Crítica publicada em O Globo – Rio Show
Por Luciana Sandroni – Rio de Janeiro – 05.02.1993
Das trevas ao Renascimento
Luca Rodrigues passeia pela história da arte em espetáculo plástico e ágil
Depois de uma temporada de sucesso com A Bela e a Fera, o premiado Luca Rodrigues volta à cena com outra superprodução, A Bela Adormecida. Inspirando-se no conto de Perrault, Luca faz a todo momento referências à história da arte. Em seu texto, Bela adormece numa época de trevas e desesperança, e só acorda no Renascimento.
O texto lembra ainda a lenda do Rei Arthur e a busca do cálice sagrado. O objetivo de Azor, o príncipe, é despertar Bela e matar Malévola, a rainha das trevas. A direção de Luca é ágil, conjugando medo, aventura e amor.
Doris Rollemberg, na cenografia, faz um trabalho de alta qualidade visual. A iluminação de Renato Machado e os figurinos de Jefferson Miranda contribuem de forma especial para a plástica do espetáculo. Anna Aguiar compõe uma Bela adoravelmente ingênua, sem se tornar açucarada ou piegas.
O ótimo elenco é composto ainda por Deborah Catalani e Newton Martins. Cristina Montenegro tem cenas assustadoras como Malévola e Luca Rodrigues faz um irrequieto e apaixonado príncipe.