Programa do espetáculo que estreou no Teatro Gonzaguinha, em 21.09.2001

Fotos: Bruno Veiga

Barra

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Secretaria Municipal de Culturas e
Rioarte Apresentam

AI LÓVI RIO – O MUSICAL

Texto – Rogério Blat
Direção – Ernesto Piccolo

(Página 02)

As Oficinas de Criação de Espetáculo completam oito anos de existência. Período em que atraiu centenas de pessoas interessadas na arte de fazer teatro, muitas sem experiência nenhuma, outras já profissionalizadas e principalmente as que por aqui chegaram, ficaram e desenvolveram as suas vocações artísticas em diversas atividades ligadas a produção dos espetáculos. Ai Lóvi Rio – O Musical é a nova experiência das oficinas de criação de espetáculos, utilizando a música, a dança e o humor para contar a fábula do pandeiro de outro contra os ósculos cor de rosa.

(Páginas 03 a 06)

Letras das Músicas 

Abertura
O Cenário é um lugar
de sonho e de cor
Uma cidade, um coração
transbordando de amor.

Um pandeiro ouvi tocar
no Andaraí do morro
Um batuque de alegria
trazendo um Engenho Novo.

Não há quem possa se opor
ao Realengo desse povo
No balanço do instrumento
Bangu fica mais gostoso.

Na favela do Vigário
no terreiro Encantado
Da Pechincha a Guadalupe
Paciência São Conrado!

Na Penha que Deus ajude!
Irajá que eu não demoro
Vou sambar em Bonsucesso,
e tô voltando pra Deodoro.

Roda o samba na Tijuca
roda em Vila Isabel
Até o Padre Miguel batuca
Glória ao papai do céu.

Na maré da Barra veio
uma farra de arrepiar
No Recreio do pandeiro
sacudiu-se o Joá.

Partiu do alto da Gávea
Copa balançando o Leme
Botafogo no enredo
que tá Leblon pra Catete.

Música do Subúrbio
Você pode imaginar,
como é duro viver
Num lugar longe de tudo
morar no fim do mundo
Se explicar onde é que fica
ninguém identifica.

São três ônibus para ir
até quatro pra voltar
Cafundó mais deprimente e triste
não existe nem na China
Lugar chique do bairro
é o posto de gasolina.

Nossa praia é banho de bica
que gente rica não ia gostar
No subúrbio é assim
sem teatro, sem cinema
Centro Cultural é botequim.

Mesmo com tanto problema
vou levando com alegria
Com os braços bem abertos
a comida está na mesa
Se der na cabeça
apareça com a família

Mendigo Piedade 
Mendigo eu sou,
desde menino
na rua eu vivo
com meus amigos
alguns são artistas
esperando uma chance
outros só estão perante
às agruras do destino
abrigo de papelão
sapato de cada cor
cinto feito de barbante
fedorento cobertor
mendigo piedade
com pensamento distante
não passa nem metade
dos estresses do doutor
miserável não tem hora
nem compromisso social
remédio de mendigo é prece
igreja hospital
se é por causa de mulher
ou excesso de cachaça
todo dia tem mais um
vivendo aqui na praça

Saara
Abdala alugou um sobrado
ao lado de Moisés.
Nosso Senhor dos Passos
virando a Conceição.
Nos fundos moram as famílias,
na frente é que se vende
todo tipo de mercadoria
No mesmo quarteirão,
dá pra compra no varejo
maravilhas de plástico
prego, parafuso, percevejo.
Miçanga e elástico
pela metade do preço.
Vendo no atacado
qualquer bugiganga
para seu adereço.
Na rua da Alfândega
dá pra comprar
por uma barganha
tule e tafetá.
Pode comer sem medo
no boteco do Abib,
lanche de sacoleiro é
caldo de cana com kibe

Só que a vida no Saara
mudou com o passar dos anos.
Quem por aqui sempre viveu
cedeu lugar aos coreanos.

Musical dos Carteiros

(Adamastor e Coro dos Carteiros) 
Pelo jeito do envelope
um carteiro pode adivinhar
o conteúdo da missiva
que acaba de chegar

(Donas de Casa) 
Se é carta de aviso
chego a ficar tonta
meu sorriso se desmancha
diante do valor da conta.

