Crítica publicada no Jornal Vertente
por Carlos Augusto Nazareth – Rio de Janeiro – maio 1997
Tuhu – O Menino Villa Lobos
Contar a história de Villa Lobos para crianças não é uma tarefa fácil. Karen Acioly se desincumbiu desta tarefa de modo brilhante, tanto como autora, quanto diretora.
Um grande espetáculo se constrói de inúmeros grandes e pequenos acertos; quando se reúne uma boa quantidade deles – aí está o sucesso – é o caso de Tuhu, O Menino Villa Lobos – que conta a história de Villa-Lobos. A empatia com o público infantil é imediata, tocando de maneira inteligente a cada espectador, transformando-os, todos em pequenos e possíveis Tuhus.
A construção do espetáculo se apoia como não poderia deixar de ser, na música e com mais um acerto, um grupo de pequenos cantores compõe o elenco e desenvolve um trabalho vocal primoroso, inserido dentro da estrutura do espetáculo de forma inteligente, tornando-se parte integrante dele.
No afinado elenco, Bruno Miguel faz um Tuhu que conquista de imediato a plateia, desde a sua primeira entrada. Um destaque especial para José Mauro Brant que surpreende, não pelo seu talento, já reconhecido, mas pelo domínio do tempo da medida certa da comédia, sustentando um momento de transição de linguagem do espetáculo, responsável pelos melhores momentos de humor da peça. Agnes Moço faz uma Fifina envolvente, Soraya Ravenle uma professora no tom certo, assim como os demais atores que compõem a ficha técnica.