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Crítica publicada no Jornal do Brasil – Caderno B
Por Lucia Cerrone – Rio de Janeiro – 28.10.1995

 

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Uma aventura ágil, simples e divertida

É quase impossível que tenha chegado a idade adulta sem ter tomado conhecimento da história dos três mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Mesmo que não tenha sido através da literatura, o cinema, a televisão e até paródias em programas humorísticos de televisão se encarregaram de levar a seu público, se não a trama completa, mas certamente alguma aventura, envolvendo o quarteto formado por Athos, Porthos e Aramis e é claro d Artagnan.

O autor e diretor Márcio Augusto mostra sua paixão pelo clássico de Alexandre Dumas encenando no palco do teatro da galeria, a totalidade da obra, sob o título Os Três Mosqueteiros- Uma História de Sedução, com uma produção caprichada, onde os cenários e figurinos são de muito bom gosto e ótimo acabamento, a iluminação em sintonia com os ambientes que ilustra, e o elenco de quase iniciantes no auge de seus esforços. Márcio Augusto cria uma encenação movimentada até pelo menos a metade do espetáculo, exatamente quando se resolve o problema do resgate dos diamantes da rainha Ana D’Austria.

Na segunda parte, porém, o diretor Márcio Augusto peca pelo exagero em cenas desnecessariamente longas, que em nada se assemelham as de cortes ágeis que as antecede. As artimanhas de Milady, a serviço do cardeal Richilieu, embora muito bem representada pelos atores Juliana Teixeira e Rubens de Araújo, arrastam o espetáculo além do tempo desejável. Um corte no texto e em algumas cenas de passagem seriam muito bem vindas.

No palco, o jovem elenco superando algumas deficiências compreensíveis, cumprem seus papéis corretamente. Renato Reston e Juliana Teixeira se destacam dos demais em performances de verdadeira entrega ao personagem, Ivan Gradim, Ed Maia e Arthur Malheiros, respectivamente os mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, formam uma trinca bem entrosada, fazendo valer a mensagem do um por todos, todos por um.

O espetáculo tem ainda como atração, lutas de esgrima muito bem coreografadas pelo mestre Moreno. Com alguns acertos e cortes, sem dúvida nenhuma, terá plenas condições, de conquistar a plateia a que se dirige.

Cotação: 2 estrelas (Bom)