Convite do espetáculo que estreou no dia 04 de maio de 1961


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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

O Tablado

(Verso da Capa)

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(Pagina 01)

1951 – 1961
Comemorando dez anos de atividades

O Tablado
apresenta

MAROQUINHAS FRU FRU

de Maria Clara Machado

(Paginas 02 e 03)

Maroquinhas Fru Fru

Ninguém antes havia achado grande o palco de O Tablado… Maroquinhas achou. É que Maroquinhas nasceu boneca e de um palco de fantoches conheceu o público.

Hoje, ela e seus companheiros na grande aventura de um concurso de bolos, enfrentam palco e público maiores. A esse público, maior também na idade, é que nos dirigimos. Em qualquer lugar e em qualquer época, a representação, por bonecos, de uma trama simples, esquematizada, é feita para divertir enquanto explica uma verdade básica da vida humana. Maria Clara Machado começou a fazer teatro com bonecos. Entre as Bandeirantes, para as crianças do Patronato da Gávea, ela e um grupo amigo faziam viver os fantoches em pequenas histórias lineares. Lineares, diretos, são sempre os enredos desse tipo de espetáculo. “Os fantoches ocupam no teatro lugar semelhante ao do “western” no cine.

Afirma o filme de “far-west” o eterno conflito entre o bem e o mal do modo mais decisivo possível. Os heróis que o animam são verdadeiramente o que são, sem meio termo, são bons uns, são ruins outros. Os que são bons não falharão à missão a que se dedicam: defender os fracos (a mulher que ama), e castigar os bandidos. Os que são maus serão presos, se não morrerem no desenrolar da ação. E serão maus no decorrer de sua vida, como maus que são. ” (Otávio de Faria no ensaio “Significação do Far-west”). Tudo isso pode ser dito do mundo dos fantoches, onde a psicologia moderna com suas verdades, refinamentos e meios-tons não penetrou. Agora e aqui, como há três mil anos, na Índia, por exemplo, o pequenino herói puxado por cordéis defende a heroína do mal que a cerca e a quer prejudicar.

As crianças e os povos primitivos entendem e apoiam este código rígido de moral. As lendas, as velhas histórias infantis, provam isto. Em todas elas o em compacto opõem-se à um mal tão compacto quanto ele e medem forças em combate que o bem sempre vence. As mesmas pureza e objetividade estão presentes no teatro de fantoches, com a característica especial de, nele, toda violência sofrer uma transformação semelhante à oferecida por aqueles espelhos que deformam a imagem, tornando-a ridícula. Não há tiro, morte, ou castigo horrível que não possa ser transformado numa boa surra com correrias, em um balde d’água jogado pela janela, ou coisa semelhante. É o mesmo processo deformador que o teatro de raízes populares emprega, exemplos bem próximos de nós são a farsa medieval e a Comédia dell’Arte, onde o mal é derrotado pelo ridículo, é enredado nas próprias teias que tece e da aventura sai o bem premiado e o mal vencido pelo riso.

Tem pois uma tradição complexa e respeitável a nossa heroína – Maroquinhas Fru-Fru. Criada por Maria Clara Machado numa série de pequenas peças para fantoches (“Como fazer teatro para bonecos”), ela teve suas aventuras fundidas e reelaboradas na peça que O Tablado escolheu para comemorar dez anos de atividades. A escolha foi determinada por várias razões. Em primeiro lugar, nós, o grupo de atores que hoje trabalha e aprende no Tablado, (como muitos fizeram antes), rendemos homenagens ao teatrinho de bonecos que foi a semente do nosso grupo. Nós os personalizamos hoje e procuramos preservar a simplicidade, a pureza e a graça que os envolvem sempre. A peça poderá ser vista por crianças e adolescentes, com o que toca o segundo assunto grato a nós: teatro infantil. Nos dez anos de sua existência essa terá sido a grande preocupação do Tablado: desenvolver o gosto pelo teatro e pelo público infantil.
Se de um lado do palco formávamos atores e técnicos para o teatro, do outro lado, na plateia, ajudávamos a formar um público.

