Intrépida Trupe apresenta A.R.N.2

Crítica publicada em O Globo – Rio Show
Por Luciana Sandroni – Rio de Janeiro – 24.07.1992

 

 

 

Barra

O voo de um circo renovado

Quem pensa que o circo acabou está redondamente enganado: é só dar um pulo no Teatro Nelson Rodrigues e se encantar com a Intrépida Trupe, que num trabalho inovador e vibrante, há seis anos mescla dança, circo e teatro.

A.R.N. 2, abreviação da palavra aérien (aéreo, em francês­), reúne vários esquetes, alguns inéditos, que contam, através de malabarismos e acrobacias, algumas histórias, sem que se ouça uma palavra – e um trabalho único no teatro infantil.

Tudo começa com uma grande surpresa: todos do grupo caem de vários pontos do teatro, fazendo acrobacias e pregando sustos na plateia. A partir daí, é apertar o cinto, esquecer o medo e não perder um segundo do espetáculo.

Então é só curtir a beleza dos movimentos de Dani Lima, o equilíbrio de Roberto Silva, o humor de Geraldim Miranda, a agilidade e a coragem dos outros intrépidos: Alberto Magalhães, Beth Martins, Cláudio Báltar, Dalmo Cordeiro, Ricardo Camillo e Vanda Jacques, que formam um grupo muito integrado.

O premiado Gringo Cardia criou figurinos primorosos que permitem uma completa liberdade de movimentos sem comprometer a beleza, ao contrário: é um dos pontos fortes da peça.

Mas essa produção reúne ainda outras feras do teatro: Deborah Colker assina as coreografias, esbanjando criatividade e harmonia em cada cena; Maneco Quinderé, na iluminação, dá mais cor à concepção do espetáculo

Vale a pena ver e rever A.R.N.2, uma peça para toda a família.