Programa do espetáculo que estreou na cidade do Rio de Janeiro, RJ, no Teatro Chiquinho Brandão da Casa da Gávea, em 02.09.1995

Ricardo Blat. Foto Jean Jaacques

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

(Logo) Projeto Teatro Jovem Coca-Cola

apresenta

Andersen – O Contador de Histórias

O PATINHO FEIO

(Logo) Coca-Cola

(Verso da Capa – Anuncio: Coca-Cola)

(Página 01)

Apresentação

Andersen, O Contador de Histórias é um projeto de teatro infantil com uma proposta de apresentar diferentes histórias do autor que sabia como ninguém escrever para crianças. Juntando poesia e imaginação com uma pitada de crueldade, o escritor Hans Christian Andersen criou uma série de obras clássicas. O Patinho Feio é mais uma dessas histórias levadas para o palco com Ricardo Blat encarnando o contador de histórias.

Desde o início, em 1992, o projeto criado e produzido por Eveli Ficher conta com o mesmo, e entrosado, grupo de profissionais. Mas em todo grupo existe sempre um fulano que aparece mais, que quer ser o centro das atenções, que rouba o espetáculo. Aqui, essa pessoa se chama Hans Christian Andersen, que nasceu na Dinamarca em 1805 e ao morrer em 1875 deixou como herança várias das melhores histórias infantis já escritas.

Uma obra de contos de fadas tristes, argutos e encantadores. Um legado que a jornalista e autora de teatro infantil Cora Ronai explica direitinho: “Ouvindo Andersen, lendo Andersen, vendo Andersen, as crianças não se sentem diminuídas, traídas nos seus sentimentos. As histórias as levam a mundos mágicos, cheios de fantasia, mas não tentam fazer de conta que todo mundo é perfeitamente feliz 24 horas por dia”.

O projeto se propõe a levar às crianças as belíssimas histórias de Hans Christian Andersen. Mas não é aquela coisa de “Gente, vamos encenar de novo”, O Soldadinho de Chumbo ou A Pequena Sereia. É, sim, recriar no palco o clima de uma velha e esquecida cena familiar: o guri enfiado nas cobertas, a vovó com um livro na mão e vontade de ler uma história.

Nas primeiras peças do projeto, Andersen (Ricardo Blat) contava suas histórias para os meninos Ana (Fernanda Rodrigues e Deborah Secco) e Jonas (Fabrício Bittar). Agora, no projeto, Ana e Jonas amadureceram. Os meninos cresceram deixando Andersen sozinho no palco. Acompanhado dos personagens que habitam sua imaginação, conta seu conto para as crianças na plateia e a narrativa vai virando fantasia, teatro e realidade. O projeto Andersen e sua intenção de realmente contar histórias começaram com O Soldadinho de Chumbo – prêmio de Coca-Cola de melhor texto de 1993. Em seguida, A Nova Roupa do Imperador, ganhou os prêmios Mambembe e Coca-Cola de melhor cenário de 1994. Outra adaptação da obra do autor dinamarquês, o triste A Menina dos Fósforos, foi montada especialmente para a campanha do Betinho no Municipal. Agora é a vez de O Patinho Feio no projeto que começou modestamente e que, dizem, virou cisne no palco.

Rogério Durst

(Página 02 – Foto de cena: Fabrício Bittar, Ricardo Blat, Fernanda Rodrigues)

O Soldadinho de Chumbo

O Soldadinho de Chumbo conta as aventuras do brinquedo preferido de um menino. Um soldadinho feito de uma colher de chumbo e que tem apenas uma perna. Ele se apaixona por outro brinquedo de seu dono, uma bela e delicada bailarina.

Tudo vai bem até que o bonequinho cai da janela e enfrenta todo o tipo de dificuldades para voltar para casa e ficar para sempre ao lado de sua amada bailarina de brinquedo.

