Crítica publicada no Site da Revista Crescer
Por Dib Carneiro Neto – São Paulo – 16.04.2013

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Canções que Contam Histórias

Uma das mais ativas e premiadas contadoras de histórias, em atuação em São Paulo, é Ana Luisa Lacombe, criadora do Grupo Faz e Conta. Neste fim de semana prolongado do Dia da Criança, ela faz dois shows de lançamento de seu CD, Canções do Faz e Conta, com direção musical de Natan Marques e direção cênica de Paulo Rogério Lopes. Dois craques, como ela. “Apesar de não ser cantora, resolvi me aventurar a registrar as canções que foram feitas para eu cantar nas minhas apresentações de narração de histórias”, nos conta ela.

Ana Luisa Lacombe comanda a chamada Casa do Faz e Conta, espaço em São Paulo destinado a cursos, palestras, apresentações e ensaios de narração de histórias. Atualmente, ela também mantém em seu repertório várias performances como contadora de histórias, que podem ser vistas pela internet, se você acessar o site www.fazeconta.art.br. Na apresentação do site, ela nos ensina: “Uma história bem contada evoca a magia, aquece o coração, revela culturas distantes, tem poder de cura. É palavra feita de emoção em estado bruto, mas que leva à reflexão. Quando a narração é feita com cadência, musicalidade, explorando as possibilidades do enredo, ela é capaz de envolver a todos, tanto as crianças da era multimídia quanto adolescentes e adultos.”

Alguns excelentes compositores criaram as músicas do CD e do show, como Jean Garfunkel (‘Magia do Teatro’, criada para o livro de Fanny Abramovich ‘De Surpresa em Surpresa’ e que, segundo Ana Luisa, acabou virando uma espécie de hino do Dia Mundial do Teatro para Infância e Juventude), Gustavo Kurlat (‘Pintora das Estações’, criada para o livro ‘A Árvore Generosa’, de Shel Silverstein), Sérvulo Augusto (‘Rock da Raposa’, criada para um conto de tradição judaica extraído do livro de Malba Tahan ‘Lendas do Povo de Deus’) – e há até uma parceria dela com Lia Zatz (‘Adélia Esquecida’). Os músicos que acompanham a “cantriz” são Milton Castelli Veiga (ao violão) e Betinho Sodré (na percussão).

Fica aqui minha dica em homenagem às crianças de todas as idades. Para finalizar, quero também reproduzir hoje um trechinho do texto que Ana Luisa Lacombe escreveu originalmente para o 1.º Encontro de Teatro Infantil do Teatro Alfa – Discutindo a Cena para Crianças, e que tem tudo a ver com a relação do teatro infantil com as comemorações do Dia da Criança. O que vocês acham: teatro é cultura ou é recreação? Ou ambos? Antes de ir prestigiar seu show, leiam o que nos diz sobre isso a talentosa Ana Luisa Lacombe:

“Muitos pais não incluem o teatro no cardápio cultural que oferecem a seus filhos e, sim, no cardápio de recreação. Outros, felizmente, acompanham o trabalho dos grupos, das produções, estão atentos ao conteúdo e à qualidade dos espetáculos. Os adultos precisam entender a criança como um ser em formação, que necessita adquirir um repertório estético e artístico para construir seu espírito crítico e saber discernir entre uma obra de arte e um mero entretenimento. Por isso, quem faz teatro para crianças tem de prestar atenção às suas produções. Temos de atender a três frentes, três demandas fundamentais: 1) a quem já tem uma expectativa positiva sobre nossa arte, 2) agregar novos espectadores e 3) tornar o público mirim cada vez mais exigente.”

Serviço

Dia 12, hoje, sexta, às 16 horas
Livraria da Vila, unidade Fradique
Rua Fradique Coutinho, 915, Pinheiros
Tel. (11) 3814-5811
Grátis

Dia 13, sábado, às 16 horas
Livraria da Vila do Shopping Higienópolis
Av. Higienópolis, 618
Tel. (11) 3660-0230
Grátis

Também há outras apresentações previstas:
Dia 15/10, às 14 horas, na Biblioteca Hans Christian Andersen
Dia 18/10, às 19h30, na Biblioteca Monteiro Lobato
Dia 03/11, às 16 horas, no Centro da Cultura Judaica

*Este texto foi publicado anteriormente, em 12.10.2012, no Blog Pecinha é a Vovozinha