Vanessa Ballalai em Marco Pólo

Matéria publicada em O Globo – Segundo Caderno
Por Mànya Millen – Rio de Janeiro – 15.07.1995

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Carlos Gomes sedia mostra de teatro infantil

O teatro infanto-juvenil do Rio acaba de ganhar um forte aliado: A Prefeitura. Através do Teatro Carlos Gomes – e mais especificamente de seu diretor, Dudu Sandroni – a Secretaria Municipal de Cultura pretende incentivar, com um amplo projeto, a produção teatral voltada para a infância. O primeiro passo está sendo dado hoje, com a estreia da 1ª Mostra de Teatro Infanto-Juvenil do Carlos Gomes, que vai apresentar durante oito fins de semana, com ingressos a R$ 1, as oito melhores peças encenadas no Rio, ano passado. A peça que inaugura o projeto é A Mulher que Matou os Peixes, de Clarice Lispector. Depois virá a criação de um prêmio, a produção de espetáculos pelo próprio teatro e a publicação de peças de autores cariocas.

– A ideia ganhou o total apoio da secretária municipal de Cultura, Helena Severo, que já havia reconhecido que o teatro infantil não estava dentro do projeto de apoio da Prefeitura, explica Sandroni. – Esse teatro está passando por uma fase excelente de profissionalização e achamos que a Prefeitura tinha que estar incrementando isso.

A abertura do palco do Carlos Gomes para peças infantis prossegue em setembro, quando estreia Tic Tac Bum, de Leonardo Simões, dirigida por Djalma Amaral. Será o primeiro espetáculo convidado a se apresentar no teatro. As produções financiadas pelo próprio Carlos Gomes, segundo Sandroni, ficam para o ano que vem:

-Nós já temos a verba para todo o projeto aprovada, mas vamos fazer tudo passo a passo.

E, nesse ritmo, sai ainda este ano a criação de um prêmio especial, que vai ser dado apenas a um único profissional ou grupo que tenha contribuído e enriquecido o teatro infantil.

– Criei o prêmio para ganhá-lo daqui a vinte anos – brinca Sandroni, também diretor de excelentes peças como A Inacreditável História de Marco Polo e sua Exuberante Viagem ao Oriente, que será apresentada no Carlos Gomes, dentro da mostra, no final de agosto.

Já a transformação das peças em livros é uma forma simples de prolongar a memória do teatro infantil carioca. Autores como Karen Acioly e Carlos Augusto Nazareth estão cotados.