A volta do soldadinho contada por Andersen é assim: “Ele viera parar na mesma sala de onde saíra! Lá estavam o esplêndido castelo, com a graciosa bailarina, ainda equilibrada numa perna só e com a outra para o alto. Isto comoveu o soldado, deixando-o quase a chorar lágrimas de chumbo, o que não fez porque não ficaria bem”.

E no final a história explica porque o amor é fogo.

(Página 03 – Foto de cena: Deborah Secco, Ricardo Blat, Fabrício Bittar)

A Nova Roupa do Imperador

A Nova Roupa do Imperador é a história de dois alfaiates espertinhos que chegam nas terras de um imperador que gosta de roupas bonitas e caras. Eles oferecem uma roupa que nunca se viu igual, feita de um tecido que somente as pessoas mais inteligentes podem enxergar. E o imperador compra essa roupa, que nem ele nem ninguém poderá ver como é. Ou, como diz Andersen: “Vou mandar meu velho e honrado ministro ver os tecelões, pensou o imperador. É quem melhor poderá ver o tecido, pois é homem inteligente e ninguém serve melhor do que ele para o seu cargo…

O velho e honesto ministro entrou na sala onde os dois trapaceiros trabalhavam nos teares vazios. Meu Deus do Céu! murmurou o velho ministro, arregalando os olhos. Eu nada vejo! Mas não disse a ninguém”.

No final o imperador desfila para o povo com a roupa que ninguém vê e aí…só vendo para saber o que aconteceu.

(Página 04 – Foto: Ricardo Blat)

Cisne

Mas foi no voo que se explicaram seus braços compridos e desajeitados: eram asas.

E o olho um pouco estúpido, aquele olhar estúpido só combinava com as larguras do pensamento pleno.

Andava mal no diário, mas voava. Voava tão bem que até parecia arriscar a vida, o que era um luxo.

Andava ridículo, cuidadoso, o pato feio.

No chão ele era um paciente.

Clarice Lispector

(Página 05)

O Patinho Feio

Hans Christian Andersen: Ricardo Blat

Texto: Rogério Blat
Direção: Gilberto Gawronski
Direção de Produção, Produção Executiva e Idealização: Eveli Ficher
Cenário e Figurino: Ronald Teixeira
Direção Musical e Música: Guilherme Hermolin e Charles Kahn
Iluminação: Paulo César Medeiros
Direção Corporal: Daniella Visco
Estagiária em Direção de Cena: Duda Gorter
Assistente de Produção: Cecília Monte
Assistente de Cenografia: George Bravo e Aldecir Cardoso de Azevedo
Fotografia: Jean Jacques
Costura: Tânia Dias
Cenotécnico: Silvio Muniz
Concepção Gráfica Projeto Visual: Designer: Ana Bia Andrade
Estagiária: Flávia Quintero
Realização: Troupe Produções Artísticas

(Página 06 a 09 – Fotos equipe)

Uma ideia por si só não se sustenta. É preciso que exista muito trabalho e paixão para que ela tome forma, cheiro e cor.

O projeto Andersen é o meu maior orgulho.

É muito bom fazer parte de uma equipe talentosa e apaixonada pelo seu trabalho.
A ideia pode ter sido minha, mas ela nunca teria se transformado em realidade sem a equipe do Projeto Andersen, o Contador de Histórias.

Quando o terceiro sinal tocar e as luzes se apagarem começará o nosso espetáculo.

Eveli Ficher

O projeto Andersen atua sobre mim como um delicado ritual de amor, que revelo ao público como um precioso segredo.

Ricardo Blat

Investigar a obra de Andersen é mexer na base da alma. É se lançar numa aventura, onde é imprescindível vencer as sombras, para alcançar a luz. O projeto Andersen, o Contador de História, forma um diagrama: uma estrela traçada em cooperação mútua, com sentido de liberdade artística.

