(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
Quatro Meninas
(Página 01)
Baseado no romance Mulherzinhas
de Louisa May Alcott
Adaptação de Lenita Ploncznski e Adriana Maia
Um espetáculo de Carlos Wilson
(Páginas 02, 03 e 04)
Biografia de Louisa May Alcott
Data – Dados Contextuais (DC) – Dados Biográficos (DB)
1800 – DC: Eleição de Thomas Jefferson, Revolução Jeffersoniana
1812/14 – DC: 2ª guerra de Independência
1815 – DC: Suspensão do tráfico de escravos
1820 – DC: Acordo de Mississipi
1829/61 – DC: Preponderância dos democratas
1832 – DB: Nasce Louisa May Alcott, a 20 de novembro em Germantown (agora parte da Philadelphia), filha de Amos Bronson Alcott, reformador, professor e filósofo, conhecido como um “venerável Dom Quixote”.
1834/40 – DB: A família Alcott muda-se para Boston, um centro intelectual e Louisa frequenta uma escola particular. Seu pai torna-se membro do “círculo transcendentalista de Concord”.
1840 – DB: Mudam-se de novo para Concord, e tornam-se vizinhos e amigos de R. W. Emerson, D. Thoreau e N. Hawthorne. Louisa então, passa a ser tutorada por seu pai e D. Thoreau.
1843/54 – DB: Para ajudar a família, Louisa costura, dá aulas, faz serviços domésticos e, aos 16 anos, igual Jo, seu personagem mais famoso, começa a escrever histórias fantásticas e melodramáticas para jornais e revistas.
1852 – DC: Publicação do romance A Cabana do Pai Tomás de Harriet Beecher Stowe.
1854 – DB: Aos 22 anos seu 1° livro é publicado: Flowers Fables. São histórias escritas para Ellen sua amiga e vizinha, filha de R.W.Emerson.
1855 – DB: Publicação de Folhas de Folha da Relva de Walt Whitman
1858 – DC: Beth, sua irmã, morre tragicamente.
1860 – DB: Vitória de Lincoln pelo partido Republicano
1861 – DB: Guerra de Secessão
1862 – DB: Abolição da Escravidão nos Estados Unidos
1862/63 – DB: Uma ardente abolicionista, Louisa vai para Washington como enfermeira voluntária no hospital militar de Georgetown. Contrai febre tifóide e é enviada para casa.
1863 – DB: Apesar de não ter se recuperado totalmente da doença, publica Hospital Sketches, que nada mais é do que a correspondência que mantinha com a família durante o período em que foi enfermeira. Esse livro faz a sua reputação como jovem autora.
1864 – DB: Esperançosa, Louisa escreve Moods, uma novela para adultos, que vem a ser a sua preferida, mas, no entanto, não obtem boa acolhida de público.
1865 – DC: Assassinato de Lincoln no Teatro Ford.
1866 – DB: Viaja para Europa e conhece um elegante jovem, que vem a ser o original Laurie de Mulherzinhas.
1867 – DB: É contratada como editora pela revista infantil Merry’s Museum.
1868 – DB: A pedido de seu editor, Louisa escreve Mulherzinhas, um romance para garotas. Baseado na sua própria vida, que torna-se o livro juvenil mais popular de toda a América.
1870 – DB: An Old Fashioned Girl.
1871, 2ª viagem de Louisa à Europa e publicação de Boas Esposas, continuação de Mulherzinhas, é baseada em seus sobrinhos, filhos de sua irmã mais velha, Anna.
1872 – DB: Começa a escrever histórias, que futuramente serão reunidas numa série, em 6 volumes, intitulada Aunt Jo’s Scrap Bag (1872/79).
1873 – DB: Escreve Work, outra ficção para adultos, onde conta suas experiências na Europa.
1875 – DB: Eight Cousins
1876 – DC: É publicado As Aventuras de Tom Sawyer de Mark Twain
1876 – DB: Rose in Bloom e Silver Pictures.
1877 – DB: A Modern Mephistopheles é a última ficção que escreve para adultos. May, sua irmã caçula, morre e deixa sua pequena filha aos cuidados de Louisa. Sua mãe adoece e morre. Durante este período Louisa escreve Under the Lilacs.
1880 – DB: Jack and Jill, romance baseado nos jovens moradores de Concord.
1882 – DB: Proverb Stories
1884 – DB: Spinning-Wheel Stories.
1886/89 – DB: Lulu’s Library é uma série em 3 volumes que Louisa escreve para sua sobrinha órfã.
1886 – DB: Jo’s Boys reflete as suas experiências de Boston e Concord.
1888 – DB: A Garland for Girls. Louisa morre em Boston 3 dias após a morte de seu pai e é enterrada no Sleepy Hollow Cemetery ao lado dos túmulos de Emerson, Thoreaus e Hawthorne.
