Antonio Carlos Bernardes

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Primórdios do Curso Primário

Minha primeira experiência teatral foi aos 8 anos. Estava no segundo ano primário do Grupo Escolar Maria Zélia, em São Paulo. As professoras sempre organizavam comemorações para dias importantes, e numa delas, para o Dia das Mães, fui um dos escolhidos para ser um dos três filhos de uma aluna mais velha do quarto ano. Tinha palco, cortinas, uma plateia enorme de pais, avós e professores.

Tenho até hoje o texto de uma página, quase desmilinguido, que tive que decorar. Acho que ali fui contaminado. No ano seguinte a experiência foi com Os Três Porquinhos.

Não sei bem, se foi antes ou depois dessa experiência escolar, mas eu lembro que com os amigos, no quintal da minha casa, eu montava um palco e fazia apresentações. Pegava lençóis e colchas da minha mãe, pendurava, imitando um tablado. Não lembro mais o que mostrávamos em cena. Acho que também tinha alguma coisa a ver com música.

Eu sofri um grave acidente de carro com meus pais, no segundo semestre do terceiro ano escolar e acabei perdendo o ano. Fiquei alguns meses com a perna quebrada, e uma grande ferida no pé que não cicatrizava.

No ano seguinte, minha mãe, me mudou de escola e eu fui estudar num colégio de freiras, o Externato são José do Belém. Lembro que, o que mais me fascinava nesses dois anos de colégio eram as montagens religiosas. O Colégio tinha um grande palco e montavam a Paixão de Cristo, a Natividade e outras passagens bíblicas. Eu como já gostava da coisa, ia à tarde ao Colégio, só pra ver a montagem dos cenários.

No Ginásio e no Colegial

Só aos quatorze anos, é que voltei a me envolver com teatro. Estava no Colégio Estadual Senador Paulo Egydio de Oliveira Carvalho, conhecido como CESPEOC. Ficava na Vila Maria, em São Paulo, e apesar de já estarmos na ditadura militar, era um colégio padrão que tinha muitas atividades, como Feira de Ciências, Academia de Letras, Grêmio Escolar e Grupo de Teatro. O grupo se chama TESPEOC e era comandado por Aghy Camargo. O Colégio tinha (e ainda tem) um auditório muito grande, com um bom palco, que apesar de ter uma pequena entrada de coxia de cada lado. Mas para nós era maravilhoso.

Quando me aproximei do grupo, o pessoal do TESPEOC já estava bem adiantado nos ensaios de um novo espetáculo. Era uma colagem de textos, poesias e músicas e como eu não podia entrar para participar diretamente, assistia os ensaios.

Veio 1968. AI 5. O Colégio foi proibido de ter qualquer manifestação controlada por alunos. O Grêmio foi fechado, o Grupo de Teatro expulso do Colégio. Eu fui cobaia do primeiro ano do Colegial, que era uma junção do clássico e científico e que resultou num curso muito fraco, pois tínhamos mais matérias e menos horas aulas de cada uma delas.

Mas eu tinha um professor de literatura chamado Valdevino de Oliveira, que não se conformava com tudo aquilo e resolveu dentro de sua disciplina, fazer um Festival de Teatro Estudantil, entre todas as classes do Colégio. Não era obrigatório, mas quem participasse, poderia ter pontos na disciplina. Era uma atividade extracurricular, onde um professor deveria estar presente em todos dos ensaios. Isso foi imposto pela direção da Escola.

Foi um alvoroço. Como ele era professor de literatura brasileira, as peças tinham que ser de autores nacionais. Na minha classe, eu já me coloquei como um dos coordenadores do projeto. Fizemos uma reunião para saber quem queria participar e teve uns sete ou oito que aderiram imediatamente. Fui então buscar ajuda com minha tia Conceição, que fazia teatro amador e tinha montado Leonor de Mendonça, com seu grupo.

Acabo achando na biblioteca dela, um livro com quatro textos de um tal de Millôr Fernandes, que eu nem imaginava quem era. Mas era brasileiro, já era um bom começo. Gostei logo de cara de um texto chamado Do Tamanho de um Defunto, uma comédia sobre um ladrão que assaltava residências no Rio de Janeiro. Li texto para os interessados, todos gostaram e começamos a ensaiar. Tudo empiricamente, pois não tínhamos a menor noção do que estávamos fazendo. Por coincidência, teve outra turma que também apresentou no Festival, outro texto do Millôr, chamado Pigmaleoa.

Acabamos nos apresentando no festival, que se chamou FITA – Festival Interclasse de Teatro Amador e acabei ganhando o Prêmio de Melhor Ator – um diploma e uma medalha. A experiência na escola foi tão boa que a direção da escola, permitiu que no ano seguinte, o professor Valdevino, repetisse o Festival.

Nesse meio tempo, o Aghy Camargo, o Edson Santana, o Valdevino de Oliveira e outras pessoas abriram no bairro, a Casa de Cultura de Vila Maria. Começo com alguns amigos a montar um espetáculo infantil, isso em 1969. Eu dirigia e fazia um dos personagens. Chamava-se Em Busca do Tesouro, de Rubens Rocha Filho. Fizemos algumas apresentações no local para as crianças do bairro e funcionou muito bem.

