Crítica publicada no Jornal Hoje em Dia
Por Miguel Anunciação – Belo Horizonte – 10.01.1999
Uma menina que é o máximo!
É sempre assim: quem tem coragem, esperteza, força e inteligência são os homens. São eles que levam vantagem nas histórias contadas nos livros, nos filmes, nas letras das músicas. Até nas histórias que a gente ouve alguém contar. As mulheres só precisam ser bonitas e boazinhas. Mulheres são, como os homens dizem, bichos difíceis de entender.
Sempre existiu esta diferença entre os homens e as mulheres. Quer dizer, quase sempre. A gente até já se acostumou a pensar desse jeito, que meninos e meninas são diferentes e pronto.
Mas, se hoje muita gente ainda pensa assim, há lugares no mundo onde as coisas são diferentes. As mulheres é que são fortes e os homens são uns fracos. Elas é que são inteligentes, eles é que têm que ser bonitos para poder casar.
É por isto também que O Segredo de Cocachim é uma peça superlegal. Porque se ela não muda tudo, muda este jeito de a gente ver meninos e meninas. Ela é forte, esperta, corajosa, inteligente. Ela é o máximo. E ele não é um bocó, mas precisa ir atrás dela pra se dar bem. E as meninas adoram torcer por outra menina tão legal como elas.
É ótimo uma peça assim, que tenha uma menina tão interessante. Porque é ótimo incentivar todo mundo a ser legal, a se sentir forte, inteligente. Que não seja menos bacana que os homens. E que eles não sejam menos legais que elas. Uma peça que faz pensar que todo mundo pode se dar bem. E faz pensar que todo mundo pode se dar bem. E faz ir ao teatro uma oportunidade de se divertir de se divertir e de aprender coisas importantes como essa.