I FESTIVAL CAMPOS DE GOYTACAZES
A primeira edição do Festival de Campos dos Goytacazes – categoria Teatro Infantil, ocorreu de 09 a 19 de novembro de 2006, no Teatro de Bolso Procópio Ferreira, com os seguintes espetáculos:
Lili Reinventa Quintana
Grupo Téspis Cia. De teatro
Apresentação: 10 de novembro – 14h30
Direção Max Reinert
Lili Reinventa Quintana é uma homenagem ao centenário do poeta Mário Quintana.
Era uma vez uma menina chamada Lili… que sonha… perdida entre caixas, livros, fragmentos de histórias. Então é necessário encontrar o que fazer e a chave para sair deste lugar. Esse sonho que estamos vivendo, quem é que está sonhando? Uma viagem por mundos construídos através das palavras, histórias e poemas de Quintana.
Panos e Lendas
Grupo Cia. Pic Nic
Apresentação: 11 de novembro – 14h30
Direção: Chico Cabrera
No começo não existia nada…
Dois índios, figuras mitológicas, caminham para o começo de tudo, são Carú o pai e Rairú o filho. Num momento de magia com uma pedra jogada para o alto, Carú cria o céu para presentear Rairú. O menino ouvindo os lamentos do céu por sua solidão cria-lhe um filho, o Sol. Como castigo seu pai manda-lhe para um buraco escuro e fundo, onde ele encontra muitos homens que vão plantar na terra, para nascer à fruta, a flor e ávida. Entre as lendas incluídas no espetáculo estão:
A Lenda dos Bichos, onde a esperteza do macaco vence a força de uma onça.
A Pedra e a Cana, onde uma índia muito doce morre de medo, e no lugar onde ela cai, seu amado chora tanto que molha a terra e faz nascer à cana. De dor e tristeza ele vira pedra e dorme para sempre ao lado do pé da cana.
Parlenda do Macaco e o Grão de Milho: uma divertida estória que fala do individualismo, da lei do mais forte; Helena Pereira ou A Lenda do Bem-te-vi, em que uma menina sonhadora e muito presa por seus pais, um dia vai embora nas asa de um pássaro encantado, voando liberdade.
Panos e Lendas, narra a criação do mundo, e fala do homem, de suas raízes, de suas emoções, mostra o ciclo da vida com ternura e simplicidade.
Recheado de lendas brasileiras, cantigas de roda e de ninar, não impõe preceitos morais ou normas de conduta, mostra que a alegria nem sempre se apóia numa montanha de brinquedos caros, mas sim num desejo inquietante que faz nascer o tudo do nada.
Histórias que o Mundo Conta
Grupo Caldeirão
Apresentação: 12 de novembro – 14h30
O espetáculo Histórias que o Mundo conta se baseia em quatro contos de domínio popular, que falam da relação do homem com o meio ambiente. As histórias são: A História de Tão, conto filipino que narra como a ação do homem, muitas vezes impensada e intransigente, interfere na natureza mudando radicalmente o seu curso Como Apareceu à Noite, conto indígena brasileiro que explica o surgimento do dia, da noite e dos animais diurnos e noturnos, dentro de uma perspectiva fantástica.
O Amaru, conto peruano que fala dos ciclos da natureza, da seca ao renascimento, da morte à vida. E finalmente O Deus Sol e a Rainha das Águas, conto equatoriano que explica, através de uma belíssima história de amor, porque as ilhas Galápagos receberam este nome.
Nossa intenção é levar ao público um espetáculo, que trate das questões ligadas à preservação da natureza sem perder de vista o referencial poético, lúdico e teatral.
Acreditamos que, através do ato de contar histórias e do encantamento que ele desperta nos espectadores, se dá um aprendizado mais prazeroso, que ensina e sensibiliza de forma mais profunda.
Na narrativa destas histórias, a percepção da relação do homem com a natureza acontece, naturalmente, porque são vivenciadas, antes de tudo, através de um universo rico em imagens, que vêm sendo elaboradas há muito, dentro da tradição oral dos antigos contadores de história, possibilitando uma vivência carregada de simbolismo inerentes as experiências coletivas.
Este é um espetáculo feito com histórias que vêm de longe e são contadas por personagens dos quatro cantos da Terra, que pretende falar das coisas do homem e da natureza, de uma forma que possa encher os olhos e chegar ao coração.
