Programa do espetáculo que estreou em 2007, no Teatro Glauce Rocha

(INFORMAÇÕES DO PROGRAMA)

(Capa)

ONG Palco Social, Oficinas de Criação de Espetáculo

Texto: Rogério Blat
Direção Geral: Ernesto Piccolo

DÁ UM JEITINHO AÍ!

Sex a Dom – 19h

Músicas: Fernando Moura
Coreografia: Sueli Guerra

Curta a Temporada

Teatro Glauce Rocha
Av. Rio Branco, 179, Centro, Tel 2220 0259
Em frente a estação do Metrô Carioca!

(Página 01)

Dá Um Jeitinho Aí!

Curta a temporada

Teatro Glauce Rocha

(Página 02)

A cervejinha é sagrada.

Tem que dar um por fora.

Levo dez por cento.

Fica frio e deixa comigo.

Disfarça e passa.

Deixa de ser besta!

Tá no esquema.

Vamos ver o que dá pra fazer.

Obrigado, doutor!

Foi mal!

(Página 03)

Alex Borges, Allane Jardim, Anderson Leon, André Rodrigues, André Sant’Ana, Caio Braga, Carla Cristina, Cátia Alexandre, Carlos Guarany, Célia Virgínia, Creuza Gravina, Cristiane Ventura, Diego Hag, Dila Nascimento, Dilene Prado, Dominoni Junior, Dri Ferreira, Dudu Gomes, Dulce Maristany, Eder Martins, Eduardo Torres, Ester Elisabeth, Fábio Tamboridegh, Fernanda Passos, Fernando do Valle, Graça Maranhão, Helena Giffoni, Ida Vicenzia, João Florenço, Jonas França, José Milton Damasceno, Karter Falcão, Laila Bittaar, Laila Vils, Leandro Liveyra, Leandro Teixeira, Luiz Cláudio Canaaan, Luiz D’Albuquerque, Luciano Oliveira, Lutieni Galiza, Manu Freire, Márcio Mariante, Márcio Pierotti, Márcio Santos, Márcio Vidal, Marcos Alpive, Milton Filho, Natálio Maria, Negadaj, Pedro Henrique Brandão, Renata de Oliveira, Roberta Darbilly, Samantha Gahyva, Sâmara Campos, Sergio Cezar Dalcan, Tatu Alexandrino, Thiago Roderich, Waldecir Santos, Wellington Leite.

(Página 04)

Texto e Letras: Rogério Blat
Direção Geral: Ernesto Piccolo
Diretor Assistente: Edward Boggiss
Música e Direção Musical: Fernando Moura
Coreografias: Sueli Guerra
Preparação Musical: Adriana Piccolo
Figurinos: Pedro Sayad e Leonardo Braza
Adereços/Cenotécnica: Beto Silva
Iluminação: Tiago Mantovani
Interlude: Alexandre Garnizé
Assistente de Coreografia: Erica Pineschi, Márcio Vieira
Assistente de Direção: Heldi Lopes
Assistente de Figurino: Caio Braga
Costura: Oficina de Costura Terminal Menezes Cortez
Assistentes de Iluminação: Jorge Raibott, Jarbas Alves
Operador de Som: Consuelo Barros
Operador de Luz: Jarbas Alves
Programação Visual: Adriana e Guto Lins, Manifesto Design
Direção de Produção: Lizete Esteves
Produção Executiva: Iaracy Maroja, Newton Souza

(Página 05)

Músicas

01 É Cultural!

Vem ver como é quem
Fez a coisa entortar
Para deleite de alguns
Virou regra subornar
Crime virou enfeite,
É destaque no curriculum
Daqueles que azedam o leite
Que o povo vai tomar

Quase terra de ninguém
Bobo quem não rouba “um”
Do passado ao presente
Usurpar é lei comum
Na história nacional
Trambique é tradição
Impunidade é cultural
Se dar bem é obrigação

No país dos espertos
Desonestos fazem a festa
Entre os pobres e ricos
Tá infestado de bandidos
Pilantras bem sucedidos
Decidem rumos da nação
Por isso não fique ofendido
Se te chamam de ladrão.

02 Batizado

Coro
A criança com nome de santo
Ajuda a esconder
O canalha que um dia vai ser

Mulheres
Com o carinho da mamãe!

Homens
Com o apoio do papai!

