(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
RIFINFIM NO MEDELIM
(Logo) Grupo Teatral Moitará
(Verso da Capa)
Ei dia
o galo canta
Na crista do sol nascente
Pra todo mundo acordar.
É de manhã
É de manhã, de manhãzinha
Vou plantar uma semente
Ver o milho pendoar.
Contar os milhos
Pro Rifinfim chegar ligeiro*
Ascender minha fogueira
Na sanfona chamegar
Noite de lua
De conversa na calçada
de fogo aceso e a brasa
Do amor sempre a queimar
Sertão Alegre
Antônio José Madureira (músico), Ronaldo Correia de Brito e Francisco Assis Lima (letra)
* Obs.: Adaptação feita com a autorização dos autores. Letra original: Prá São Jorge chegar ligeiro.
O Grupo Teatral Moitará nasce em 1988, convicto da ideia de desenvolver uma pesquisa do trabalho do ator (sua arte e sua técnica), fundamentado nos estudos dos aspectos e funções da Máscara Teatral, para a codificação de uma metodologia própria.
Ao longo desses anos o Grupo veio aprofundando seu conhecimento etnológico, técnico e Cênico da Máscara, estruturando algumas propostas que, em forma de projetos de oficinas, espetáculos, exposições e palestras-espetáculos, visa contribuir para a reflexão desta linguagem no Brasil.
Em 1990, o Moitorá aproximou-se do Centro Maschere e Strutture Gestuali, dirigido pelo escritor e mascareiro Donato Sartori, considerado, assim como seu pai Amleto Sartori, um dos grandes responsáveis pelo renascimento da Máscara no Teatro ocidental deste século. A partir desse contato, o Grupo participou da VI e VII Edizione Del Seminario Internacionale Artendella Maschere, em Padova – Itália. Mais tarde, em 1995, coordenou juntamente com o produtor Roberto Ribeiro, a vinda do Centro Maschere ao Brasil, com o produtor Roberto Ribeiro, a vinda do Centro Maschere ao Brasil, trazendo uma exposição de Máscaras dos Sartori que marcaram a história Teatro Europeu; um seminário sobre a presença e a máscara em diversas culturas; uma oficina sobre a elaboração da Máscara Teatral e uma Instalação (Mascaramento Urbano), realizada na Cinelândia (RJ).
Em janeiro de 1998, o grupo organizou o evento Máscara EMcena, no Espaço III do Teatro Villa Lobos no Rio de Janeiro, levando ao grande público uma reflexão sobre a Máscara Teatral, alimentada por três atividades básicas: palestras-espetáculos com grupos e artistas convidados de várias partes do Brasil; uma exposição de Máscaras Teatrais do Grupo Moitará, mostrando todas as etapas de sua elaboração e estreia do primeiro espetáculo do Grupo, “Mascara EMcena”.
Atualmente, Moitará tem se dedicado a encontrar, através da Máscara Teatral, “tipos” representativos do universo cultural brasileiro para a reflexão e elaboração de uma dramaturgia própria.
(Página 01)
Desde que iniciei meu trabalho de pesquisa com a Máscara Teatral, venho refletindo uma dramaturgia específica, na qual o ator seja um inventor do seu teatro e o personagem co-autor do seu texto.
No Teatro, a Máscara apresenta-se em vários estilos oferecendo infinitas possibilidades de trabalho. Ela, enquanto um tipo-fixo, é uma síntese de características que reúne uma mesma identidade vários personagens, porém não pode existir sozinha. Necessita da generosidade do ator para ganhar vida em cena, deixando de ser objeto para se tornar sujeito que constrói sua própria estória.
Quando decidimos pela criação desse espetáculo, os personagens já vinham há muitos anos fazendo festas, bastava segui-los, respeitando suas brincadeiras, para nos mostrarem o caminho do Medelim, Foi o que fizemos.
Precisamos somente ficar atentos, abrindo todos os sentidos, desenvolvendo uma amizade verdadeira com esses tipos. Quanto mais nos aproximávamos deles mais clara ficava regra do jogo. Seo Hilário não é um velho, representa o velho que transmite em seu caráter uma memória cultural. Pipi não é uma criança, representa a infância que pertence a todos. A mistura dessas essências não poderia resultar em outra coisa que não fosse uma festa de contemplação à vida: o Rifinfim no Medelim, um lugar de relações genuínas em que a arte se coloca a serviço da vida.
Venício Fonseca – Diretor
“A vida só e vida quando vivida e envolvida de outra vida“
(Paginas 02 e 03)
O personagem Seo Hilário foi um grande presente. Daqueles cuja caixa a gente abre e encontra outra dentro e mais outra e assim sucessivamente… É preciso vibrar com as conquistas, mas não perder a consciência de que cada uma não é a definitiva. Sinto que o meu crescimento como atriz caminha junto com o do personagem. O primeiro passo é ter a disponibilidade necessária para encontrar a energia (estado) específica da Máscara. A partir daí cada traço de caráter encontrado, cada situação diferente é uma nova exigência.
Quando penso no processo de criação deste espetáculo, me vem a sensação de ter percorrido um caminho, muitas vezes difícil mas imensamente prazeroso, de reencontro com a energia da infância. O jogo da Máscara é como a brincadeira de criança. É preciso que seja vivido com a mesma intensidade e entrega, transformando as coisas mais simples em grandes sensações. Cada pequeno detalhe que compões este dia na vida dos personagens é de grande valor.
Ao longo do processo fui percebendo que não havia lugar para questionamentos intelectuais no momento da criação. Os próprios personagens, movidos pelo prazer de jogar, alimentados pelos elementos da cultura popular (cantigas, versos, adivinhas e brincadeiras) estabeleciam relações e, através de suas ações espontâneas, iam construindo o desenho da cena. A dramaturgia da Máscara é um mundo de possibilidades teatrais infinitas.