(Página 03 – Foto Lenita Ploncznski e Adriana Maia)
Mulherzinhas me fez compreender que feminino é esperança. Me lembrou que ser feminina é carregar em si as sementes… eternamente.
Compreendi a importância de se falar nisso agora. É como se todo o feminismo atual estivesse doente, desvirtuado. Todos esses valores femininos que o feminismo botou na lata de lixo Mulherzinhas traz de volta com grande intensidade e no momento certo.
Continuaremos falando de liberdade, sexo, política, discutindo a violência, lutando pelos direitos humanos, na luta pela preservação da natureza, na batalha de se colocar no mercado disputando nossos salários e nossas reivindicações, e tudo mais… com doçura, com dedicação e com grande amor. Apaixonadas. Como Mulherzinhas que somos! E somos bem mais quando podemos ser inteiramente Mulherzinhas!
Quando podemos oferecer uma deliciosa fatia de bolo antes de sair para as nossas batalhas. Será sem dúvida um belíssimo espetáculo, onde o tema O que é Feminina? provocará momentos importantes nessa estrada que a mulher atual percorre. Acho mesmo que ser Mulherzinha é um direito a ser reivindicado e mais que isso, tá no sangue.
Barra, 05/05/86 – Lenita Ploncznski
Relutei muito para escrever sobre Mulherzinhas porque acho muito desconfortável, para o autor ou adaptador, escrever sobre a sua própria peça. Não cabe a mim ficar filosofando, metafisicamente, a respeito da história e sua temática, sobre o texto e sua adaptação.
Aliás, quem quiser fazer isso, que faça, nada contra, só que eu não tenho vocação para essas coisas.
Gostaria, apenas, de contar uma história que aconteceu comigo há uns anos atrás.
Acho que tinha onze anos de idade quando, junto com a minha turma, desci para o auditório do colégio Jacobina para assistir o filme Quatro Destinos, estrelado por June Allyson, Elizabeth Taylor, Janet Leigh e Margareth O’Brien.
Que excitação, ao invés de aula, um filme! Além disso, altas possibilidades de bagunças, conversas e fugas para o pátio do fundo (por uma passagem que tinha no auditório para a pequena capela do colégio, que dava no pátio central). Mas, ao invés de mirabolantes planos de fuga, a catarse falou mais alto: a história me pegou pelo pé. Eu e minhas amigas nos identificamos de primeira com aquelas inseparáveis irmãs: bateu geral! Éramos um bando de Jos, Beths, Amys e Megs querendo ser Jo, Beth, Amy e Meg; no fundo, a gente não passava de tietes de nós mesmas!
Me lembro, também, que uma das coisas que mais me marcou naquela história toda foi a morte de Beth.
Pela primeira vez eu vi uma das heroínas de um filme morrer.
Aplaudi de pé! Nada de happy-ends hollywoodianos, mocinhas desmaiando, vilões, castelos, etc. A magia daquela história estava na sua simplicidade: contava o cotidiano de quatro meninas em crescimento. Acho que foi isso que me hipnotizou. Sem sombra de dúvida: foi amor à primeira vista!
Rio, 21/09/86 – Adriana Maia
(Página 04 – Foto Carlos Wilson)
E elas foram chegando na minha vida, a elas dedico este espetáculo.
Primeiro veio mamãe, Bebeth, Babainha, Dinda, Tia Terezinha, Paulinha, Angela, Marlene, Liginha e depois Marilda, Ana Maria, Angelinha, Solange, Thereza, Sheila, Gelria, D. Tereza, D. Lucia, Tina, Tetê e Maria. Aí entrei no Tablado: Maria Clara Machado, Silvinha, Eddy, Vania, Louise, Sura, Guida. Virei professor anos mais tarde: Dorinha, Martha, Marília, Cacá, Rô, Andréa, Nanda, Cacia, Neuzinha, Malu, Magda, Dedina, Isa, Tereza, Paulinha. Nasceram minhas sobrinhas Martha, Luisa, Ana e todas, todas que ainda por aí virão. Este trabalho é para vocês.
Carlos Wilson
(Página 05 – Fotos das Atrizes)
Cristiana Lavigne/ Amy
“… se a Meg sabe eu também quero saber. Porque eu tenho que ser sempre a ignorante nesta casa…
Gabriela Lins e Silva / Meg
“… e o meu vestido? Não esperei nem os meus 18 anos para finalmente ter um de seda…”
Sílvia Buarque / Beth
“… mamãe dizia que eu era um bichinho de estimação: feliz por estar em casa…”
Susana Ribeiro / Jo
‘… eu não sei se vou ser só escritora. Eu só sei que ainda vou fazer algo de extraordinário na vida…”
(Página 06 – Anúncio: Carlinhos Cabeleireiro)
Fatos Marcantes, Frases e Pensamentos de Louisa May Alcott
“Vão embora, homens maus!”
Louisa aos cinco anos de idade, gritando, com o punho erguido na porta do colégio de se pai, em Boston, para um grupo de pessoas que cercavam o prédio e pretendiam incendiá-lo.