Também é nesse período que tive uma experiência, dirigida pelo Edson Santana, no Teatro de Arena. Era chamado de Teatro de Jornal. Pegávamos as notícias da semana e nós as  transformavam em cenas, com uma visão bem política. Foi uma experiência e tanto.

Mas voltando ao 2º Festival do CESPEOC, inicialmente muitos alunos da minha classe queria participar. Pedi para o professor me conseguisse um texto que tivesse muito atores e ele me entrega O Auto da Compadecida. Os ensaios sempre aos sábados, não duraram dois meses. Como era muita gente, muitos faltavam e acabamos desistindo de participar de montar a peça. O mesmo ocorreu com outra classe, que queria montar Dona Xepa, do Pedro Bloch. Um dia me encontro com a Alice, a aluna que faria Dona Xepa e começamos a nos lamentar das nossas turmas de classe. Acabamos tendo a ideia de fazer algo nós dois e fomos perguntar ao professor se podíamos juntar alunos de duas classes para participar do Festival. Lembrei que no livro do Millôr, tinha outro texto chamado Uma Mulher em Três Atos, para dois atores. Como o título já diz era uma peça em três atos. Ensaiamos muito bem o primeiro ato. O segundo ato, demos algumas passadas e o terceiro decoramos, fizemos umas marcas e aconteceu no dia da estreia. Foi uma loucura. Eu fazia três personagens, tinha muita mudança de roupa e o inevitável aconteceu. Mesmo assim, como era uma comédia, o público se divertia muito com os erros que aconteceram. Ganhei novamente o prêmio de Melhor Ator do Festival e a Alice de Melhor Atriz. Foi uma excelente experiência e uma apresentação inesquecível. Depois, chegamos a nos apresentar num Festival de Teatro Estudantil, em São Paulo mesmo.

Não participei do 3º FITA. Estávamos no último ano do Colegial e nossa preocupação era fazer cursinho e entrar na Universidade. Mesmo assim, soube de um teste para atores para o espetáculo Jesus Cristo Super Star, e me aventurei. Só que nunca fui saber o resultado. Entrei na Faculdade de Comunicações, e seria uma coisa ou outra. Optei pela Faculdade, e cheguei a montar um grupo de teatro no segundo ano da Faculdade. Começamos a ensaiar Nem tudo Azul, no País Azul, da Gabriela Rabelo, mas nem lembro porque, desistimos no meio do caminho.

Muito teatro na adolescência

Se não fiz muito teatro, vi muitos espetáculos. E vi Teatro com T Maiúsculo. Tinha um grupo de amigos que adorava ir ao teatro. Éramos ratos de teatro. Íamos a todas as estreias, mesmo sem sermos convidados. Insistíamos tanto, que acabávamos entrando.

Vi espetáculos incríveis como Cemitério de Automóveis, Gracias Senhor, O Balcão, Eles não usam Black-Tie, Arena conta Zumbi, Arena conta Tiradentes, El Grande de Coca-Cola, Orquestra de Senhoritas, Pequenos Assassinatos e certamente para mim, o mais marcante de todos, A Viagem, realizado logo depois de O Balcão e baseado em Os Lusíadas. Acho que vi umas três vezes. Era um deslumbre e fascinante.

Ainda quero falar de uma pessoa, D. Laura Sardinha, minha vizinha, quando morava na Rua Catumbi que era como uma segunda mãe. Foi ela que me levou ver muitos espetáculos que passavam no antigo Teatro TAIB, no Bom Retiro. Lembro que vi com ela, O Milagre de Anne Sullivan e o Diário de Anne Franck. Como ela não tinha filhos eu sempre a acompanhava. Foi também no TAIB, que levei meu irmão e vi o primeiro espetáculo profissional infantil – Pluft, o Fantasminha.

Saindo do Brasil

Terminei a Faculdade, trabalhava em Relações Públicas e Publicidade, mas não estava contente com o que fazia. Estava casado e eu e minha esposa resolvemos ir para o Canadá, nos aventurar, estudar. Queria voltar a fazer teatro. Comecei a estudar inglês, mas uma amiga da Faculdade, que tinha participado do nosso grupo de teatro, me escreveu da Bélgica, falando de uma escola incrível que tinha em Bruxelas. Chamava-se INSAS – Institut National des Arts du Spectacle et du Difusion. Tinha cursos de teatro, cinema e televisão. Mudamos de rumo e resolvemos ir para a Europa. Comecei a estudar francês. Era a época que para sair do Brasil, tínhamos que pagar mil dólares de caução. Vendemos tudo e partimos de navio. Foi a última viagem comercial de um navio de passageiros.

A viagem levou onze dias até Lisboa. É claro, que logo fizemos uma turma. Fiz amizade com a hostess do navio e na Festa dos Passageiros, inventei de nos apresentarmos. Montei com os amigos dois esquetes. Um já conhecido da televisão era o Coral do Bigodudos e outro mais poético era sobre dois bonecos de mola. Foi um sucesso.

