Programa, 1992

Cartaz do programa, que estreou no Centro Cultural Banco do Brasil, Sala II, Rio de Janeiro, em 1992

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

HISTÓRIAS DA MÃE NATUREZA

Espetáculo Musical de Bia Bedran

(Logo) Centro Cultural Banco do Brasil

(Interior)

“Não pode ter sujeira
na nossa respiração.
É ruim para cabeça,
para pele e pro pulmão.”

A natureza de suas histórias sem falar… Ela conta mostrando, nascendo, morrendo e nos deslumbrando sempre, com suas lições tão claras quanto o luar…

Na minha bagagem de quem, canta e conta para crianças (de qualquer idade…!) sempre fiz canções de louvação à água, à terra, ao fogo e ao ar.
Porque antes de sabermos da dor e dos danos sofridos pela natureza nós precisamos conhecer e sentir o prazer que dá conviver com ela.

Assim, resolvi escrever um espetáculo que sensibilizasse a criança para os fenômenos naturais, numa abordagem lúdica e poética dos quatro elementos – água, terra, fogo e ar.

Para falar do efeito estufa, da chuva ácida, do buraco na camada de ozônio e da biodiversidade, chamei uma bem humorada professora de Educação Ambiental, apaixonada pelo tema, que canta, dança e ilustra suas aulas muito teatralmente.

Conversando com a querida e genial escritora Ana Maria Machado, sondei a possibilidade de incorporar ao espetáculo duas histórias incríveis do livro “Gente, Bicho Planta: o Mundo me Encanta”, que sempre me encantaram pela clareza e Inteligência de abordagem de temas ligados ao equilíbrio (ou desequilíbrio) homem/meio ambiente.

Ela, além de confiar na minha “tradução oral” destas histórias, ainda me ofereceu outra, irresistível, sobre as tartarugas marinhas no Espírito Santo: um fato verídico  e comovente, para fazer a gente pensar…

E como diz Ana: “… essas histórias de tomar conta da natureza e melhorar a vida não acabam nunca. Cada vez que a gente pensa que descobriu alguma coisa, descobre que tem outra em seguida. Que nem as ondas do mar. Mas cada vez tem mais gente ajudando. Gente grande e gente pequena. Ainda bem que vale a pena.”

Um brinde de água pura aos arranjos cheios
de surpresas de Sidney Matos, que fazem minhas músicas pisarem novos caminhos . Aos cenários, figurinos e adereços de João Gomes Rego, que foram moldados e liberando minhas construções cênica; aos toques mágicos de Vera Lopes, que fazem os movimentos falarem; e ao olhar de luz de Djalma Amaral.

À toda minha equipe e a vocês

Bia Bedran

– Cantando a Água

Calmamente

Calmamente a Calma que um lago tem,
eu quero ter também…
Uma imagem transparente,

Muito claramente,
E quero ser também…

A força que o vento tem
eu quero ter também…
Cruzar os ares de repente
espalhar sementes,
quero poder também.

A Chuva Ácida

Uma chuva que
não é mais criadeira,
não faz bem à sementeira,
não devia chover não…
Num futuro não distante
se a poluição crescer
Esta chuva corrosiva,
muito estrago irá fazer.

O Choro do Céu

Quando ela chega
vem tocando um choro

Lá do céu,
o anjo Rafael,
um violão maneiro…
E vem São Pedro guardião,
cumprindo bem o seu papel,
tocando no telhado
o seu pandeiro…
Lá vem a chuva,
e lava a cara da noite
e do dia!
Vai pela escadaria,

E a plantação…

– Cantando o Ar

O Ar

O ar que respiramos
nos ajuda a pensar…
Nos enche de ideias
faz a mente clarear

A Folha

Eu não vou deixar
de ver jamais
a dança que um folha faz
caindo pelo ar.
Eu não vou deixar
enferrujar
o meu poder de perceber
o todo e o particular.
Porque eu sei
que em cada grão
existe a dimensão
da planta que se tornará…

– Cantando a Terra

Bota o Pé na Pedra Preta

Bota o pé na pedra preta
Pede a benção para o chão,
De onde brota tanta vida,

Revelada em cada grão.
Pra colher bom fruto
cuida bem dessa raiz
não esquece do futuro,
faz um tempo mais feliz.

O tempo certo da fruta madura
A paciência da terra plantada
A cantoria da Passarinhada

De: De pergunta em pergunta
“Vida de planta, gente, animal, tem que ser entrelaçada para não acabar mal”

Ana Maria Machado

De: Um problema chamado coiote
“E até hoje não se sabe se aprenderam a ter juízo e a saber que bicho existe, porque é muito preciso… E quando um deixa de existir, você pode esperar que muitos outros vão sumir”

Ana Maria Machado

De: Na praia e no luar, tartaruga quer o mar
“E de repente a tartaruga se soltou e saiu nadando, depressa e ágil pela água verde clarinha, graciosa, sem nenhum vestígio da falta de jeito que tinha na terra. Como um pássaro voando, leve e livre”

Ana Maria Machado

Bia Bedran

Texto e Direção: Bia Bedran
Histórias: Ana Maria Machado
Músicas e Letras: Bias Bedran
Direção Musical, Arranjos e Vinhetas: Sidney Matos
Cenografia, Figurinos e Adereços: João Gomes Rego
Criação de Luz: Djalma Amaral
Preparação Corporal e Coreografias: Vera Lopes
Bonecos de Sombras: Jorge Crespo
Gravação e Programação de Teclados: Darcy de Paulo
Percussão: Paulo Menezes
Supervisão Cênica: Djalma Amaral
Produção Executiva: Aída Marques – MP23 Produções
Divulgação: José Antonio
Direção de Produção: Maurício Ribeiro
Fotos: Paulo Rodrigues – Pro Studio
Programação Visual: Beatriz Pimenta e Laura Bedran
Assessoria em Questões Ambientais: Márcio D’Olne Campos
Equipe de Cenografia: Dirce Alves da Cruz, Jorge Crespo, Sebastião Marcos e José Carlos Fragoso
Confecção de Figurinos: Bené Corradini e Lenira Silva
Cenotécnico: Gilberto
Operação de Luz: Jarbas Batista e José Ricardo
Maquiagem: Rose Verçosa

Histórias de Ana Maria Machado

De Pergunta em Pergunta
Um Problema Chamado Coiote
Na Praia e no Luar, Tartaruga que o Mar

(Última Página)

(Logos) CCBB

(Verso – Cartaz)

Histórias da Mãe Natureza

espetáculo musical de
Bia Bedran

Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II