(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
…IMAGENS DA QUIMERA…
Um espetáculo
(Logo) Grupo Teatral Moitará
(Verso da Capa)
Um instante de sonho contém uma alma inteira
Gaston Bachelard
(Página 01)
(Logo) Eletrobrás
A Eletrobrás tem consciência do papel primordial que a cultura exerce na formação da cidadania e no progresso do país. Por meio dela, grupos diversos se expressam e se reconhecem e, apesar das diferenças, se encontram, se integram e se identificam como parte de uma mesma nação. Nossa empresa sempre procurou direcionar seus melhores esforços no sentido de apoiar projetos que valorizem a ampla diversidade de expressões étnicas, regionais e sociais da cultura brasileira e que tenham como princípio a democratização do acesso da população aos bens culturais.
Este é o caso do espetáculo Imagens da Quimera, que ao propiciar ao público a singularidade da linguagem da máscara teatral, oferece um grande exemplo da riqueza de nossas manifestações artísticas e colabora para o desenvolvimento de nossa produção cultural.
O Grupo Moitará merece ainda nossos parabéns por incluir neste projeto exibições gratuitas e workshops para estudantes de artes cênicas em comunidades carentes.
Desta forma, a importância do espetáculo vai além dos palcos e alcança a própria sociedade, especialmente as comunidades frágeis e marginalizadas.
É motivo de orgulho para a Eletrobrás participar de iniciativas como essa. Afinal, a prática artística influi de forma significativa na construção do caráter de nossos jovens, ajudando a formar cidadãos com maior espírito crítico, intelectual e ético.
Eletrobrás
(Página 02)
O Espetáculo…
Imagens de Quimera traz um olhar feminino sobre os conflitos e anseios do homem, em busca de uma plenitude através do devaneio.
São fragmentos oníricos, que mostram o “ritual” da atriz com a Máscara Teatral, relacionando vida/morte, sonho/realidade numa só totalidade. A atriz desnuda-se da sua máscara cotidiana para dar vida ao personagem que, em sua trajetória, revela as dualidades do sentimento humano.
Imagens da Quimera flagra a visão de um sonho, que é representado pelas atrizes com dois personagens, uma jovem (Miitôa) e uma Velha: Mitôa recebe uma mensagem, em sonho, para ir em busca de um tesouro; ao chegar no lugar indicado se reconhece em tudo que vê e percebe que o tesouro é sua própria existência, o lugar deste tesouro é lá aonde ela se encontra, realizando seu sonho. O roteiro foi inspirado no conto Lá Aonde se Encontra, que fala do homem em busca de sua essência. Consultado no livro Il Cammino dell’Uomo, de Martin Buber.
(Página 03)
O Grupo…
O Grupo Teatral Moitará, desde 1988, desenvolve uma pesquisa sobre o trabalho do ator, buscando compreender os princípios que fundamentam sua arte, tendo nos estudos dos aspectos e funções da Máscara Teatral a base para a elaboração de uma metodologia própria.
Ao longo desses anos, através de uma prática sistemática, o Grupo veio aprofundando seu conhecimento etnológico, técnico e cênico da Máscara, realizando, em diferentes encontros das artes, projetos de oficinas, espetáculos, exposições e palestra-espetáculo que visam contribuir para a reflexão do trabalho do ator e da linguagem da Máscara no teatro contemporâneo.
(Páginas 04 e o5)
Iniciei meu trabalho com a Máscara Teatral atraído por algumas questões que até hoje me instigam numa busca que parece não ter fim: o que é uma Máscara Teatral? Qual a sua importância para o teatro? Quais suas possibilidades de representação?
Nesse desafio de perguntas e respostas, constatei que o jogo da Máscara propõe ao ator a criação de um estado, imprimindo um ritmo e tom de voz específicos, exigindo um compromisso de corpo inteiro.
Comecei a refletir, com a Máscara, outras possibilidades do fazer teatral, onde a dramaturgia não estivesse apoiada num texto pré-estabelecido.
Foi, então, através de algumas experimentações realizadas pelas atrizes, que vislumbramos a criação de um espetáculo lúdico que nascesse a partir do trabalho de ator, cuja representação despertasse o imaginário do espectador para a criação de uma estória. O tema “sonho” foi a fonte de nossas inspirações e, entre os sonhos das artistas e das personagens, foram se revelando sensações oníricas que agora apresentamos como Imagens da Quimera.
