Programa, 2002

 

 

 

 

 

 

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(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa – Logo Cia POP de Teatro Clássico / 009)

AUTO DO NOVILHO FURTADO

de Ariano Suassuna

(Verso da Capa – Foto Demetrio Nicolau)

Apresentação

Mestre Ariano Suassuna,

Sua peça A Pena e a Lei é, como se sabe, uma reunião de três historias escritas em diferentes épocas, e traça um maravilhoso painel das dificuldades, espertezas e esperanças do nosso povo.

Para essa montagem, parti de uma ideia muito simples: traçar um paralelo entre a difícil sobrevivência e a esperança de seus personagens do sertão (o texto) e a difícil sobrevivência e esperança de um grupo de jovens atores daqui do Rio (o espetáculo); a redenção de viver a vida (o texto) e a redenção da realização teatral (o espetáculo). Substitui os personagens Cheiroso e Cheirosa, criados para dar ligação às três histórias, por atores de um grupo teatral. Coloquei apenas cinco atores – como se a Companhia não pudesse contratar outros cinco – representando os dez personagens e trocando constantemente de papéis.

Universalizando ainda mais nossa carioquice paraibana, calquei cada personagem em uma máscara da Commedia dell’Arte. Substituí a música original pela mais universal possível – os maiores chavões da música clássica, as super populares musiquinhas eletrônicas de celulares e sistemas telefônicos – e com isso tudo, acredito estar sendo bastante fiel às suas intenções, colocando os criadores, (atores) perante as criaturas (personagens), que representam a história das criaturas (personagens) perante o Criador (Cristo). Para completar, queria trocar o título e adorei sua sugestão – via minha consulta à SBAT: Auto do Novilho Furtado. Lemos sua obra, matérias e entrevistas, para melhor aproximar nossa característica de fazer um teatro popular (veja nosso nome: Companhia POP) da sua luta em defesa da cultura popular de nosso país.

O elenco entrevistou estudantes de teatro e 500 alunos de 5ª a 8ª série, público que consideramos ideal para receber o que eles pensam a respeito do teatro e o que mais gostam de ver numa montagem. Cercado de tudo isso, e mantendo intactas suas histórias, acredito estar sendo cariocamente universalmente respeitosamente absolutamente fiel â sua Taperoá.

Para encerrar gostaria de registrar a alegria que foi trabalhar com toda esta equipe, especialmente com a criatividade e dedicação deste elenco maravilhoso e a competência e sabedoria de Nara Keirseman. Dedico este espetáculo a Maria Emília (Mé) que faleceu no dia do nosso primeiro ensaio, e que, com seu espírito brincalhão, nos guia nessa jornada.
                                                                                         Demetrio Nicolau – Rio de Janeiro, primeiro de fevereiro de 2002

(Página 1 – Foto Nara Keiserman e cinco ilustrações dos de personagens e seus correspondentes na Commedia dell’Arte: Arlequim/Benedito, Colombina/Marieta, Doutor/Vicentão, Capitão/Cabo Rosinha, Pulcinella/Pedro)

Composição

É muito fácil e quase imediata a identificação dos personagens do Auto do Novilho Furtado com as máscaras da Commedia dell’Arte. Na simplicidade do mamulengo, em que o que aparece é o que realmente é, nosso pensamento foi simples assim: temos dois personagens com ares de patrão, a autoridade militar, o delegado Cabo Rosinha, e a civil, o fazendeiro Vicentão Barrote. Vicentão, cheio de palavras nos remete diretamente ao Doutor, e o Cabo, é claro, o Capitão. Marieta, mulher dama namoradeira é descendente despudorada das primeiras Colombinas. Bendito, o comida de onça, com suas artimanhas tá pra lá de Scapino ou Arlequim, e o caminhoneiro Pedro é, sem dúvida um dos criados, um Pulcinella.

Trabalhamos num caminho de mão dupla. Enquanto em casa eu pesquisava as máscaras, com a ajuda imprescindível do meu amigo Paulo Luiz Freitas, que na UNIRIO oferece a disciplina Commedia Dell’Arte, com os atores eu ia trabalhando a expressão corporal que fosse a fisicalização, a concretização em posturas e movimentos, do sentimento guia estabelecido para cada personagem Fomos assim, inventando atitudes, locomoções, gestos, envolvendo as partes do corpo, as tensões, os olhares, os ares, os tempos… conscientes de que buscávamos um tipo popular nordestino – uma máscara da grande Comédia ocidental.

