A primeira vez nunca se esquece
Teresa Frota: O primeiro espetáculo que eu vi foi A Noviça Rebelde, com Carlos Alberto, Ary Fontoura, a Djenane Machado, no Teatro do Copacabana Palace. Não me lembro quantos anos eu tinha, era pequena, uns 10, também vi a Bibi Ferreira fazendo My Fair Lady. Mas o primeiro infantil foi Pluft, o Fantasminha. Apesar de meus pais não serem do nosso meio, me levavam sempre ao teatro. Eu adorava, achava o máximo.
Eu sou prima e afilhada do Roberto Frota, e o Roberto sugeriu que eu fosse para o Tablado. Meu pai não queria. Minha mãe achava o máximo. Um dia, fui ao Tablado, devia ter uns quinze anos. Quando eu entrei, estava todo mundo no palco fazendo aquele exercício “de árvore”. Não me encantei muito com aquilo e acabei não ficando. Só voltei a pensar em teatro na Faculdade de Comunicação da PUC, quando conheci o Eduardo Tolentino, que era da minha turma.
Meu grupo resolveu encenar um caso verídico para um trabalho na cadeira de Telerradiodifusão. Era uma história que aconteceu aqui no Rio. A menina tinha matado o namorado. Encenamos a entrevista, e eu fazia a Lu, a assassina, sendo entrevistada. Tudo era meio irreverente. O Eduardo assistiu. Eu me lembro que, no final, ele gritava: “Tá no sangue, tá no sangue!” em referencia ao Roberto Frota, de quem ele era assistente. Como o Eduardo estava começando a formar um grupo de teatro, ele me chamou. Foi o inicio do Teatro Amador Produções Artísticas, lá no pilotis da PUC.
Mas só virou TAPA quando o grupo se profissionalizou, uns dois anos depois. No início, participavam o Flávio Antônio, que também era da nossa turma, dois outros atores, o Paulo e a June, de quem eu nunca mais ouvi falar. Nossa primeira montagem foi Amanhã se não chover, que apresentamos na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), na Lagoa. A família toda ajudou a vender os ingressos. Naquela época, era assim; a gente formava o grupo, vendia ingressos, fazia de tudo e a coisa acontecia. Hoje, eu conheço jovens que tentam entrar no mercado, ter um grupo de teatro e não conseguem. É muito difícil, tudo está voltado para a televisão. A gente não queria fazer televisão, queríamos fazer teatro. Montamos um segundo espetáculo chamado Não me chame de Tetê, que era um texto do José Wilker. E vieram a Denise Weinberg e o Renato Maurício Prado. Acho que essa foi a única vez que ele fez teatro na vida. E é bom ator!
Depois das apresentações no AABB, fomos para o Teatro Rival com Não me chame de Tetê. Aí, já usávamos o nome TAPA e todo mundo se profissionalizou. Naquela época, a profissionalização era feita por comprovação de trabalhos, e nós já tínhamos feito dois espetáculos.
Henri Pagnonceli: Eu tenho uma foto, acho que com uns quatro anos de idade, fazendo um espetáculo vestido de lagartixa. Segundo a minha mãe, foi uma peça que eu fiz na escola primária. Depois, quando eu tinha uns sete ou oito anos de idade, lembro que um professor meu, da Cultura Inglesa, apresentava peças em inglês, com a gente, no final ano. Nós nos apresentávamos na TV Rio, que ficava no final do Posto 6. Como tudo era ao vivo, não há registro de nada. Mas a gente fazia. Eu fazia muito o papel do John. O professor achava que eu fazia bem o personagem. Gostava de música, mas nunca mais voltei a fazer teatro.
Quando estava na Faculdade de Medicina, em Petrópolis, eu morava com alguns amigos e o Diretório Acadêmico chamou um diretor de fora da Faculdade para formar um grupo de teatro. Os amigos que moravam comigo resolveram participar, mas eu fiquei de fora, vendo. Em algum momento, me chamaram: “Ô, alemão, entra aí! Vamos fazer uma improvisação. Vem participar, que ainda vai demorar um pouco”. Acabei entrando, improvisei, o pessoal disse que foi legal. No dia seguinte, iam ler um texto e me chamaram pra voltar. Voltei, e aí eu fiquei louco. Completamente louco! Fizemos três peças e, em seguida, montamos o Grupo Engenho de Teatro. Todo mundo dizia: “Estuda isso, lê aquilo.” Minha formação foi autodidata, com muita gente me instruindo a fazer, a ler… Hoje em dia, daquele grupo, só eu continuo sendo ator. Mas terminei a faculdade e me formei.
Em 1972, eu fiz o primeiro espetáculo. Foram quatro anos de teatro amador. Fiz coisas bacanas, mas o primeiro espetáculo profissional, que eu fiz, foi Esperando Godot, no sexto ano da faculdade, em 1976, que acabou vindo para o Rio. Fizemos uma temporada no Teatro do MAM com boas críticas.
Quando voltei para o Rio, em 1982, entrei no Grupo Despertar, e fiz vários espetáculos como Happy End, O Despertar da Primavera, A Tempestade. Faziam parte do grupo o Daniel Dantas, Zezé Polessa, Eduardo Lago, José Lavigne, Rosane Goffman, Miguel Falabella e Maria Padilha, que era casada com o Paulo Reis, o diretor do grupo. Uma turma grande.
Foi a época do boom dos grupos. Os anos 70 e o início dos 80. Tinha o “Asdrúbal Toca o Trombone”, o “TAPA”, o “Pessoal do Despertar”, “Manhas e Manias”. Quando um ator fazia televisão era considerado como alguém que “tinha se vendido”. Quando eu comecei a fazer televisão, me acusaram de ter me vendido! Fiquei com o “Pessoal do Despertar” durante um tempo, depois fiquei independente.
