Programa do espetáculo que teve temporada no Teatro SESC Tijuca I, de 08.07 a 01.10.2000

Cartaz, 2000

(INFORMAÇÕES DO CARTAZ/PROGRAMA)

(Frente)

O DEUS E A PRINCESA

Teatro Diadokai

Sesc Tijuca
Teatro I

Rua Barão de Mesquita, 539, Tijuca
Tel. 238 4566

Sábados e Domingos às 17h
De 8 de julho a 1 de outubro

Apoio

(Logos) Istituto Italiano di Cultura, Afghan, Bits, Werner, Essentialis, Tonicha, Impressora, Real Cantinho.

(Verso)

Em 1996 o Teatro Diadokai encenou Pedro e o Lobo – Um Conto Musical para Crianças de Todas as Idades, que realizou centenas de apresentações no Brasil e no exterior com ótima receptividade por parte do público e da crítica. Desde então, temos nos dedicado a levar ao público infantil espetáculos de qualidade, onde o espectador é convidado a participar usando sua própria imaginação, estimulada por um jogo cênico que utiliza o corpo e a voz como instrumentos para a atualização da ficção em cena. O Deus e a Princesa, livre adaptação do mito grego de Eros e Psiquê, é a nossa nova produção, uma história cheia de magia, humor e encantamento, e ao mesmo tempo rica em simbologias, como todos os contos populares.

O espetáculo é um jogo de contar histórias. As atrizes narram o mito e interpretam suas personagens, brincando com as diversas possibilidades entre o contar e o agir.
Optamos pela simplicidade do palco vazio para que os espectadores tenham a possibilidade de construir junto conosco este mundo imaginário. Dentro desta mesma lógica, a ação de vestir cada personagem é usada como um recurso expressivo.

O mito de Eros e Psiquê trabalha com arquétipos presentes na psique humana. O Deus e a Princesa enfatiza esse caráter universal do conto popular. Deste modo, recorrendo a elementos provenientes de diversas culturas, a beleza divina de Psiquê é representada pela máscara da princesa do teatro balinês, que contracena com as sombras inspiradas na cerâmica grega. Completando esta mistura, toda a trilha sonora do espetáculo foi composta a partir de duas músicas do folclore brasileiro cujas letras e melodias se encaixaram tão perfeitamente na história que parecem ter sido criadas especialmente para ela.

A luz e a sombra têm um papel fundamental neste espetáculo. Ao iluminar seu amado, Psiquê lança uma luz sobre sua própria condição e inicia um doloroso processo de iniciação no qual conquistará, com sua própria força, o seu amor e o seu destino. Por trás destas aventuras vemos a narração das peripécias da alma humana no caminho da individuação, a passagem das trevas da ignorância e da imaturidade para a luz do mundo espiritual, através de uma morte e ressurreição simbólicas.

Por que este conto que fala sobre vida, desejo, amor e morte pode interessar ao público infantil? A trajetória de Psiquê não é muito diversa do percurso que todos nós passamos desde nosso nascimento até a morte, mas ele diz respeito principalmente à criança e ao jovem, pois nesta fase inicial da existência, vivemos mais intensamente este processo de amadurecimento. No espetáculo O Deus e a Princesa, este aprendizado não é abordado de forma didática e explícita, mas dentro de uma grande aventura cheia de fantasia, propiciando uma vivência lúdica inconsciente que pode nos fortalecer para enfrentar o caminho que temos que percorrer na vida real.

“O conto reata e prolonga a iniciação ao nível do imaginário. Se ele representa um divertimento ou uma evasão, é apenas para a consciência banalizada e, particularmente, para a consciência do homem moderno; na psique profunda, os enredos iniciatórios conservam sua seriedade e continuam a transmitir sua mensagem, a produzir mutações. Sem se dar conta e acreditando estar se divertindo ou se evadindo, o homem das sociedades modernas ainda se beneficia dessa iniciação imaginária proporcionada pelos contos. (…) Começamos compreender que o que se denomina “iniciação” coexiste com a condição humana; que toda existência é composta de uma série ininterrupta de “provas”, “mortes” e “ressurreições”, sejam quais forem os termos de que se serve a linguagem moderna para traduzir estas experiências”.

Mircea Eliade, Mito e Realidade

O deus e a Princesa é um espetáculo moderno que conta uma história muito antiga. Psiquê é uma heroína que não deve provar sua força física ou sua coragem para matar monstros ou vencer guerras. A princesa vai em busca de seu destino usando armas femininas como a paciência, a perseverança e a suavidade, qualidades e sintonia com o novo milênio.

O Deus e a Princesa

Atuação: Priscilla Duarte, Tatiana Motta Lima

Texto, Concepção e Direção: Ricardo Gomes
Manipulação de Sobras: Priscilla Duarte, Ricardo Gomes, Tatiana Motta Lima
Ambientação Cênica: Teatro Diafokai
Figurinos: Ana Cláudia Sigon, Priscilla Duarte
Criação de Luz e Teatro de Sombras: Djalma Amaral
Desenhos dos Slides e Silhuetas: Priscilla Duarte
Confecção das Silhuetas: Djalma Amaral, Priscilla Duarte, Ricardo Gomes
Músicas: Clarinha Teixeira, Marcos Sacramento
Arranjos: Clarinha Teixeira, Chico Tâmega
Flauta: Sérgio Magalhães
Violão e Sete Cordas: Chico Tâmega
Violão e Cavaquinho: Clarinha Teixeira
Vozes: Clara Sandroni, Marcos Sacramento, Priscilla Duarte, Tatiana Motta Lima
Preparação Vocal: Clara Sandroni

Fotos para Divulgação: Rogério Reis
Programação Visual: Carlos Duarte
Produção: Carla Prujansky
Realização: Teatro Diadokai

Agradecimentos

Ana Cláudia Sigon, André Paes Leme, Anna Duarte, Carlos Artur De Peder, Carlos Duarte, Chico Tâmega, Clara Sandroni, Claudia Bettencourt dos Santos, Dudu Sandroni, Ísio Feldman, Jair Ramos, Joana Corrêa, Joanna Prujansky, Marcos Sacramento, Maria Adelia Bettencourt dos Santos, Maria da Luz Barbosa Gomes, Maria Duarte Gomes, Maria Pace Chiavari, Marília Cafezeiro, Marlene Moraes de Andrade, Pier Augusto Petacco, Rosane Schiochet, Sidnei Cruz, Teatro do Anônimo, Teatro do Pequeno Gesto, Tica, Valéria Drucker.

(Anúncio) Werner