Quixote
Grupo Cia. Ser ou não Cena
Apresentação: 13 de novembro – 14h30
Direção: Cláudio Sasil
O original de Miguel de Cervantes completa 400 anos em 2005 e é considerado como uma das mais importantes obras literárias do mundo e sua adaptação para os palcos visa difundir a literatura e as artes em um grande público, através de ampla divulgação e temporadas populares garantindo o acesso público a diferentes segmentos sociais e contribuição a ação social;
Dom Quixote é um velho homem que gosta tanto de ler antigos romances de cavalaria que acaba ficando enlouquecido por eles, a ponto de querer imitar os seus heróis partindo em uma alucinada aventura. Tratando monges como feiticeiros e moinhos de vento como gigantes, o sonhador Quixote é sinônimo de loucura e também de idealismo e esperança. O personagem emociona e vive no coração de todos aqueles de fé inabalável, rompendo quatro séculos com sua história comovente e apaixonada.
Quixote da Cia. Ser ou não Cena é um espetáculo capaz de atingir um público de todas as idades direcionando a obra pelo que ela tem de mais cômica e sublime, valorizando toda a sutil emoção de um dos personagens mais ricos de toda a literatura universal.
Fábulas
Grupo Clowns de Shakespeare
Apresentação: 14 de novembro – 14h30
Direção: Fernando Yamamoto
A caixinha mágica dos Clowns de Shakespeare pede passagem. Pronta para ser armada em qualquer sala, teatro, pátio ou galpão, dentro das suas cortinas saem bichos que falam, contam e cantam e encantam.
A fábula é uma narrativa curta, geralmente em forma de um diálogo e transmite um ensinamento. Os personagens quase sempre são animais e no final da história destaca-se uma moral. Os enredos geralmente são organizados de uma forma que um conteúdo moral possa ser inserido das ações dos personagens e isso colabora para a construção da ética e da cidadania em nossas crianças. Além, é claro de despertar o seu imaginário fantástico.
Os três atores entram em cena para contar cinco histórias, inspiradas nas fábulas de Esopo e La Fontaine, selecionadas por Monteiro Lobato. Nelas, os atores ganham corpo e voz dos animais, contando as histórias de forma envolvente e divertida. São elas: A Onça e o Coelho A Galinha e a Raposa, A Cotia Ana O Veado e o Sapo.
As Aventuras de Robinson Crusoé
Apresentação: 15 de novembro – 14h30
Direção João Batista
Robinson Crusoé, um jovem apaixonado pelo mar, parte da casa de seus pais aos seus 19 anos de idade para sua primeira viagem marítima e, em pouco tempo, acaba se tornando um bem-sucedido navegante. Estimulado pela fortuna que consegue conquistar, volta ao mar várias vezes, até ser capturado por um navio turco e transformado em escravo. Depois de algum tempo, consegue fugir para o Brasil e se estabelecer como grande latifundiário na Bahia. Incomodado com a vida pacata e sem desafios que começa a levar, Robinson Crusoé, já com 27 anos, decide fazer uma nova viagem, mas o destino lhe prega uma peça: seu navio é atingido fatalmente por um furacão e ele se torna o único sobrevivente do naufrágio, indo para numa ilha deserta e desabitada. A partir daí tudo muda radicalmente e ela percebe que é o único responsável pela própria vida, e vai ter que trabalhar muito para reconstruir física e moralmente o mundo que o deixou para trás. Moradia, alimentação, vestimentas, segurança…
Tudo agora depende de seu esforço, sua inteligência e sua dedicação. Robinson Crusoé acaba (sobre) vivendo 28 anos nesta ilha, enfrentando todos os seus limites e o medo da solidão. Um dia, descobre que a ilha é local de pajelança de tribos canibais. Com muita habilidade, consegue capturar um dos prisioneiros, a quem batiza de Sexta-Feira. Com sua ajuda, constrói uma canoa para levá-lo de volta a Inglaterra e ao mundo civilizado. O grande aprendizado de Robinson é constatar que nenhum homem é uma ilha, e que viver em sociedade, conviver com outros seres humanos, é o grande desafio de todos nós – algo muito mais difícil, mas muito melhor…
O Patinho Feio
Grupo Gats
Apresentação: 16 de novembro – 14h30
Direção: Leoni Silva
O Patinho Feio é o conto mais famoso de Hans Christian Andersen. A trama gira em torno dos problemas de um dito patinho feio. Funde-se aqui a realidade com a ficção, onde o elemento fantasia está em tudo, de forma natural.
E especificamente nesta montagem a velha história ganha uma nova maneira de ser contada. Sem nenhum cenário, sem nenhum texto, acompanhado de boa música instrumental ao vivo e despojado de qualquer artifício cênico utilizando apenas as mãos e sacolas plásticas, os personagens magicamente ganham vida diante dos olhos do espectador.
