Crítica publicada no Jornal O Dia, O Dia D
Por Armindo Blanco – Rio de Janeiro – 17.06.1993

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Sorte das Crianças

Um elenco com – entre outros – Teresa Frota, Henri Pagnoncelli, Isio Ghelman e Raul Serrador seria uma luxo em qualquer montagem para adultos. E se lhes juntarmos o encenador Renato Icarahy, o cenógrafo Olinto Mendes de Sá, o diretor musical Charles Khan e o iluminador Aurélio de Simoni, teremos a ficha de uma superprodução. Mas eles se reuniram para montar um espetáculo para crianças, A Rainha Alérgica (em cartaz no Teatro SESC Tijuca, Barão de Mesquita, 359, sáb e dom., 16h30, ing. Cr$ 130 mil)

Sorte das crianças. E dos adultos que as acompanharem. A peça é uma parábola sobre uma rainha que vivia dando espirros. Um especulador imobiliário, o Duque Rude, a convence de que o mal era causado por plantas e propõe um solução muito conveniente para seus negócios, o desmatamento amplo e irrestrito, enquanto o Conde Clorofila tenta curá-la por outros meios e preservar a natureza. O texto de Teresa Frota é límpido e ágil, com um substrato didático facilmente assimilável. E os intérpretes divertem a plateia divertindo-se eles próprios com seus papéis, casos de Teresa na Rainha Furta Flor, Pagnoncelli no Rei Nado, Serrador no Conde Clorofila, Ronaldo Nogueira no Guarda Napo e Ghelman no Guarda sol.

Teresa e Icarahy começaram (1979) no importante Grupo Tapa, de que foram fundadores. Ela se tornou uma das nossas mais interessantes atrizes e figurinistas, além de autora de textos para crianças. E ele, tendo começado com ator, acabou afirmando-se com diretor, sendo hoje, também, professor de interpretação na Escola Martins Pena e no Centro de Artes de Laranjeiras (CAL). Sua primeira encenação foi Beto e Teca (1985), com Teresa na protagonista. Depois ambos participaram em diversas montagens de teatro para adultos, sempre com alto índice qualitativo.