Rogério Blat

O carinho pelo projeto Andersen surgiu do entusiasmado convite da produtora Eveli Ficher.
É tão raro o produtor criador, aquele que idealiza um evento artístico e corre por ele que achei muito tentador entrar neste barco. E remando com um artista irmão como Ricardo Blat a maré só poderia ser mansa e a paisagem belíssima. Junto surgiu uma equipe deliciosa e fez de cada trabalho um prazer. Aliás, é muito em nome disso que todos continuamos juntos e também por ser muito bom mexer com as histórias deste dinamarquês que nos faz cada vez mais pensar que o nosso teatro não é só para criança, mas para toda a família.

Gilberto Gawronski

Madeira, metal, têxteis e prestidigitação foram os elementos que compuseram os cenários e figurinos projetados para as histórias de Andersen. Ter a oportunidade de materializá-los foi um privilégio.

Ronald Teixeira

O projeto Andersen tem sido valioso para mim porque pude perceber a importância de se trabalhar com a mesma equipe em três montagens diferentes sobre o mesmo autor, dando assim, a possibilidade de conhece-lo mais intimamente e utilizar elementos mais sutis na montagem da peça.

Esta interação maior entre as partes técnicas, faz com que a música seja composta não apenas em função do conto, mas uma relação com o cenário, coreografia, iluminação, direção, produção, etc. proporcionando assim, um espetáculo homogêneo.

Guilherme Hermolin

Um soldadinho se despiu e nu se viu feio como um pato”.

Charles Kahn

É uma turma de “patinhos feios”: Rogério, Ricardo, Gilberto, Charles, Guilherme, Eveli, Dani, Ronald, eu…
Acho que encontramos nossa família.
Somos cisnes.
Voando alto, o mais alto que podemos.

Paulo César Medeiros

Encontro-me para este trabalho, com uma equipe que certamente repetiria em uníssono esta frase do Artaud: “ Onde outros propõem obras, eu pretendo unicamente mostrar meu espírito”. Muito bom trabalhar assim!

Daniella Visco

– Montar um festival de teatro vai ser fogo!
– Quer tentar?
– Vamos embora.
Valeu o desafio, Andersen, o Contador de Histórias

Raul Labanca

A experiência com o projeto Andersen, trouxe-me muitas coisas boas. Ouvir Andersen, novamente, lidar com o público infantil e produzir com essa equipe foi maravilhoso.

Cecília Monte

(Página 10 – Foto equipe)

Agradecimentos

Agradeço aos atores Deborah Secco, Fabrício Bittar e Fernanda Rodrigues, que, ainda crianças, souberam contar tão bem as histórias de Andersen.

A todas as crianças do Instituto Benjamin Constant, Ana Bia Andrade, Ana Maria Garcia Segura Baldino, Antonia Blat, Antonio João Carmelino de Souza Vieira, Casa da Gávea, Celina Sodré, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Cristina Arrais, Cristina Brasil, Cristina Pereira, Dênis de Souza Neto, Flávia Quintero, Flávio Almeida, Gustavo Monte Lima, Hélio Dias, Instituto Benjamin Constant, Ivan Klinguen, Jayme Salomão, João Carlos Cruz Martins, Luiz Fernando Madela, Menescal Conde, Renato Toledo, Ricardo Brito, Rogério Durst, Ruy Blat, Silas Wenceslau, Simone Tuasco, Sonia Barreto, Vera Lúcia de Oliveira Vogel e a todos que participaram na construção deste projeto.

(Páginas 11 e 12)

Apoio Cultural

(Logos) Papelaria Jardim Laranjeiras, Parma Rio, GE Iluminação, Gabriel Habib, Kronokromo, Bazar das Flores, Avanti, Time Brazil, Luigi’s, Luiz F. da Silva & Cia. Ltda., Werner, Malharia Mena, Papelaria Beira Mar, Golden Ticket, Tassarei, Yank, Mar das Tintas, Fink, Native, TELERJ, Vasp, Gelli, Projeto Visual 1995, Tecidos Ferreira Guimarães.

(Verso da Última Capa – Anúncio: Melhor Impressão Gráfica e Editora)

(Última Capa)

Produção

Trupe Produções Artísticas