Coro
Canalha com nome de anjo
Canalha com nome de monge
Canalha com nome de apóstolo
Canalha com nome de yogue

A criança com nome de santo
Ajuda a esconder
O canalha que um dia vai ser

Canalha com nome de virgem
Canalha com nome de médium
Canalha com nome de papa
Canalha com nome de mártir.

03 Casamento de Otário

Ser honesto está fora de moda
Mas é falha desculpável
É ingenuidade crer
Que o ser humano é viável

Se o cara quer ser babaca
É um direito que ele tem
Otário é um jeito carinhoso
De chamar homem de bem

A sua ingênua conduta
É um mico sem igual
Homem que é virgem
(Em núpcias) com prostituta
Se não usar camisinha
Pega doença sexual

(Página 06)

04 Habeas Corpus

Existem muitos meios
De se corromper
Pode ser sofrendo
Ou com muito prazer
Pode ser gemendo
Como uma vadia
Pode ser sorrindo
Com hipocrisia

Traçar a noiva do preso
É coisa que não tem preço
Quem abre as pernas
Retira a pena
Também abre a cela
Quem lambe direito
Depois do dinheiro
Sexo é a maneira certa
De se dar um jeito

05 Contador

Foi Deus que nos mandou
Um novo contador!
Que maravilhosas firmas
Poderemos abrir
Não faltarão sócios
Para os nossos negócios
Quando sairmos daqui

Quase Qualquer idiota
Com um novo CNPJ
Pode esfriar umas notas

Quase Qualquer animal
Com uma outra razão social
Burla a Receita Fiscal

(repete)
Foi Deus que nos mandou
Um novo contador…

06 Autoridades

Côro

(No MP)

Lá vai ele, se meter
Lá vai ele onde não deve
Procurando autoridades
Deparou-se com uma greve

O sujeito é teimoso
Foi buscar noutro lugar
O repouso para aquela
Tal denúncia foi apresentar

(Na Polícia)

Lá vai ele se meter
Onde nunca foi chamado
Procurou o delegado
E o desembargador

Seu pedido improcedente
Não pode ser atendido
Ia contra as leis vigentes
Mesmo fazendo sentido

(Na Câmara, Senado e Congresso)

Chico foi reclamar
Para os homens do governo
Que deviam dar exemplo
Para o resto na nação
Nada feito meu amigo
Regra é ignorar a treta
Político que é esperto
Fica mamando na teta

Ai, ai, ai
Coitado do Chico Brás
Ai, ai, ai
Precisa ter muita fé!
Tá num barco furado
Remando contra a maré!

(Página 07)

07 Um Por Fora

Malandragem, achaque,
Traição política,
Roubo, furto e fraude
Quem é que não pratica?

Nas manchetes dos jornais
No seio do próprio lar
A corrupção assombra a nação
Cada vez aumenta mais

Acabou a credibilidade
Verdade, devo admitir
Se eu também levo “um” por fora,
Juro, não tô nem aí!

08 Caixa Dois

Ter as costas quentes
Bons advogados
Para impetrar mandatos
Rico não se prende

Quem tem bons contatos
Amigos influentes
No curso do mandato
Ajuda os descendentes

Seja pública ou privada
Tamos juntos na mamata
A propina é parcelada
É só acertar as datas

Basta enviar aos paraísos fiscais
Remessas ilegais, talvez…
Por isso não deixe pra depois
Fazendo caixa dois, também faça caixa três
Fazendo caixa dois, também faça caixa quatro
Fazendo caixa dois, também faça caixa cinco
Fazendo caixa. Fazendo caixa.

09 Vida Palhaça

Aí vem um cidadão diferente
Com jeito de quem
Tá fazendo rir alguém

O contorno do meu rosto
Traz a marca do imposto
Que não traz nenhum retorno

A bola no meu nariz
É vermelha feito o saldo
Meu salário é o laudo
Da miséria do país

Ser inferior humano
Tropeçando faço graça
Brasileiro por engano
Levo uma vida palhaça.

(Página 08)

10 Inimigo da Gangue

Quem é esse cara de palhaço
Que roubou o nosso espaço nos jornais?
Temos que tomar cuidado
Acompanhar os passos
Ver o que esse cara faz
O sujeito é perigoso
Talvez mais do que se pensa
Tá gritando na imprensa
Umas verdades contra nós
Quem é inimigo da gangue
Acaba pagando caro
Talvez com o seu próprio sangue
Seu destino é o buraco.