Os primeiros trabalhos no TAPA
Teresa: Eduardo Tolentino, que sempre foi absolutamente dedicado ao teatro, escreveu um texto infantil chamado Apenas um Conto de Fadas. Aliás, acho que foi o único texto que ele escreveu. Era muito divertido, muito engraçado. A montagem estreou no Teatro Vanucci. Eu estava meio afastada porque tinha casado, mas ele me chamou pra substituir a Laís Chamma. Voltei, e não saí mais. Todo mundo adorava o espetáculo. Fizemos várias substituições divertidíssimas, inclusive participaram a Maria Padilha e o Miguel Falabella.
Como a montagem desse infantil deu certo, o grupo resolveu montar outros infantis: primeiro Tempo Quente na Floresta Azul, depois O Anel e a Rosa, que foi um sucesso maravilhoso. O Renato Icarahy escreveu as letras e adaptava músicas, que eram clássicas. O TAPA foi indo muito bem. Em paralelo, o Eduardo fez algumas montagens de espetáculos adultos. Antes do Tempo Quente, o Eduardo montou um Tardieu – Uma Peça por Outra, que fez enorme sucesso.
Depois vieram Beto e Teca, e Pinóquio, que também foi um grande sucesso. Ao mesmo tempo teve O Tempo e os Conways. O Eduardo não se fechava numa coisa só, ou infantil ou adulto. Não sei por que, eu fazia mais os infantis. Acho que dos infantis do TAPA, eu fiz todos.
Fomos convidados pra fazer os Conways em São Paulo. E aí, foi o início da trajetória paulista do grupo. O Eduardo fez alguns contatos, e resolveu levar Viúva, porém Honesta, do Nelson Rodrigues, que eu também fazia. Viúva, porém Honesta estreou no Rio e o espetáculo foi convidado para o Festival do Porto. A peça foi tão elogiada que fomos para São Paulo. E o sucesso se repetiu. Encenávamos a Viúva à noite e Pinóquio nos finais de semana. Recebemos o convite para ocupar o Teatro da Aliança Francesa, sonho de qualquer grupo, ter um teatro e alguma verba para dar continuidade. Aqui no Rio, isso não acontecia.
Aqui, nós fazíamos temporada de um mês e tínhamos que sair correndo à procura de outro teatro. Dois meses era o máximo que a temporada permitia. Tudo muito difícil. Então, em São Paulo, podíamos trabalhar tranquilos.
Eu me lembro que a mãe do Eduardo, a Lola Tolentino, penhorava as joias para “patrocinar” nossas peças. Ela era maravilhosa e segurou uma peteca enorme no início do TAPA. Com nossa ida para São Paulo, ela não precisou mais empenhar as jóias, porque conseguimos patrocínio. Ela se tornou uma figurinista premiadíssima!
O Encontro do Casal
Teresa: Nos encontramos no espetáculo Caiu o Ministério, direção do Eduardo Tolentino. O Henri já tinha sido convidado por ele, para fazer Viúva, porém Honesta, mas como estava em cartaz com Peer Gynt, não pode aceitar.
Eu me lembro que a gente foi até o Teatro Ginástico. Eu não conhecia o Henri. O Eduardo foi convidar o Henri para fazer Viúva, porém Honesta e eu fiquei lá, olhando o cenário. Não me interessei muito por ele. Como ele não pode fazer, o Tolentino chamou o André Valli.
Quando o Tolentino resolveu montar Caiu o Ministério, o Henri estava fazendo Como Gostais, do Shakespeare, direção do Aderbal Junior, no Teatro Ipanema. Como os ensaios eram à tarde, ele aceitou. O Henri é um bicho de teatro. Se você deixar, ele fica morando no teatro. De manhã, de tarde, de noite, não faz mais nada na vida. Ensaia, fica lá grudado, então, quanto mais tempo ele puder ficar no teatro, mais ele fica feliz.
Henri: Acabei fazendo um Ministro e a minha esposa era a Teresa. A gente se conheceu sendo marido e mulher. E ali, tudo começou. Nossa filha era a Denise Weinberg. Era muito engraçado e o texto muito bom. Esse espetáculo fazia parte do Festival de Teatro Brasileiro, um projeto todo voltado pro jovem. Acho que foi um projeto único, e que terminou por uma estupidez tão grande. Disseram que a gente não podia ocupar o teatro tanto tempo porque outras montagens, outros grupos queriam o espaço. Nosso horário era às cinco horas da tarde, terças e quartas. Lógico que, quando saímos, ninguém ocupou o horário. Até hoje.
Teresa: Vinha para o teatro um público jovem, a maioria das escolas estaduais. Um público que nunca tinha ido ao teatro e nós debatíamos a peça no final. Também fizemos muitos espetáculos indo às escolas. A gente já tinha um know-how, conhecíamos os diretores e, com esse acesso todo que a gente tinha às escolas, nos apresentávamos muito. E isso, sem ajuda nenhuma do estado, nem da prefeitura. Conseguimos trazer muitos alunos pro teatro. Foi um movimento maravilhoso, que ninguém mais fazia, isso no início dos anos 80. Levar aos jovens textos brasileiros, dramaturgia brasileira.