Pensei em fazer teatro na INSAS, mas acabei fazendo cinema. Fiz primeiro, três anos de Montagem Filme/Vídeo e Continuidade e depois mais um ano de Produção e Direção em Cinema. Mas estava sempre com os estudantes de teatro, inclusive participando de algumas aulas com eles.

A volta para o Brasil

Fiquei seis anos na Europa, estudando e trabalhando. Voltei para o Brasil, crente que ia fazer cinema. Tinha uma carta de recomendação de um diretor de fotografia, que já tinha trabalhado com o Nelson Pereira dos Santos. Estávamos em pleno Governo Collor. A Cultura estava no chão. Nada acontecia. Mesmo assim, cheguei a montar três curtas e fui assistente do Antonio Carlos Fontoura, no filme Espelho de Carne. O Nelson acabou me levando para a TV Manchete que estava para inaugurar e eu viajei pelo Brasil, captando imagens que serviram de fundo para a vinheta inicial da TV Manchete, onde a logomarca da TV, o M deitado, virava um disco voador e passava pelos céus de diversas capitais.

Em seguida fui trabalhar na TV Educativa, como assistente do Flávio Migliaccio, no programa As Aventuras do Tio Maneco. Acho que trabalhamos juntos por quase um ano e depois fui para o jornalismo em Os Repórteres.

A volta ao Teatro

Voltei para o Rio. Acreditava que havia mais oportunidades de trabalho na cidade maravilhosa. Afinal a Embrafilme estava aqui. Só que cheguei no momento em que Collor destruía tudo. Um dia, no final de 1988, lendo jornal vi que um diretor chamado Aderbal Junior, que eu não conhecia, ia começar uma Oficina sobre os personagens de Nelson Rodrigues. A coceira começou a ficar mais forte. Fui correndo me escrever e encontrei um teatro, o Gláucio Gill, em ruínas. O Aderbal e o Marcos Vogel acabaram fazendo quatro oficinas e das cento e vinte pessoas inicialmente inscritas, sobraram umas trinta, que juntamente com os atores que estavam ensaiando A Mulher Carioca aos 22 Anos, formaram o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo.

Participei de vários espetáculos do Centro, como ator e principalmente como diretor de Produção. Fazíamos de tudo e foi um período muito especial na minha vida. Comecei a ver  muitos espetáculos de amigos que participavam do grupo, principalmente espetáculos para crianças.

Surge o CBTIJ

Foi também nessa época que o Ricardo Brito organiza um Seminário sobre Teatro para Crianças e dali surge uma ideia de se formar uma organização que lutasse em prol dos direitos dos profissionais que atuam nessa área.

Eu não participei da fundação da entidade, que ocorreu em 08 de dezembro de 1995, mas a primeira reunião que participei ocorrida no Centro Cultural Banco do Brasil foi em 02 de julho de 1996. Acho que quem me levou foi a Monica Biel, que já estava participando das reuniões e também fazia parte do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo. E é claro, já sai com algumas incumbências. Depois disso, acabei participando cada vez mais da entidade e um ano e meio depois me tornava o segundo presidente a ser empossado. Acabei dirigindo a entidade por duas gestões (de 1998 a 2004). Consegui fincar as bases do projeto de circulação de espetáculos com o SESC e realizamos onze Mostras SESC CBTIJ de Teatro para Crianças.

Também a partir de minha gestão, começamos a realizar as comemorações do Dia Mundial do Teatro para a Infância e Juventude e consegui aprovar no Congresso Nacional o Dia Nacional do Teatro para a Infância e Juventude. Outro projeto que se concretizou foi o site do CBTIJ. Começamos a resgatar documentos, artigos, críticas e muito material sobre a história profissional do teatro para crianças a partir de O Casaco Encantado, de Lúcia Benedetti.

Uma participação especial

Comecei a produzir muitos espetáculos, a conhecer muita gente. Em 1997, Carmen Leonora me convida para fazer uma participação especial em seu espetáculo Popaye, o Marinheiro. Ela tinha criado esse belo espetáculo, para ser apresentado em quadros, mas faltava uma liga, então me chama para fazer algumas entradas, fazendo um narrador ou como a avó da Olivia Palito. Fizemos uma temporada na Laura Alvim, outra no Teatro da Gama Filho e a última no Teatro da UFF.

Mamãe, como eu Nasci?