(Coro do Povo)
Será que não tem aí,
uma carta com boas notícias
que o remetente fosse
um parente distante.

(Homem)
Melhor do que esperava!
Uma tia que eu não via,
desde os tempos de criança
morreu e me deixou herança.

(Coro do Povo)
Será que não tem aí,
uma carta de amor?
Quem está longe das carícias,
sempre espera uma boa notícia

(Adamastor e Coro de Carteiros)
Pelo perfume que exala
é paixão verdadeira.
Amor que não acaba
na segunda-feira

(Moça)
Querida Maria querida
te amo para toda vida!
Penso em você todo dia
Maria querida Maria

(Coro de Ansiosos)
Ninguém quer saber
se o sol está quente
ou se vai chover
Haja paciência
para esperar a entrega
da correspondência.

(Adamastor e Coro de Carteiros)
Tenho que ouvir reclamação
emprestar a caneta
para que assinem o recibo.
Meu trabalho incessante
nunca é reconhecido

Samba do Ego Exaltado
(Moças)
Eu que tinha pela escura
parda, negra ou mulata
meu cabelo, uma loucura
pixaim que não desata
olhe para mim agora,
sou loura de olho azul
nascida na Zona Oeste
vivendo na Zona Norte,
me acho da Zona Sul!

(Rapazes)
Meu corpinho desnutrido
dando pinta de doente
sempre foi o maior mico
no sorriso falta dente
olhe para mim agora,
sou lindo sem saber porque
por ser talentoso
vai me tornar famoso
num programa de TV

(Refrão)
Sou melhor que você
sou muito especial.
Vou me exibir e esnobar
acima do normal!

Aquele Seu Apê
Se você quer vender,
aquele seu apê.
Saiba que ele acaba de desvalorizar.

Aquele investimento,
tornou-se um tormento,
não vale mais nada!

Não me venha com reforma,
nem decoração sofisticada.

Se você quer vender,
aquele seu apê.
Saiba que não vai ser mole não.

Pandeiro de Ouro
Tem um tal de pandeiro,
que traz a felicidade,
e se você quiser, dinheiro,
e prazer a vontade.

Tem um tal pandeiro,
de som primitivo,
resolve os problemas,
pessoais e coletivos.

Tem um tal pandeiro,
faz mel de vinagre,
nem santo padroeiro,
faz tantos milagres.

Chama todo mundo,
espalha a notícia,
chama os bandidos,
convoca a polícia.

Reúne os vizinhos,
na fascinação,
o pagode mágico,
é a solução!

Ai Lóvi Rio
Cidade de Deus é aqui,
todos os santos vão abençoar
de Guaratiba à Acari
canta Senador Camará

Fiz uma Parada de Lucas
muito boa pra Humaitá
lá na Barra da Tijuca
vive Maria da Graça

Salve Zumbi e Ribeira
Engenho de Dentro à portuguesa
Freguesia dá bandeira
bonde pra Santa Teresa.

Unindo a Vila Aliança
Moneró Inhoaíba
no Engenho da Rainha
Vista Alegre da Usina

Ipanema fica linda junto com Benfica
Cinelândia da infância
Lapa azul Anil
Tava na Pavuna dando uma só

(refrão)
Se “Ai Lóvi Rio”
Também amo você!
Cariocas do Brasil
tamos pagando pra ver!

