O grupo Catsapá dança e canta em Na Festa de Bebete, com direção de Tânia Nardini. Foto: Monique Cabral

Crítica publicada em O Globo – Rio Show
Por Luciana Sandroni – Rio de Janeiro – 23.08.1991

Barra

A descoberta do amor com dança e fantasia

Simplicidade e bom humor sem as mágicas e fantasias marcam Na Festa de Bebete

A peça Na Festa de Bebete, à primeira vista, não tem qualquer semelhança com o belo filme A Festa de Babete. Mas pode-se traçar um paralelo entre os dois. O filme mostra um grupo de idosos descobrindo o prazer de jantar requintado, preparado por uma artista da cozinha. A peça apresenta uma divertida trama,em que sete meninas começam a descobrir o amor.

O texto simples e bem-humorado de Aloísio de Abreu conta a história de Bebete, Lisete, Susete, Arlete, Janete e Salete, amigas que recebem a mesma carta de amor marcando encontro no mesmo horário, com um namorado que não se identifica.

Entre canções e muita dança, o público vai conhecendo as garotas. Uma delas é complexada, se acha gorda e sem jeito,mas acredita que um dia vai encontrar o grande amor. Outra pensa ser a melhor, a mais bonita e mais rica. Cada um delas vai sendo descrita com palavras, coreografias e canções. As coreografias de Tânia Nardini, que também assina a direção, são um dos pontos altos de espetáculo. Nardini e todo o elenco feminino da peça integram o grupo Catsapá.

Com a chegada do namorado secreto, personificado com muito humor por Andersson Muller, a peça ganha novo alento. O ator não é dançarino, mas se sai bem acompanhado as sete pretendentes.

Na Festa de Bebete, não apresenta elementos mágicos como fadas ou duendes; é a dança que funciona como passaporte para a fantasia, criando momentos de gostosa aproximação com o público.

As meninas sapateiam ao som de vários ritmos: samba, rock, tango e outros mais, todos de Fernando Moura. O figurino de Gilda Saldanha destaca-se por sua beleza. Realçando o colorido das roupas, o cenário de Eugênio Luiz, todo em tons cinza, é bastante funcional.