Eu dirigia um programa na TVE chamado Caras e Coroas, sobre a terceira idade. No programa tinha vários profissionais que falavam diversos assuntos. Dentre eles, Marcos Ribeiro comentava sobre sexo. Um dia ele me trás uma adaptação de um de seus livros chamado Mamãe, como eu Nasci? Confesso que li o texto e achei muito convencional e chato. Pouco tempo depois, ele perguntou se eu não queria adaptar e montar. Aceitei o desafio. Fizemos um projeto de um espetáculo que teria sete quadros independentes e que juntava ideias de mais um de seus livros, Menino Brinca de Boneca?, nome que teria o espetáculo. Seria um musical, com oito atores, uma grande produção. Mamãe, como eu nasci? seria apenas um dos quadros. Os livros de Marcos Ribeiro são didáticos, não tem história, apenas mostra pedagogicamente o que acontece nas situações retratadas. Colocamos o projeto em diversos editais, mas nada aconteceu até que ganhamos um edital do Estado. Lembro que o projeto tinha um valor três vezes maior do que nos foi dado. Não era possível montar com aquele valor. Então o Dudu Sandroni me deu a ideia de desenvolver apenas um dos quadros do espetáculo e escolhemos o do Mamãe, como eu Nasci?. Começamos os ensaios, onde os atores improvisavam cenas, que eu inventava. Criei uma história e um roteiro de cenas e chamei a Fátima Valença par criar os diálogos da peça. Já estávamos com os ensaios adiantados quando descobrimos que não poderíamos mudar o nome do espetáculo, pois tinha saído no Diário Oficial o nome Menino Brinca de Boneca? Acabei recusando o prêmio do edital e montei com recursos próprios e a ajuda de amigos e alguns apoiadores.

Inicialmente eu tinha pensado em fazer o bebê que aparece dentro da barriga da mãe, como um boneco. Aos poucos, fui mudando de ideia e de fato, quando minha amiga Isa Vianna me apresentou o Rico e o Renato Vilarrouca, que trabalhavam em publicidade e animação, a história deu um salto e resolvi fazer tudo em desenho animado. A Bia Salgueiro, que já tinha ilustrado o livro, fez alguns esboços para as animações do bebê, e a Fátima Valença, me convenceu de chamar o Ubirajara Cabral para musicar as letras, que ela havia criado para o espetáculo.

Era a primeira vez que haveria um espetáculo onde os atores, do começo ao fim, teriam que contracenar com um desenho animado, fosse com cenários, ou com o bebê, que estava na barriga da mãe. Além disso, os dois atores adultos, tinham muitas trocas de roupas e tudo tinha que se ajustar ao tempo da projeção. Foi uma pesquisa e tanto e o resultado foi incrível.

Escolhi para viverem as personagens do meu espetáculo, três atores que conheci no Festival de Blumenau: Mayra Capovilla, que fazia A Megera Domada, dirigido pela Nadege Jardim; Marcio Machado, que fazia A Porta Azul, dirigido por Andrea Azevedo e Bruno Sanches, um talentoso menino de dez anos, que estava no espetáculo dirigido pela Alexia Maltner, A Viagem de um Barquinho. Aliás, estes espetáculos participaram da 3ª. Mostra SESC CBTIJ de Teatro para Crianças.

Antes de estrearmos oficialmente no Rio, exatamente nove anos depois de elaborarmos o primeiro projeto, participamos da 4ª Mostra SESC CBTIJ. Estreamos com um espetáculo azeitado, no Teatro do Planetário. Depois fizemos mais oito temporadas em diversos teatros e fomos convidados a participar de diversos Festivais Internacionais. Fomos para diversas cidades da Argentina, depois Colômbia, Angola, etc. e estamos com o espetáculo até hoje em repertório. Por uma questão de direitos autorais em relação ao título do espetáculo, resolvi mudar o nome do mesmo para Tudo o que você sempre quis saber sobre os bebês e nunca ninguém teve a coragem de revelar, que já era um nome de um livro, que eu usava dentro do texto.

Outros trabalhos

Paralelamente, enquanto fazia as apresentações do Mamãe, continuava com minhas atividades na TVE, no CBTIJ e no Centro de Demolição. O Centro de Demolição foi expulso do Teatro Gláucio Gill e fomos para o Teatro Carlos Gomes, a convite de Helena Severo, que era Secretaria de Cultura do Município. Era um teatro enorme, os problemas administrativos eram muitos e poucos anos depois, Aderbal acabou com o grupo.

Na TVE eu passei por vários programas jornalísticos, entre eles Os Repórteres, Caderno 2, Curto-Circuito. Fui para o Depto de Educação. Cheguei a gravar dezesseis episódios de um programa com bonecos, para crianças, que não foi para o ar. A TVE tinha uma alta rotatividade de Diretores Administrativos. Nesta época, foi convidado para assumir a Direção Geral, o Valter Avancini, que vinha da TV Globo. No intuito de mudar toda a programação, resolveu parar toda a produção, para fazer algo inovador. A única coisa que ele realizou foi uma novela sobre a escravidão. A Globo chamou ele de volta e a TVE ficou mais uma vez de pernas pro ar. Antes disso, gravei alguns espetáculos de teatro para crianças em estúdio. Foi uma tentativa de resgatar e preservar a memória do teatro infantil, mas também por falta de verbas o projeto não seguiu adiante.