Venício Fonseca... Diretor
(Páginas 06 e 07)
A lembrança mais antiga que tenho deste espetáculo é bem anterior à sua idealização. Na verdade, minha memória volta no tempo uns oito ou nove anos, quando durante os nossos treinamentos, utilizando um leque, pesquisava representar uma corporalidade que tivesse como base uma energia essencialmente feminina.
Venício, que orientava meu processo, após um longo período de observação, criou uma máscara muito delicada com traços orientais com a qual me presenteou. E foi desta fusão leque-máscara que nasceu a personagem que hoje faz parte desta Quimera. Seu nome? Mitôa. Por quê?
Porque assim, um dia, ela disse se chamar. Jogar com a máscara da Mitôa tem sido um aprendizado muito especial e, também, diferente, pois de todas as máscaras que venho trabalhando dentro do Grupo, ela é a que menos se aproxima da composição precisa de um caráter. Quero dizer que, Mitôa sugere mais “sensações de ser”, do que a definição de um “tipo” e, é nisso que reside seu maior fascínio e seu maior desafio. Com Imagens da Quimera, Mitôa pode ampliar seu potencial de vida. Durante este processo foi possível abrir ainda mais seu leque, revelar imagens até então adormecidas, somar seus sonhos com outros sonhos.
Lembranças, melodias, sons, um caminho, uma Velha, um baú, uma chama, possibilitaram a Mitôa penetrar na vertigem desta Quimera. E isto somente foi possível, porque todos os envolvidos compartilharam generosamente seus fragmentos oníricos com coragem, amor e cumplicidade, tornando este sonho uma realidade.
Erika Rettl… Atriz
(Páginas 08 e 09)
Traçando um caminho de encontros, venho percorrendo as pistas deixadas , não sei se ao relento, pela Quimera, transformando-me em imagem/presença necessária. Entre assombros e descobertas, permitindo-me reconhecer e desenvolver potencialidades, a máscara, o som, o movimento, a ação, a palavra, a relação…passo a passo, venho também alicerçando as bases dessa construção, o espetáculo, tecido por muitas mãos. Mas apesar de ser uma criação conjunta, este é um percurso de solidão, um processo permanente de individuação, onde cada um esforça-se por encontrar o seu lugar dentro da espiral. Onde torna-se tão imprescindível sermos nós mesmos, contribuindo, que passamos a ser o outro, que também nos é. Onde a arte é tão real, que passa a ser sonho. Ir ao encontro, sair em busca da “velha”, deixá-la agir e brincar, mostrando-se com toda a sua desenvoltura e estranheza, é seguir uma espécie de “chamado”. É preciso “quase” morrer, eu, atriz, para deixá-la ser, ela, a velha, sendo tão ela e tão eu, viva, jogando em cena.
Concluir com certeza onde começa uma e onde termina a outra parece impossível. As impressões e mensagens voam rapidamente do corpo para o espaço, da mente para as ações, do outro para o íntimo, todas rebeldes, arredias. A máscara, esse objeto teatral intrigante, apresenta-se como rico instrumento de auxílio. Ela é mágica, porque é criada para convidar.
Mas exige comprometimento. É preciso despertar a energia, reconhecer, conduzir, delimitar, ligar, religar, numa tentativa constante de dar nomes a bois alados inexplicáveis, podendo, então, libertar-se das obrigações, passando a agir num espaço de tempo onde tudo é misteriosamente novo, permitido. Um caminho árduo, de brincadeira séria. Se é que podemos falar assim…Por enquanto, lidar com esta natureza selvagem tem me obrigado a preparar-me suficientemente, não apenas tecnicamente para bem exercer o meu ofício teatral, com responsabilidade, mas para permitir que esta megera indomável, tantas vezes sofrida e escorraçada, dance e cante, conduzindo-me, falando-me ao pé do ouvido, ensinando-me a cada dia, num processo sem fim. Este é o meu sonho de atriz, minha cumplicidade com o teatro.
Meu jogo com o público.
Daniela Fossaluza… Atriz
(Páginas 10 e 11)
A concepção musical deste espetáculo foi construída a partir do diálogo com as máscaras e da percepção das intenções contidas em suas linguagens.
Para traduzir seus gestos em gestos sonoros, foi necessário imaginar sons que atendessem ao jogo que as máscaras iam propondo. A máscara da Mitôa sempre esteve associada a sonoridades mais leves pela sua maneira delicada de interagir com o espaço, e a da velha a sonoridade mais densa.