A volta pro Rio
Teresa: O Henri acabou fazendo a Viúva na temporada paulista. Quando ele volta para o Rio, eu venho com ele. Ele foi trabalhar com o Eduardo Wotzik em A Geração Trianon, e eu fui trabalhar com o Renato Icarahy. Montamos Desencantos, Eros e Psiquê, Beto e Teca, Mugnog. Continuamos com o nome TAPA, aqui no Rio, por um tempo. O Renato tinha muito contato com o Instituto Goethe e falava muito bem alemão. O Goethe convidou o TAPA para fazer um espetáculo dirigido por Peter Palitszch, diretor do Berliner Ensemble, contemporâneo do Brecht. Montamos um Brecht inédito: A Verdadeira Vida de Jonas Wenka, que o Henri também fez.
Henri: O ICBA – Instituto Cultural Brasil Alemanha, patrocinou esse espetáculo e os anteriores também: Mugnog, e Beto e Teca, todos de autores alemães.
Começando a escrever textos
Teresa: Estudei Comunicação na PUC, voltada para Jornalismo. Desde os 12, 13 anos, recebo prêmios. Era a rainha da redação. No TAPA ninguém escrevia, montávamos textos clássicos. Foi quando Celso Lemos resolveu montar O Rei Arthur. Ele me deu o texto que tinha adaptado para ler. No dia seguinte, eu devolvi e disse que tinha mudado algumas coisas, tirado alguns personagens e colocado outros. Mas, em nenhum momento me passou pela cabeça que eu estivesse escrevendo um texto. Ele adorou as modificações e o espetáculo fez sucesso, ele ganhou prêmio como autor. Nem assinei como coautora, nem nada. Eu ia fazer como atriz, mas engravidei.
Comecei a contar histórias para meu filho João Pedro quando ele tinha mais ou menos 3 anos. Era uma criança muito exigente, virginiano, atento. Um dia, ele disse: “Eu já sei, mãe! Eles casaram e viveram felizes para sempre. Conta outra coisa!” Foi aí que eu resolvi escrever. A Rainha Alérgica nasceu numa tarde.
Um amigo até brigou comigo: “Você é irresponsável com as palavras!” O texto saiu num supetão. O Henri leu, achou engraçado, o João Pedro se divertiu e eu chamei o Renato Icarahy para dirigir. Ele adorou o texto. Em 1993, o Henri levantou a produção com o apoio do Festival de Ecologia da Coca-Cola. Eu chamei a Fabiana Mello e Souza para fazer a princesa obesa e o trabalho dela era espetacular, foi indicada a prêmio. Eu fui indicada. Deu certo! A Rainha foi surpreendente, as críticas foram excelentes. A gente ficou em cartaz na Laura Alvim, com o teatro lotado. E naquela época não era muito fácil lotar infantil. Depois fomos para o SESC Tijuca e Espaço 3 do Teatro Villa-Lobos. Ficamos três anos em cartaz, casas lotadas, com lugar extra.
No mesmo ano, escrevi O Topo da Montanha, que ganhou o patrocínio do Centro Cultural Banco do Brasil. Até hoje não sei como conseguimos. Eu não conhecia ninguém e não tinha ninguém famoso. Mas o Reinaldo Benjamin sabia reconhecer a qualidade de um projeto.
Henri: Para o Reinaldo não importava se tinha ou não nomes famosos no elenco. Ele avaliava a qualidade do trabalho.
Ideias na Cabeça
Teresa: Eu não sei bem, como me inspiro para escrever, Não faço a menor ideia. Acho que começa por um título que tenho na cabeça. Eu brinco muito com a Lúcia Cerrone, por exemplo: “Vi uma peruca bonita! Vou escrever um texto para usar aquela peruca!”. (risos) Outro dia, ela colocou no Facebook uma foto da Marlene Dietrich com um vestido deslumbrante, aí eu disse que ia escrever uma peça para usar aquela roupa. Eu escrevo sobre o que está acontecendo no cotidiano em volta. Penso nas crianças, mas não só nelas. Sempre funcionou e nunca precisei facilitar. Não são textos só para crianças.
A Lei e o Rei, por exemplo, é um texto que adoro, porque fala sobre os desmandos e os conchavos do poder, com uma linguagem de jogos infantis, o que torna a peça engraçada, inclusive para os adultos. Mas estamos falando de coisas muito sérias. As letras das músicas do Cacau Ferreira Castro parecem brincadeira, mas não são. Um exemplo:
“Uma piscina tamanho do mar é tudo que o povo pode sonhar.
O povo quer uma em cada esquina.”
Isso antes do piscinão de Ramos, muito antes.
“Quero um imposto novinho em folha
Faço o que eu quero eu sou o Rei
Saco do povo a sacarrolha
Cada centavo de prata de lei”, e por aí vai…
A Lei e o Rei tem um personagem que é o povo, um ator faz o povo. Tem uma cena em que o Rei Mássimo joga moedas no chão e diz: “O que você quer?” E ele vai lá, de joelhos, catar os tostões. O povo se submete ao rei. É uma crítica violenta aos desmandos do poder.
Em Os Impagáveis já é o outro lado, brincando com o cinema. Hoje em dia, acho que seria considerada uma peça politicamente incorreta. O texto falava de gangsteres e colocava uma metralhadora em cena. O texto mostrava o fascínio de uma jovem pelo marginal. Molly é a filha do delegado de policia. Ela acha a vida chatíssima e quer ir para o covil dos ladrões. Quando ela chega lá, decide ficar. Era o que estava acontecendo na época. As menininhas de classe média estavam subindo o morro, estavam namorando os traficantes. A peça fala sobre isso e sobre consumismo também. Estreamos como espetáculo jovem, com o patrocínio da Coca-Cola, mas nos apresentamos como espetáculo adulto no Festival de Campina Grande, na Paraíba e foi um sucesso! Tenho vontade de remontá-lo como um musical brasileiro adulto.