Essa nova versão conta com a inclusão de personagens que, com suas peripécias, criam uma aproximação com as fábulas, divertindo e encantando tanto o público infantil como o adulto.
A trama toda envolve, sobretudo, uma situação real vivida por toda criança: ser diferente.
Hans era um menino pobre, narigudo, desajeitado e alto demais para a sua idade. Quando adulto, provavelmente pensando em sua própria vida, escreveu a história de um patinho feio, que atravessa tristemente a lagoa até descobrir que é um cisne.
Para a Psicanálise, o fato de acriança viver este dilema através do mundo maravilhoso favorece a resolução dessa situação real de maneira inconsciente via fantasia.
Merece destaque o fato de o herói da história inicialmente estar um pouco fora dos padrões. Porém, a descoberta do dito Patinho Feio e de seus semelhantes mostra o caminho pelo qual as pessoas passam em busca do final feliz e a esperança de que tudo acaba dando certo.
A presença de um herói que passa resignado por provocações que a vida lhe impõe e também por situações poéticas e românticas para tocar em pontos como os ideais de fraternidade e generosidade humanas.
A abordagem dos problemas de adaptação e aceitação, enfrentados pelo personagem principal da história, aparece como pano de fundo para mostrar a valorização do indivíduo por suas qualidades intrínsecas e não por seus privilégios e atributos exteriores.
Folias de Natal
Grupo Lupas Produções
Apresentação: 17 de novembro – 14h30
Direção: Lúcia Coelho
Durante todo o ano de 2003 foi realizado um extenso trabalho de pesquisas em festas, bibliotecas e organizações ligadas à cultura popular sobre as manifestações folclóricas realizadas no período que se estende do final da quaresma até o princípio do ano.
A idéia foi observar como o povo se expressa nas brincadeiras de rua, que tipo de metáforas e estereótipos usa e depois transferir essa estrutura para o palco.
Tal apropriação foi feita de forma mais respeitosa, tomando todos os cuidados relacionados à fidelidade aos folguedos e a coerência com as licenças poéticas do texto.
O Romance do Pavão Misterioso
Grupo Cia. Do Vôo
Apresentação: 18 de novembro: 14h30
Direção: Theotonio de Paiva
É a história de dois irmãos ricos muito unidos, João Batista e Evangelista, órfãos de um velho turco. O primeiro pede permissão ao irmão para viajar pelo mundo. Quando João Batista retorna de sua estada até a Grécia, traz uma pintura da filha do homem mais poderoso daquela região. Evangelista apaixona-se pela imagem e resolve ir até onde mora a moça, sabendo de antemão que a ela só é dada aparecer em público uma única vez ao ano, durante uma única hora. Eles separam-se e dividem a sua fortuna. Encantado com a imagem da condessinha, Evangelista procura encontrar um estratagema para entrar no quarto da menina: utiliza-se dos serviços de um grande artista e inventor, que cria para ele um pequeno aeroplano, cujas formas lembram um pavão. A princípio, a condessinha não dá o braço a torcer, rejeitando o rapaz. Sem saber se Evangelista é vivo ou encantado, grita pelo próprio pai para intervir na corte que lhe é feita, sempre a meia-noite e no seu quarto. Após várias tentativas, finalmente o rapaz consegue raptar a condessinha com o seu consentimento. Justamente aí chega o pai, como um Brabâncio esbaforido, lançando mil pragas contra a própria filha.
Entretanto, o casal consegue partir, driblando a autoridade paterna. Ao chegar à Turquia, viajando no cavalo do espaço que imita o avião, os dois se casam numa festa monumental. Um telegrama vindo da Grécia, por parte da mãe da condessinha, informa que o velho tirano é morto e eles são herdeiros de toda a sua fortuna. Retornam a Grécia para receberem a benção e a herança devida.
Jurados
Angel Vianna, João Grilo, Antônio Pedro Borges, Bemvindo Sequeira,, Caíque Botkay.
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do Festival
Coordenador: Sisneiro
Produtor Executivo: Felix Carneiro
Assistentes de Produção: Fãbio Neto e Iago Cruz
Assistentes de Coordenação: Lenira, Tito Miranda e Iara Lima
Secretário: Wagner Uchôa
Teatro de Bolso
Luz: Emílio Lucas, João Lima, Vicente Viana
Som: Marlio Rangel
Maquinária: Igor, Edson
Camarim: Jeilce Alves
Cooperac: Marly Fernandes, Presidente e Almir Machado