(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
A MULHER QUE MATOU OS PEIXES
(Páginas 01 a 06)
Sou uma culpada inocente
Eu estou sempre incompleta
– amadurecimento? Até agora vivi sem ele
Minha vida é um único dia
É só não lutar contra, é só entregar-se
de Clarice Lispector
(Página 07)
Centro Cultural Banco do Brasil apresenta
A Mulher que Matou os Peixes
de Clarice Lispector
Adaptação de Lúcia Coelho e Zezé Polessa
(Página 08)
Os mistérios: estes.
(Página 09)
O Saber e o não saber
Eu sei de muito pouco. Mas tenho a meu favor tudo o que não sei e – por ser um campo virgem – está livre de preconceitos. Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor:: é a minha largueza. É com ela que eu compreenderia tudo. Tudo o que não sei é que constitui a minha verdade.
de Clarice
(Página 10)
Aproximação gradativa
Se eu tivesse que dar um título a minha vida seria: à procura da própria coisa
(Página 11)
Mistério
– Sou tão misteriosa que não me entendo. Não, positivamente, não me entendo. Bem, mas o fato é que, mesmo não me entendo, vou lentamente me encaminhando – e também para o quê, não sei. De um modo geral, para mais amor por tudo… Sinto que me encaminho para o mais humano
(Página 12)
Gostaria de dedicar-me a beijar crianças
Clarice Lispector
Lúcia Coelho – Direção Geral
Escutamos com coragem o coração bater frio, quente, vazio, doce, nas palavras do livro. Mergulhamos em total cumplicidade nessa história de bichos, convidados, de todas as raças e tipos, criamos esse espetáculo. Zezé é a intérprete! Nossa intérprete que resume o prazer de realizar este trabalho, que gerou uma emoção e deu vida à mulher que matou os peixes
Lúcia Coelho
(Página 13)
A coisa maior que se pode ter é a casa
Clarice Lispector
Cica Modesto – Concepção, Visual (Cenário, Figurino, Projeto Gráfico)
A cãs de Clarice é sua folha em branco. É nela que escreve todas as suas emoções. A cor só está presente no seu figurino, que será a chave para as diversas cores de seus sentimentos.
Cica Modesto
Tanta energia tenho eu, que ponho as coisas estáticas ou dotadas de movimento no mesmo plano energético
Clarice Lispector
Magda Modesto – Assessoria de Animação e Adereços
Sem dissimulação, com uma animação simples e direta, A Mulher que Matou os Peixes despoja-se de culpa e incentiva a imaginação.
Magda Modesto
(Página 14)
Deus é como ouvir música: repleta o ser
Clarice Lispector
Caíque Botkay – Músicas e direção musical
Como Clarice gostava de escrever, gosto de fazer cantorias e lembrar dos meus amigos Bichos-Gente: Lúcia, Zezé, Telma, Cica, Magda, Norma, Ana, Leysa, Sonia, só para lembrar os Bichos-Gentes-Mulheres que por suas ideias, risos e danças, me levaram a inventar músicas para essa peça-história-livro-drama-comédia.
Também tem os amigos João (grande garoto!), Mário, Alexandre, (que fez comigo a música do “Bangue-bangue do rato”), Jorginho e Pascual, que também me deram força para fazer essas melodias, que chegam não sei de onde, passam por mim de passagem e voltam para todo mundo.
E meus queridos Bernardo, pela sua elegância e o empréstimo da guitarra, e Henrique, que por ter assistido um ensaio sem “aprontar” e ter ficado atento, provou, mais que provado, que estávamos no bom caminho.
E todos os meus amigos Bichos-Cachorros-Passados, em especial o nobre Titio e a espera Hipótese.
Caíque Botkay
Marcelo Alvarenga – Piano
(Página 15)
Eu tenho que ser legível quase no escuro
Clarice Lispector
Zezé Polessa – personagem Clarice
Clarice não é dona, não é tia, não é senhora, é Clarice, uma mulher que despudoradamente se revela às crianças, assumindo seu erro e sua culpa, mas pedindo indulgência porque ninguém é perfeito e afinal, todos nós somos humanos
Zezé Polessa
Eu gosto tanto de crianças, eu gostaria tanto de publicar um filho João
Clarice Lispector
João Polessa Dantas – Ator
(Página 16)
Então a borboleta abre lentamente suas asas sobre a folha e sai a borboletear feito uma doidinha, levíssima e alegríssima.
Clarice Lispector
Ana Kfouri – Preparação Corporal e Movimento Corporal Cênico
O corpo, instrumento de concretização das emoções e sensações do ator…
A alma, fio condutor da consistência e magia do ator…
Clarice Lispector, seu olhar apaixonado e sutil sobre o cotidiano, desvendando o mistério do fazer diário da existência aliado à sensível interpretação de Zezé Polessa, que concretiza e dá vida ao universo subjetivo, poético e contundente de Clarice
Ana Kfouri
(Página 17)
Saio dos meus abismos com as mãos cheias de frias esmeraldas, transparentes topázios e orquidáceas safiras
Clarice Lispector
Norma Thiré – Direção de Produção
Se eu pudesse, eu só produzia peças para crianças. Elas são livres, sem preconceitos e sinceras e entendem a magia do Teatro. Zezé Polessa + Clarice Lispector, e para crianças? Convite irrecusável! É o prazer puro de fazer Teatro!
Norma Thiré
(Página 18)
As vezes me arrepio toda ao entrar em contato com bichos ou com a simples visão deles. Pareço ter certo medo e horror daquele ser vivo que não é humano e que tem os nossos mesmos instintos, embora mais livres e mais indomáveis. Um animal jamais substitui uma coisa por outra, jamais sublima como nós somos forçados a fazer. E move-se, essa coisa viva! Move-se independente, por força mesmo dessa coisa sem nome que é a Vida.
Clarice Lispector
Agradecimentos
Sebastião Rômulo L. de Paiva, Paulo José, Yedda Polessa, Ismênia Dantas, Helena Maia, Silvia Helena Rocha de Souza, Ronaldo Weneck, Cley Bianchi, Mario Ferraro, Alexandre Negreiros, Maria Sanches
Apoios
Werner Tecidos, Livraria Francisco Alves, Idima S.A. Indústrias Plásticas, MG – Pronta Entrega, F3 – Studio Fotográfico, Jean Balsan Cosméticos, De Millus, Dantelle Meias, Amor de Chocolate, Golden Ticket, Clínica Ella – Beleza e Estética, Jornal do Brasil
(Página 19)
Zezé Polessa
João Polessa Dantas
Autor: Clarice Lispector
Adaptação: Lúcia Coelho e Zezé Polessa
Direção: Lúcia Coelho
Produção: Lúcia Coelho e Zezé Polessa
Produção Executiva: Norma Thiré
Cenários e Figurinos: Cica Modesto
Iluminação: Jorginho de Carvalho
Música e Direção Musical: Caíque Botkay
Preparação Corporal e Movimento Cênico: Ana Kfouri
Assessoria de Animação: Magda Modesto
Assistente de Produção: Luiz Madaleno, Eduardo Barbosa
Montagem de Luz: Valmir Ferreira, José Augusto Mello, PD Gusmão, Laudicênio, Alexandre, Carlinhos
Montagem de Cenários: Marcelo Madeira
Letrista: Silveira
Quimonos: Helena Maia
Camareira: Maninha
Músico
Marcelo Alvarenga
Quero esquecer que existem leitores – e também leitores exigentes que esperam de mim não sei o quê. Pois vou tomar a minha liberdade nas mãos e escrever pouco – se – me – dá – o que?
Clarice Lispector