Como um túnel que se escava para os dois lados, os caminhos foram se aproximando e chegamos a corpos muito bem definidos, muito bem afinados, que, por sua nitidez de desenho e de personalidade, todos podem fazer – como uma máscara que se preze.

(Páginas 2 e 3 – Fotos dos Atores)

Elenco

Mouhamed Harfouch: Benedito
Thales Coutinho: Vicentão Borrote
Geraldo Demezio: Pesdro
Assyo Horisawwa: Marieta
Fabiano Xavier:Cabo Rosinha

Mouhamed Harfourch
Um dos fundadores da Companhia POP de Teatro Clássico. Fez vários cursos livres de formação de ator, desde 1991, com professores como Wolf Maya, Demetrio Nicolau e Marco Marcondes, entre outros. Seus últimos trabalhos como ator foram: Forró da Revolução Popular, texto e direção de Demetrio Nicolau, 2000; Meu Anjinho, infantil de Pablo Alberto Arias, direção de Demetrio Nicolau, 2000; A Prosa do Nelson, de Nelson Rodrigues, direção de Demetrio Nicolau, 2000; Lancelot, texto de Claudio Althieri, direção de Marcos Marcondes.

Thales Coutinho
Um dos fundadores da Companhia POP de Teatro Clássico. Concluiu o curso regular de formação de atores da CAL, no Rio de Janeiro, no ano de 1999. Seus últimos trabalhos como ator foram: Forró da Revolução Popular, texto e direção de Demetrio Nicolau, 2000; Desejo de Salomé, de Oscar Wilde, direção e texto de Demetrio Nicolau, 2000; A Prosa do Nelson, de Nelson Rodrigues, direção de Demetrio Nicolau, 2000; Bispo Jesus do Rosário, de Fulano de Tal, direção de Moacyr Góes, 1999; Sexta 31, texto e direção de Adriano Garib, 1999.

Geraldo Demezio
Concluiu o curso básico de formação de atores, da UFF, em 1997. Seus últimos trabalhos como ator foram: O Pai, de August Strinberg, 2001; Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, 2001; Absurdamente Pinter, de Harold Pinter, 2000; O Periscópio do Invisível, de Monteiro Lobato, 2000; O Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen, 1998; A Lição, de Eugene Ionesco, 1997.

Assayo Horisawa
Concluiu o Curso Regular para Atores da CAL, no Rio de Janeiro, em 2001. Seus últimos trabalhos como atriz foram: Retratos de Nelson, com textos de Nelson Rodrigues, direção de Moacyr Góes, 2001; A Visita da Velha Senhora, de Durremat, direção de Adriano Garib, 2001; Ópera do Malandro, de Chico Buarque de Hollanda, direção de Celina Bebiano, 2000.

Fabiano Xavier
Concluiu o Curso de Graduação em Artes Cênicas, na UNIRIO, em 2001. É aluno da Escola Nacional de Circo. Fez vários cursos livres de Teatro e de Circo, com professores como Geraldo Thomas, Viviane Tellas e Delisier. Seus últimos trabalhos foram: A Megera Domada, de Shakespeare, direção de Najede Jardim, 2001; Ralé, de Gorki, direção de Flávio Lofego, 2000.

(Páginas 4 a 7 – Fotos de Ariano e da Fazenda Acauhan)

Ariano Suassuna

1927 – Nasce, em 16 de junho, no Palácio da Redenção, na Paraíba, como era chamada a capital do Estado, Ariano Villar Suassuna, oitavo dos nove filhos de João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar. Á época, o pai de Ariano era presidente (governador) da Paraíba.

1928 – Com o fim do mandato do pai no governo da Paraíba, vai morar com a família na Fazenda Acauhan, de propriedade de João Suassuna, localizada no município de Sousa, no Sertão do Estado.

