(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa e Última Capa – Foto de Cena)

LADEIRA DA MEMÓRIA OU LABIRINTO DA CIDADE

Ventoforte

(Verso da Capa)

Ladeira da Memória ou Labirinto da Cidade

Direção e Texto: Ilo Krugli

Ladeira da Memória…

Nas ladeiras da memória e nos labirintos da cidade desenha-se um espetáculo com pluralidades, em que o Ventoforte traz mais perguntas que afirmações… porquê?

A criança pergunta muito mesmo… Sempre, e junto com os jovens, enfrentando as dúvidas das escolhas e das descobertas.
E são nelas que nascem as aventuras, e desventuras… O dia a dia e sonhos que vão povoando de personagens, com suas histórias reais ou imaginárias, que permitem a vida, a existência e os sonhos com as utopias da liberdade…

A partir das lembranças do passado… (era uma vez) e as utopias renascendo (algum dia…) seremos heróis…
Já os mais velhos caminham entre afirmações e desistências, e nos sonhos, queremos dizer, no teatro… Quero dizer nas artes todas… Quero dizer nas expressões… Nas variações das afetividades… Entre as lágrimas e as risadas vamos ter que repetir “Ser ou não ser” das alternâncias de como “Eu e os outros”.

Atores e público retomando as poéticas do brinquedo… Do quintal quase esquecido onde são gerados heróis do passado e do futuro… Com que sempre nos movimentamos. Este é o espetáculo, migrações contínuas nas idades do ser, no tempo…

Itinerâncias pelas identidades e contingências de biografias, individuais e coletivas… Das circunstâncias e idades de um país… Brasil, mítico, histórico, imaginário ou real… em que cabem muitas perguntas e ainda muitas invenções utópicas.

Uma caminhada… Cavalgada ou cavalhada, desde os brinquedos de iniciação, onde que seremos brincantes de um possível folguedo, quase popular… Quase universal e por momentos quase individual, com a presença do herói Januário…

Um simbólico engraxate dos sapatos ou botas de tempos passados e presentes. Neste século XXI, dos pés das caminhadas etéreas, descalços, muitas vezes.
Encarnamos ser cavaleiros da terra e do céu… No cavalo alado… Nos sonhos e mitos dos quatro pontos cardeais no palco cenográfico ou nas ruas de São Paulo.

Ilo Krugli, julho de 2012

 

Estamos Chegando de Longe…

A dramaturgia deste espetáculo assume e redesenha as memórias, não apenas de nossos processos criativos, mas de vivências diversas em que o Vento se reencontra com linguagens que transcendem as citações históricas ou estéticas. Uma ritualidade em que estamos ao mesmo tempo na pré-história da teatralidade (não a arqueológica) mas das sensibilidades evocativas do que antecedem, do acontecer, e talvez dos novos horizontes para os jovens: os seres em desenvolvimento. Este texto teve uma primeira versão em 1984, e sem dúvida somamos uma matemática que origina a segunda versão, ou as muitas alternâncias da continuidade e das novas realidades. À frente de nossos saltimbancos, com raízes no século XX, estão dois personagens: Seus Bertoldo e Helen Coragem… Que cantam e dizem… Primeiro do que já passou e não se pode mudar; segundo do que ainda não aconteceu e não se sabe como será, semelhante a uma metáfora; um sonho com diversidades, e alternâncias míticas e até reais, assustadoras, reveladoras, como um espelho em que se pode embaçar, quebrar ou acordar… E a terceira parte: Cair na realidade. Nas ruas de nossa cidade do século XXI. Com memórias que são nossas bagagens, e com essencialidades que estão nas liberdades de não perder as nossas expressões…

Este texto teve uma primeira versão em 1984, e sem dúvida somamos uma matemática que origina a segunda versão, ou as muitas alternâncias da continuidade e das novas realidades.

(Página 01)

Ventoforte encanta com fantasia alada

Espetáculo poético-musical do veterano Ilo Krugli não tem pressa de acabar nem medo de fazer sonhar

A poesia cênica de Ilo Krugli e seu grupo Ventoforte, feita de panos, cores, cultura popular, referências às artes plásticas, lirismo musical e tributo à fantasia, está de novo em cartaz em São Paulo. O espetáculo é Ladeira da Memória ou Labirinto da Cidade.

Vale a pena conhecer essa estética bastante autoral do veterano encenador, que nunca lança mão de facilidades para contentar o público preguiçoso da atual geração tecnológica. Ao contrário, como diretor e dramaturgo ele insiste em frases longas, diálogos completos, longa duração, muita música e profusão de metáforas.