Henri: Depois de A Rainha Alérgica, você escreveu O Topo da Montanha e depois veio Viravez, o Cortês.
Teresa: Viravez fala de cobiça e de amizade. Eu coloquei a peça num universo caipira, com provérbios. O Saci foi feito divinamente tanto pelo Arildo Figueiredo, como depois pelo Raul Serrador. O trabalho do aderecista Zé Carlos Couto foi espetacular. O ator ficava com as duas pernas juntas, mas parecia que ele só tinha uma.
Henri: Acho que também tem uma influência do nosso filho. O universo em que a gente mergulha vai alimentando essa criação como autor. Uma criação que, às vezes, vem do nada. Como ator ou diretor, eu pego uma ideia que já está pronta, e eu posso interferir. Mas quem cria do nada, como o autor, tem uma influência enorme do universo que está ao seu redor. Quando Teresa começou a escrever, nosso filho tinha três anos. Nós fizemos uma peça atrás da outra. Não é que fomos acompanhando a idade, mas em Os Impagáveis, ele devia ter uns nove anos. Aí surgiu um pouco do fascínio com como um garoto dessa idade começa a ver o mundo adulto. Se você for buscar a fonte de inspiração das ideias, vai encontrar as coisas mais doidas.
Teresa: Os Impagáveis foi uma situação que aconteceu conosco. Lembro que era uma febre de “Os Cavaleiros do Zodíaco”. Meu filho queria um boneco, que eu não encontrava em lugar nenhum do Rio de Janeiro, o Seiya. Eu procurei em todas as lojas e o garoto só queria aquele. Na época, não tinha internet, não tinha Google. Um dia, vi um anúncio pequeno no jornal, anunciando os bonecos. Dava o endereço no Leblon. Devia ser Natal ou aniversário do João Pedro, não lembro. Fomos até lá. Era um prédio normal no Leblon, com vários apartamentos por andar. Eu achei estranho, mas ouvi umas pessoas conversando e bati na porta. Alguém atendeu, mas deixou aquela corrente com trinco segurando a porta. Pediu um minuto, fechou a porta. Depois de um tempo, ela abriu e pediu que nós esperássemos numa saleta. Lá de dentro, a gente escutava um pai desesperado gritar: “Eu dou cem reais! Eu pago, você tem que conseguir!”. O boneco custava uns vinte reais. Não sei se o homem conseguiu ou não. Quando nós entramos, eram pilhas de caixas com bonecos do Cavaleiro do Zodíaco, mas o Seiya, tinha acabado. E aquele pai estava desesperado, querendo pagar qualquer quantia pelo Seiya.
Saí de lá pensando naquilo e escrevi sobre o assunto, mas mudando para a boneca Barbie e situando nos anos 20. Na peça, os gangsters tinham roubado todas as Barbies do mercado e as mães estavam desesperadas. Mas a Barbie Noiva ia ser sorteada no baile das debutantes. Foi assim que surgiu Os Impagáveis. Uma novidade foi a união de teatro e cinema, uma coisa que em 1996 ninguém tinha feito. Num truque, os atores entravam e saiam da tela do cinema. O Luiz Leitão de Carvalho e o Roberto Talma dirigiram o filme que tem a luxuosa participação do Edwin Luisi e da Itala Nandi. Nós homenageávamos o cinema com cenas que remetiam a filmes como “E o Vento Levou”. Os pais reconheciam e se divertiam. Ganhamos o patrocínio da Coca-Cola. Fui a Nova Iorque comprar as perucas. Comprei o figurino todo lá. Pagamos as passagens, hospedagem, todo o figurino e ainda sobrou dinheiro. Se tivéssemos feito aqui, faltaria dinheiro.
Henri: Eu estava fazendo novela em São Paulo e não pude fazer como ator. Daí, eu fiquei dirigindo nos fins de semana. Depois daquela época, ficou quase impossível produzir aqui.
Teresa: Só de smokings eram uns oito. Tinha uma cena de baile onde todo mundo estava de branco. No cabaré, todos usavam preto. E tinha uma brincadeira com a Molly, Heloísa Périssé, em que ela trocava de roupa a cada cena. E o namorado não aguentava aquela garota chata. O figurino enorme, com muitas perucas. A vilã a cada cena usava uma peruca diferente. Eu também trouxe de New York a Barbie Noiva, que quase ficou presa na Alfândega, porque ninguém conhecia. A agente me fez vestir a boneca, botar grinalda, bouquet. Foi uma sensação no teatro. No final, as crianças iam no camarim porque queriam ver a Barbie Noiva.
Trabalho em Grupo
Henri: Formamos uma turma de amigos que trabalhavam em todos os espetáculos. Teve uma turma que veio do Trianon, foi uma união muito grande.
Teresa: Eu vi o Marcello Caridade fazendo o Chico Mau, peça dirigida pela Cininha e pela Lupe, e fiquei louca com o trabalho dele. Acho que ele é um grande ator, com um ótimo tempo de comédia. Logo pensei nele para fazer o trio do Viravez. Vieram depois o Nilvan e o Ricardo Santos, que conheci, eu acho, através do Marcelo.