1930 – Em 9 de outubro, João Suassuna, então deputado federal, é assassinado a tiros no Centro do Rio pelo pistoleiro Miguel Alves de Souza, em consequência da divisão na política paraibana que já contribuíra para a eclosão, no início do mês, da Revolução de 30. Contrário à política de João Pessoa, que governava o Estado, José Pereira Lima – aliado político de João Suassuna – declarara a independência do município de Princesa. As forças de Pereira Lima só se renderiam após o assassinato de João Pessoa, ocorrido em 26 de julho. Este crime, praticado por João Dantas primo da mãe de Ariano – estaria por trás da morte de João Suassuna. Com a morte do marido, Rita de Cássia Villar passa a se deslocar constantemente com os filhos – Saulo, João, Lucas, Selma, Marcos, Germana, Beta, Ariano e Magda -, a fim de evitar os inimigos.

1933 – Ariano muda-se com a mãe e os irmãos para Taperoá, no sertão dos Cariris Velhos da Paraíba. Passaria temporadas no centro da cidade e nas fazendas dos tios maternos (Malhada da Onça e Carnaúba).

1934-7 – Inicia os estudos com os professores Emídio Diniz e Alice Dias. Pela primeira vez ouve um desafio de moda de viola e assiste a uma peça de teatro. Sua mãe, em dificuldades econômicas, vende Acauhan. Entra para o internato do Colégio Americano Batista, no Recife.

1942 – Os Suassunas fixam-se no Recife. Nessa época, já se iniciara na literatura, primeiro por iniciativa própria, lendo folhetos de cordel e clássicos como Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, e Scaramouche, de Rafael Sabatini, e depois por recomendação de seus tios Manuel Dantas Villar (ateu e republicano) e Joaquim Dantas (católico e monarquista) – ambos seriam modelos para os personagens Clemente e Samuel, do Romance d’a Pedra do Reino -, lê Euclides da Cunha, Eça de Queiróz, Guerra Junqueira e Antero de Figueiredo.

1943 – Ingressa no Ginásio de Pernambuco, onde estudaria por dois anos, até concluir o curso clássico. Lá conheceria Carlos Alberto de Buarque Borges, que o iniciaria na música erudita e na pintura.

1945 – Com o propósito para se preparar para o vestibular da Faculdade de Direito de Recife, passa a estudar no Colégio Oswaldo Cruz. Com a ajuda de Tadeu Rocha, professor de geografia, seu poema Noturno chega ás mãos de Esmaragdo Marroquim, editor do suplemento cultural do Jornal do Commmercio, que o publica no dia 7 de outubro.

1946 – Começa o curso de Direito. Na faculdade, entra em contato com um grupo de escritores, teatrólogos, atores e artistas plásticos, entre os quais Hermilo Borba Filho, José Laurenio de Melo, Lourenço da Fonseca Barbosa (Capiba), Aloísio Magalhães, Gastão de Holanda, Carlos Maciel, Salustiano Gomes Lins, Ana e Rachel Canen, Fernando José da Rocha, José de Moraes Pinto, Galba Pragana, Ivan Neves Pedrosa e Joel Pontes. Participa da criação do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), uma iniciativa de Hermilo Borba Filho. Por sugestão deste, começa a ler o poeta Federico Garcia Lorca. Publica na revista Estudantes, da Faculdade de Direito, seus primeiros poemas ligados ao Romanceiro Popular Nordestino, já sob a influência do trabalho de Lorca.

1947 – Para participar do Prêmio Nicolau Carlos Magno, promovido pelo TEP, escreve sua primeira peça teatral, Uma Mulher Vestida de Sol. O texto, baseado no Romanceiro do Nordeste, acabaria vencendo o concurso, realizado no ano seguinte. Inicia namoro com Zélia de Andrade Lima, com quem casaria dez anos depois e teria seis filhos – Joaquim, Maria, Manuel, Isabel, Mariana e Ana Rita -, que lhe dariam 13 netos.

1948 – Tem, pela primeira vez, uma peça de sua autoria levada ao palco. Trata-se de Cantam as Harpas de Sião. O texto sob direção de Hermilo Borba Filho, inaugura, no dia 18 de setembro, a Barraca do TEP no Parque 13 de Maio, no Recife. Inspirado em Garcia Lorca, o grupo começava ali um projeto de teatro ambulante. A peça seria reescrita dez anos depois, recebendo o título de O Desertor de Princesa.