As peças de M.C.M., que são uma parte do repertório do teatro infantil brasileiro, foram montadas pelo Tablado, com a atenção e com o cuidado que, acreditamos, esse tipo de teatro merece em dose ainda maior que o adulto.

Porque a criança esta formando seu gosto e não deve ser exposta a nada que o falseie ou empobreça, e porque, ao contrário do que se pensa geralmente, a criança é observadora ao extremo.

A peça conservou aquelas características do teatro de bonecos que analisamos: é uma breve lição de moral (que as crianças perceberão nos contornos básicos – mal castigados, bem premiados – mas que apenas os adultos analisarão mais fundamente, através dos vários tipos de cobiça, falsidade e covardia que a autora retratou com humor amargo), breve lição de moral, repetimos apoiada em três elementos: Lirismo, ação e comicidade, que se alternam ou se entretecem, estabelecendo o clima da peça de fantoche.

Cenários, figurinos, música e interpretação foram criados com esse fim em vista. Procuramos preservar a ingenuidade, o humor, a gratuidade daqueles espetáculos, nesse que oferecemos a todo nosso público: Infantil e adulto. Se o primeiro poderá participar realmente das aventuras de Maroquinhas, o segundo poderá compreender nossa intenção ao encená-las e julgar do possível êxito que tivemos ao fazê-lo.
                                                                                                                                                         Heloisa Guimarães Ferreira

(Pagina 4 e 5) 

Maroquinhas Fru-Fru

2 atos sem intervalo

Elenco

Cosme: Paulo Nolasco
Damião: Anthero de Oliveira
Maroquinhas Fru-Fru: Maria Miranda
Bolandina: Jacqueline Laurence

A Família Flôres 

Florentina: Heloisa Guimarães
Florisbela: Virginia Valli
Florzinha: Celina Whately

Os Juizes 

Ambrosio Honestino: José Antonio Fernandes
Padarina, sua Mulher: Tereza Redig de Campos
Petronio Leite: Sergio Tapajós
Zé Botina de Andrade Sapatos: Ariel Miranda Eulalio
Cruzes, o sacristão: Helio Ary Silveira
Ubaldino Pepitas, o Farmacêutico: Olney Barrocas

Ficha Técnica

Direção: Maria Clara Machado
Cenário: Anna Letycia
Figurinos: Kalma Murtinho
Música: Carlos Lira
Iluminação: Fernando Pamplona
Bolos e Elementos de cena: Marie Louise e Dirceu Nery
Assistente de Direção: Vânia Leão Teixeira
Contra-Regra: Paulo Mathias da Costa

Piano: Martha Rosman
Flauta: Carlos Guimarães
Bateria: Leo Castro Neves
Sonoplastia: Edelvira Fernandez
Maquiagem: Fred Amaral
Eletricista: Darcy Borba
Execução do Cenário: Jardel
Cartaz: Anna Letycia
Programa: Vera Tormenta e Marcelino Goulart

(Páginas 06 a 09) 

Nesses Dez Anos 

Atores

Adila Araujo Lima, Afonso Veiga, Alexandre Stockler, Anna Guerra Duval, Anna Maria Magnus, Anna Maria Mendes, Anna Maria Neiva, André Garcia, Ângela Mendes, Anthero de Oliveira, Antônio Gomes Filho, Antonio Patiño, Aristeu Berger, Arith Virgilio

Barbara Heliodora, Beatriz Veiga

Carlo Sagrillo, Carlos Augusto Nem, Carlos Murtinho Carlos de Oliveira, Carmem Pacheco, Carmen Silvia Murgel, Carminha Brandão, Celina Whately, Cesar Tozzi, Claire Isabella, Clarice Domingues, Clea Simões, Cleo Tereza, Cláudio Corrêa e Castro, Claudio Neiva, Cid Americano, Cristina Monteiro de Castro, Cristiana Rosman 

Dea Fernandez, Delson de Almeida, Diaci de Alencar, Denis Estill, Dinah Gonçalves Pinto