No espetáculo seguinte, o Marcello veio nos dizer que a gente tinha que conhecer uma atriz maravilhosa, a Heloísa Perissé. Nós fomos assistir a Lolô fazendo Groucho Marx, Isso em 1995. Quando resolvemos montar Os Impagáveis, eu precisava de uma atriz, uma comediante para arrasar, porque a personagem é a alma da peça. É a menina que sai da classe média e vai para o covil dos ladrões. A primeira leitura dela foi definitiva. Não tinha mais pra ninguém. Até hoje, eu não conheço outra atriz pra fazer a Molly. Fiquei encantada com ela. Mas a Lolô foi embora para os Estados Unidos e não conseguimos mais trabalhar juntas. Quando ela voltou, quase foi para Palmas, quase deixou de fazer teatro. Aí eu também parei, porque comecei a escrever para a TV Globo.
A falta de patrocínios
Henri: Naquela época, a Coca-Cola dava bons patrocínios. Tínhamos também a Shell. A Caixa Econômica te dava o dinheiro e você só tinha que prestar contas. Pouco a pouco, as dificuldades foram aumentando. Quando a Coca-Cola parou de patrocinar, ninguém sabia mais produzir sem dinheiro. Os preços ficaram mais altos.
Teresa: As empresas saíram e eu acho que nossa vontade romântica de fazer teatro também mudou. Quando começamos, a gente empenhava joias, vendia ingressos para os amigos, fazia rifas. Aí, a TV começou a se sobrepor ao teatro, todo mundo só queria fazer televisão. Quem fazia só teatro é que passou a ser desprezado. Bacana era fazer televisão. Tanto que até o Centro Cultural Banco do Brasil começou a pedir nos elencos, nomes de televisão. Não eram nomes de teatro, porque nome em teatro aqui, todos nós aqui temos. Mudou a ideologia, mudou tudo. Começou a ficar muito mais comercial, o romantismo ficou pra trás.
Henri: Aquela tradição de grupos foi se dissolvendo. Até o meio dos anos 90 ainda tinham muitos grupos, mas depois eles foram se dissolvendo. Um exemplo foi o Centro de Demolição, comandado pelo Aderbal.
Teresa: Eu acho que Tiradentes – A Inconfidência no Rio e O Tiro que Mudou a História, que o Aderbal fez, são dois espetáculos que tinham que estar no circuito cultural do Rio de Janeiro até hoje. Principalmente para o público jovem. São espetáculos eternos, são históricos, antológicos. Como é que esses dois espetáculos não estão em cartaz até hoje? O Estado é que tinha que patrocinar esses espetáculos.
Henri: Com mais de vinte atores no Tiro e com cinquenta no Tiradentes, não há empresa que financie isso. Isso é função do estado, pela importância cultural desses espetáculos. Se amanhã um produtor não pode continuar fazendo o espetáculo, coloca-se outro no lugar dele, mas mantenha-se o espetáculo em cartaz, por dez, vinte anos.
Teresa: Eu entrei na Globo em 1994, mas fiz ainda Os Impagáveis em 1996, 97. Os patrocínios foram diminuindo. O Henri ficou meio apavorado, não quis mais produzir. A gente não ganhava dinheiro. Nós não ficamos ricos com teatro. Já não tinha mais aquela coisa romântica, ninguém mais saía vendendo ingresso pra família, os atores começaram a ter uma outra postura. Ficava difícil manter um grupo.
Henri: Quando começamos, o patrocínio era para montar o espetáculo, a gente não tinha salário, todo mundo ganhava por percentual de bilheteria. Acho que o teatro infantil tinha mais criatividade. A gente via o trabalho dos amigos e era de cair o queixo.
Teresa: Existia um respeito pelo teatro infantil que não existe mais. Eu lembro que eu, a Márcia Frederico, o Ilo Krugli fomos para Florianópolis para um Congresso de Teatro Infantil e Jovem, discutir sobre nossa área. Sem falar no espaço nos jornais. Tínhamos críticas, fotos, matérias nos jornais.
Henri: Nos anos 90, no Rio teve um movimento de teatro infantil que foi muito importante, que aliás, começou nos 70 com o Ilo Krugli, nos 80 com a Lúcia Coelho. Os grupos se encontravam e as ideias aconteciam. Partiam do diretor do grupo, ou de alguém que começava a escrever e todo mundo embarcava. Começava-se a ensaiar e assim a gente produzia. Não sei dizer exatamente como acontecia, mas acontecia. Dentro do grupo.
Teresa: Conheço uma menina que faz artes cênicas na PUC. Ela não quer fazer televisão, quer fazer teatro e não consegue formar um grupo. Não tem para onde correr. E ela está dentro de uma faculdade de teatro!
Henri: As pessoas se encontravam depois do ensaio no botequim, mas era como se o ensaio continuasse, a gente discutia sobre o que fazia. Todos se envolviam na criação. A gente ia pra Rua da Alfândega comprar material para figurinos, se envolvia na construção do cenário.
Teresa: Hoje não tem mais isso. Todo mundo quer ensaiar das 16 às 20h. Cada um pega sua trouxa e sai correndo, ninguém discute mais nada. Antes, a gente tinha a noção do todo.
Henri na direção
Teresa: Quando montamos nosso primeiro espetáculo, A Rainha Alérgica a direção foi do Renato Icarahy e o Henri fazia como ator. No segundo, O Topo da Montanha, também com direção do Renato, o Henri não trabalhou como ator porque estava fazendo televisão. Quando montamos Viravez, o Renato não quis dirigir. Como sou muito teimosa, muito chata, só quero trabalhar com quem eu gosto, pensei em eu mesma dirigir a peça. Quando eu falei nessa hipótese, o Henri disse: “Eu dirijo!” Eu não sabia, nem queria dirigir, mas se não tivesse diretor, eu dirigiria.
