Guida Vianna, Felipe Martins e Bel Kutner em Babalu

Crítica publicada no Jornal das Letras
Sem identificação do Jornalista – Rio de Janeiro – 1992

Diversão para os pequenos

Denise Crispun não é daquelas autoras que buscam grandes teorizações sobre o comportamento da criança ou que invistam em mensagens profundas que, muitas vezes, aqueles a quem são endereçadas não estão nem um pouco interessados em decifrar. Seus textos, como O Segredo de Cocachim e o recém-estreado Babalu, apostam em jogos dramáticos apoiados no lúdico, com o único objetivo de divertir seu público, através de um retrato fiel e bem-humorado da geração playground, Coca-Cola e tevê.

Babalu, em cartaz no Teatro Cândido Mendes de Ipanema, aos sábados e domingos, às 17 horas, sob a inquieta direção de Carina Cooper, ex-integrante do ‘Manhas e Manias’ e do ‘Asdrúbal Trouxe o Trombone’, coloca em cena uma trama simples, quase sketchada, para reafirmar mais uma vez que o conhecimento que uma autora tem da realidade de seus espectadores, pode transparecer no palco sem didatismo professorais. As crianças, identificadas, se entregam a diversão, convencidas de que ao que estão assistindo foi criado para elas e não para os pais.

Apostando na abstração, Denise cria a sua estória dentro de um universo extremamente dominado pelo público-alvo; aa convivência pacífica entre realidade e fantasia em seus cotidianos. Babalu, a personagem do título, surge do nada ou de uma estória, ou quem sabe de um planeta distante, trazendo uma bagagem mágica de xaropes que, como a imaginação, devem ser bem dosados e que transportam para sonhos e aventuras duas crianças de uma família que pouco tempo tem para atenções com a criançada. Ou será que até mesmo estes pais não foram inventados por Babalu, pelas crianças ou por, sei lá? Uma fada amalucada chamada… chamada… Crispun?…