Ronaldo Mota

Primeiros momentos da vida

Nasci no bairro de Bangu, no Rio de Janeiro e aos 11 meses fui para São Luís do Maranhão. Meus pais são Maranhenses. Meu pai é de Alcântara, cidade histórica, e minha mãe, nasceu no litoral, numa cidade chamada Axixá, localidade que tem um famoso bumba-meu-boi. O boi de orquestra. Minha mãe foi cantora. Meu avô, ator, veio para o Brasil numa companhia de teatro de Portugal. Gostaria de sublinhar duas coisas que influenciaram meu trabalho musical e teatral: eu menino, ouvir as muitas sonoridades da Ilha de São Luiz, seus tambores Afro-maranhenses, e escutar minha mãe, me embalando na rede, cantar músicas brasileiras e do mundo das décadas de 40, 50. Minha mãe foi cantora profissional em São Luís mas depois que casou, parou de cantar.

Aos cinco anos assisti o meu primeiro bumba-meu-boi, foi inesquecível. Os ‘Bois’do Maranhão eram contratados pelas famílias, para se apresentarem nas festas juninas, nos meses de junho e julho. Meu pai contratou um, que era do interior da Ilha de São Luís, um “Boi de Matraca”, pra tocar na nossa casa. Foi meu primeiro encontro. Um encantamento. Aquela exuberância melódica, percussiva, aquele som muito típico do Bumba, que se escutava ao longe, e seus personagens com belas roupas, belas bordaduras. O Boi era de veludo negro, brilhando com seus desenhos nos canutilhos. Os Caboclos e Caboclas de Pena, de Fita, os palhaços, Cazumbás…uma maravilha!

Formação profissional

Cursei Engenharia Civil, mas não exerci a profissão. Teoria musical, nunca estudei. A música entrou na minha vida pelas influências que circulavam em casa. Quando dei por mim, já estava cantando. Aos cinco ou seis anos, fiz uma viagem para o interior do Maranhão, fui a um lugar chamado Peri-Mirim e aí cantei pela primeira vez em público. Foi numa casa de fazenda; cantei em dueto com minha mãe. Foi um maravilhoso espanto pra ela. Acho que ela nunca tinha me visto cantar. Aos 8, 9 anos ganhei um violão, e quando me dei conta, já estava tocando o instrumento. Como falei, não estudei formalmente. Aprendi tocando. Mais tarde, procurei entender mais de harmonia e fui aprimorando minha formação mas sempre como autodidata.

A primeira vez a gente nunca esquece

Aos doze anos, eu fui ver uma peça de teatro em São Luís. Eu morava no Filipinho, um bairro afastado do cento da cidade. Ir até lá, já era uma aventura. Era no centro histórico da ilha, a cidade era um deslumbre, prédios dos séculos 17, 18, todos belamente azulejados; tinha uma rua chamada Rua do Sol, onde ficava o Teatro Arthur Azevedo. Não me lembro do nome da peça, mas teve uma coisa que me impressionou muito: uma bruxa iniciava o espetáculo com um clima incrível, fantástico. Luzes e músicas estranhíssimas. Essa bruxa vinha pra boca de cena com uma maquiagem de cores azuis e roxo e cantava. Até hoje isso é claro na minha memória.

Começando a trabalhar

Em 1967, aos 17 anos, fui convidado por Reinaldo Faray, um diretor de teatro do Maranhão, pra tocar violão numa montagem teatral. Ele tinha me escutado cantar na casa de amigos. Aceitei o convite e também compus a trilha para o espetáculo que se chamou Sons e Formas. A partir dessa experiência musical, no início dos anos 1970, comecei a participar de festivais de música no Maranhão. No primeiro festival, uma música minha, Sem Compromisso, foi classificada e ganhou o prêmio de menção honrosa. A partir da visibilidade criada pelos festivais, passei a fazer apresentações em bares, em festas, em casas de famílias, escolas, no Teatro Arthur Azevedo, em Centros de Cultura. Na casa dos meus pais, esses eventos aconteceram muitas vezes, nos fins de semana. Eram saraus em que participavam muitos compositores e cantores. Virou lugar de encontro de músicos, poetas, escritores, atores, gente de teatro, de festivais.