(Página 07)

Realização

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Prefeito: César Maia

Secretaria Municipal das Culturas
Secretário: Paulo Alberto Artur da Távola M. de Barros

Departamento Geral de Ação Cultural
Diretor: Sérgio Fortes

Instituto Municipal de Artes e Cultura – RioArte
Presidente: Ricardo Macieira
Diretor de Projeto: Fabio Ferreira

Centro de Artes Calouste Gulbenkian
Diretora: Cristiana Maia
Assistente: Marli Alves Magalhães
Divisão de Promoção Cultural: Xando Graça, Mônica Farias

Elenco

Adilson Lopes
Adriana Maria Tavares
Alessandro Santos
América Gabriela
Ana Muniz
Andréa dos Anjos
Bruna Montenegro
Bruno Lima
Elizabeth Monteiro
Carla Cardoso
Carlos Valoura
Calu Silveira
Cinthia Andrade
Claudio Gomes
Danielle Mello
Diego Siqueira
Elizangela Maddad
Erica Pineschi
Evandro Santos
Frederico Marinho
Gerônimo Granja
Gilbert Magalhães
Gustavo Santana
Glória Moret
Luciana Mayra Oliveira
Bebel Gomes
José Milton Damasceno
Júnior Alves
laura Aderne
Leandro Freitas
Leonardo Braza
Letícia de Oliveira
Lidiane Ribeiro
Luciano Fernandez
Mácio Vieira
Michel Delaviera
Mônica Santos
Nayara dos Santos
Newton Souza
Renata Tavares
Ruy Albernaz
Rômulo Rodrigues
Sandra Santos
Sílvio Monte
Sesanna Souza
Suzana Carvalho
Thaiana Rodrigues
Thais Vianna
Thiago Molanda
Thiago Rodrigues
Valdira Lopes
Vinícius Farias
Vinícius Quintella
Vírginia Santos
Vilma Reis
Waldecyr Rosas
Waldecyr Santos

(Página 08)

Ficha Técnica

Texto e Letras: Rogério Blat
Música e Direção Musical: Fernando Moura
Figurinos: Pedro Sayad
Iluminação: Djalma Amaral
Cenografia: Denorico Martins
Diretor Vocal: Breno Pessuno
Adereços: Beto Silva
Design Gráfico: Adrina e Guto Lins / Manifesto
Assessoria de Imprensa: Adriana Piccolo
Fotos: Bruno Veiga
Assistente de Direção: Heldi Lopes
Assistente de Figurino: Ana Avelar e Cristina Augusto
Assistente de Iluminação: Alberto Timbó
Assistentes de Coreografia: Érica Pineschi
Assistente de Design Gráfico: Paula Cardoso
Ensaiador de Coreografia: Márcio Vieira
Assistente de Cenografia: Helder Araújo
Assistente de Adereços: Newton Souza
Costureiro: José Mário Vicente
Cenotécnicos: Hélio Torres e Chico Brito
Operador de Luz: Alberto Timbó
Operador de Som: Guilherme B. de Azevedo
Contrarregra: José Milton Damasceno
Equipe de Figurino: Aline da Silva Sã Nunes, Caroline Darier, Cinthia Andrade, Elizabeth Monteiro, Leonardo Braza, Michel Delavieira.
Equipe de Cenografia: José Nilton Damasceno, Thiago Holanda, Newton Souza, Alexandre Guimarães
Equipe de Produção: Gilbert Magalhães, Vírginia Santos, Waldecyr Rosas
Músicos: Leo Martins (Percussão) , Beto Boscarino (Violão e Guitarra), Fábio Cavalieri (Baixo Acústico), Pablo Vargas (Piano)
Produção Executiva: Márcia Italo
Direção Geral: Ernesto Piccolo

Agradecimentos

Dr. Felipe Santa Cruz, Dr. Luis Felipe Mader, Carolina Sã Barreto Teixeira, Enildo Dellatorre, Alexandre Ferreira, RioArte e Relume Dumarã Editora.

(Verso Última Capa)

Espetáculos já Realizados

1994 – Funk-se
1995 – Com o Rio na Barriga
1996 – O Passado a Limpo
1997 – D.N.A. Brasil
1998 – O Dinheiro é O Terror
1999 – Praça Onze – O Musical
2000 – Como o Diabo Gosta

(Última Capa)

A partir de 21.09.2001 – 20h
Teatro Gonzaguinha – Centro de Artes Calouste Gulbenkian
Rua Benedito Hipólito, 125 – Praça Onze
Tel: (21) 2221.7760
Estacionamento Próprio Gratuito

Realização

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Secretaria das Culturas – RioArte

Apoio

DeMillus, Lunarnil Materiais de Construção