabalhar e isso atraiu gente de tudo quanto é tipo para o curso. Chegou um momento, que tínhamos tantos alunos que tivemos que mudar de endereço. Passamos então, a ensaiar no Calouste Goulbenkian, na Praça Onze. O espetáculo Funk-se surgiu da necessidade de discutir essa questão social, tão importante na época.

Em seguida, Com o Rio na Barriga, nós trabalhamos a chegada dos nordestinos ao Rio, o problema da violência e das drogas na cidade. Seguindo essa linha de contraste de culturas, fizemos também o espetáculo Passado a Limpo, sobre a chegada de Dom João VI ao Brasil e nesse contexto, nós inserimos a história de um menino que queria limpar as ruas da cidade. A proposta da peça era questionar essa cultura de jogar lixo nas ruas, uma coisa tão comum na nossa sociedade e que vem desde o período do império.

Nossas produções são baseadas em situações bem contemporâneas, e isso nos dá uma fartura imensa de material. Acontece muitas vezes, que a ideia de uma peça nasce a partir de um espetáculo, como foi o caso de Com o Rio na Barriga, que gerou duas continuações: O Passado a Limpo e O Futuro era Hoje. O mais rico de tudo isso, é que todos os integrantes estudam e participam o que dá uma dinâmica no laboratório de ideias.

Os Caminhos do Teatro para Crianças

O teatro infantil cresceu muito e está muito mais respeitado atualmente. Hoje em dia, mesmo ainda existindo o pensamento de que o teatro para crianças é um mero trampolim para o teatro adulto, ele ainda continua sendo uma excelente escola de atores, onde muitos profissionais realmente compreendem o que é ser ator.

Outra coisa que melhorou bastante foi a relação teatro x criança, ambos estão mais próximos um do outro. Além disso, as próprias escolas estão estimulando mais as crianças a descobrirem o teatro como instrumento de resolver vários problemas e como através dessa arte, podem-se descobrir outras formas de raciocínio.

A qualidade também melhorou bastante, o período entre bons espetáculos está bem menor, não se espera mais tanto tempo para ver uma boa montagem, o que é uma coisa bem bacana. Ainda existem casos bizarros em que o autor mistura personagens totalmente diferentes como Batman e Cinderela, ou as Tartarugas Ninja e os Três Porquinhos. Entretanto, mesmo com os patrocínios em baixa, os grupos sérios continuam buscando novas linguagens cênicas e sempre inovando com espetáculos com boa dramaturgia e histórias coerentes.

Essa busca por qualidade é um fator muito importante porque a gente lida com um público muito especial, que não faz média com ator, e que não tem porque, fingir gostar de uma coisa que não está gostando. Eu fui jurado de vários prêmios e cansei de ver criança que levantava da poltrona no meio da peça pra ir brincar, porque achava mais interessante do que assistir o espetáculo.

Nesse sentido o teatro infantil cresceu muito, e aqueles que faziam um teatro meio fraudulento com o tempo acabaram sumindo, porque não tiveram nem disciplina nem conteúdo. É que nem um banco: ninguém quer ser office-boy, todo mundo quer começar como presidente. Mas é evidente, que a realidade não é essa. Ser um bom profissional requer tempo, é um processo de longo aprendizado. Quanto mais estudamos, mais vemos o quanto ainda temos que aprender, e é assim que realmente enxergamos o nosso tamanho e o quanto ainda podemos alcançar.

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Participação em Espetáculos para Crianças e Jovens

2016 – Pamonha e Panaca, Parque das Ruínas e Teatro Cândido Mendes

Como Autor e Adaptador

1993 – Os Germens da Discórdia, direção Gilberto Gawronski
1993 – Andersen, o Contador de Histórias, Soldadinho de Chumbo, direção Gilberto Gawronski, Teatro Gláucio Gill, Espaço FINEP
1994 – Andersen, o Contador de Histórias, A Roupa Nova do Imperador, direção Gilberto Gawronski
1995 – Andersen, o Contador de Histórias, O Patinho Feio, direção Gilberto Gawronski
1998 – Lendas e Parlendas, direção Ricardo Blat, Teatro Gonzaguinha
2000 – Da Fumaça ao Chip, direção Célia Bispo e Roberto Dória, CCBB
2002 – Bahia da Guanabara, direção Lúcia Coelho, Teatro Villa-Lobos
2011 – Fala que é Amor, direção Ricardo Blat, Teatro Oi Futuro – Flamengo

De Espetáculos para Oficinas de Criação de Espetáculos/Palco Social com Direção de Ernesto Piccolo

1994 – Funk-se, texto Rogério Blat, Teatro da Praia
1995 – Com o Rio na Barriga, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1996 – O Passado a Limpo, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1996 – O Futuro era Hoje, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1997 – DNA Brasil, texto Rogério Blat, Casa de Cultura Laura Alvim
1998 – O Dinheiro é o Terror, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
1999 – Praça Onze, o Musical, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2000 – Como o Diabo Gostatexto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2001 – Ai Lóvi Rio,  texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2002 – Criança Eu Quero Ser Quando Crescer, texto Rogério Blat, Teatro Gonzaguinha
2002 – Fé na Parada,  texto Rogério Blat, Teatro Ziembinski
2003 – Anjinhos e Capetinhas, texto Rogério Blat
2005 – Diferente Igual a Gente, texto Rogério Blat
2006 – Pagando Mico, texto Rogério Blat, Glauce Rocha
2007 – Dá um Jeitinho Aí, texto Rogério Blat, Teatro Glauce Rocha
2010 – Sorria, Você está sendo Roubado!, de Ricardo Blat, Teatro Glauce Rocha

Participação em Espetáculos Adultos

2003  – No Meio do Nada, Espaço SESC – Sala Multiuso
2015 – Camarão Azul, SESC Tijuca

Como Autor e Adaptador

2014 – O Tombo, direção Ancelmo Vasconcelos, Teatro Fashion Mall – Sala II
2015 – #Broncadeque? – Direção Erneto Piccollo, Teatro das Artes

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Depoimento dado no dia 13 de Setembro de 2006, na Casa da Gávea, para o Projeto Encontros e Oficinas.