Chegando no Rio de Janeiro

Em 1976, por volta dos 25 anos, resolvi me aventurar no Rio de Janeiro. Meu irmão Hamilton Mota, também ator, já morava aqui no Rio. Fui morar na Travessa dos Tamoios, perto do cinema Paissandu. Um encontro muito importante se deu nessa época na casa do poeta maranhense Odilo Costa, filho.

Aos sábados, em seu apartamento, aconteciam umas sessões especiais de cinema, para pessoas convidadas. Fui convidado para participar desses encontros com dois parceiros maranhenses – o poeta Viriato Gaspar e o compositor Sérgio Habibe. O filme era o Sétimo Selo de Ingmar Bergman. Ao final da sessão, a Elza Wilker, que acabou virando uma amiga, pediu que tocássemos algumas músicas nossas. Algum tempo depois ela nos levou para conhecer um grupo de teatro, que estava ensaiando no Teatro Cacilda Becker. O local era conhecido como Teatro Experimental, coordenado pelo Almério Belém. Esse foi o primeiro teatro que conheci no Rio de Janeiro, isso no segundo semestre de 1976. O grupo era o Ventoforte e estava ensaiando Pequenas Histórias de Garcia Lorca, direção de Ilo Krugli, para apresentações no sul do Brasil. Me encantei com o espetáculo. Um deslumbre. Um mês depois, a Elza me telefonou dizendo que o Ilo estava procurando músicos para substituir alguns integrantes do espetáculo.

É importante registrar que os integrantes que saíram do Ventoforte, entre eles Beto Coimbra e Sílvia Aderne formaram o Grupo Hombu. Portanto essa foi a primeira vez que participei de um grupo de teatro.

Foi assim que comecei aqui no Rio. Como músico e ator. Entrei em contato com David Tygel, diretor musical do Grupo Ventoforte. O grupo queria que eu o procurasse e tocasse minhas músicas. Toquei e cantei várias músicas.  Ele gostou; rolou de cara, uma empatia muito grande entre nós. Entrei no espetáculo tocando violão, cantando e também atuando, fazendo um taberneiro. Com esse espetáculo reinauguramos o Teatro de Arena de São Paulo que passou a chamar-se Teatro Eugênio Kusnet.

Logo depois, Ilo foi chamado pra dirigir o Centrinho de Arte do Méier e levou todos os integrantes do grupo pra trabalhar com ele. Criamos um grupo de professores (atores e músicos) e dávamos aulas de artes. O Ilo já tinha tido esse tipo de experiência na Escolinha de Arte do Brasil e, utilizando a mesma técnica, deu continuidade no Centrinho. Criou espetáculos de rua, os Festejos dos Dois, baseado em Cosme e Damião; dos Três, inspirado nos Três Reis Magos, entre outros.

Apesar de serem festejos do catolicismo, ele os transformava em brincadeiras populares teatralizadas e musicadas. Ilo trazia outra visão para esses festejos. Os atores saiam do Centrinho Cultural e se apresentavam cantando pelas quadras do bairro do Méier. E assim, dei prosseguimento a essa aventura com o Ilo, Paulo César Brito, Sônia Piccinin, Márcia Correa e tantos queridos atores do Ventoforte.

Novos espetáculos

A História de um Barquinho

O Ilo estava escrevendo com Paulo César Brito e Sônia Piccinin um novo espetáculo O Mistério das Nove Luas (belíssimo) e me pediu para criar as músicas. Pela primeira vez fui responsável pelas composições e direção musical do Ventoforte. Em seguida, em 1978, fiz as músicas do espetáculo Sonho de um Coração Brejeiro Naufragado de Ilusão, autoria de Ernesto Albuquerque, com direção do Ilo. Era um texto premiado para teatro de bonecos. Estreamos no Teatro Glauce Rocha e nos apresentávamos com o mesmo espetáculo no horário infantil e adulto. Foi um sucesso, ganhamos vários prêmios. Espetáculo muito festejado. Tive muita sorte em participar de um grupo que transformou o teatro para crianças, começando no Rio, depois levando essa nova visão das artes cênicas pelo Brasil e muitos outros países. Ilo influenciou e muito, a forma de se fazer teatro, apresentando essa nova linguagem.

Através dele, conheci Jorginho de Carvalho, que trabalhou como iluminador criando vários desenhos de luz para as peças do Vento. Jorginho me convidou para participar de O Elefante. Trabalho muito bonito, dirigido por ele, com uma luz exuberante, baseado no poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade.

