Crítica publicada na Revista Veja Rio
Por Livia de Almeida – Rio de Janeiro – 11.06.1997
Circo Mambembe
Três Palhaços sem Piadas Novas Para Contar
A figura clássica do palhaço de nariz vermelho tem recebido um sopro de renovação nos palcos cariocas graças ao trabalho criativo de grupos como os Irmãos Brothers, o Teatro de Anônimo e as Marias da Graça.
Chorão, Currupita e Giramundo, de Richard Riguetti, não tem nenhum compromisso com essa linha de trabalho, que busca realizar no palco uma releitura da linguagem circense. O espetáculo que está em cartaz no teatro Delfin é tradicionalíssimo. Tão tradicional que dá a impressão de já ter sido visto e revisto inúmeras vezes, sem tirar nem por.
Com um pano de fundo feérico, os três palhaços do título se revezam em uma fraca série de esquetes baseados em cenas clássicas do picadeiro. Não falta sequer o número em que o palhaço Giramundo, Yeda Santos, escolhe uma “vítima” da plateia para executar uma complicada cirurgia. A criançada se esbalda, é verdade. Mas quem não nasceu ontem já não acha tanta graça.
Dos três palhaços que estão em cena é a Currupita de Lillian Moraes quem se sai melhor. Lillian tem presença simpática no palco. É ela quem protagoniza os mais divertido esquete do espetáculo: munida de um apito, Currupita tenta “reger” a plateia, mas é constantemente interrompida por Chorão, Richard Riguetti, o maestro autoritário.
Sem dizer uma palavra, ela tem bons momentos sacando instrumentos dos mais estranhos esconderijos. O trio, aliás, rende mais quando trabalha primordialmente a linguagem corporal. Durante os diálogos, os três palhaços tendem a se esgoelar e às vezes cometem trocadilhos um tanto chulos. Chorão, Currupita e Giramundo serve, quando muito, para entreter crianças bem pequenas durante uma tarde chuvosa.
Serviço
Chorão, Currupita e Giramundo
Texto e Direção de Richard Riguetti, 55 min.
Teatro Delfin, 240 lugares
Rua Humaitá, 275, Humaitá
527-1497
Sáb. e Dom. 17h
R$ 7,00