Fábio Coutinho, como o monarca, e Manoela Pamplona, o bobo da corte: tramas inteligentes

Crítica publicada na Revista Veja São Paulo – Crianças
Por Luiz Fukushiro – São Paulo – 25.11.2009

 

 

 

Barra

Reino Cheio de Histórias

A peça Com o Rei na Barriga tem elenco competente, bom humor e interessantes diálogos.

Seis atores da Cia. Paidéia de Teatro circulam o tempo todo pelo amplo palco coberto por um alto tapete branco.

Trocam de figurino várias vezes e, embalados por um trio de músicos, revezam-se nos papéis de Com o Rei na Barriga, peça inspirada em histórias populares de vários países. Escritos pelo também diretor Amauri Falseti, os inteligentes diálogos permeiam duas tramas simultâneas. Em uma delas, o rei (o ótimo Fábio Coutinho) pretende transformar um convento em seu castelo de verão e propõe um debate público.

Representante do clero, o monge jardineiro (o experiente Flávio Porto) decide o destino do lugarejo em um interessante e divertido confronto sem palavras com um ministro do rei (Rogério Modesto).

A outra narrativa, uma adaptação do conto árabe A Moça Inteligente, mostra um príncipe que não quer se casar. Como seu pai insiste na ideia, o rapaz cria um desafio para selecionar uma noiva de nível intelectual semelhante ao seu – e só uma esperta jovem camponesa aceita entrar no jogo de charadas. Outras referências aparecem em forma de histórias relatadas pelos personagens, a exemplo de Dize-me Com Quem Andas (Índia) e Quanto Vale Um Rei (China), Destaque da montagem, o bobo da corte (papel de Manoela Pamplona) faz as piadas e os malabarismos de sempre, mas solta frases críticas e reflexivas – apropriadas aos acompanhantes adultos e crianças maiores, sem excluir os menorzinhos.

Serviço:

Com o Rei na Barriga (60 min.)
Estrou em 18.09.2009
Rec. a partir de 5 anos
Paidéia Associação Cultural (100 lugares)
Rua Darwin, 153, Alto da Boa Vista – 5522-1283
Sábado e domingo, 17h. Grátis
Até domingo (29)