Crítica publicada no Jornal do Brasil
Por Flora Sussekind, Rio de Janeiro, 09.05.1980
Cor e Aventura na Programação Infantil
O circo, a cor e a aventura parecem dominar a atual temporada de espetáculos infantis. Num mesmo teatro, o Princesa Isabel, é a cor que serve de eixo para o desenvolvimento plástico e cênico de dois dos melhores espetáculos da temporada: Flicts e a possibilidade de uma abordagem ficcional da diferença e da solidão; e O Mago das Cores com sua exploração de uma comunicação quase muda, baseada na surpresa, na mímica e na cor. Na Sala Monteiro Lobato, está Azunil e Amarelouro, montagem do Grupo Carreta, onde é de novo a cor que dá lugar à discussão de um tipo específico de diferença: a racial. Nesses três espetáculos vai estar não apenas a possibilidade de a criança conviver ficcionalmente com questões normalmente tratadas de forma preconceituosa ou evitadas no seu cotidiano; como também uma oportunidade de se desenvolver cenicamente uma outra forma de comunicação: o espetáculo que fala não só por meio dos atores, da palavra e da música, mas com o jogo de diferentes espaços cromáticos que dão margem ao aparecimento de novas significações e possibilidades de contato com o público infantil. Já em O Diamante do Grão Mogol fiam na aventura, no duelo infantil. (…)