Henri: A experiência foi ótima, só trabalhando com gente amiga, você tem uma liberdade. Um dá um palpite aqui, você propõe outra coisa. Tem espaço pra todos os egos. Quando você trabalha em grupo, não tem mais isso de ego, de vaidade. E quando tem a possibilidade de você dar um palpite, do trabalho virar coletivo, a coisa toma outro rumo. Claro que você assina a direção, mas com a colaboração de todo mundo.
Teresa: Tenho que falar de uma pessoa maravilhosa, que foi o Cacau Ferreira Castro. Músico de mão cheia, ele fez as músicas de alguns espetáculos, como A Rainha, que teve as letras do Renato Icarahy. Em O Topo da Montanha, as músicas de uma enorme delicadeza eram do Gustavo Ariani com letras do Renato. No Viravez, o Cortês, o Cacau tinha viajado, e quem fez músicas lindas foi o Caíque Botkay, também com letras do Renato. Renato é um poeta! Em A Lei e o Rei e Os impagáveis, Cacau fez letra e música. Ele me entende perfeitamente, além de ser muito irreverente, assim como eu. E ele não quer ter uma carreira musical, ele trabalha como engenheiro ambiental, mas tem um potencial! Tive muita sorte com os músicos, todos criativos e de enorme sensibilidade. As músicas nos meus espetáculos também contam a história.
Futuros projetos
Teresa: Projetos, temos quinhentos! Estamos fazendo leituras de um texto adulto – O Dom Quixote de Bangu, no qual eu estou trabalhando há algum tempo. Os amigos já vieram aqui ler, dar palpites. E já mexi nas coisas que eu concordava. Fizemos uma leitura na Casa da Gávea, voltei a mexer novamente e fizemos uma leitura no Espaço Midrash. Só conseguimos ler, porque montar a gente não consegue.
Henri: Dinheiro pra montar não se consegue. Se estivéssemos na época do grupo, já estaria montado. São quatro atores. Hoje em dia é diferente. Esse espetáculo já estaria pronto, e a gente já estaria inclusive fazendo outro, com certeza.
Teresa: Mas, meu sonho dourado é remontar Os Impagáveis, numa versão musical.
Henri Pagnonceli
1985 – Casa de Orates, de Arthur Azevedo, direção Eduardo Tolentino
1985 – Caiu O Ministério, de França Jr., direção Celso Lemos
1988 – A Geração Trianon, de Anamaria Nunes, direção Eduardo Wotzik
1992 – Tiradentes – A Inconfidência no Rio, texto e direção Aderbal Freire Filho
1993 – A Rainha Alérgica, de Teresa Frota, direção Renato Icarahy
1991 – A Incrível Viagem, de Doc Comparato
1994 – Viravez, o Cortês, de Teresa Frota
1995 – A Lei e o Rei, de Teresa Frota
1996 – Os Impagáveis, de Teresa Frota
1998 – Retrato Falado, de Teresa Frota
1976 – Esperando Godot, de Samuel Becket, direção Marcos Fayad
1978 – Os Veranistas, de Gorki, direção Sérgio Brito 1978
1979 – Ato Cultural, de J. I. Cabrujas, direção Marcos Fayad
1980 – Happy End, de B. Brecht, direção Paulo Reis
1982 – Peer Gynt, de B. Brecht, direção Marcos Fayad
1982 – A Tempestade, de Shakespeare, direção Paulo Reis
1983 – Besame Mucho, de Mário Prata, direção Aderbal J.
1983 – Quero, de Manuel Puig, direção Ivan de Albuquerque
1985 – As You Like It, de Shakespeare, direção Aderbal Jr.
1985 – Mugnog, de Rainer Hachfeld, direção Renato Icarahy
1986 – A Verdadeira Vida de Jonas Wenka, de B. Brecht, direção Peter Palitzsch
1987 – Viúva, Porém Honesta, de Nelson Rodrigues, direção Eduardo Tolentino
1988 – Os Possessos, de Dostoievski, direção Bia Lessa
1989 – Lulu, de F. Wedekind, direção Naum Alves de Souza
1991 – Antígona, de Sófocles, direção Moacyr Góes
1992 – Bonitinha, Mas Ordinária, de Nelson Rodrigues, direção Eduardo Wotzik
1993 – Cândido, de Voltaire, direção Luiz Arthur Nunes
1995 – Yerma, de Garcia Lorca, direção Eduardo Wotzik
1996 – O Mercador de Veneza, de Shakespeare, direção Amir Haddad
1996 – Don Juan, de Molière, direção Moacyr Chaves
2000 – Bodas de Papel, de Maria Adelaide Amaral, direção Carlo Milani
2001 – Engraçadinha, depois dos 30, de Nelson Rodrigues, direção Luis Arthur Nunes
2004 – A Tempestade, de Shakespeare, direção Luis Arthur Nunes
2006 – A Pane, de F. Durrenmatt, direção José Henrique
2006 – Millôr Impossível”, textos de Millôr Fernandes, direção Eduardo Wotzik
2006 – Maria Stuart, de Schiller, direção Antonio Gilberto
2013 – 12 Homens e uma Sentença, de Reginald Rose, direção Eduardo Tolentino (SP)
2013 – Bonitinha, Mas Ordinária, de Nelson Rodrigues, dir. Eduardo Wotzik (RJ e Porto, Portugal)
2014 – 12 Homens e uma Sentença, de Reginald Rose, direção Eduardo Tolentino (RJ)
Com a Boca, de Mrozek
Roupas de Baixo, baseado em textos de Karl Valentin
Em Alto Mar, baseado em textos de Mrozek
Os Mistérios do Sexo, (como assist. direção) de Coelho Neto, direção Marcelo Escorel
TV GLOBO – Novelas: Sete Pecados, 2007; O Profeta, 2007; América, 2005; Kubanacan, 2004; Agora é que são elas; 2003; Sabor da Paixão. 2003; O Clone, 2002; Filhas da Mãe, 2002; Laços de Família; 2000/01; Pecado Capital. 1998; Por Amor, 1997; Cara e Coroa, 1995; Quatro por Quatro, 1994; Mulheres de Areia, 1993; O Dono do Mundo, 1991; Rainha da Sucata, 1990; Vale Tudo, 1988; Fera Radical, 1988; Sinhá Moça, 1986; Selva de Pedra, 1986; Malhação, 2002. Minisséries: Amazônia, 2007; Quinto dos Infernos, 2001; Chiquinha Gonzaga, 1999; Hilda Furacão, 1998; Meu Marido, 1991; Mulher, 1998. Teletema: Bancando o Cupido, 1986. Você Decide: Tudo pela Arte, 1994; Anjo sem Asas, 1994; Um Mistério do Outro Mundo, 1994; Fim de semana encantado, 1996. Brava Gente: Ana Néri, 2002. Sob Nova Direção; Minha Vida de Cachorra, 2005. Sitio do Picapau Amarelo: Temporada 2006. Casos e Acasos: O Flagra, a demissão e a adoção. 2008, além de vários episódios de Caso Verdade, Zorra Total, Programa do Didi, Turma do Didi.