Levitador

Passaram-se alguns anos e eu queria montar um novo espetáculo, continuando a mesma pesquisa de animação e atores em cena. Ludoval Campos me sugeriu um texto chamado L.I.X.O., que o Ivanir Calado havia escrito fazia uns dez anos, e que nunca tinha sido produzido. Li o texto e vi que poderia resultar em um bom trabalho, mas que eu teria que mexer um pouco, não na estrutura, mas nos diálogos, para que pudessem se encaixar com os desenhos animados. Queria também atualizar a história e dividir alguns personagens, como se fossem duplas e colocar músicas. Falei com o Ivanir das novas ideias e ele não se opôs a nenhuma das modificações que queria fazer. Acabei deixando o nome do espetáculo por extenso – Levitador Interplanetário Xereta Orbital, pois a sigla L.I.X.O., levava a outras referências, que não tinha nada a ver com a época que montamos o espetáculo.

Chamei novamente meus parceiros, Rico e Renato Villarrouca para fazer as animações e desta vez eles também criaram os desenhos. Fiz as letras e as músicas foram criadas pelo Rodrigo Lima. Estreamos no Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim, fizemos a Mostra do SESC e do SESI e muitos festivais.

Piratas e Julio Verne

Os anos passam, fui representante do Estado do Rio na Câmara Setorial de Teatro e participei da CNIC. Nessas reuniões, conheci a Andrea Alves e a Ana Luisa Lima que eram sócias da produtora Sarau. Convidei-as para ver Mamãe, como eu nasci? Passa mais um tempo e depois de muitos encontros e reuniões setoriais em Brasília, elas começam a produzir Os Saltimbancos, com direção da Cacá Mourthé. Pouco antes, eu tinha dado uma cantada nelas, para que produzissem um espetáculo meu. Passa mais um tempo e finalmente chega um convite para conversarmos. Levei dois projetos de espetáculos musicais adultos, mas elas queriam um espetáculo para crianças. Disse que meus espetáculos para crianças eram sempre de pequeno porte, mas que eu tinha visto há alguns anos o Teatro Negro de Praga e fiquei pensando como adaptar um livro do Júlio Verne, para essa técnica. Elas gostaram da ideia e comecei a desenvolver o projeto e o conceito. Reli o livro Vinte Mil Léguas Submarinas, agora com outra visão, pois tinha lido o livro muito jovem, fiz uma primeira adaptação. A partir daí, foram meses trabalhando no projeto. Enquanto as produtoras começaram a buscar patrocínio, comecei a trabalhar com o cenógrafo Carlos Alberto Nunes, os diversos cenários que comporiam o espetáculo.

Foram quase quatro anos, para levar Algumas Aventuras das Vinte Mil Léguas Submarinas ao palco, mas enquanto eu aguardava, resolvi com meu grupo montar um novo espetáculo. Fazia alguns anos eu tinha visto no Festival Internacional de Teatro Paidéia, em São Paulo, um espetáculo da autora argentina María Inés Falconi. Fiquei encantado, pois era muito singelo e falava de um assunto que sempre me interessou que é a amizade, neste caso, entre um pirata e seu papagaio.

Algumas Aventuras das Vinte Mil Léguas deveria estrear somente em agosto de 2012 e comecei no final de 2011, produzir e dirigir Perez & Gil – Piratas. Como não tinha patrocínio, e o cenário era de empanadas, reaproveitei a madeira que já tinha, fiz o cenário e, contei com alguns amigos para montar o espetáculo. Estreamos em março no Teatro Gláucio Gill, numa curta temporada, que foi muito boa. Fizemos ainda apresentações na rede SESC Rio e alguns festivais de bonecos.

Em seguida, começamos a produção e os ensaios de Algumas Aventuras das Vinte Mil Léguas Submarinas. Foi um espetáculo complicado de se colocar em cena, não apenas pelo tom que estávamos dando ao espetáculo, não fazendo concessões em relação ao texto, que seria muito mais para jovens e adultos, do que para crianças, como na direção de cenas e movimentação de atores, contrarregras e cenários. Estreamos no Teatro Oi Casagrande, com excelente repercussão de público e crítica. Ganhamos sete indicações: espetáculo, direção, cenário, música, texto, produção e ator, dos quais recebemos o Prêmio de Ator e Cenário.

Inexistência de Políticas Culturais

Infelizmente, não existe política cultural séria e contínua no Brasil. Estamos sempre numa briga, de dar um passo pra frente e dois pra trás. A cada mudança de governo, recomeça tudo de novo. Apesar de termos alguns editais, o dinheiro é sempre escasso. Outra questão é que parte do dinheiro, que era destinada a cultura, passou para projetos sociais. Ainda temos a política de balcão, e quem leva, é o que tem mais influência e amigos nas posições chaves. Além disso, para se conseguir um patrocínio, principalmente no Rio de Janeiro, antes de fazer teatro, tem que ter sua cara exibida pela TV Globo. É uma distorção completa do que é política pública cultural. As empresas patrocinam pelos seus Departamentos de Marketing com dinheiro vindo das isenções de impostos (ou seja dinheiro que seria público) e escolhem de acordo com seus interesses. Se isso ocorre com o teatro adulto, nem vale a pena comentar o que se passa com o teatro infantil.

