Entrevista realizada no Programa MPB Show – Rádio Nacional
Por Gláucia Araújo – Rio de Janeiro – 13.09.2006
Entrevista com Antonio Carlos Bernardes sobre o Projeto Encontros e Oficinas
Gláucia Araújo: CBTIJ em Ação – Encontros e Oficinas e quem fala com a gente sobre esse projeto e sobre essa história é o Diretor de Projetos do CBTIJ, Antonio Carlos Bernardes. Boa tarde, Antonio Carlos.
Bernardes: Boa tarde, tudo bem.
Gláucia: Antonio Carlos, o CBTIJ é o Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude – é isso?
Bernardes: É sim, é uma entidade que já existe há mais de dez anos e que tem como objetivo principal o teatro de qualidade para criança.
Gláucia: Sua ligação está cortando um pouco. Tente se posicionar para que o sinal fique um pouquinho melhor.
Bernardes: Está certo.
Gláucia: Acabou que eu não consegui entender, e o pessoal que esta em casa acaba não entendendo nada. Então são dez anos de projeto é isso?
Bernardes: Correto, dez anos de uma luta política e também de projetos em que a gente tenta levar o melhor do teatro de qualidade para criança.
Gláucia: Legal, e vocês costumam apresentar peças, como é que funciona?
Bernardes: O grande projeto do CBTIJ é a Mostra SESC CBTIJ de Teatro para Crianças, que ocorre em todo o Estado do Rio de Janeiro. Nós temos um convênio com o SESC Rio e através do CBTIJ a gente seleciona através de um edital, os espetáculos que fazem parte da Mostra, que ocorre de Março a Dezembro, em todos os anos. Já estamos no sexto ano, no próximo será o sétimo e nós criamos um público que inicialmente foi de dezessete mil espectadores em 2001, para mais de sessenta e cinco mil espectadores neste ano.
Gláucia: E vocês também conseguiram criar e eu sei que foi uma iniciativa de vocês, depois de várias ações, o Dia Mundial de Teatro para a Infância e Juventude.
Bernardes: Na verdade o dia Mundial foi criado pela ASSITEJ Internacional que é uma entidade internacional que existe em mais de oitenta e cinco países. O CBTIJ e conhecido mundialmente como ASSITEJ Brasil, e a cinco anos atrás a ASSITEJ criou juntamente com a UNESCO o Dia Mundial do Teatro para a Infância e Juventude, e o CBTIJ a dez anos vem lutando junto ao Governo Federal, para que se oficialize na Mesma data, que é o 20 de Março, o Dia Nacional de Teatro para a Infância e Juventude, que já foi aprovado pela Câmera dos Deputados, pelo Senado, e agora esta na ultima instância, com a Comissão de Constituição e Justiça. Então, em 2007 teremos pela primeira vez a comemoração do Dia Nacional de Teatro para a Infância e Juventude, em 20 de Março. O Estado do Rio de Janeiro também oficializou o Dia Estadual do Teatro para a Infância e Juventude há dois anos. Nós temos também no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, em Pernambuco ações para criar o dia. Essas ações podem parecer pouca coisa, mas é importante que se fale do Dia Nacional do Teatro para a Infância e Juventude, do Dia Estadual e que se fale de teatro para crianças porque esse teatro na verdade é feito para elas. É no teatro que a criança vê o lúdico e sai um pouco da nossa realidade que é tão massacrante no seu dia a dia.
Gláucia: Aliás, todos os pais deveriam ter pelo menos a iniciativa, de pelo menos tentar uma vez por mês levar o seu filho para assistir uma peça.
Bernardes: Exato, e não só levar. Escolher bem a peça é importante. Como qualquer profissão, temos os bons e os maus profissionais. E no teatro também é assim. Como têm bons médicos existem os maus médicos e assim por diante. Então você tem bons espetáculos e maus espetáculos. Então, dependo dos pais levar o seu filho ver um bom espetáculo. As vezes, por acomodação, o pai leva o filho num teatro perto de casa, e nem sempre isso é legal. O bom é que o pai leia e saiba sobre o que é a peça, quem são os profissionais que trabalham na área, e que o espetáculo tenha qualidade, porque vendo um bom espetáculo a criança acaba querendo ver mais.
Gláucia: É verdade.
Bernardes: E para criar o hábito, a criança tem que ir na infância. Não é de adulto que você vai ter o hábito de ver teatro. É como no futebol, a criança fica apaixonada por futebol, porque desde cedo, criança vai assistir o jogo, o pai a leva para o estádio. Se o pai não a levar para uma exposição, não levar num balé, num museu ou no teatro, não é de adulto que ele vai começar a frequentar. Isso pode até acontecer, mas vai ser mais difícil. E no momento, a gente está realizando, com o patrocínio da Petrobrás e da Funarte através do Prêmio Myrian Muniz, o Projeto Encontros e Oficinas que vai começar no mês de Julho apresentando leituras de espetáculos de textos inéditos. Estamos fazendo entrevista com profissionais da área de teatro para a Infância e Juventude, que inclusive serão programas de meia-hora que serão transmitidas pela UNIRIO, através do Canal Universitário. Também realizaremos várias oficinas de interpretação para crianças, oficinas para professores, oficinas de roteiro para iniciantes e oficinas de clown. Enfim, toda essa programação é gratuita esta no site do CBTIJ. É só entrar no www.cbtij.org.br e ficar por dentro de toda a programação.
Gláucia: Vai haver uma programação para hoje não é isso?
Bernardes: Sim, hoje na Casa da Gávea nos vamos fazer duas entrevistas uma entrevista será com o Rogério Blat, um excelente dramaturgo e roteirista que trabalha na ong palco social que desenvolve o projeto de social para criança e que estão com um espetáculo inclusive no teatro Glauce Rocha, e com Ludoval Campos que é o atual Presidente do CBTIJ. Com os dois nós vamos fazer uma entrevista que a gente chama de perfil que fala não só da vida profissional dessas duas pessoas mas como também situa um panorama em relação a nossa Nação.
Gláucia: Isso acontece hoje as 20h da noite na Casa da Gávea que fica na Praça Santos Dumont 116 sobrado na Gávea e tem entrada gratuita.
Bernardes: Exato e toda a programação como eu disse veio do patrocino da Petrobrás e da Funarte e é gratuito, tantos as oficinas para a criançada e oficinas para jovens e para professores, porque é uma outra área que a gente atua muito é de tentar levar para o professor o conhecimento de como utilizar o teatro em sala de aula e as vezes o professor tem muito boa vontade mas não tem o mecanismo de ensinar e de fazer teatro dentro da sala de aula, então a gente faz oficinas de reciclagem para professores também.
Gláucia: Certo, e essas informações também podem ser obtidas pelo site.
Bernardes: E qualquer coisa no site também tem o nosso e-mail e nosso telefone e estamos a disposição a todos.
Gláucia:Esta certo então Antonio Carlos Bernardes, obrigado pela sua participação e uma boa tarde para você um bom encontro a logo mais e até uma próxima oportunidade.
Bernardes: Muito obrigado pela entrevista.