Matéria Publicada no Jornal da PUC
Por Eliana Yunes – Rio de Janeiro – 10.2000

Barra de Divisão - 45 cm

A Leitura como Formação e Experiência

A Formação do Leitor na Sociedade Contemporânea e a Leitura como Experiência de Formação Transdisciplinar foram alguns dos temas abordados no Simpósio Internacional Transdisciplinar de Leitura, realizado nos dias 4, 5 e 6 de setembro, no SESC Copacabana.

Segundo uma das organizadoras do projeto, a professora Eliana Yunes, do Departamento de Letras, o resultado do Simpósio foi bastante positivo. “Tivemos desdobramentos tanto políticos quanto acadêmicos muito preciosos”, entusiasma-se.

Além disso, Eliana destacou a presença do professor colombiano cego Dean Lermen, que trouxe um texto para se pensar a leitura não como um dado de imagem, mas de palavra. Ela, também, comentou a análise que Lermen fez da
cidade do Rio de Janeiro: “Dean esteve, aqui, no Rio, pela primeira vez, e a leitura que ele fez da América Latina e da nossa cidade foi impressionante. Foi aplaudido de pé”, conta.

Ela informou ainda que o número de pessoas que participaram dos seminários superou suas expectativas. “Tivemos 670 inscritos para um auditório que comportava 350 pessoas. O nosso público foi excedente, tendo sido necessário instalar um telão para que todos pudessem acompanhar o que se passava no auditório”, acrescenta.

A vinda da contadora de histórias inglesa Inno Sorsy à PUC, no dia 12 de setembro, para realizar um encontro com o grupo de contadores Pode Crer, da Pastoral foi inesperado e de certa forma promissor. Depois de ficar uma tarde
com as alunas corrigindo e sugerindo uma melhor performance, Inno ofereceu bolsas de aperfeiçoamento na Inglaterra. Eliana destacou o estímulo que a PUC está recebendo para criar uma cátedra internacional de leitura, com o apoio da UNESCO.

Eliana Yunes também falou sobre a possibilidade de se formar, na Universidade, um mestrado transdisciplinar em leitura. “Já encaminhamos essa ideia para o Vice-Reitor Acadêmico, Danilo Marcondes, e, se tudo der certo, poderemos servir de referência para outras universidades”, revela.

Aos que participaram do simpósio e esperam por outro o mais breve possível, a professora do Departamento de Letras diz que outro encontro como este só deverá ocorrer daqui a dois anos. “Não tenho pressa de realizar outro simpósio,
prefiro amadurecer os ganhos. Produzir um por ano não nos dará tempo para fazer um estudo ou uma pesquisa. E isto é essencial”, completa.