1949 – Em artigo publicado no Jornal do Commmercio, Murilo Mendes chama a atenção para o talento do autor de Cantam as Harpas de Sião. Ariano escreve novo texto teatral, Os Homens de Barro.

1950 – Escreve o Auto de João da Cruz, com o qual ganharia o Prêmio Martins Pena, da Divisão Cultural e Artística da Secretaria de Educação e Cultura de Pernambuco. Forma-se em Direito. Com uma infecção pulmonar, insta-se em Taperoá para tratamento e repouso.

1951 – Ao saber que receberia em Taperoá a visita de Zélia de Andrade e Lima – a esta altura sua noiva – e de alguns familiares, decide escrever uma pequena farsa em um ato (entremez, na linguagem teatro para recepcioná-los). O texto Torturas de um Coração ou Em Boca Fechada não entra Mosquito, seria encenado pelo próprio Ariano, com mamulengos, e serviria como ponto de partida para A Pena e a Lei (1959), uma de suas peças mais importantes. Torturas marcou ainda a estreia do autor no gênero cômico.

1952 – Volta a residir em Recife. Começa a trabalhar como advogado no escritório do amigo. o jurista Murilo Guimarães. Escreve O Arco Desolado, peça baseada na mesma lenda que inspirou o espanhol Calderón de la Barca no seu A Vida é Sonho.

1953 – Recria a forma de entremez, a partir de um texto anônimo, da tradição popular, O Castigo da Soberba, utilizado na composição do terceiro ato de Auto da Compadecida.

1954 – O Arco Desolado recebe Menção Honrosa no Concurso do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Baseando-se numa peça popular de mamulengo, escreve outro entremez – O Rico Avarento.

1955 – Escreve o Auto da Compadecida, texto baseado em três narrativas do Romanceiro Nordestino – além do citado O Castigo da Soberba, a peça inspira-se em O Enterro do Cachorro, fragmento de O Dinheiro, de Leandro Gomes de Barros, e na História do Cavalo que Defecava Dinheiro, obra anônima, registrada por Leonardo Mora.

1956 – Por sugestão do artista plástico Francisco Brennand, seu amigo dos tempos do Colégio Oswaldo Cruz, e pensando em se exercitar na prosa de ficção, escreve o romance A História de Amor de Fernando e Isaura. Trata-se de uma recriação da lenda irlandesa de Tristão e Isolda. O livro permaneceria inédito até 1994. Convidado por Luiz Delgado, torna-se professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco e abandona a advocacia. Sob a direção de Clênio Wanderley, o Teatro Adolescente do Recife realiza, no Teatro Santa Isabel, a primeira montagem do Auto da Compadecida.

1957 – No dia 19 de janeiro, aniversário de seu pai, casa-se com Zélia de Andrade e Lima. O Auto da Compadecida é encenado no Rio de Janeiro – pelo mesmo grupo que o montara em Recife durante o 1º Festival de Amadores Nacionais, promoção da Fundação Brasileira de Teatro. Premiado com a medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, o texto seria publicado neste mesmo ano. Escreve O Santo e a Porca, com a qual ganharia também a Medalha de Ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais. O Casamento Suspeitoso, escrito neste ano, é montado em São Paulo pela Companhia Sérgio Cardoso.

1958 – Baseando-se em textos da tradição popular, escreve o entremez O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna. Começa a redação do Romance d’a Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. Ingressa no curso de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco.

1959 – Com os direitos autorais de Auto da Compadecida, O Casamento Suspeitoso e O Santo e a Porca, compra, na Rua do Chacon, no Bairro de Casa Forte, no Recife, um casarão de 1870, onde vive até hoje. Escreve e encena A Pena e a Lei. Funda, ao lado de Hermilo Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste.

1960- Forma-se em Filosofia. A partir de O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna, escreve Farsa da Boa Preguiça.

1961 – O Teatro Popular do Nordeste monta Farsa da Boa Preguiça, com direção de Hermilo Borba Filho. Lança O Casamento Suspeitoso.