O valor dado aos prêmios, patrocínios e cachês oferecidos aos profissionais de teatro infantil é sempre menor. É uma luta constante. Também o espaço conseguido na imprensa é sempre infinitamente inferior ao das produções de teatro adulto, quando existe. Não temos mais críticos de teatro infantil. E os poucos que escrevem sobre teatro infantil, o fazem por obrigação e desconhecem completamente sobre o assunto. Muitas salas de espetáculos, inclusive as do governo, não abrem seu espaço para espetáculos para crianças. Nos teatros em que existe esse espaço, em geral, as produções  são obrigadas a se sujeitar a  um espaço reduzido no palco, so espaço da fachada do teatro, a um número inferior de refletores, de camarins, etc. E alguns teatros funcionam como um verdadeiro supermercado de espetáculos.

A Criança no Teatro

O desenvolvimento da infância pode ser visto de diversas maneiras. Quando reivindicamos igualdade dos profissionais dentro dos teatros e o valor que é dado as produções, prêmios, patrocínios, etc. a primeira beneficiada é justamente a criança que desfrutará de espetáculos à altura de sua sensibilidade e inteligência, em espaços melhores, mais adequados e produções com maior qualidade.

Quando falamos em espetáculos de qualidade, imaginamos profissionais que pensam a criança como cidadão de primeira categoria,  encaram o teatro como a arte. Uma arte mais próxima do universo infantil pelo jogo simbólico que ele desperta, podendo através de seus espetáculos contribuir para o desenvolvimento de cidadãos mais críticos e participativos em nossa sociedade. Infelizmente ainda existem muitos oportunistas, que acham que fazer teatro para crianças é fazer qualquer coisa.

CBTIJ em ação

O CBTIJ comemorará este ano 18 anos de exitência. Entra em sua maioridade. Passou por momentos de grandes desempenhos e outros de dificuldades. Mas continua tendo eleições a cada dois anos e aberto a todos, embora neste momento o interesse pela entidade diminuiu bastante, em função do término das Mostras que fazíamos com o SESC.

Acredito que o CBTIJ poderia interferir muito mais nas políticas do desenvolvimento do teatro infantil junto a governos, imprensa e empresas. Já tivemos épocas que brigamos muito. Enviamos muitos oficios, fazíamos muitas cobranças. Só que esse trabalho e bota trabalho nisso é extremamente cansativo e produz cada vez menos resultados. Acabamos passando por chatos. Se os responsáveis que estão nos governos não nos apoiam, muito menos as empresas.

Mesmo assim, o CBTIJ continua realizando suas atividades. Sempre que possível interferimos. Estamos no último ano do Ponto de Cultura, que dá oficinas gratuitas para uns trinta jovens em São João do Meriti. Vamos participar da FLUPP – Feira Literária das UPPs, com leituras de textos de dramaturgia infantil e oficinas. Também estamos começando a reformular nosso site, com o apoio do programa FATE, da Prefeitura do Rio. Teremos um novo layout, sendo um site interativo, com um sistema de busca de informações, novas entrevistas, artigos, pesquisas acadêmicas, etc. O novo site deverá estar no ar em agosto de 2014, mas em janeiro faremos uma grande festa de lançamento e apresentaremos outras novidades, entre elas o Prêmio CBTIJ de Teatro Infantil.

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Participação em Espetáculos para Crianças e Jovens

Como Diretor

1969 – Em Busca do Tesouro, de Rubem Rocha Filho, também ator, Grupo da Casa Cultural de Vila Maria
1993 – O Anfitrião, de Plauto, também adaptação, Palácio do Catete e projeto escola
2003 – Mamãe, como eu Nasci?, também história e roteiro, texto Fátima Valença, estreia no Teatro do Planetário
2005 – Mamãe, como eu Nasci?, também história e roteiro, texto Fátima Valença, Caravana FUNARTE
2008 – Mamá, como Nací?, também história e roteiro, texto Fátima Valença, Festivais Argentina
2009 – Levitador Interplanetário Xereta Orbital, também adaptação, texto Ivanir Calado, Casa de Cultura Laura Alvim
2009 – Levitador Interplanetário Xereta Orbital, também adaptação, texto Ivanir Calado, Mostra SESC CBTIJ
2009 – Mamãe, como eu Nasci?, comemorando 170 apresentações, Casa de Cultura Laura Alvim
2012 – Perez & Gil – Piratas, também tradução e adaptação, texto de María Inés Falconi, estreia Teatro Gláucio Gill
2012 – Algumas Aventuras das Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne, também roteiro e adaptação, texto de Fátima Valença, Teatro Oi Casagrande
2013 – Algumas Aventuras das Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne, circulação São Paulo e Vitória
2016 – Perez & Gil – Piratas, também tradução e adaptação, texto de María Inés Falconi, temporada Teatro Dulcina

Participação em Espetáculos Adultos

Como Diretor

2016 – Morango & Chocolate- Querido Diego, de Senel Paz, tradução adaptação, temporada Teatro Dulcina