TV RECORD – Novelas: Escrava Mãe, 2015; Pecado Mortal, 2013; Máscaras, 2012; Bela, a feia, 2009; Roda da Vida, 2001. Minisséries: Plano Alto, 2014; Os Milagres de Jesus, 2013; José, de Escravo a Governador, 2012
SBT – Novela: Colégio Brasil, 1996.
BAND – Novela: Água na Boca, 2008
TV MANCHETE – Novela: Mandacaru, 1997. Minisséries: Fronteiras do Desconhecido: A Personalidade Intrusa, 1990; Mãe de Santo, 1990
Longas: A Dona da História, direção Daniel Filho, 2004; Sexo Amor e Traição, direção Jorge Fernando, 2003; Ódique, direção Felipe Joffily, 2003; Tiradentes, direção Osvaldo Caldeira, 1999; As Meninas, direção Emiliano Ribeiro, 1995; Butterfly (para TV italiana); Sexo Frágil, direção Jessel Buss, 1986; Tropclip, direção Luiz Fernando Goulart, 1985; Bela Noite para Voar, direção Zelito Vianna; Odeio o Dia dos Namorados, direção Roberto Santucci, 2012; Causa e Efeito, direção Andre Marouço, 2013; Até que a Sorte nos Separe 2, direção Roberto Santucci, 2013. Curta metragem: Argemiro, direção: Angélica Campos, 2008.
Ciclo de Leituras Marco Polo
Indicação de Melhor Diretor, por Divina Lapa, 2003
SATED
Indicação de Melhor Diretor, por Viravez, o Cortês, 1994
SHELL
Indicação de Melhor Ator, por Tiradentes, 1992
Tereza Frota
1979 – Apenas um Conto de Fadas, de Eduardo Tolentino, direção Eduardo Tolentino
1981 – O Anel e a Rosa, de W. Thacheray, direção Eduardo Tolentino
1982 – Tempo Quente na Floresta Azul, de Orígenes Lessa, direção Eduardo Tolentino
1984 – O Noviço, de Martins Pena, direção Eduardo Tolentino
1985 – Casa de Orates, de Arthur Azevedo, direção Eduardo Tolentino
1985 – Caiu o Ministério, de França Júnior, direção Celso Lemos
1985 – Beto e Teca, de Volker Ludwig, direção Renato Icarahy
1986 – O Alienista, de Machado de Assis, direção Eduardo Tolentino
1987 – Pinóquio, de Carlo Collodi, direção Eduardo Tolentino (SP)
1988 – Mugnog, de Rainer Hachfeld, direção Renato Icarahy
1991 – A Incrível Viagem, de Doc Comparato, direção Henri Pagnoncelli
1993 – Eros e Psiquê, texto e direção Renato Icarahy
1994 – A Rainha Alérgica, de Teresa Frota, direção Renato Icarahy
1994 – O Topo da Montanha, de Teresa Frota, direção Renato Icarahy
1994 – Viravez, O Cortês, de Teresa Frota, direção Henri Pagnoncelli
1994 – Os Amantes do Metrô, de Jean Tardieu, direção Renato Icarahy
1995 – A Lei e o Rei, de Teresa Frota, direção Henri Pagnoncelli
1996 – Os Impagáveis, de Teresa Frota, direção Henri Pagnoncelli
1976 – Amanhã, se não Chover, de Henrique Pongetti, direção Eduardo Tolentino
1977 – Trágico Acidente Destronou Tereza, de José Wilker, direção Eduardo Tolentino
1981 – Trágico Acidente Destronou Tereza, de José Wilker, direção Eduardo Tolentino
1983 – Viúva, Porém Honesta, de Nelson Rodrigues, (RJ, Portugal)
1984 – Merlim, ou a Terra Deserta, de Tancred Dorst, direção Nelson Xavier (leitura dramática)
1986 – A Verdadeira Vida de Jonas Wenka, de Bertold Bretch, direção Peter Palitzsch
1987 – Viúva, Porém Honesta, de Nelson Rodrigues (SP)
1988 – Os Possessos, de Dostoievski, direção Bia Lessa
1990 – Desencantos, de Machado de Assis, direção Renato Icarahy
1991 – Os Mistérios do Sexo, de Coelho Neto, direção Marcelo Escorel
1992 – Bonitinha, mas Ordinária, de Nelson Rodrigues, direção Eduardo Wotzik
1992 – Fala, Copacabana, de Teresa Frota, direção Eduardo Wotzik
2013 – Bonitinha, mas Ordinária, de Nelson Rodrigues, dir. Eduardo Wotzik, (RJ e Porto, Portugal)
Prêmio Coca Cola
Melhor Texto Infantil, A Lei e o Rei, 1995
Melhor Texto Infantil, Viravez, o Cortês, 1994
Indicação Texto Infantil, A Rainha Alérgica, 1993
Festival de Ecologia, 3º lugar, A Rainha Alérgica, 1993