1962 – Escreve e encena, com o Teatro Popular do Nordeste, A Caseira e a Catarina.

1964 – Publica O Santo e a Porca.

1965 – Sai a primeira tradução de Auto da Compadecida, em Madri; no ano seguinte, a peça seria publicada em Buenos Aires.

1966 – Visita pela primeira vez a Pedra do Reino, na divisa entre Pernambuco e Paraíba.

1967 – Passa a integrar, como membro fundador, o Conselho Federal de Cultura.

1969 – Nomeado pelo reitor Murilo Guimarães, assume a direção do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco. Começa a articular o Movimento Armorial, que defenderia a criação de uma arte erudita nordestina a partir de suas raízes populares. O Auto da Compadecida estreia no cinema.

1970 – Conclui, no dia 9 de outubro, data do quadragésimo aniversário do assassinato de seu pai, o Romance d’a Pedra do Reino, imaginado como primeiro volume da Trilogia A Maravilhosa Desaventura de Quaderna, o Decifrador. Com um concerto “Três séculos de música nordestina – do Barroco ao Armorial” – e uma exposição de gravura, pinturas e esculturas, lança em Recife, em 18 de outubro, o Movimento Armorial.

1971 – Sai, em agosto, A Pedra do Reino, que classifica como “romance armorial-popular brasileiro”. Publica em livro a peça A Pena e a Lei.

1972 – A Pedra do Reino ganha o Prêmio Nacional de Ficção, do Instituto Nacional do Livro.

1973 – Cria a Orquestra Armorial. Deixa o Conselho Federal de Cultura.

1974 – Saem O Movimento Armorial (ensaio) e Farsa da Boa Preguiça. A José Olympio edita, em um só volume, O Santo e a Porca e O Casamento Suspeitoso.

1975 – Lança Iniciação a Estética e Seleta em Prosa e Verso, que inclui quatro peças: O Rico Avarento, O Castigo da Soberba, O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna e Torturas de um Coração. Assume o cargo de secretário de Educação e Cultura do Recife (na gestão do prefeito Antônio Farias). Cria o Balé Armorial do Nordeste. Começa a publicar no Diário de Pernambuco folhetins semanais de A História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão, ao Sol da Onça Caetana, planejado para ser o primeiro livro da segunda parte da trilogia A Maravilhosa Desaventura de Quaderna, o Decifrador. A série se estenderia até o ano seguinte.

1976 – Inicia a publicação, também no Diário de Pernambuco, do folhetim semanal As Infâncias de Quaderna. O Balé Armorial do Nordeste estreia com a apresentação de Iniciação Armorial aos Ministérios do Boi de Afogados no Teatro Santa Isabel do Recife. Defende a tese de livre-docência “A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre Cultura Brasileira” na Universidade Federal de Pernambuco.

1977 – Encerra-se a publicação de As Infâncias de Quaderna. O Rei Degolado sai em livro.

1981 – Em 9 de agosto, publica no Diário de Pernambuco o que considerava sua carta de despedida da literatura: “Não me cobrem mais livros que não estou mais escrevendo e pelos quais já perdi qualquer interesse”, pede.

1985 – Pelos 40 anos de atividade literária, é homenageado pela Universidade Federal de Pernambuco com um vídeo baseado em sua peça Auto da Compadecida.

1987 – Escreve As Conchambranças de Quaderna. A peça seria encenada no ano seguinte no Teatro Waldemar de Oliweira, no Recife, sob direção de Lucio Lombardi.

1989 – Em 3 de agosto é eleito para a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras.

1990 – Em 26 de abril, morre sua mãe. Toma posse na ABI no dia 9 de agosto.

1993 – Em São José do Belmonte (PE), realiza-se a primeira festa da Pedra do Reino, cavalgada na qual os participantes, posteriormente, passariam a usar trajes como os descritos no romance de Ariano. Realizada na última semana de maio, a festa se tornaria típica da região e contaria, em alguns anos, com a presença do escritor.

1994 – A Rede Globo de Televisão exibe especial Uma Mulher Vestida de Sol, baseado em sua primeira peça, escrita aos vinte anos, reescrita aos 30 e nunca encenada. Lança o romance Fernando e Isaura. Aposenta-se como professor da Universidade Federal de Pernambuco.