O reconhecimento pelo trabalho

Logo no primeiro trabalho já começaram os comentários sobre minha música, minhas composições. Trabalhar com Ilo deu mais visibilidade ao meu trabalho. Começaram as premiações e comecei a ser chamado para contribuir com outros grupos, como o Grupo Carreta, do Paraná. No começo dos anos 80, trabalhei com esse grupo, no espetáculo de bonecos Honório dos Anjos e dos Diabos, texto de João Siqueira, direção de Manoel Kobachuk. Era um belo trabalho. Participei do espetáculo tocando as músicas ao vivo. Nesse período o Ventoforte foi pra São Paulo. Eu optei por ficar no Rio, mas, volta e meia, ia a São Paulo musicar novos trabalhos do grupo.

Em 1981, também participei do Grupo Feliz meu Bem, no espetáculo As três Luas de Junho e uma de Julho, com texto e direção de Tônio Carvalho inspirado nos folguedos e festas Juninas. Peça muito graciosa, cheia de encantos que o Tônio deu um subtítulo de “Ópera Caipira”.

Com Tônio também trabalhei no espetáculo Deu Frô na Cabeça, uma peça para jovens. Isto me lembra que algumas das canções de espetáculos, que criei, tiveram vida própria. Ganharam outros espaços e foram cantadas em shows. Um exemplo, a música “Dalva” do espetáculo Sonho do Coração Brejeiro se eu deixasse de cantar nas apresentações, o público pedia. “A Velha das Ervas” do espetáculo Mistério das Nove Luas, “Girassol,” do musical Choro Lorca e outras Histórias.

Um reencontro feliz

Comecei a trabalhar com o Grupo Hombu no espetáculo Ou Isto ou Aquilo, substituindo Caique Botkay. Espetáculo de grande sucesso do grupo baseado no livro de Cecília Meireles. As músicas eram dele e do Beto Coimbra.

Em 2004, O Hombu começou a realizar A Zeropeia. Era um projeto que o grupo tinha a partir de três livros de Herbert de Souza, o Betinho: A Centopeia que Sonhava, a Centopeia que Pensava e A Zeropeia. Esse último foi o que deu nome ao espetáculo; eram parábolas falando do meio ambiente, da fraternidade, da solidariedade. Fiz as músicas, em parceria com meu mano Cristiano Mota e Beto Coimbra. Para coroar, o grupo Chamou o Ilo Krugli pra dirigir o espetáculo. Criamos um trabalho interessante, amplo, renovador em que se mesclou os contos de Betinho com trechos do livro O Príncipe Feliz de   Oscar Wilde. Um reencontro feliz pra mim: Ilo e Hombu na criação de um novo trabalho.

Em 2007, o Ilo remontou esse espetáculo em São Paulo, e o chamou de A Centopeia e o Cavaleiro.

Outros espetáculos

Em 2005, nosso grupo ganhou um patrocínio da Oi Futuro para a montagem de um espetáculo a partir de alguns livros para a infância, de Carlos Drummond de Andrade. Se chamou de “Os Diferentes”, título de uma de suas histórias. Dudu Sandroni dirigiu com a assistência de Gugu Madeira. Esse espetáculo teve vida longa. Viajamos por vários lugares, levamos também para muitas escolas e circuitos de teatros do SESI e SESC.

Manoel Bandeira – Estrela da Vida Inteira

Em 2008 criamos o Grupo Canto da Viração e em 2010 montamos o espetáculo Manuel Bandeira – Estrela da Vida Inteira!, dirigido pelo Cláudio Mendes. Viajamos bastante também com esse trabalho. Fizemos temporada no Teatro Ipanema, no SESC Pompeia e depois por outras unidades do SESC São Paulo.

Ainda com Ilo

Participei da montagem de O Auto da Compadecida, realizada pelo Ventoforte em São Paulo. Fiz algumas músicas nesse projeto, dividindo a criação musical com Caique Botkay. Na verdade, nem fui a São Paulo; enviamos por e-mail as canções; tenho pouco material sobre esse trabalho. Em 2014, Ilo já estava com 80 anos.