Indicação Produção, Os Impagáveis, 1996
Indicação Produção, A Lei e o Rei, 1995
Prêmio SATED
Indicação Melhor Texto, Viravez,o Cortês, 1994
Prêmio Mambembe
Melhor Texto, Viravez, o Cortês, 1994
Melhor Figurino, Os Impagáveis, 1996
Indicação a Melhor Texto, Os Impagáveis, 1996
Indicação Melhor Texto, A Lei e o Rei, 1995
Indicação Melhor Texto, O Topo da Montanha, 1993
Indicação de Atriz Revelação, O Alienista, 1986
Cinco Melhores Espetáculos
Prêmio Ciclo de Leituras Marco Polo
Indicação Dramaturgia, Divina Lapa, 2003
Prêmio FUNARTE de Dramaturgia
O Amante Invisível ou O Dom Quixote de Bangu, 3º lugar, 2004
Prêmio Nacional Dramaturgia José Wanderley (RN)
O Dom Quixote de Bangu, 2o lugar, 2004
Prêmio Nacional João de Barro (MG)
O Anjo da Asa Pelada, literatura Infantil, 2003
Prêmio Nacional Álvaro de Carvalho Dramaturgia (SC)
Retrato Falado, texto editado, 1998
Prêmio União Brasileira de Escritores Livro Infantil
Talismã, 1997
Prêmio União Brasileira de Escritores
Os Impagáveis, texto infantil, 1996
Viravez, o Cortês, texto Infantil, 1994
Prêmio Stanislaw Ponte Preta Dramaturgia
Os Impagáveis, texto editado, 2o lugar, 1996
Prêmio Stanislaw Ponte Preta Teledramaturgia
No Asfalto, texto editado, 2o lugar, 1995
Prêmio Nacional Unisinos Contos
Maria dos Retalhos, Contos, 2o lugar, texto editado, 1994
Prêmio Stanislaw Ponte Preta de Crônicas
Agonia, 1994
Prêmio Líderes do Amanhã
Dos Dedos Verdes à Escola Padrão, artigo, Jornal do Brasil, 1993 (6000 candidatos)
Prêmio Nacional Dramaturgia Infantil – UFRN
Ahn! Ahn! América!, 3o lugar, 1992
Prêmio de Dramaturgia da RioArte
Remanescentes, 3o lugar, 1992
XXVII Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
A Chacina de Vigário Geral, Menção Honrosa, Programa Linha Direta TV Globo, Categoria Documentário, direção geral de Milton Abirached, Roteiro Teresa Frota com supervisão de George Moura, 2005
Prêmio Ministério da Cultura Dramaturgia
Divina Lapa – Melodia Carioca, Menção Honrosa, 2000
Prêmio Nacional Orpheu de Poesias
Menino, Menção Honrosa, 1996
Prêmio Nacional Adolfo Eizen
Estelinha, a Estrelinha, Menção Honrosa, 1996
Prêmio Nacional Unisinos Escritório
Em Frente, Menção Honrosa contos, texto editado, 1994
Prêmio Internacional de Poesias CEPA
Menção Honrosa, 1994
Prêmio União Brasileira Escritores
Livro de Contos, Menção Honrosa, 1994
Prêmio Internacional de Poesias CEPA
Menção Honrosa, 1992
Prêmio Nacional de Poesias Zumbi
Menção Honrosa, 1992
Prêmio Nacional de Prosa Zumbi
Menção Honrosa, 1992
Prêmios em Televisão
Emmy International Awards
Indicação pelo especial Por Toda Minha Vida – Cazuza, direção geral Ricardo Waddington, supervisão de texto George Moura, 2009
Indicação pelo especial Por Toda Minha Vida – Adoniran, direção geral Ricardo Waddington, supervisão de texto George Moura, 2010.
Dez Contos Policiais, Editora Mirabolante, 2009
Dez Contos de Humor, Editora Mirabolante, 2008
Viravez, o Cortês, Editora Rocco, 2007
A Rainha Alérgica, Editora Escrita Fina
A Lei e o Rei, Coleção Teatro Brasileiro, Editora Hamdam, 2o volume
Talismã, Editora Rocco
Era Pois Pois Uma Vez, Coleção Quem Quiser Que Conte Outra, Editora Rocco, 2004 (Incluído no Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, Governo do Estado de São Paulo em 2005)
É formada em Comunicação Social – Jornalismo pela PUC (1977). Roteirista da TV Globo, de 1994 a 2012, escreveu programas como Angel Mix, Você Decide, Linha Direta, Por Toda Minha Vida, Amores Roubados, programas especiais, entre outros. Também foi diretora do Teatro Gláucio Gill de 1997 a 1999.
Depoimentos dados à Antonio Carlos Bernardes, em 11 de abril de 2015.