(INFORMAÇÕES DO RELEASE)
A VIDA INTIMA DE LAURA
O mundo mudou e as crianças também. Nestes vinte e tantos anos de trabalho colecionamos algumas agradáveis experiências no Teatro para Crianças. Observando descobrimos que as nossas crianças estão mais exigentes.
Partindo de nossas últimas experiências e da visão de um teatro para crianças que funcione como um regulador. Que ofereça para o público o que os outros meios negligenciam por falta de observação, ritmo de produção ou desinteresse econômico. Pretendemos manter a trajetória que tem feito de nosso teatro, uma tarefa encantadora. De um lado a descoberta da qualidade de nosso público infantil, e de outro lado o nosso esforço para oferecer um teatro cada vez melhor para este público. Isto tudo se traduz na melhor de todas as recompensas: a satisfação do público, que têm nos prestigiado bastante por onde temos andado.
Queremos nesta A Vida íntima de Laura exercitar a observação das minúcias. Discutir as diferenças entre concentração, desconcentração e deleite. Nos tempos que correm, as opções oferecidas aos infantes vão do, às vezes, aborrecido banco escolar, à sedução consumista dos meios de comunicação que oferecem um mundo colorido, mas superficial, rápido, ríspido e desconcentrado. O mundo da concentração é virtual, ou seja, tem tudo para ser, mas não é. É solitário, absorvente e onde concentrar significa literalmente convergir para o centro, para um mesmo ponto. Mas o problema não é o meio, mas os princípios que o norteiam. Quem poderá dizer que a televisão não é um belo meio, ou que a informática não é um instrumento de grande utilidade? Mas o deleite, onde está o deleite? Conforme o Aurelião “O gozo íntimo e suave. Prazer inteiro, pleno. Delícia.” Onde está? Nos trabalhos anteriores, ralentei o ritmo, pesquisei propostas e temáticas, fugi das obviedades consegui chegar ao meu objetivo imediato: a atenção, ou seja, a “aplicação cuidadosa da mente a alguma coisa”. Agora ando em busca de uma coisa a mais e penso que esta coisa é o deleite, é por esta razão que a concepção deste espetáculo, começa por sua ideologia.
A autora de A Hora da Estrela nos oferece um refinado presente para o público infantil. A simplicidade seu do texto, composto de cenas do cotidiano de um galinheiro propõe um tratamento poético, sem moral, e a função precípua da direção, vai ser transportar este contexto para o público.
Fernanda Carvalho Leite
Daniel Lion
Cláudia Sachs
Cibele Sastre
Maninha Pedroso
Vera Carvalho
Músicos
Fagote: Adolfo Almeida Júnior
Clarinete: Augusto Maurer
Flauta: Wladimir Lattuada, Marcelo Piraino
Autor: Clarice Lispector
Adaptação e Direção: Dilmar Messias
Cenário e Figurinos: Daniel Lion
Trilha Sonora Original: Adolfo Almeida Júnior
Iluminação: Dilmar Messias
Realização: Cia. Teatral Ato Sereno