(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)
(Capa)
CALENDAS DA PRIMAVERA
(Verso da Capa)
Apoio
(Logos) Raylane, Santa Helena, BANERJ Cultural, Repor, Metalúrgica Laky e Alliance Française
(Página 1 e 2)
Todas as festas recriam e resgatam o tempo, o espaço e as relações sociais. Roberto da Matta
Na idade média, onde fui buscar inspiração para minha festa, o homem comemorava o círculo da vida, a carnalização, o riso libertador, a vida de ponta a cabeça. Esta celebração do estar vivo misturava-se a fertilidade da natureza, a beleza dos maléficos seres femininos, ao derramamento de vinho, a sonoridade dos sacos de moedas, a algaravia dos comerciantes, ao grunhido dos porcos, ao pavor da inquisição travestida de santa e ao teatro profano que era simplesmente admitir-se humano. Ter prazer, ser ridículo, apreciar o divertimento e buscar o lado burlesco das atividades político-religiosas-sociais.
Ora, não levem a sério minhas palavras! Afinal não sou uma historiadora e nem pretendo resgatar os princípios medievais. Quero apenas reinventar uma festa. Um clima festivo eu diria. Que foi registrado em livros, filmes e estudos, mas acontece aqui, hoje, no nosso século, neste presente sem novidades, onde nada se cria tudo se imita. No foro do povo a praça pública. Vocês, respeitável público, são meus convidados especiais! Até porque sem vocês não haveria a festa. Ra! Ra! Ra!
A festa que está na minha cabeça há tempos e só agora, neste licencioso momento, eu vou poder provar sua veracidade.
Para isso vocês, senhores, senhoras, meninos, meninas e quem mais tiver por aí, precisam cumprir três pequenas funções. Sim, porque o público também tem sua função num espetáculo, que não se restringe apenas em pagar, assistir, aplaudir e sair. Para participar desta festa vocês, honorável plateia, precisam estar alegres, se envolverem e serem generosos. É fácil não? Então Vamos lá!
Provavelmente estamos atrasados. O tempo é sempre muito curto no teatro.
Obrigada pela indispensável presença e façam a festa por vocês e por nós. Este é o espetáculo Calendas de Primavera – Uma festa popular.
Márcia Duvalle
PS.: Não levem o saquinho de moedas como brinde. Foi muito difícil para a produção conseguir estas patacas com os comerciantes medievais. Devolvam na saída.
(Página 3 e 4)
A França Dama Doce e Faceira
Caríssimos prestai muita atenção pois aqui se inicia minha narração:
Neste século de intensa atividade comercial que extensas Terras são cultivadas, e que as cidades engordam e precisam de novas muralhas que catedrais vilas, cidades, mosteiros são construídos e exaltam a glória de Deus; A França – Dama Doce e Faceira – A mui Bella França é o Reino mais populoso da Cristandade.
Neste século XIII de muita movimentação somos 16 habitantes por quilômetro quadrado, somos pelo menos (sete) milhões de indivíduos que choram, riem, comem, bebem, oram e acima de tudo, vendem as mais belas mercadoras: vinhos tintos e suaves, tecidos de lã e brocados e carnes.
Ai! As carnes macias e viçosas da França-Dama Doce e faceira da mui Bella França.
Neste século de transformação nossas cidades encantaram a todos por sua beleza e prosperidade: Rouen Tyon, Toulouse e Paris, Ah! Paris, pelas suas ruas vemos passar as mais belas Damas os poderosos cavaleiros os mais Doutos e sábios filósofos, os Burgueses mais Abastados, os mais astutos senhores da lei e também o nosso soberano – O Rei da França – Dama Doce e Faceira – da mui Bella França.
Mas aqui senhores, justamente aqui, vos peço um pouco de atenção. Agora louvarei a minha cidade: Arras.
A bela Arras é conhecida pelo seu rico comércio de tecidos e suas casas bancárias. O nosso petit-marché e nosso grand-marché encantam a todos que por aqui passam. Nossas feiras exibem produtos de qualidade, por um preço justo.
(Página 5 – Continuação)
Mas a cidade não é conhecida apenas pelo seu comércio: seus artistas são mestres na poesia e gozam de muita consideração por toda a França-Dama Doce e Faceira – na mui Bella França são Adorados. Arras é o berço de Adam de La Holle; poeta consumado, fino trovador, homem letrado e estudado. Sua obra comporta canções de gesta, ditos de amor, trovas inolvidáveis, e peças que fazem muitos corarem e outros tantos gargalharem. Como é o caso do Auto do Carramanchão, que ora vos apresentamos em primeira mão também o Jogo de Ruban e Marion que muitos suspiros e lágrimas vos causarão.
