Crítica publicada em O Globo – Rio Show
Por Luciana Sandroni – Rio de Janeiro – 13.09.1991
Peça de Sura Berditchevsky completa um ano em cartaz com qualidade e fantasia
A peça Peter Pan completa um ano em cartaz no mês que vem. Todo este sucesso não é a toda: a história do menino que não quer crescer e vive na Terra do Nunca entre Meninos Perdidos, índios e piratas do Capitão Gancho recebeu um tratamento de superprodução.
O começo da peça com a briga e a reconciliação dos pais de Wendy é extenso, mas quando Peter Pan (Janser Barreto) perde sua sombra no quarto das crianças, a peça ganha novo ritmo e prende a atenção do público até o fim.
A diretora Sura Berditchevsky segue a linha de seu Um Peixe Fora d’Água: Peter Pan é um espetáculo com mais de 60 atores dançando e cantando em clima de fantasia e aventura. Sura reuniu uma equipe de alto nível, embalada pelas músicas de Edu Lobo e Paulo César Pinheiro – que empolgam, dão vida às cenas de aventura e esbanjam bom humor, como o tema do Capitão Gancho.A iluminação de Jorginho de Carvalho tem bom resultado, trabalhando muito com sombras.
Lídia Kosovski capricha no cenário da Terra do Nunca e no navio do Capitão Gancho. Os figurinos da Maison Lavoisier são muitos parecidos com os de Walt Disney. Janser Barreto compõe um Peter Pan ágil, deslumbrando a plateia com seu voo final sobre o público.Eduardo Bruno como pai Capitão Gancho fica encarregado do lado humorístico da peça,criando uma boa dupla com Waldemar Berditchevsky, o Barrica.
Acena final – a despedida de Wendy e Peter – é uma das mais poéticas e resume bem o clima da peça: a fantasia tem que continuar.