Como Ator e Diretor
1968 – Do Tamanho de um Defunto, de Millôr Fernandes,  1º FITA – Festival Interclasse de Teatro Amador do Colégio , Casa de Cultura de Vila Maria, São Paulo
1969 – Uma Mulher em Três Atos, de Millôr Fernandes, 2º FITA – Festival Interclasse de Teatro Amador, do Colégio CESPEOC, São Paulo
1970 – Faz Escuro, mas eu Canto, criação coletiva. Grupo da Casa Cultural de Vila Maria
1993 – 8 x 8 O Álbum Familiar, de J. L. Alonso, leitura, Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e Teatro Carlos Gomes
2007 – Mamãe é que tinha Razão, texto de Fátima Valença, estreia no Circuito Carioca de Humor – Festival de Cenas Curtas da RIOARTE

Como Diretor e Diretor de Produção

2016 – Morango & Chocolate, de Senel Paz, estreia no Teatro Dulcina

Como Ator

1996 – O Exercício, A Tempestade e A Ratoeira, textos e direção de Gillray Coutinho, que fazem do espetáculo Novas Histórias do Paraíso. Sala Paraíso, Teatro Carlos Gomes
1970 – Ciclo Teatro de Jornal, criação coletiva com direção de Edson Santana. Teatro Arena, São Paulo
1990 – A Misteriosa Zeladora e o Trombone de Vara, com textos A Ida ao Teatro de Karl Valentim e Uma Palavra por Outra de Jean Tardieu, direção de Nancy Galvão. Café Teatro Mágico
1990 – Rei Lear, de Shakespeare. Leitura dramatizada, realização do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, direção de Aderbal Freire-Filho. Teatro Sergio Porto
1990 – O Anfitrião, de Plauto, direção e adaptação de Flávio Rocha. Teatro de Arena da Universidade Federal do Rio de Janeiro
1992/1993 – Um Lindo Punhado de Fitas Lindas, de Brian Geer, direção de Gillray Coutinho, texto que fez parte da mostra O Centro Mostra de Autores Ingleses Contemporâneos. T. Gláucio Gill e Calouste Gulbenkian
1995/1996 /1997 –  Travestis, Júlia e Fantasia, textos e direção de Gillray Coutinho, que fazem parte do espetáculo Dança do Homem com a Mala e outras Histórias Escolhidas, Sala Paraíso, T.Carlos Gomes e T. Planetário
1996/1997 – Popeye, texto e direção de Carmen Leonora, Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim,Teatro Dina Sfat (Faculdade Gama Filho), Teatro da UFF
1998 – Auto de São Lourenço, leitura do Ciclo O Teatro d’Além Cá, de Anchieta a Alencar, direção Gedivan Albuquerque, SBAT
1999 – Rei LearLeitura do ciclo Anos 1000 – Uma leitura do milênio através de Shakespeare, direção de Aderbal Freire-Filho e Gillray Coutinho, Teatro João Theotonio

Como Ator e Diretor de Produção

Do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo

1991 – Lampião, Rei Diabo do Brasil, texto e direção de Aderbal Freire-Filho, Teatro do BNDS
1993 – Os Dois Cavalheiros de Verona, de William Shakespeare, direção Marcos Vogel, Teatro Elisabetano do Palácio do Catete
1991/1993 – O Tiro que Mudou a História, texto de Aderbal Freire-Filho e Carlos Eduardo Novaes, direção de Aderbal Freire-Filho, Palácio do Catete, Palácio Rio Negro, Petrópolis
1992/1993 – Tiradentes, A Independência no Rio, texto e direção de Aderbal Freire-Filho e Carlos Eduardo Novaes, diversos lugares históricos na cidade do Rio de Janeiro, e Teatro Gláucio Gill, Museu Histórico de Petrópolis
1993 – Instruções de Uso, texto de Aderbal Freire-Filho, Alcione Araujo e José Sanchis Sinisterra, direção de Aderbal Freire-Filho. Espetáculo comemorativo pela reinauguração do Teatro Carlos Gomes
1994 – 8 x 8, leitura de oito peças espanholas traduzidas por autores brasileiros, Biblioteca Nacional, dez 1993, Teatro Carlos Gomes
1993 – Cenas do Cotidiano Brasileiro, texto e direção de Gillray Coutinho. Espetáculo que integra a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. apresentação em ruas e praças públicas
1996 – Novas Histórias do Paraíso, texto e direção de Gillray Coutinho, Sala Paraíso, Teatro Carlos Gomes
1995/1996/1997 – Dança do Homem com a Mala e Outras Histórias Escolhidas, texto e direção de Gillray Coutinho, Sala Paraíso,Teatro Carlos Gomes, Teatro do Planetário

