Crítica publicada no O Fluminense
Por Iale Renan, Niterói, 02.11.1980
A Loja das Maravilhas Naturais
Está em cartaz outra peça de grande produção de Elvira Rocha. O teatro é o Vanucci e a peça chama-se A Loja das Maravilhas Naturais. A história se passa num lugar mágico, indefinido, onde são resolvidas todas as variações do tempo. Mas a confusão se faz quando três árvores têm planos de levar a primavera para o Piauí. E acabam por cair na loja das maravilhas naturais onde a proprietária, Dona Próxima Semana, atende seus clientes Outono, Primavera, inverno e o Verão. Mais dois personagens que se movem no decorrer da história, a Senhora dos Ventos e o Senhor dos Tempos. A direção está assinada por Buza Ferraz, músicas e direção musical de Caíque Botkay. No cenário e figurinos por Sérgio Silveira e Lídia Kosovsky. No elenco, Lígia Diniz, Daniela Santi, Maria Cristina Gatti, Renato Pupo, José Luiz Rodi, Paulo de Tasso, Romulo Junior, Gê Menezes e Alice Carvalho.
A Loja das Maravilhas Naturais é um bonito espetáculo, de belos figurinos, mas que muitas vezes parece se perder no espaço do texto. As músicas são alegres e destaque para a bonita voz de Maria Cristina Gatti, a Gatti. Já tive oportunidade de vê-la cantando em outros espetáculos, não infantis, e infelizmente nessa peça ela não pode usar toda a potência de sua voz.
– Como é que é Fiel, gostou? – perguntei à minha fiel fotógrafa.
– Gostei. – respondeu ela. Só que me pareceu estar faltando alguma coisa no espetáculo. Talvez a substância que faz o espetáculo.
– Estou entendendo, Fiel.
– Você também não achou que estava faltando alguma coisa?
– Achei sim, Fiel, talvez seja mesmo essa substância que preenche e dá vida ao espetáculo.
– Vamos, Fiel?
– Vamos, já estou com os meus patins.
E lá fomos nósmamprocura da mágica que faz os espetáculos.