Crìtica publicada em O Globo
Por Mànya Millen – Rio de Janeiro – 09.07.1993
Parcela de dignidade resgatada
Desde que os duendes foram catapultados das histórias infantis para se tornarem adesivos em carros de marmanjos, posando ao lado de frases como “Eu acredito em duendes”, que a classe parece ter perdido prestígio. Os “seres elementais” viraram garotos-propaganda da onda ecológica e nunca mais foram os mesmos. Mas o escritor e diretor Marcio Augusto recuperou uma parcela de dignidade da pequena turma com a peça Gnomos – Mais que uma Lenda, em cartaz no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil.
Sem didatismo e pretensas mensagens verdes – só as cabíveis – Marcio construiu um espetáculo divertido com aventura e magia. Como em uma boa e velha história de gnomos. Uma família de gnomos (Marcelo Silveira e Vânia Alexandre) tem seu filho (Theo Machado) capturado pelos terríveis trolls e pede ajuda a um humano (Leonardo Franco), também pai de um garoto (o mesmo Theo). Personagens divertidos (interpretados por Flávia Monteiro, André Pimentel e Jaime Berenguer) unem-se a eles na jornada pela união familiar.
O destaque, entretanto, vai para Suely Franco, hilária como a Faisoa um tanto “perua” e insuperável como uma escatológica troll. Rouba a cena dos duendes.