Processo de Criação

Comigo a criação musical acontece de várias maneiras. No teatro a mais comum é em cima do texto da peça. Às vezes vamos criando junto; eu, o diretor, os parceiros. Por exemplo: o autor me envia um trecho de um texto, uma ideia; daí eu começo a trabalhar na criação. Eu me provoco com o instrumento. Eu brinco muito com o violão, meu instrumento de criação. Fico procurando caminhos harmônicos e melódicos. Algumas vezes é na própria cena; de um movimento dos atores, me vem uma música. Posso criar uma canção para colocar numa letra pronta, ou o contrário. Muitas vezes sou arrebatado nesse processo e me vêm de um fôlego só, música e letra inteiras e é o diretor quem cria uma cena em cima da canção pronta. Gosto do inesperado. Sacar melodias, sons, junto com o que acontece nos ensaios, numa cena, é pra mim, um dos maiores baratos criativos. Outra coisa na criação: se vou por um caminho, que sinto que tá bonitinho, que está legal, que é interessante, mas não está me comovendo, acabo abandonando e começo outra coisa. Tenho que me comover. Me surpreender. Aí flui. Com o Ilo era sempre muito bom, muito assim. Esses formatos, também aconteceram muito no Hombu, e acontecem desde 2008 no Canto da Viração e em trabalhos pontuais para outras produções e grupos.

Como Diretor Musical, Compositor ou Trilha

1977 – Mistério das Nove Luas, direção Ilo Krugli, Teatro Ventoforte, Teatro Ginástico e Teatro SESC Tijuca
1977 – Mistério das Nove Luas, direção Ilo Krugli, Teatro Ventoforte, Teatro Procópio Ferreira (SP)
1979 – O Elefante, direção Jorginho de Carvalho, Teatro SESC Tijuca
1980 – Honório dos Anjos e dos Diabos, de Joao Siqueira, direção Manoel Kobachuk (PR)
1980 – Ou Isto ou Aquilo, a partir da obra de Cecília Meireles adaptação do Grupo Hombu, Teatros Villa Lobos, Aurimar Rocha, SESC Tijuca (como músico e ator)
1981 – As Três Luas de Junho e uma de Julho, texto e direção Tonio Carvalho, Teatros Cacilda Becker, Arena e Glauce Rocha
1984 – Deu Frô na Cabeça, texto e direção Tonio Carvalho
1999 – Mistério das Nove Luas, direção Ilo Krugli, Teatro Ventoforte, Teatro Popular do SESI (SP)
2001 – Mistério das Nove Luas, direção Ilo Krugli, Palco Giratório, SESC
2002 – Mistério das Nove Luas, direção Ilo Krugli, Teatro Ventoforte (SP)
2004 – A Zeropéia – A Centopeia e o Cavaleiro, a partir da obra de Betinho, adaptação e direção de Ilo Krugli, Grupo Hombu, Teatro do Jockey
2005 – Os Diferentes, baseado na obra de Carlos Drummond de Andrade, direção Dudu Sandroni, do Grupo Hombu, Teatro Maria Clara Machado, Festival de Teatro de Belo Horizonte, Festival de Teatro de Londrina
2007 – A Centopéia e o Cavaleiro, direção Ilo Krugli, Teatro Ventoforte (SP)
2008 – O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, direção de Ilo Krugli, (em parceria com Caíque Botkay), Teatro Ventoforte (SP)
2012 – Estrela da Vida Inteira, a partir da obra de Manuel Bandeira, com direção de Cláudio Mendes, Grupo Canto da Viração, Teatro Ipanema
2014 – A História do Barquinho, de Ilo Krugli, direção de André Paes Leme, Grupo Canto da Viração, Teatro Oi Futuro Ipanema, unidades SESC Rio, Arenas Culturais da Prefeitura

1967 – Sons e Formas, direção Reinaldo Faray, Teatro Arthur Azevedo, São Luís do Maranhão
1976 – As Pequenas Histórias de Garcia Lorca, a partir da obra do poeta, adaptação e dir. Ilo Krugli, Teatro Eugênio Kusnet
1978 – Sonho de um Coração Brejeiro Naufragado de Ilusão, de Ernesto Albuquerque, dir. Ilo Krugli, T. Ventoforte, T. Glauce Rocha
1984 – Tio Vânia, de Tchecov, direção de Sérgio Brito, Teatro dos Quatro
1993 – O Baile, baseado no espetáculo homônimo de Jean Penchenant, direção Luís de Lima, Cia. do Gesto, Teatro Glauce Rocha
1993 – A História é uma História, de Millor Fernandes, direção de Gracindo Jr.