“Eu não gosto de meninas, eu prefiro meninos”
Diz para seu editor, Robert Brothers, quando ele pede a ela um romance para garotas. Logo depois ela começa a escrever Mulherzinhas.
“Eu gosto de peças trágicas e, se eu puder, serei um Siddon”
Aos 17 anos, quando revelou algum talento como atriz, no teatro amador.
“Um homem, em cima de um balão, com a sua família e seus amigos, segurando cordas que o confinam a Terra e que tentam puxá-lo para baixo”
Louisa, mais velha, definindo seu idolatrado pai, Amos Bronson Alcott.
Em 1843, a família Alcott fundou uma utópica comunidade vegetariana chamada Fruitlands no norte de Massachussets. Louisa, suas 3 irmãs e sua mãe trabalharam arduamente durante 7 meses e, nesse período, ela descobriu ser o centro e o suporte de sua estranha família.
Quando se viu obrigada a casar Jo, sua personagem mais famosa, Louisa sentiu-se desajeitada, e com razão, pois ao que se sabe, Jo, na vida real nunca teve um noivo ou um caso de amor.
Além da literatura, Louisa levantou a sua voz a favor da causa abolicionista. E depois, junto com seu pai, defendeu fervorosamente o sufrágio feminino, assim como, os direitos da mulher.
(Página 07 Anúncio: Cenario&Figurino)
Cristina Lavigne, Fabio Villa Verde, Gabriela Lins e Silva, Leonardo Brício, Michel Bercovitch, Sílvia Buarque, Susana Ribeiro.
Participações Especiais
Leyla Ribeiro, Martha Rosman, Ovidio Abreu
Espetáculo baseado no romance Mulherzinhas de Louisa May Alcott
Adaptação: Lenita Ploncznski e Adriana Maia
Direção: Carlos Wilson
Cenário: Carlos Wilson
Figurino: Kalma Murtinho
Música Tema: Minhas Meninas
Autoria e Interpretação: Chico Buarque
Arranjos e Teclados: Túlio Mourão
Produção Musical: Vinicius França
Trilha Sonora: Antonia Mecha
Iluminação: Eldo Lucio
Programação Visual: José Carlos Wanderley Conceição
Fotos: Chico Lima
Divulgação: Mario Fernando Canivello e Lilian Camargo
Assistência de Direção: Adriana Maia
Assistência de Cenografia: Armando Matos
Direção de Produção: Cristiana Maia
Administração: Maria Claudia Maia
Relações Públicas: André Nunes
Colaboraram para este espetáculo: Jorge Abijaud, Jandir Leite, Gaston Gaal
(Páginas 08 e 09 – Fotos Atores)
Fábio Villa Verde / Laurie
“… morar na Itália e fazer o que eu quiser…”
Leonardo Brício / Bhaer
“… a única coisa que eu posso lhe dar é meu coração que está cheio…mas minhas mãos estão vazias…”
Michel Bercovitch / Prof. Brooke
“… eu saberei esperar e nesse meio tempo você pode aprender a gostar de mim… querida Meg…”
Leyla Ribeiro / Sra. March (mãe)
“… ricos ou pobres nós somos felizes juntos…”
Martha Rosman / Tia March
“… vocês não gostam de dinheiro…preferem a miséria? Ótimo!…”
Ovidio Abreu / Sr. Laurence
“… mas a minha cara assusta as pessoas?….”
(Página 10 – Anúncio: Trufferie)
Agradecimentos
Marieta Severo, Teatro Ipanema, Paula Lavigne, Pii, Irene Mafra, Arlindo Fabio Gomez de Sousa, Magoo, Arthur Lavigne, O Tablado, Marcio de Souza, Espaço-Martha Rosman, José Carlos Wanderley Conceição, Francisco B. de Hollanda, Inês Ribeiro, Marcelo Barroso, Odaleia Coutinho Silveira, Carlos Cardoso, Lourdes Bastos, Jandir Leite, Luiz Paulo Nenen, Luisa Buarque de Hollanda, Magdalena Gonçalves Maia, Luzia Braga Passos, Fátima Diniz, SATED-RJ, Cesar Augusto, João Romita.
(Verso da Última Capa – Anúncio: MR Maison Rosie)
Minhas Meninas
de Chico Buarque
Olha as minhas meninas
As minhas meninas
Pra onde é que elas vão
Se já saem sozinhas as notas da minha canção
Vão as minhas meninas levando destinos
Tão iluminados de sim
Passam por mim
E embaraçam as linhas
Da minha mão
As meninas são minhas só minhas
Na minha ilusão
Na canção cristalina
Da mina da imaginação
Pode o tempo marcar
Seus caminhos nas faces
Com as linhas das noites de não
E a solidão
Estragar as meninas
As minhas, não
As meninas são minhas, são minhas
As minhas meninas
Do meu coração
(Última Capa – Anúncio: Impressão Zez)