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“O teatro para crianças deve ser feito como o de adulto, só que melhor.”                                                                                                                                                                                                                                                           Stanislaviski

A minha experiência com teatro começou com o que se chama “teatro adulto”. Depois de alguns anos de encenações decidi participar de uma montagem de um texto infantil. Na época, eu não entendia muito bem por que. Só sei que eu não queria interpretar textos infantis.

Hoje analisando, talvez o que eu tinha receio era das encenações infantilóides e moralistas.

Quando realizei minha primeira montagem infantil achei mais difícil do que imaginava. Senti-me na obrigação de criar atrativos para encantar a criança, quando o caminho me parece ser criar atrativos que fundamentem a construção do personagem.

Acho errado um ator encarar o teatro infantil como se fosse um obstáculo menor que o teatro para adultos. É equivocada a visão de um diretor que divide o teatro infantil e adulto. A seriedade com que se deve encarar o trabalho deve ser a mesma: Estudo e pesquisa de texto, concepção de direção, interpretação de atores, e todos os elementos que compõem uma encenação, pois não deixa de ser uma atividade lúdica, que deve ser criativa, prazerosa e poética, e que seja, acima de tudo, teatro.

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Pedro Uchôa
Diretor de Teatro

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Obs.
Texto retirado da Revista FENATIB, referente ao 1º Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau (1997)