(INFORMAÇÕES DO CARTAZ/PROGRAMA)
(Frente)
Original: Ziraldo
Adaptação: Aderbal Junior
Música: Sergio Ricardo
FLICTS – ERA UMA VEZ UMA COR
Teatro Tereza Rachel
Rua Siqueira Campos 143 – Tel.: 235.1113
Apoio
Bibba e suas cores com Flicts
Clic – Brinquedos Criativos
(Verso)
À criança. Ao seu pai. À sua ama – ama com fé e orgulho. E então era de noite. Aí, era de dia. No escuro, de noite, é tudo preto. Menos todos os gatos, que são pardos. Vai chegando o de manhãzinha: o céu vai ficando azul, as árvores verdes, o vermelho, ou encarnado, a hora da aula, o sorriso amarelo. Não verás nenhum país como este? As cores. (Pai – Estou me lembrando que o teatro deve ser engraçado e mágico. A coisa infantil dos mil/sete usos do cabo de vassoura/ bastão. E depois, teatro se resolve é ali, dentro do campo, onze contra onze. Tem que explicar? Alvo calvo salvo é poesia concreta ou é mesmo o careca brancão que escapou de alguém ou de alguma coisa (um assalto ou uma doença?). Pois as coisas mais importantes da vida). Tafetá colorido. Um piano de som antigo. Antigamente a escola era risonha e franca, bisonha e fraca, medonha e branca. Já partiu, flicts, já vou, flicts, quero ver, flicts, quero ver, flicts, já sumiu. Se a gente segurar por dentro vai ver sempre. Só não adianta segurar por fora. Como o navio azul que só afunda se os passageiros não virarem flor. E então era na chuva. Aí, era depois da chuva. Sabe o arco-íris?
Aderbal Junior
Ginaldo de Souza – Nelson Xavier
apresentam
Flicts – Era uma vez uma cor
Vermelho: Gaúcho
Verde: Yara Amaral
Violeta: Cláudia Ribeiro
Azul: Kaleba
Amarelo: Lea Garcia
Azul Anil: Antonio Miranda
Laranja: Bernardo Maurício
Flicts: Alice Paula
Branco: Jitman
Ziraldo: Texto Original
Aderbal Júnior: Adaptação
Sérgio Ricardo: Música
Aderbal Júnior: Direção
Ronaldo Tapajós: Direção Musical
M. Carmen: Adereços e Figurinos
Ceci Thiré: Coreografia
Bibba: Execução dos Figurinos
Hylma: Execução dos Adereços
Maurício: Iluminador
Músicas
Tudo no mundo tem cor
tudo no mundo é
Azul
Cor-de-rosa
ou Furta-cor
Verde
Vermelho
Amarelo
quase tudo tem seu tom
Violeta
Roxo ou Lilás
Mas não existe no mundo
nada que seja Flicts
– nem a sua solidão –
ele nunca teve par
nunca teve um lugarzinho
num espaço bicolor
Não
Não existe no mundo
Nada que seja Flicts
Nada que seja Flicts
Nada que seja
Flicts
Na escola
a caixa de lápis
cheia de lápis de cor
de colorir paisagem
casinha
cerca e telhado
árvore
flor e caminho
laço
ciranda e fita
cerca
ciranda e caminho
não tem lugar para o
Flicts
Quando volta
a primavera
o jardim e
o parque
se cobrem de
cores
Mas nem uma cor
ou
ninguém
quer
brincar
com o pobre Flicts
O mar
é tão inconstante
se o dia
Cinza
Cinzento é
como um imenso lago
de chumbo
Cinza
Cinzento é
muda com sol
com chuva
Negro salgado ou
Vermelho é
O mar é tão inconstante
tem tantas cores
o mar
o mar
Mas para o pobre
Flicts
as suas cores não dão lugar
E foi subindo
e subindo
e foi ficando
tão longe
e foi
subindo e sumindo
e foi
sumindo
e
sumiu
E hoje
com dia claro
quando a lua
vem de dia
brigar com a luz
do sol
a Lua é Azul é
Azul
No fim das
tardes de outono –
do outro lado do
mar
como uma
bola de fogo
a Lua é redonda
e
Vermelha
E nas noite
muito claras
quando a noite é
toda dela
a Lua
é de prata e ouro
enorme bola
Amarela
Mas ninguém
sabe a verdade
(a não ser os astronautas)
que
de perto
bem pertinho
a Lua é
Flicts
Ziraldo, Sérgio, Aderbal
Obs.
A segunda temporada ocorreu de 09.09.72 a 10.12.72, Teatro Santa Rosa.
Este foi o único espetáculo para crianças dirigido por Aderbal Júnior, atualmente Aderbal Freire-Filho.