2003 – Ciclo Hombu de Leituras para Crianças e Jovens, Casa de Cultura Hombu– 2003 – Giulia Gam convida, Rio Design Center
2005 / 2008 –O Sertão é o Mundo, a partir da obra de João Guimarães Rosa, Núcleo de Estudos Guimarães Rosa, em parceria com o Grupo Hombu, SESC-RJ, SESI-FIRJAN, Escolas Públicas de Ensino Médio, Casa da Gávea, Casa de Rui Barbosa, Oi Futuro, Prêmio Funarte Myriam Muniz de apoio às artes cênicas (2007)
2005 – Canto da Viração, Núcleo de Estudos Guimarães Rosa, projeto continuado realizado em diversos locais, desde o ano de 2005
2018 – Um Natal com Rosa, SESC São João de Meriti e Teresópolis
2018 – O Brincante, Festival de Inverno do Sesc Teresópolis 2018, Bienal do Livro de Campos e Festival Literário de São Fidélis
2019 – Nossa Pátria é nossa Língua, a partir das obras de Guimarães Rosa, Mia Couto e Simões Lopes Neto, Festival de Inverno Sesc Nova Friburgo
2020/2021 – O Sertão é Dentro da Gente, a partir da obra de Guimarães Rosa, realizado através do edital Fomento a todas as Artes / Lei Aldir Blanc. Gravado no Sesc Copacabana, apresentado online no Youtube e Instagram.

Shows

1979 – Sol pela Porta, Lua pela Janela, show de Ronaldo Mota & Sérgio Habibe, Teatro SESC Tijuca
1980 – Ronaldo Mota convida Diana Pequeno, Ná Ozzetti, Teatro Ventoforte, São Paulo
1982 – Fuga dos Azulejos, Teatro Planetário da Gávea, Rio de Janeiro
1983 – Zé Keti / Ronaldo Mota, Teatro Carlos Gomes, Rio de Janeiro e Centro Cultural Vergueiro, São Paulo
1985 – Fuga dos Azulejos II, show em São Luís do Maranhão, com vários compositores e cantores maranhenses
1985 – Estrela Vermelha – apresentação nos bares “Gente da Noite”, “Barbas e Maria e Maria, Rio de Janeiro
1990 – Alcione e Convidados, abertura do show no Rio Jazz Club
1995 – Estrela Vermelha – Ronaldo Mota, no Picadilly Club, no Barbas e no Maria, Maria com participação de Ângela Vieira recitando poemas – Rio de Janeiro
1998 – Um Canto de Poesia, Teatro da Praia, Teatro Gláucio Gil – Rio de Janeiro
2001 – Show no Beco das Garrafas, com diversos compositores, Copacabana, Rio de Janeiro2002 a 2007 – Eventos Musicais na Casa de Cultura Hombu – diversos shows, intervenções poéticas – musicais, na Lapa, Rio de Janeiro
2003 – Toque, lançamento do terceiro CD, na Livraria da Travessa, em Ipanema
2008 – Veredas Musicais, show baseado na obra de João Guimarães Rosa, Festival de Inverno do SESC-Rio (Friburgo, Teresópolis e Petrópolis) e SESC São João de Meriti
2010 – Álbum de Figurinhas, de Zé Zuca, participação no show de lançamento do CD no Circo Voador, ao lado de Bia Bedran e Palavra Cantada
2017 – Menino Navegador, Parque das Ruínas
2018/2019 – Canto da Viração, intervenção poético-musical, circulação nos Sesc(s) do Estado do Rio de Janeiro
2019 – Show Poético Musical Abre Alas, show apresentado em unidades do Sesc Rio
2020 – Show Poético Musical Estrela Guia, show apresentado em unidades do Sesc Rio
2020/2021 – Lives, em forma de shows, apresentações quinzenais realizadas online no Instagram e Facebook, com temas variados

Produções e Solos

Toque – Disco produzido e interpretado por Ronaldo Mota
Coração de uma Ilha – Disco independente produzido e interpretado por Ronaldo Mota
Turma do Quinto (Carnaval de São Luís) Disco independente produzido por Ronaldo Mota
Arrebentação da Ilha – Disco produzido por Zé Américo Bastos / TV Mirante
Um Canto de Poesia – disco solo, produzido por Ricardo Brito

