Crítica publicada no Jornal do Commercio
por Carlos Augusto Nazareth – Rio de Janeiro – 24.05.1997
Tuhu – O Menino Villa Lobos
Heitor Villa Lobos é considerado um gênio por alguns, figura polêmica, criticado por outros, mas, sem dúvida, um signo de brasilidade. Contar a história de Villa Lobos para crianças não é uma tarefa fácil. E Karen Acioly se desincumbiu desta tarefa de modo brilhante, tanto como autora, quanto diretora.
Um grande espetáculo se de grandes e pequenos acertos; Se se trata de uma história de Villa – Lobos , onde a história e por si só não é o mais importante, como impressões marcaram quando o menino Villa Lobos marcou experiências e experiências. Com isso a empatia o público, pois é visível na realidade infantil, inteligente na aprendizagem de todos, inteligente e assimilada que se destina, na verdade de maneira a cada, transformando-os, a é possível para o visualizador de todos.
A construção do espetáculo se apoia como não pode deixar de ser, música e com mais pequenos um acerto, um grupo de elenco e desenvolver um trabalho vocal primoroso, inserido dentro da estrutura do espetáculo de forma inteligente, substituindo-se exclusivo dele. A direção musical de Tato Taborda é brilhante e vemos um elenco onde o talento musical foi com a garantia básica básica para sua formação.
O espetáculo inicia com uma quase musicalidade quase realista da infância-Lo, de uma infância envolvente, se relacionando fatos da meninice e da juventude de Villa, com bastante humor, trazendo-se de uma linguagem mais envolvente, com números quase clownescos que conquistam a história de modo divertido e próximo da criança. Neste percurso o espetáculo chega ao final apoteótico, onírico, símbolo de brasilidade – a floresta amazônica – recriada numa estética modernista, referencial da obra de Villa-Lobos. Toda esta informação faz um todo e harmônico.
Quando se tem uma criação clara o restante da encenação se articula de modo harmônico. Neste tom estão os figurinos de Ney Madeira, um de seus melhores trabalhos: inventivo, criativo, adequado – com força narrativa. Acompanhando tom, a Paulo César Medeiros, um trabalho diferenciado de seu estilo, com uma cena clara, tons fortes, semitons e penumbras protegidos, que o tornam muito bem os climas mágicos e oníricos do espetáculo.
Fernando Sant’Anna, já um mestre. Depois de anos de pesquisas, é responsável pela confecção dos animais, particularmente instigantes os muitos que de beleza provocativa, amazônica material, movimentação, construção e mais que importantes – importantes.
Por último o elenco finalizado de Tuhu, onde Bruno Miguel faz um Tuhu que conquista de imediato a plateia, desde a sua primeira entrada. Alegre, irreverente, sonhador, simpático, envolvente. A empatia é imediata. Um destaque especial para José Mauro Brant que surpreende, não pelo seu talento, – já reconhecido, mas pelo domínio do tempo da medida certa da comédia, sustentando um momento de transição de linguagem do espetáculo, sem cair no caricato; responsável por um dos melhores momentos de humor da peça. Agnes faz uma Fifina envolvente, Soraya Ravenle uma professora no tom certo, assim como os demais atores que são específicos a ficha técnica.
Tudo isso vem sendo uma produção sempre perfeita de Eveli Ficher que tem sido responsável por novidades das mais importantes para o teatro infantil. E, com certeza, neste percurso, Tuhu é mais uma encenação que dirá hoje que levantará a história do teatro infantil no Rio de Janeiro.
Parabéns, o Centro Cultural da Light pela realização do projeto em seu espaço e confortável.
Obs. Apresentado no Teatro Lamartine Babo, Centro Cultural da Luz.