Como Diretor de Produção

Do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo

1994 – Lear, texto de Eduard Bond, direção Gillray Coutinho, Teatro Carlos Gomes
1994 – Ay, Carmela!, de José Sanchis Sinisterra, direção de Aderbal Freire-Filho e José Sanchis Sinisterra, Teatro Carlos Gomes
1992/1993 – As Alegres Mulheres de Windsor, de Willian Shakespeare, direção Marcos Vogel, Teatro Gláucio Gill, Teatro Elisabetano do Palácio do Catete
1992/1993 – Turandot, ou O Congresso dos Intelectuais, de Bertolt Brecht, direção Aderbal Freire-Filho, Teatro Gláucio Gill
1992 /1993 – O Centro Mostra Autores Ingleses Contemporâneos, mostra de cinco espetáculos dirigidos por Gillray Coutinho. Teatro Gláucio Gill
1991 – O Palco Aberto, montagem de 13 autores brasileiros, direção de Marcos Vogel e Gillray Coutinho, Teatro Gláucio Gill
1990/1991/1992/1993 – A Mulher Carioca aos 22 anos, de João de Minas, direção Aderbal Freire-Filho, Teatro Gláucio Gill, Arco do Telles, Teatro Anchieta, São Paulo, Festival de Curitiba

Como Diretor de Produção

De Outras Produções

1987/88 – O Voo dos Pássaros Selvagens, de Aldomar Conrado, direção de Rogério Fróes, Teatro Senac
1995 – Rogério Fróes com Humor, direção e texto de Rogério Fróes, Café do Teatro, fev 1995 e Espaço Cultural La Place
1995 – O Caixeiro da Taverna, de Martins Pena, direção de Moacir Chaves, Projeto Cenas Cariocas / RioArte, Praças e locais públicos do Rio
1995 – Cena Contemporânea 95 – Festival Internacional de Teatro,  realizado pela RioArte, com os Grupos Tapa, Theatre Labyrinth, Mabou Mines, Casamax Theater, La Pista 4, Munganga, Teatro Sérgio Porto
1996 – Panorama do Teatro Brasileiro, realização do Grupo Tapa, com a apresentação dos espetáculos: Vestido de Noiva, Morte, Vida Severina e Rastro Atrás, Teatro Carlos Gomes
1996 – Corpo a Corpo, de Oduvaldo Vianna Filho, direção Eduardo Tolentino, Espaço Cultural Sérgio Porto
1997 – O Malfeitor, texto e direção de Rosyane Trotta, Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim
1998 – Mundão, apresentação do grupo africano, no SESC Santo Amaro, SP, 1998
1999 – Um Gosto de Mel, de Shelagh Delaney, direção Amir Haddad, Teatro SESC Copacabana
1999/2000 – O Congresso dos Intelectuais, de Bertolt Brecht, direção de Aderbal Freire-Filho, Festival de Porto Alegre, Caravana da Cultura FUNARJ
2000 – 1a. Jornada Fluminense de Cultura, realização FUNARJ – Fundação de Artes do Rio de Janeiro / SEC e Município de Casimiro de Abreu
2001 – 2a. Fluminense de Cultura Jornada, realização FUNARJ – Fundação de Artes do Rio de Janeiro / SEC e Município de Casimiro de Abreu
2001 a 2011 – Dia Nacional e Mundial do Teatro para a Infância de Juventude, festividade com shows e entrega de prêmios e homenagens, comemorado todo 20 de março pelo CBTIJ
2001 a 2011 – Mostra SESC CBTIJ de Teatro para Crianças, coordenação de onze mostras de programação infantil em treze unidades do SESC Rio, realização SESC Rio e CBTIJ
2002 – Jornada Norte Fluminense de Cultura, realização da FUNARJ – Fundação de Artes Anita Mantuano do Rio de Janeiro / SEC e Município de São Fidélis
2006 – Brandner Kaspar e a Vida Eterna, realização do Müncher Volksteater, SEC Rio, Teatro SESC Ginástico
2010 – Seminário A Teatralidade do Humano, curadoria de Ana Lucia Pardo, Oi Futuro Ipanema
2010 – Oficina Temas Tabus no Teatro para a Infância e Juventude, realizado pelo CBTIJ e organizada pelos Centros ASSITEJ Latino Americanos, pelo bloco dos Centros ASSITEJ dos países Nórdicos, com o apoio do Kulturkontakt Nord e do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Prêmios de Teatro

1968

Do Tamanho de um Defunto, de Millôr Fernandes
Melhor Ator no 1º FITA – Festival Interclasse de Teatro Amador

1969

Uma Mulher em Três Atos, de Millôr Fernandes
Melhor Ator no 2º FITA – Festival Interclasse de Teatro Amador

2007

Mamãe é que Tinha Razão

2º lugar no Festival de Cenas Curtas do RIOARTE
Indicação para Melhor Direção

2012

Algumas Aventuras das Vinte Mil Léguas, de Fátima Valença

Prêmio Zilka Sallaberry
Melhor Ator – Mouhamed Harfouch
Melhor Cenografia – Carlos Alberto Nunes
Indicação para Melhor Espetáculo
Indicação para Melhor Direção
Indicação para Melhor Música
Indicação para Melhor Produção
Indicação para Melhor Texto

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Participou também como Diretor de inúmeros programas produzidos pela TV Educativa, TV Manchete, além de trabalhar em cinema, como Montador e Assistente de Direção.

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Depoimento dado à  Cleiton Echeveste em 17 de setembro de 2013. Fotos: Acervo Antonio Carlos Bernardes