1995 – É nomeado, pelo governador Miguel Arraes, secretário Estadual de Cultura. A Rede Globo exibe Farsa da Boa Preguiça, episódio de Terça Nobre.

1997 – Publica no suplemento MAIS! da Folha de São Paulo, a peça A História de Amor de Romeu e Julieta. Romero de Andrada Lima, seu sobrinho, monta a adaptação teatral do Romance d’A Pedra do Reino. Anteriormente, o diretor Antunes Filho havia feito uma adaptação da obra para o palco, que acabou não sendo encenada.

1999 – A Rede Globo exibe, em quatros capítulos, a microssérie O Auto da Compadecida.

2000 – Estreia no cinema a adaptação da microsserie. O Auto da Compadecida. Recebe o titulo de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil, apresenta na GNT o programa Folia Geral, sobre as origens do Carnaval. No dia 9 de outubro – que marca os 70 anos da morte de seu pai – toma posse a cadeira 35 da Academia Paraibana de Letras.

(Página 08 – Fotos da Equipe)

Ficha Técnica

Direção e Cenografia: Demetrio Nicolau
Direção de Movimento: Nara Keiserman
Cenografia e Figurinos: Coca Serpa
Iluminação e Trilha Sonora: Demetrio Nicolau
Assistente de Direção: Daniel Ribeiro
Cenotécnica: Irlan Nery
Montagem de Luz: Evandro, Helinho e Guiga
Gravação da Trilha: Jamil Chevitarese
Operador de Som: Daniel Ribeiro
Operador de Luz: Evandro Oliveira
Administração: João Paulo Pinheiro e Karla de Martins
Programação Visual: Maravilha Criações
Caricatura: Guidacci
Assessoria de Imprensa: Nádia Ferreira
Fotografia: Guga Melgar
Direção de Produção: João Paulo Pinheiro
Assistente de Produção: Luciano Borges
Apresentação: Companhia Pop de Teatro Clássico
Realização: Maravilha Criações & Produções Artísticas S/C Ltda.

Agradecimentos

D. Solange, Silvestre, Melo e Alex Wey

(Verso Última Página)

Apoios

(Logos) Secretaria da Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Governo do Estado do Rio de Janeiro; PROCENA, O Árabe da Gávea, Árabe Dowtown, Boy Service, Caçula, César Barbiere; De Millus, Forma Final Divisão Impressão Digital, Laundry Express, Lidador, Academia Move UP, MPB FM, São Paulo Alpargatas S.A.

(Última Página – Logo Cia POP)

Repertório

001 – Desejo de Salomé, de Oscar Wilde, Teatro Rubens Corrêa, julho e agosto de 2000
002 – Quem Casa Quer Casa, de Martins Penna, Projeto Palco nas Escolas (em 6 escolas municipais), agosto de 2000; Projeto Roda de Leituras Dramáticas, MIS, 31 de outubro de 2000
003 – Véspera de Reis e o Badejo, de Arthur Azevedo, Projeto Palco nas Escolas (em 6 escolas municipais, setembro 2000
004 – Forró da Revolução Popular, de Demetrio Nicolau, Teatro Gláucio Gill, outubro e novembro de 2000
005 – O Simpático Jeremias, de Gastão Tojeiro, Projeto Palco nas Escolas (em 6 escolas municipais), outubro 2000
006 – Dona Xepa, de Pedro Bloch, Projeto Palco nas Escolas (em 6 escolas municipais), novembro 2000
007 – A Falecida, de Nelson Rodrigues, Mergulho em Nelson Rodrigues, Leituras +Q Dramáticas, Teatro Nelson Rodrigues, 28 de novembro de 2000
008 – A Menina que Perdeu o Gato enquanto Dançava Frevo na Terça-Feira de Carnaval. Infantil de Marcos Apolinário Santana, Casa de Cultura Laura Alvim – abril, maio e junho de 2001; Teatro SESI – janeiro, fevereiro e março de 2002; Teatro SESC Tijuca, abril de 2002
009 – Auto do Novilho Furtado, de Ariano Suassuna, Teatro Leblon, fevereiro e março de 2002