Na seleção dos instrumentos musicais e na construção de objetos sonoros foram privilegiados, principalmente, aqueles que não só possibilitaram uma integração ao espaço cênico, mas, também, puderam ser utilizados das mais diversas maneiras para materializar os sons imaginados. Tal ocorreu, por exemplo, com a solução de dar maior versatilidade ao uso da água. Para tanto foram utilizadas bacias, cabaças e bolas de madeira permitindo assim uma grande diversidade sonora.
A adoção de qualquer sonoridade só ocorria após a máscara testá-la exaustivamente no espaço cênico. As atrizes, os objetos sonoros, os instrumentos musicais, a voz da máscara, suas intenções, trabalhados musicalmente neste espetáculo contribuíram também para uma acuidade sonora sem preconceitos aos sons disponíveis a nossos ouvidos. As atrizes absorveram rapidamente essa forma não convencional do trabalho musical e participaram com suas observações e sugestões. Juntas conversávamos e ajustávamos o tempo nos gestos sonoros e emocionais das máscaras em uma perfeita interação destas linguagens artísticas, música e teatro, através dos nossos ângulos de visão e percepção.
Ao reconhecerem-se naqueles gestos sonoros, que perpassam todo espetáculo, as máscaras puderam conduzir e/ou permitir serem conduzidas, numa história circular que passa pelos mesmos pontos sempre de maneiras diferentes.
Adriana Miana… Concepção Sonora
(Página 12)
Agradecimentos
Dilza Helena Guedes, Regina Mª Fonseca de Oliveira, Iolanda Rettl, Cosimo Rettl, Karin Ingrid Rettl, Cristina Garcez, Dr. Altino Ventura Filho, Denise Telles, Central de Santa, Espaço Bomtempo, Adriana Perusin, Centro Maschere e Strutture Gestuali, Tatiana Motta Lima, UNIRIO, Criarte, Carlos Galvão, Carlos Simioni, Ricardo Grings, Priscila e Ricardo Gomes, Felipe Miana, Suely Pereira de Mendonça, Álex Moraes Rocha, Luciana Coló, Edson cortes, Jamile Lobosco, Rosina Lobosco, Deoclécio Ximenes, Marcelo Tenório, Furio Lonza, Luiz Carlos Vasconcelos, Daniel Puig, Talma Borges, Cândida Borges…
Patrocínio
(Logo) Eletrobrás
Realização
(Logo) Centro Cultural Justiça Federal.
Apoio
(Logos) Tribunal Regional Federal 2ª Região, Lei de Incentivo à Cultura, Lidador, Raajmaal, Sansushi, Mike’s Haus.
(Verso da Última Capa)
Daniela Fossaluza e Erika Rettl
Roteiro: Grupo Teatral Moitará
Concepção e Direção Geral: Venício Fonseca
Concepção Sonora, Direção Musical e Composições: Adriana Miana
Cenografia, Figurinos e Adereços: Carlos Alberto Nunes
Desenho de Luz: Djalma Amaral
Produção Executiva: Maria Alice Silvério Lima
Administração: Angela Mattos
Coordenação Geral: Grupo Teatral Moitará
Criação das Máscaras: Venício Fonseca
Confecção das Máscaras: Erika Rettl e Daniela Fossaluza
Pintura das Máscaras: Erika Rettl
Preparação do Ator com a Máscara Teatral: Erika Rettl e Venício Fonseca
Preparação Musical das Atrizes: Adriana Miana
Supervisão Vocal: Claudia Alvarenga
Criação da Boneca e Supervisão da Manipulação: Fernando Santana e Toninho Lôbo
Confecção de Perucas: Mona Magalhães
Cenotécnico: Álvaro de Souza e Tuninho
Operador de Luz e Som: Thelma Nascimento
Contrarregra: Álvaro de Souza
Assistente de Luz: Luiz Miguel
Montagem de Luz: Maciel Filho
Costureira: Marisa Mota, Jo Spdo e Amara Oliveira
Design: Ato Gráfico
Fotografia: Celso Pereira
Assessoria de Imprensa: Gaia Comunicação
Criação do Projeto: Grupo Teatral Moitará
Encaminhamento e Agenciamento: Adriana Perusin e Criarte
Contabilidade: RPAC Assessoria Contábil
Auditoria: Antonio Matos
(Última Capa)
Grupo Teatral Moitará
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