O espetáculo Rifinfim no Medelim, apenas um dia na vida de Seo Hilário, Pipi e Maria dos Bobes, é parte desta longa pesquisa. O espetáculo termina mas a festa está só começando.
Marise Nogueira, atriz
“Sabia que tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem?”
“E o tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo, quanto tempo o tempo tem”
A Máscara Teatral revela uma natureza no seu estado puro. Sugere ao ator viver um mundo de invenções, além do real, onde tudo é transparente e até mesmo o pensamento do personagem se torna visível, compartilhado com o público.
A espontaneidade exigida pela Máscara ao ator em cena lembra o espírito da infância, onde não há dicotomia entre pensamento e ação. Neste jogo a Máscara nos solicita por inteiro, dilatando nossos sentidos, fazendo com que cada pequena ação corresponda a uma intenção precisa. É uma brincadeira em que tudo é possível, para o personagem: voar, andar nas nuvens, ser engolido por uma cobra e sair vivo de dentro dela…
A Máscara não precisa estar obrigatoriamente vinculada a um texto para se manifestar teatralmente. Neste espetáculo foi a relação entre os personagens, diante de uma situação, que definiu o texto.
Em Rifinfim no Medelim vivencio a liberdade, própria da Máscara e da criança, de se lançar com o coração puro neste universo de inventividade sem fim.
Erika Rettl, atriz
(Página 04)
“O que é o que é, que o pernilongo tem maior que o elefante?”
“O nome”
Erika Rettl: Pipi e Maria dos Bobes
Marise Nogueira: Seo Hilário e Brincante
Roteiro, Concepção Musical, Produção, Pesquisa de Linguagem e Confecção das Máscaras: Grupo Moitará
Direção Geral e Concepção do Cenário: Venício Fonseca
Criação de Máscaras: Erika Rettl e Venício Fonseca
Figurinos, Adereço e Supervisão de Cenário: Carlos Alberto Nunes
Bonecos e Supervisão de Animação: Flávio Souza
Direção Musical: Wilson Belém
Iluminação: Djalma Amaral
Construção do Cenário: Luiz Carlos da Silva (baú), Daniel Souza )painéis)
Costureiras: Marisa Mota, Jo Spdo, Vera Pontes
Design Gráfico: Studio Ato Gráfico (Hannah & Marcos Corrêa)
Fotografia: Celso Pereira
Assistência de Produção: Eliane Pinheiro
Daniela Fossaluza
Divulgação: Pangéia Assessoria de Comunicação
Música de Abertura: Sertão Alegre
Composição: Antonio José Madureira (música), Ronaldo Correia de Brito e Francisco Assis Lima (letra)
Música Final: Rifinfim no Medlim
Composição: Carlos Galvão
Participações na gravação da música final: Wilson Belém. Conceição Galvão, Carlos Galvão, Fernando Gustav, Venício Fonseca, Seo Hilário e Pipi
(Logos) Museu da República, Studio Ato Gráfico, Impressora Velha Lapa, Degraus Fotolito, Lidador, Gambino restaurante, Severina Comidas Típicas Nordestinas
(Verso da Última Capa)
(Logo) Grupo Teatral Moitará
Érika Rettl
Marise ogueira
Venício Fonseca
Rua Buarque de Macedo, 36 apto 310
Flamengo – RJ
Cep: 22220-030
Tefefax: (21) 225.1477
Telefone: (21) 286.4984
e-mail: grupo.moitara@ UOL.com.br
Agradecimentos
Alfredo Farelli, Alvair Gonçalves de Barros, Ângela Blazo, Centro Teatral Etc. e Tal, Cia. do Ato, Conceição Galvão, Dani Fossaluza, Denise Telles, Dulce Ferro Costa, Edson Zille, Eliane Pinheiro, Fernando Gustav, Helena Cavalcante, José Welington (Étim), Marcelo Corrêa, Marcenaria Evandro, Marcio Venício Bernardes, Maria da Guia Alves, Mauro Menezes e Lu Maia, Nicéia Mª Oliveira Filha, teatro de Anônimo, Thelma Nascimento, Uarley Gular, Zenaide e todos os amigos e profissionais que sempre estiveram junto colaborando conosco.
Agradecimentos Especiais
Nossa famílias que sempre estiveram do nosso lado, Antônio José Madureira, Ausônia Bernardes Monteiro, Carlos Galvão, Cecília Didier, Claudia Padilha, Cosimo Rettl, Eduardo Krieger, Francisco Assis Lima, Iolanda Correia Rettl, Luiz Carlos Valle Nogueira, Martha Nogueira, Mauro Nogueira, Myriam C. C. Nogueira, Nadja Sampaio, Regina Maria Fonseca de Oliveira, Ronaldo Correia de Brito, UNIRIO
“Quem ama, para dar provas, três coisa deve cumprir: tocar violão, fazer trovas e se tem luar, não dormir”
Rifinfim no Medelim
Carlos Galvão (Letra e Música)
Anoiteceu
A lua cheia se levanta
A gente canta para o povo se alegrar
Vamos abrir nosso baú não tem segredo
É só brinquedo prá todo mundo brincar
Isso é um jogo de imaginação
Entrei na roda prá ganhar seu coração
Hoje é o dia da festado Medelim
Quero você do meu lado prá dançar o Rifinfim!
Hoje é o dia da festa do Medelim
Quero Maria ao meu lado prá dançar o Rifinfim!
O Rifinfim, fi ri fim, fim, fi ri fim fim, fi ri fim fim
O Rifinfim, fi ri fim, fim, fi ri fim fim, fi ri fim fim
(Última Página)
Instrumentos de sonorização utilizados no espetáculo (Veja na imagem acima)