Crítica publicada no Site da Revista Crescer
Por Dib Carneiro Neto – São Paulo – 27.06.2014

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Sete Histórias para Contar retrata de forma certeira o cotidiano de duas meninas curiosas e sapecas

Confira mais detalhes desta ótima adaptação de livro de Adriana Falcão

Os livros de Adriana Falcão se dão muito bem com o palco. No Rio, e em breve em São Paulo, Luana Piovani e sua turma brilham com Mania de Explicação, em outra direção infantil inspiradíssima de Gabriel Villela (já escrevi aqui). Além dessa pérola, vai terminar no domingo, em sessão única ao meio-dia, no Teatro Viradalata (Perdizes,  São Paulo), mais uma temporada de Sete Histórias para Contar, também baseado em livro de Adriana. Tomara que a ótima peça do grupo Abigail Conta Mais de Mil ainda tenha muitas outras turnês. Mas, por via das dúvidas, vale a pena dar uma pausa na Copa do Mundo e levar suas crianças à última sessão no Viradalata, neste domingo.

A adaptação foi feita com muita graça e competência por Maristela Chelala, que também assina a direção. Maristela recentemente nos proporcionou um belo espetáculo de clowns, O Mistério no Expresso do Oriente.  Em Sete Histórias, ela teve a feliz ideia de ‘costurar’ os enredos dos sete contos narrados no livro em uma trama que se passa no cotidiano de duas garotas sapecas, Mari e Gabi, como a hora do banho, a hora de dormir e o momento de ‘atacar’ o guarda-roupa da mamãe.

Para tanto, a diretora e adaptadora contou com o brilho fundamental do trabalho de Silvana Marcondes, na cenografia, figurinos e adereços. Os diversos ambientes e cômodos da casa surgem em cenários ágeis, lúdicos e criativos. E os vestidos das duas meninas são divertidíssimos, coloridos, vivos. Gosto muito também da atuação das atrizes Gabriella Lois e Mariana Melgaço, que não caem na caricatura, não apelam para o ‘mimimi’ de menininhas frágeis ou para o ‘tatibitate’  da linguagem infantil.  A química entre elas funciona bem, com carisma e atraindo a empatia da plateia.

A primeira das histórias fala de uma menina que mal termina uma atividade e já está ansiosa e afoita pela próxima: uma criança “que só pensa em daqui a pouco”. É ótima e certeira, pois há muitas crianças (até adultos) que vivem nessa constante ansiedade. A segunda retrata o engraçado piolho Godofredo, fã de filosofia. Na terceira história, cada sentimento tem uma cor, como, por exemplo, a dor azul. É bem poética. Na trama seguinte, surge uma garota dessas que gostam de tudo, de qualquer coisa. Depois, é a vez de as duas personagens se questionarem: por que o antes e o depois nunca se encontram? Em seguida, uma história “ao contrário” e, para terminar, surge uma amiga invisível. Prestigie.

Serviço

Teatro Viradalata
Rua Apinajés, 1.387, Sumaré
Tel. 11 3868-2535
Só neste domingo (dia 29), ao meio-dia
Ingressos: R$ 30 (inteira)