Portanto, o próprio grupo recomenda o espetáculo para maiores de 8 anos, embora os pequenos fiquem atraídos pelas cores e pela música. Na peça, um menino engraxate reclama que seu ofício está em extinção, pois agora “só usam tênis e sandálias”. Ele vive sonhando com um cavalo alado. Após ver seus pais perderem tudo, inclusive a roupa do corpo, ele vai até uma festa, em baixo do Viaduto do Chá, pois acha que ali vai encontrar o tão desejado cavalo alado. A partir deste momento, o protagonista embarca num sonho que remete aos cavalariços de diversos folguedos, mas principalmente ao tempo das cavalhadas, aquelas celebrações que recriam os torneios medievais e as batalhas entre mouros e cristãos.

As interpretações são ótimas, com um elenco que sabe igualmente cantar e dançar. Aliás, o ponto alto são as músicas, executadas ao vivo e com letras bem poéticas e contagiantes. Como nos trabalhos mais recentes de Ilo, este espetáculo também é um tributo a autores libertários como Garcia Lorca e Oscar Wilde, bebendo na fonte de seus contos e suas poesias mais fantasiosas. Cidadania, ética, solidariedade, justiça e igualdade são temas abordados sempre com muita delicadeza pelo Ventoforte. Quem resiste?

(Foto do Jornalista) Dib Carneiro Neto, 50, é jornalista, dramaturgo (Prêmio Shell 2008 por Salmo 91), crítico de teatro infantil e autor do livro Pecinha é a Vovozinha (DBA), entre outros. Fale com o colunista.

(Páginas 02 e 03 – Fotos de Cena)

Cavalo, Cavaleiro

Cavalo, cavaleiro
Passará, não passará?
Quem não tem cavalo branco
Passará, não vai passar…
Quem não tem cavalo preto
Não tem pernas, não tem rabo
Quem não tem cavalo branco
Não tem selas, nem sapatos,
Não tem bridas, nem chicotes,
Não tem beijos, nem abraços.

Se é de Papel

Se é de papel
Voa no céu
Voa no céu
Se é de metal…
Brilha na mão na minha mão
Na minha mão
Se é de jornal…
De jornal…
Me faz chorar…
Não é por mal…
Me traz notícias,
Me faz chorar
Preciso andar…

Eu Bordei no Coração

Eu bordei no coração
Uma jura e um adeus
Eu bordei no coração
Uma jura e um adeus
Adeus! Adeus!
Capim de bode
Adeus coração
Eu vou chorar chovendo ai ai…
Eu vou chover chorando…

Teatro Ventoforte
Rua Brigadeiro Haroldo Veloso, 150, Chácara Itaim
F: 30713457

teatroventoforte@gmail.com

(Página 04 – Fotos de Cena)

(Verso da Última Capa)

Rodrigo Mercadante: Seu Bertoldo, Capitão Louro e Fogo
Karen Menatti: Helen Coragem, Condessa e Água
André César Mendes: Januário
Thiago França: Walter Hugo e Fumaça
Clara Coelho: Ana Flor
Elaine Duarte: Mariela e Neófita
Ricardo Nash: Ferreiro, Capitão Mouro e Santo Ferreiro Fogueteiro
Juan Velásquez: Pai, São Semeador Divinal e Terra
Vanessa Carvalho: Mãe, Ventania Celestial e Ar
Leandro Alma: Raposo Tavares, Guarda e Censor
Alexandre Lavorini: Guarda 3 e Dona Irene
João Marcelo Szwec: Guarda 1 e Ladrão
Mikael Paiva: Guarda 2 e Office Boy
Todos: Guerreiros e Cavaleiros Louros e Mouros

Músicos
Ana Maria Carvalho, percussão
Bruno Lavorini, violão
Edson Júnior (Teco), percussão
Guilherme Granato, viola caipira
Anderson Areias, acordeom

Ilo Krugli: texto, projeto visual, cênico e direção
Direção Musical: Marquinhos Mendonça
Músicas de Pedrão do Maranhão e Marquinhos Mendonça
Texto de Canções: Ilo Krugli
Luz: Júlia de Luca
Realização de Figurinos: Ana Maria Carvalho
Desenho de Bonecos e Objetos Cênicos: Ilo Krugli
Realização de Bonecos: Roberta Briotto
Administração e Cenotécnica: Lennon Gonçalves
Equipe Técnica Artesanal: João Marcelo Szwec, Elaine Duarte, Wilma Faúndez e Roberta Briotto
Camareira e Alimentação: Silene Sampaio
Assessoria de Imprensa: Juan Velásquez
Agradecimentos: Paulo da Rosa, Dinho Lima Flor, Francisco Alves Diniz
Auxiliares de Ensaios: Simone Val, Thomé e Estrela
Ilo Krugli, Direção Geral
Rodrigo Mercadante e Karen Menatti: Assistência de Direção Física e Cênica
Design Gráfico: Fábio Viana

Veja fotografias do espetáculo no Facebook: www.facebook.com/teatroventoforte.ilokrugli

Setembro de 2012

Realização

Cooperativa Paulista de Teatro, Prefeitura da Cidade de São Paulo, Fomento Teatro

Apoio

Piolin, ProAc, Governo de São Paulo

Projeto realizado com o apoio do Governo de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, Programa de Ação Cultural 2011