Eddy Rezende, Edelvira Fernandez, Elizabeth Galloti, Emilio de Mattos

Fernando Augusto, Fernando José, Flávia Cardoso, Fred Amaral

Gabriel Xavier, Gaspar Neiva, Germano Filho, Geiza Virgílio, Guilherme Dieken

Helena Xavier, Helio Ary Silveira, Heloisa Guimarães, Heloisa Souza Reis, Hugo Sandes

Iberê Cavalcanti, Ione Derenzi, Isabel Bicalho, Isabel Tereza, Isolda Loureiro de Souza, Ivan Albuquerque, Ivan Junqueira, Ivan Linhares, Ivan Rezende

Jacqueline Laurence, Jean Pierre Fortin, Jenny Rebello, João Augusto, João das Neves, João Sérgio Nunes, J. C. Santa Rosa, Joel Lopes de Carvalho, Jorge Coutinho, Jorge Leão Teixeira, José Álvaro, José Antonio Fernandes, José de Freitas Juarezita Alves

Kalma Murtinho, Karl Studart

Lea Meirelles, Leda Maria, Lejzor Bronz, Leyla Ribeiro, Lia Costa Braga, Liliane Ferrez, Luciano Maurício, Luiz Oswaldo

Manoel Carlos, Marcelo Aguinaga, Marcus Miranda, Maria Clara Machado, Maria de Lourdes Rosa, Maria Enid Nelson, Maria Inez Souto de Almeida, Maria Luiza Alves, Maria Luiza Cartier, Maria Miranda, Maria Tereza Redig de Campos, Maria Sampaio, Marilia Macedo, Marilia Maciel, Marly de Oliveira, Mário Rangel, Martha Rosman, Martim Gonçalves, Mariuscka, Milton José Pinto, Monique Bruhl

Napoleão Moniz Freire, Nelson Dantas, Nelson Mariani, Nuvio Pereira

Olney Barrocas, Oswaldo Neiva

Palmira Dias, Paulo Araújo, Paulo Mathias da Costa, Paulo Nolasco, Paulo Padilha Paulo Sabóia, Pedro Augusto Guimarães, Pedro Pimenta, Pichin Plá

Raquel Stella, Reynaldo Pereira, Roberto de Cleto, Roberto Ribeiro, Rofran Fernandes, Rosita Tomas Lopes, Rubens Corrêa, Ruy Pereira

Sérgio Belmonte, Siegried Chala, Sônia Gabbi

Ugo Barbieri

Vânia Velloso Borges, Virginia Valli

Yan Michalski, Zaide Hassel, Zelia de Mello

Diretores

Alfredo Souto de Almeida, Brutus Pedreira, Geraldo Queiroz, João Bethencourt, Maria Clara Machado, Matim Gonçalves, Rubens Corrêa, Sérgio Viotti, Yan Michalski

Cenógrafos 

Anna Letycia, Anisio Medeiros, Athos Bulcão, Bela Paes Leme, Carlos Perry, Stelio Roxo, Joel de Carvalho, Jorge Hue, Kalma Murtinho, Martim Golçalves, Napoleão Moniz Freire

Figurinos

Athos Bulcão, Ivanize Ribeiro, Kalma Murtinho, Martim Gonçalves, Yuki Warsemann Compositores Carlos Lira, Edino Krieger, Genny Marcondes, Jorge Warsemann, Reginaldo de Carvalho

Iluminação 

Carlos Alberto Nem, Fernando Pamplona, Sérgio Cathiard

Máscaras

Marie Louise e Dirceu Nery

Aderecistas 

Germano Filho Iris Barbosa Mello

Cabelereiras

Eric Rzepecki, Fishpan

Caracterização 

Di Giacomo, Fred Amaral

Assistentes de Direção 
Delson de Almeida, Heloisa Guimarães, Juarezita Alves, Julia Penna Rocha, Luiza de Gonta, M.A. de Lourdes A. Magalhães, Roberto de Cleto, Stelio Roxo, Vânia Velloso Borges, Yan Michalski

Sonoplastia

Edelvira Fernandez

Contrarregra

Anna Maria Magnus, Eddy Rezende, Isabel Câmara, Julia Penna Rocha, Luiza de Gonta, M.A. de Lourdes A. Magalhães, Maria Tereza Vargas, Vânia Velloso Borges, Virginia Valli, Wanda Tôrres