11 Cidadão Comum

Finalmente apareceu
Alguém para acreditar
Num palhaço como nós
Todo povo vai votar
Ele arrisca sua vida
Lutando contra o crime
Enfrentando a falcatrua
Encarando quem oprime
Esse cidadão da rua
Veio defender a gente
Dessa laia corrompida
Chico Brás, Chico Brás,
Pra presidente!

12 Esperança

Ele é o nosso líder
Um brasileiro inconfundível
Como acreditamos ser
Todos incorruptíveis
Juntos iremos vencer
Pegue as nossas esperanças
Faça algo pelo povo
Esperamos a mudança
Queremos, queremos um país novo,
Novo!

13 Culpado

Todo bom cidadão
Deve ser punido
Por crimes cometidos
Ou não!
Será destruído e removido
Seu destino é a prisão!

Que decepção
Se ninguém presta,
Nesse mundo
Então só nos resta
Buscar a condenação!

Aquele que tem bom coração
Deve ser punido
Por crimes cometidos
Ou não!

(Página 09)

14 Porcaria

Porcos são seres especiais
Por mais que causem repulsa
Estão ocupando cargos oficiais
De lá, ninguém os expulsa

Porcos são seres superiores
Por mais que provoquem nojo
Estão lucrando horrores,
Só fazem negócios sujos

Porcos são seres muito legais
Por mais que sejam imundos
Emprega você, sua tia, seus pais,
Excelentes vagabundos!

Porcos lhe querem bem,
Por mais que sejam hipócritas
Roubam e deixam roubar
Também
Pra não trair a lógica!

Ao ver algo errado, fique calado!
Denúncias põe tudo a perder…
Passa mais tarde no meu escritório
Descolo uma mamata pra você!

15 Dá Um Jeitinho Aí!

Quem não está enjoado
De fazer papel de otário
Levar banho direto
Na rua, em casa e no trabalho
Ser extorquido e ameaçado
Do flanelinha ao doutor
Todos querem dar um jeitinho
De tomar o meu penhor

Dá um jeitinho aí
Quem leva vantagem
Do bem não pode ser
Às custas de alguém
O bandido quer vencer

Se nas melhores famílias
Só tem ladrão e safado
Imagine só na câmara,
No congresso e no senado!

Vão quebrar a cara feio
Essa é a hora da virada
Basta dessa palhaçada
Já tamos de saco cheio!

Um aviso aos corruptos:
Não vamos mais dar trégua
O Povo tá prá lá de puto!
Ninguém suporta tanta merda!

16 Música Final

Já chegou a nossa vez
Seremos livres e felizes
O Jeitinho que me deram
Deixou muitas cicatrizes
Limpos queremos viver
Temos nossas esperanças
Somos a cara do povo
Provocamos a mudança
Queremos, queremos um país novo,
Novo, novo, novo, novo.

(Página 10)

Agradecimentos

Dadá Maia, Antônio Grassi, Antônio Gilberto, Cristina Pereira, Heloísa Vinadé, Marília Milanez, Vivian Rosa Reis, Alexandre Araújo Telles (Gráfica All Print), Simone Teles (Oficina de Costura Terminal Menezes Cortez), Márcia Adriana Ferreira, Tatu Alexandrino, Cristiane Ventura, Sérgio Mendes, Eduardo Torres, Equipe do Teatro Glauce Rocha: Salvador Fernando Pessanha, Moisés Siqueira, Solange.S. Amaral, Jarbas Alves, Consuelo Barros, Ana Valéria, Marise Rodrigues, Fabiano Manhães, Marcelo Manhães, Alessandro Silva, Luciano de Sá, Antônio Alexandre; Célia Nunes, Beth Araujo, Sergio Darbilly, Pedro da Paz Ferreira, Ligia Santos, Maurício Miranda, Katia Alcântara, Roseli Andrade, Tereza Cecílio, Jorge Peixoto, ABBR.

(Página 11)

Me dei bem!

(Verso da Última Capa)

ONG Palco Social
Oficinas de Criação de Espetáculo

Conselho Diretor
Edson Celulari, Julia Lemmertz, Ricardo Blat, João Jardim, Célia Nunes

Secretário Executivo: Rogério Blat
Secretário Institucional: Ernesto Piccolo
Secretária Administrativa: Lizete Esteves

(Última Capa)

Não recomendado para menores de 14 anos.

Apoio Cultural

(Logos) Lidador, Oficina de Costura, Lunetterie, AllPrint, DeMillus,.

Realização

(Logos) Funarte, Ministério da Cultura, Governo Federal

Este espetáculo foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz com o patrocínio d a Petrobras