Crítica publicada no Jornal D’Aqui
Por Karin Dormien Mellone – São Paulo – junho 1986
Venha ver Avoar
Mergulhando fundo no universo dos jogos populares, as músicas recolhidas pelo Brasil inteiro, a peça Avoar, de Vladimir Capella retrata a força do jogo coletivo e mostra o prazer de brincar teatro.
A introdução do próprio autor deixa claras suas intenções: Avoar foi o jeito urbano que encontrei de trazer de volta as velhas noites de lua, as cadeiras nas calçadas e a rua onde a gente brincava ao som de cantigas de roda. E será, espero um modo de cantá-las e espalhá-las por toda a cidade até descobrir onde a lua se esconde e fazê-la voltar, se não por cima dos prédios, pra dentro deles. Mantê-la presente nos olhos, entre as pessoas, no coração.
A leveza, a fluência e o ritmo do elenco envolvem a plateia com muita emoção em um jogo onde a simplicidade dos recursos leva a inúmeras transformações.
É um belo espetáculo, atestando um profissionalismo que vem da história di grupo Pasárgada, com sua proposta de fazer um bom trabalho, levando a criança a sério. Lembrando algumas de suas obras anteriores: Com Panos e Lendas, Como a Lua, Filme Triste, vemos uma trajetória de peças premiadas. Também Avoar recebeu prêmios de melhor autor, melhor diretor musical, melhor atriz, melhor produção pela APETESP.
Tivemos a sorte de conseguir trazê-los aqui para o nosso teatro, quando
encerraram a temporada que iniciaram no Centro Cultural Vergueiro e terminaram no Teatro Eugenio Kusnet, completando um ano em cartaz
Mesmo que vocês não tenham crianças, não percam esta oportunidade de ver no Teatro ASSA, dia 15 de junho às 15.30 horas.
A Laura do Vem-Q-Tem, já têm os ingressos à venda.