Cartazes

Anna Letycia, Anthero de Oliveira, Bea Feitler, Claudio Corrêa e Castro, Napoleão Moniz Freire

Programas 

Anna Letycia, Vera Tormenta e Marcelino Goulart

Músicos

Flauta: Carlos Guimarães, Violino: Sérgio Bernardo, Piano: Martha Rosman e Virka V. Borges, Órgão: M.A. da Glória de Souza Reis, Martha Rosman, e Kalma Murtinho, Baixo: Livolsi Bartolomeo, Castanholas: Helena Leonardos, Violão: João Sérgio Nunes e Julia Penna Rocha, Clarineta: Jean Pierra Fortin

Equipe Técnica

Alice Peixoto, Carola, Cordélia Tôrres, Darcy Borba, Eurico, Nadir Oliveira Lira, Wanda Tôrres Execução de Cenários Jardel, S. Guilherme, Wagner

(Pagina 10) 

O Tablado de 1951 A 1961 – O Repertório

Anouilh
O Baile dos Ladrões, Tradução de Antônio Cândido Mello e Souza e Abílio Pereira de Almeida

Barr – Stevens
O Moco Bom e Obediente, Tradução de Cecília Meirelles

Camus, Albert
Os Justos, (Apresentado como leitura) Tradução de Yan Michalski, Celina Whately e Ivan Junqueira

Claudel, Paul
A História de Sara e Tobias, Tradução de Willy Lewin

Cocteau, Jean
A Escola de Viúvas, Tradução Willy Lewin

Fry, Cristopher
A Luz de uma Fogueira, (Apresentado como Leitura) Tradução de Maura Margarida Queiroz da Costa

Garcia Lorca
A Sapateira Prodigiosa, Tradução de João Cabral de Mello Neto.
D. Rosita, a Solteira, Tradução de Carlos Drumont de Andrade

Gil Vicente
Todo Mundo e Ninguém

Graham Greene
O Living – Room, Tradução Helena Pessoa

Ghéon, Henri
A Via Sacra, Tradução de Dom Marcos Barbosa

Gogol, Nicholas
O Matrimônio, Tradução de Anibal M. Machado e Sônia Cavalcanti.

Kaufman – Hart
Do Mundo Nada se Leva, Tradução de Maria de Lourdes Lima

Macedo
O Macaco da Vizinha

Machado, Maria Clara
A Moça na Cidade
(Mímica)
O Boi e o Burro
O Rapto das Cebolinhas
Pluft, o Fantasminha
O Chapéuzinho Vermelho
A Bruxinha que era Boa
O Cavalinho Azul

Molière
Sganarelo, Tradução de Artur Azevedo

Priestley
O Tempo e os Conways, Tradução de Daniel Rocha

Richard – Burginard
A Farsa do Pastelão e a Torta, Tradução de Cláudio Fornari

Synge, J.M.
A Senhora dos Desfiladeiros, Tradução de Oswaldino Marques

Tchekov, Anton
Tio Vânia, Tradução de Anibal M. Machado
O Jubileu, Tradução de Eugenio Kusnet e Brutus Pedreira

Wilder, Thorton
Nossa Cidade, Tradução de Elsie Lessa

(Página 11) 

O Tablado em 1961 

Beneméritas: Helena Bahiana, Maria Luiza Ibirocai De Lamare
Presidente de Honra: Lea Affonseca Duvivier
Presidente: João Sérgio Marinho Nunes
Tesoureira: Eddy Rezende Nunes
Secretárias: Maria Celina Whately, Cordélia Tôrres
Diretor Artístico: Maria Clara Machado

(Pagina 12) 

1. Cadernos de Teatro
2. Clube Infantil: Jogos Dramáticos, Fantoches, Máscaras, Atividades manuais para depois da escola
3. Curso Celli: Formação de Atores

(Verso da Última Capa)

Os figurinos desta peça foram confeccionados com tecidos oferecidos pela Fábrica Bangu

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Obs.
A primeira versão deste espetáculo realizou 63 apresentações e teve 6.302 espectadores.