Já podeis perceber senhores que em Arras o comércio é ativo e a Arte é inspirada pelas musas e por Orfeu.
Guardai bem, guardai senhores estas singelas palavras. Em vossas memórias. Vos garanto que não serão em vão.
Álvaro de Sá
(Páginas 6 e 7 – Desenho de Praça Medieval)
(Página 8)
Christine Braga: Poeta Mimo, Fada Morgana e Médico
Lurdes Adelaide: Vendedora de Ervas e Flor de Menina
Ana Maria Infante: Vendedora de Comida, Fada Maglore e Galinha
Aline Golçalves: Camponesa, Fada Arsile, Manipuladora dos Bonecos e Perna-de-Pau.
Carla la Porta: Vendedora de vinho, Fada e Rato
Cristine Pereira da Silva: Vendedora de Santos e Peixe
Ludmila Kestemberg: Peregrina e Rainha Arlequim
Marcia Duvalle: Memória, o Louco e Adam
Claudio Mendes: Charlatão, Pai do Louco, Banqueiro e Servo do Arlequim
Marcos Acher: Vendedor de Carnes, Mimo, Cavalo e Taverneiro
Pedro Nunes: Ladrão e Rei Arlequim
Ivan Alves: Vendedor de Tecidos, Monge e Cachorro-Lobo
Patrocínio
(Logo) Projeto Coca-Cola de Teatro Infantil
(Páginas 9 e 10)
Roteiro Criação e Direção: Marcia Duvalle
Direção Musical e Execução do Repertório ao vivo: Trio Atempo (Leonardo de Sá, Lúcia Rabello e Pedro Novaes
Canção de Escárnio: Thomas Bakk
Pesquisa e Acompanhamento Teórico: Álvaro de Sá
Produção: Márcia Eltz e Márcia Duvalle
Figurino: Ney Madeira
Cenário: Lidia Kosovsky
Oficina de Mímica: Mario Mendes
Confecção das Mascaras e Perna-de-pau: Venício Fonseca e Erica Retl
Iluminação: Marcos Vogel
Programação Visual: Dácio Bicudo III
Arte Final: DPZ
Divulgação: Márcia Duvalle
Assistentes de Adereços: Marcelo Burger e Gabriela Bardy
Pintura de Arte: Hélcio Pugliese
Maquiagem: Renato Castelo
Cenotécnico: Humberto e Equipe
Costureiras: Mara Gomes e Valda Cardoso
Maquete do Teatro de Bonecos: Gabriel Bezerra Jr.
Execução dos Bonecos Gigantes e Adereços do Cenário e Figurino: Mara Ornellas
Tradução e Adaptação do Jogo da Folhagem (Auto do Carramanchão): Marcia Bonnel
Agradecimentos especiais
Ao Álvaro de Sá e Bete Rabeti, Luis Madela, Daniela Martins e Claudia Gomes (da Coca-Cola), Erick Nielsen, Gustavo Ariani, Antonio Marques, Veronica de Oliveira, Cristine Henriques e Sandra Siqueira da CAL, Bertrand Rigot-Müller e Marie Depalle do Consulado Geral da França, Jean Marc Belicar e Funcionários da Aliança Francesa – Centro, Bernardes Comunicação Ltda., A direção, administração, segurança e todos os funcionários do Museu da República.
Ao Estofador Manoel Augusto Monteiro, Aos pais dos adolescentes – atores deste espetáculo, a UNIRIO pela cessão de uma sala para trabalho, Renato Mendonça.
(Página 11)
A Cristina Mayrink, Lucy de Sá, minha inefável mãe Competência da produtora: Márcia Eltz Dedicação da Aderecista: Mara Ornelas As empresas que acreditaram neste espetáculo como um investimento que valesse à pena. Aos meus queridos amigos do centro Cristão Carismático A Provisão de Deus A atriz Christine Braga, pela sua fidelidade Muito Obrigada.
Márcia Duvalle
(Página 12 – Logo Coca-Cola)
(Verso Última Capa)
Apoio
(Logos) Adega Ramos – Jacarepaguá, Payot, A Camélia Flores Naturais, Açúcar Perola, Anais- Anais (Cacharel), Carrefour
(Última Capa – Gravura)