Composições Gravadas por Outros Intérpretes

Irupê e Estrela Vermelha – no disco Sentimento Meu, de Diana Pequeno, RCA
Estrela Vermelha – no disco Zoada de Boca, de Tadeu Mathias, Ariola
Serenata P’rá São Jorge – no disco Ad Canto, do grupo Ad Canto, RCA
Jogo Animado – no disco Arrebentação da Ilha, vários intérpretes, Mirante
Boi de Catirina – no disco Bandeira de Aço, de Papete, Gravadora Marcus Pereira
Dalva – gravada por Tião Carvalho
Menino Navegador – gravada por Tavito e pelo Grupo Raízes Caboclas
Irupê – Jane Duboc

Discos e CDS Infantis

Série Taba – Histórias e Músicas Brasileiras / Editora Abril, como cantor e autor
História de um Barquinho – cantando com Jane Duboc e Tavito
Sapo Vira Rei Vira Sapo – com Nara Leão e Ad Canto
O Gigante Azul – cantando sua composição como solista principal
Álbum de Figurinhas, de Zé Zuca, ao lado de Bia Bedran, Palavra Cantada, entre outros artistas

2003 – Teca na TV – trilha sonora do programa, Canal Futura
2001 – Laços de Família – como ator, TV Globo, personagem Genaro, violeiro e cantor do haras
1989 a 1991 – Era Uma Vez – criador de trilhas musicais e participante como ator em vários episódios da série, TVE
1989 – A História do Boi Voador – participação como ator e músico no vídeo Prêmio Mambembe
Boi Vaga-Lume – participação como cantor e dançarino no Festival da Globo, classificado na categoria de folclore brasileiro

Ronaldo Mota recebe o Troféu CBTIJ em homenagem aos músicos e diretores musicais

1971 – Menção Honrosa no 1 Festival de Música de São Luís do Maranhão, com sua canção Sem Compromisso
1983 – Melhor Compositor e Intérprete no Festival Lubrax – Mostra Seis e Meia / Sala Cecília Meireles – Rio de Janeiro, com sua música Boi de Catirina
1990 – Finalista do Prêmio Carrefour de Música Popular – Seção Rio de Janeiro, com sua canção Noturna
1979 – Prêmio Mambembe na categoria especial pelas músicas do espetáculo Sonhos de um Coração Brejeiro Naufragado de Ilusão, direção de Ilo Krugli e  músicas do espetáculo O Elefante, direção Jorginho de Carvalho – Grupo Mixirico
1979 – Prêmio de Menção Especial no Festival Horizontes de Berlim pelas músicas de O Mistério das Nove Luas
1980 – Recebeu também pelo Sonhos de Um Coração Brejeiro…o prêmio de Melhor Música Original da APCA-SP(representante brasileiro em festivais na América Latina, Estados Unidos e Europa)
1981 – Prêmio de Melhor Música da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, pelas composições e direção musical do espetáculo História de um Barquinho – Esse Menino Navegador, de Ilo Krugli (Teatro Ventoforte)
1995 – Prêmio Coca-Cola de Música – Teatro Jovem, pelas composições, direção musical e indicação de Melhor Ator Coadjuvante – no espetáculo A Casa da Madrinha, adaptação do livro homônimo de Lygia Bojunga, em montagem do Grupo Hombu de Teatro
2003 – CBTIJ – Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude – Reconhecimento pelo Trabalho na Área Musical
2008 – Prêmio Myriam Muniz pelo projeto O Sertão é o Mundo, leituras dramatizadas e musicadas de Guimarães Rosa
2015 – Prêmio Zilka Sallaberry. Indicação na categoria de Melhor Música Original em A História do Barquinho, do Grupo Canto da Viração – a montagem teve 7 indicações e ganhou os prêmios de Cinco Melhores Espetáculos do Ano e Melhor Cenografia
2015 – Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças (Centro Brasileiro de Teatro para Infância e Juventude) na categoria Música Original pelas composições musicais do espetáculo A História do Barquinho

Depoimento dado à Antonio Carlos Bernardes, na cidade do Rio de Janerito, em 17 de maio de 2021.